Eleanor permaneceu imóvel, observando Anne se afastar. Seu coração doía, e ela sentia como se algo dentro dela estivesse se despedaçando. As palavras de Anne ecoavam em sua mente, e a realidade de suas ações finalmente a atingiu com toda a sua força. Ela amava Anne, mais do que qualquer coisa, mais do que sua própria beleza eterna, mas sua busca por prazeres passageiros a havia cegado.

Com um suspiro pesado, Eleanor virou-se e retornou à mansão. A raiva estava começando a se formar em seu peito, uma raiva dirigida diretamente a Caroline. Ela sabia que Caroline tinha exposto sua verdadeira natureza para Anne, arruinando qualquer chance de um futuro juntas. Mas Eleanor não iria permitir que Caroline saísse impune.

Eleanor sabia que tinha uma vantagem sobre Caroline. Ela conhecia os segredos obscuros da condessa, os detalhes sórdidos de sua vida e seus desejos mais profundos. Eleanor estava disposta a usar tudo isso contra ela, a expor Caroline para o mundo, se fosse preciso.

Eleanor não demorou a colocar seu plano em ação. Ela soube onde Caroline estaria e a confrontou sem rodeios. Caroline estava visivelmente surpresa ao ver Eleanor, mas sua expressão rapidamente se transformou em uma mistura de desafio e diversão.

— Eleanor, minha querida, você parece irritada. O que a trouxe até aqui? — Caroline perguntou, sua voz carregada de sarcasmo.

Eleanor olhou fixamente para Caroline, seu olhar penetrante e cheio de uma determinação sombria.

— Você acha que pode me prejudicar revelando meus segredos? Pois bem, eu tenho alguns segredos seus também, Caroline. Segredos que podem destruir você. — Eleanor disse com um sorriso cruel.

Caroline pareceu momentaneamente perturbada, mas logo recuperou sua postura arrogante.

— E o que você acha que tem para me ameaçar? — Caroline provocou.

Eleanor se aproximou de Caroline, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade feroz.

— Você se lembra de tudo o que compartilhamos? Cada detalhe sujo e obscuro? Eu não me esqueci, Caroline. E estou disposta a usar tudo isso contra você, revelar seus segredos mais sórdidos para o mundo ver. — Eleanor sussurrou ameaçadoramente.

Caroline engoliu em seco, sua expressão se tornando mais séria. Ela sabia que Eleanor tinha poder sobre ela, e que suas ameaças eram reais.

— Você não pode fazer isso. Você se destruiria também. — Caroline respondeu com um tremor em sua voz.

Eleanor sorriu de forma sinistra.

— Talvez. Mas se eu não puder ter a felicidade que desejo, então você também não terá. — Eleanor declarou com frieza.

Caroline a encarou por um momento, parecendo avaliar suas opções. Finalmente, ela soltou um suspiro resignado.

— Está bem, Eleanor. Você venceu. O que você quer de mim? — Caroline cedeu.

Eleanor sabia que tinha ganhado essa batalha. Ela não estava mais disposta a ser manipulada por Caroline, e agora ela tinha o poder nas mãos. Ela se afastou de Caroline, um sorriso de triunfo nos lábios.

— Eu quero que você se afaste de Anne. E que nunca mais tente interferir em minha vida. Se você fizer isso, seus segredos estarão a salvo. Caso contrário, todos saberão exatamente o que você é capaz de fazer. — Eleanor advertiu, sua voz carregada de autoridade.

Caroline assentiu com relutância, reconhecendo a derrota.

Eleanor sabia que a batalha estava longe de terminar, mas ela estava determinada a proteger seu próprio coração, custasse o que custasse. Ela sabia que o amor que sentia por Anne era mais precioso do que qualquer segredo, e ela estava disposta a enfrentar qualquer ameaça para mantê-lo a salvo.

Caroline olhou para Eleanor com raiva e desespero nos olhos. Ela não estava disposta a sair derrotada, a ser controlada por Eleanor. Com um movimento rápido, ela pegou uma faca que estava próxima e avançou em direção a Eleanor, sua expressão repleta de fúria.

Eleanor estava preparada para o ataque. Ela se moveu com agilidade surpreendente, desviando-se da faca de Caroline e, em um movimento preciso, desarmou a condessa. Caroline cambaleou para trás, seu olhar alternando entre ódio e choque. Ela não podia acreditar que sua tentativa de ataque havia falhado tão miseravelmente.

Eleanor estava agora diante de Caroline, sua expressão fria e implacável. Ela ergueu um dedo para os lábios, silenciando qualquer palavra que Caroline pudesse tentar dizer. Então, Eleanor sorriu de maneira sinistra, um sorriso que não tinha nada de humano.

Caroline sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Seus olhos se arregalaram quando ela percebeu que algo estava terrivelmente errado. Uma presença sombria começou a se formar ao redor de Eleanor, uma aura negra e ameaçadora que a condessa nunca havia sentido antes.

Eleanor estendeu a mão em direção a Caroline, e a aura negra se intensificou. Um grito de horror escapou dos lábios de Caroline quando ela viu uma figura grotesca e demoníaca surgir das sombras atrás de Eleanor. O demônio que Eleanor havia pactuado estava ali, uma visão horripilante de tentáculos e olhos ardentes.

O medo paralisou Caroline enquanto ela encarava o demônio. Ela se deu conta de que havia subestimado completamente Eleanor e os poderes sombrios que ela possuía. O demônio não parecia ter qualquer intenção de poupar a vida de Caroline, e ela sabia que estava prestes a enfrentar um destino terrível.

Eleanor olhou para Caroline com um olhar frio e calculista. Ela estava no controle, e Caroline estava completamente à mercê das forças sombrias que Eleanor havia invocado. O demônio se aproximou de Caroline, e seus olhos ardentes pareciam penetrar sua alma.

Caroline tremia de terror enquanto o demônio se aproximava cada vez mais. Ela viu o brilho cruel nos olhos de Eleanor, a satisfação sombria em sua expressão. Ela percebeu que Eleanor não estava apenas matando-a, ela estava entregando-a ao próprio demônio que a condessa havia pactuado.

Com um último olhar de horror, Caroline soltou um grito agonizante quando o demônio a envolveu com seus tentáculos, absorvendo sua essência com uma voracidade aterradora. Seus gritos foram abafados pela escuridão que a engoliu, deixando para trás apenas um silêncio sinistro.

Eleanor observou a cena com um misto de satisfação e indiferença. Ela sabia que havia vencido essa batalha, que havia protegido seu segredo e sua conexão com o demônio. Mas mesmo com a vitória, um sentimento sombrio a consumiu. Ela sabia que estava mais envolvida com forças obscuras do que nunca, e que o preço que estava pagando era mais alto do que jamais imaginara.

Eleanor retornou à sua mansão em meio à escuridão da noite. A aura de satisfação a envolvia, e ela sabia que havia se livrado de uma ameaça que poderia ter arruinado todos os seus planos meticulosamente arquitetados. A morte de Caroline era uma garantia de que sua verdadeira natureza e segredos sombrios permaneceriam ocultos.

No interior da mansão, a luz tremeluzia nas paredes enquanto Eleanor se dirigia à sua sala de estar. Ela alcançou uma garrafa de bebida alcoólica, arrancou a rolha e a levou diretamente à boca, bebendo com uma sede que parecia insaciável. O líquido queimava sua garganta enquanto ela engolia, um sabor amargo e reconfortante que combinava perfeitamente com a sensação de triunfo que a consumia.

Eleanor largou a garrafa, deixando-a cair sobre a mesa com um estrondo abafado. Ela se recostou em uma poltrona, olhando para o vazio à sua frente, seu rosto iluminado pela luz fraca das velas. Seus olhos brilhavam com uma mistura de prazer e frieza, uma expressão que refletia a dualidade de sua existência.

Enquanto a bebida corria por suas veias, Eleanor sentiu uma onda de êxtase percorrer seu corpo. A sensação de poder e controle a intoxicava, e ela saboreava cada momento da noite. A imagem de Caroline sendo arrastada para as profundezas sombrias do inferno a assombrava, mas ao invés de culpa, apenas uma sensação de triunfo a preenchia.

Eleanor se permitiu sorrir, um sorriso que carregava o peso de inúmeras manipulações e segredos. Ela sabia que estava dançando na beira de um abismo, que suas ações a haviam levado a um caminho sombrio e perigoso. Mas ela estava disposta a pagar qualquer preço para manter sua beleza eterna e seu domínio sobre os outros.

Enquanto a noite avançava, Eleanor permaneceu sentada na penumbra, contemplando as sombras que dançavam ao seu redor. Seu coração estava cheio de triunfo, mas também de uma inquietude que ela não conseguia ignorar. O preço que ela estava pagando por seu poder estava se tornando cada vez mais claro, e o peso de suas ações estava começando a pesar sobre ela de maneira inesperada.

Mas Eleanor afastou esses pensamentos, afogando-os no álcool que fluía em seu copo. Ela estava determinada a continuar seguindo seu caminho, a enfrentar as consequências de suas escolhas sem hesitar. Afinal, ela era Eleanor Davenport, a mulher que havia feito um pacto com o demônio para alcançar a beleza eterna. E ela estava disposta a enfrentar qualquer coisa para manter esse poder em suas mãos, mesmo que isso significasse sacrificar sua humanidade no processo.