P.O.V Carly

Porque essa luz tão forte se faz presente? Será se realmente morri? Aqui é o céu? Por isso está tão claro?

Sinceramente não posso responder a essas perguntas, apenas sei que não consigo me mexer, nem falar o que quero, é como se eu estivesse assistindo o filme da minha própria vida só que na visão de outra pessoa, pois todos os sentimentos que eu devia sentir estavam aqui, mas não sabia de onde vieram.

Aos poucos minha visão normaliza, tenho a confirmação que não estou no céu e muito menos no inferno, estou em um quarto e minhas pernas está entrelaçada com a de um homem que não consigo ver o rosto. A luz branca que afligia meus olhos vinha lá de fora e invadia esse quarto com esplendor. Mas algo em meu peito dizia que isso era normal, como se eu fizera isso desde muito tempo atrás.

- Bom dia meu amor!

A voz vinha do cara que estava ao meu lado, minha cabeça olha para cima e consigo sentir o sorriso se formar, o tal cara tinha a mesma face de Tate, até mesmo aquele seu traço tão característico se fazia presente nele, porém seu cabelo não era loiro e sim de um tom castanho escuro, ele ficava lindo assim.

- Bom dia pra você também!

A voz saia de mim aos poucos e ligeiramente me acostumo a ser apenas uma observadora e me conformo que não tenho controle de nada.

Minha visão roda por todo quarto e vejo um vestido em cima de uma cadeira feita de madeira, as calças do tal rapaz estavam amassadas no chão próximo a cama. Ele se mexe - ainda deitado na cama - e pega um cigarro que estava na mesa de cabeceira. Escuto o estralar do isqueiro e em seguida vejo a fumaça.

- O que a senhorita vai querer pro café da amanhã? - ele sorria enquanto o cigarro ainda estava em sua boca.

- Acho que ovos com bacon!

Ele olha para mim com os olhos brilhando, não consigo entender o porque dele está tão feliz com a minha presença, mas uma voz sussurrava baixinho no meu interior dizendo que era amor.

Sinceramente gosto disso, pois esse sentimento era o mais perto da minha familiaridade, pois já senti isso uma vez, com Tate ao meu lado.

- Ovos com bacon? - disse ele, balançando a cabeça sorrindo, o cigarro já tinha sido jogado no cinzeiro

- Ovos com bacon! - repeti também sorrindo

Seus lábios se tocam nos meus brevemente e consigo sentir a intensidade de sua ação, um arrepio percorre todo meu corpo com apenas um beijo.

Sim essa mulher o ama, eu consigo sentir.

Ele se levanta da cama e vejo que ele está nu. Minha primeira reação e levantar o lençol e tampar meus olhos, porém meus braços não me obedeciam e a comandante de verdade parecia ter se acostumado com aquilo.

O rapaz veste uma cueca que estava ao lado da calça, pega a frigideira e começa a quebrar os ovos. Eu me levanto com o lençol enrolado por toda a extensão do meu corpo e vou em direção à janela. Estávamos no andar muito alto, consigo ver toda a cidade dali de cima, eu estou em Nova York, mas não nos tempo atuais.

Vejo as estruturas dos prédios e como os tijolos estavam a mostra, escuto as buzinas dos carros, ouço as reclamações das pessoas lá em baixo, noto a roupas que vestiam e o formato dos carros, eu estava em outro tempo. Talvez em 1800, ou 1900, não sei, só sei apenas que é tudo muito lindo.

Solto o lençol e pego meu vestido que está na cadeira, ele é colado na cintura e solto nas pernas, é bem rodado com estampas floridas. Tento arrumar meus cabelos para eles não aparecerem tão bagunçados e acabo conseguindo, deixo eles soltos, pois sinto que ele gosta quando estão soltos.

- O café está pronto!

Viro-me para ele e sorrio.

- Obrigada. Eu amo você!

- Uau se só fazer ovos com bacon eu já ganho um "eu amo você" acho que vou ter que cozinhar todos os dias - fala sorrindo - Não há de quer, isso não é incômodo para mim, adoro cozinhar.

Acho que ele não entendeu que o meu obrigada não foi pelo café da manhã e sim pela maravilhosa noite de ontem.

- Não só por isso que lhe agradeço.

- Então porque?

Sorrio envergonhada e olho para a ponta dos meus pés.

- Vai parecer bobo!

- Não vai, vamos me conte! - ele sorrir pra mim e sinto que parei de respirar.

- Acho que... Esse obrigado... - "Meus Deus eu preciso fazer isso" levanto a cabeça e olho nos seus olhos - Foi por você ter me dado aquela poesia quando me conheceu e que fez com que a partir dali eu ter vivido algo completamente novo, ter conseguido ver que ainda existe coisas boas nesse mundo. Você me salvou do meu isolamento depois que fui morar com minha vó. Obrigada por ter feito isso por mim. - uma lágrima escapa pelos meus olhos.

Vejo o andando até mim, fixando seus olhos nos meus e nem sei mais o que eu estava dizendo, amo e odeio esse efeito que ele tem sobre mim. Sinto seus dedos limpando minhas lagrimas e isso me acalma, simplesmente amo ele.

- O que eu não faço por você, meu amor?

- Você não me pede em casamento. - sorrio.

Ele sorri de canto de rosto abaixando a cabeça e logo em seguida o levanta, seus olhos invadem os meus.

- Não seja por isso.

O mesmo caminha até sua calça que está no chão e remexe nos bolsos, meu coração começa a bater violentamente contra meu peito, é uma sensação sufocante. Ele está de costas para mim e não sei o que esperar.

O rapaz se vira finalmente mas as mãos estão voltados paras as costas.

- O que você está escondendo de mim? - sorrio

Ele retribui meu sorriso e começa a se ajoelhar, meu coração parece que vai saltar pela boca.

- Senhorita Violet - o rapaz segura minha mão e a beija - você quer passar o resto da vida aquentando um cara que faz poesias ruins, que gastou boa parte das suas economias com esse anel e que a única coisas que tens para lhe oferecer é seu coração e todas as suas poesias sobre amor, e tens a promessa que lhe fará sorrir todos os dias e nunca lhe fará sofrer, pois eu não me perdoaria a vê-la chorar por minha causa.

Lagrimas começam a brotar dos meus olhos, ele continua a falar.

- Violet, você quer casar comigo?

Ainda me pergunto como ele ainda tem dúvidas sobre isso. Ele não consegue entender que não me importa suas economias e muito menos esse anel, apenas quero passar o resto da minha vida ao lado dele.

- Por tudo que é mais sagrado, é óbvio que sim, sempre será sim para você Kit!

Eu não sei como eu sabia o nome dele, mas não me importei estava muito entregue ao momento.

Pouso minhas mãos sobre suas bochechas e o beijo, Kit se levanta passando os braços ao redor do meu corpo fazendo-me girar, é tão bom está em seus braços, poder sentir segurança e ao mesmo tempo a incerteza do futuro, é um misto de sentimentos únicos.

Ele me coloca no chão e encaixa o anel em meu dedo com o sorriso em seu semblante. Encaro o anel em meu dedo e vejo que é bem simples no geral, mas com um pequeno diamante no centro, com algum detalhes nas partes douradas, tinha algo escrito no fino traço, forço um pouco à vista e finalmente consigo ler "pra sempre minha".

Beijo seus lábios novamente afim de me perder neles, não sei qual vai ser a reação da minha vó, espero que aceite bem, porém algo no meu peito está indicando que vai acontecer algo ruim, mas não sei o que é e temo pelo o que acontecerá mais tarde.

P.O.V Tate

O cara está vindo na minha direção, ele é careca, vejo o quanto ele é grande e ameaçador, mas não temo por isso, pois sei que agora tenho força o suficiente para derruba-lo, está trazendo consigo uma faca, chego perto o bastante e abaixo quando vejo a faca vindo rápido em minha direção, formo um punho e levanto-me socando seu queixo fazendo saltar para longe. Ele cai no chão inconsciente, vejo sangue na ponta dos meus punhos.

Abigail e o segundo cara estão apenas no observando, se divertindo com o show, "agora vou entreter-los de verdade", sorrio de canto.

Corro bem rápido e seguro-o pela cabeça antes dele se levantar, aperto seus olhos com toda minha força e logo em seguida escuto seu grito de dor. Eu tinha total controle sobre a vida desse pobre rapaz, isso ajuda a preencher o vazio em meu peito, " Uma vida pela outra" penso, eles roubaram Carly, agora eles sentiram na pele a dor que me causaram. Os olhos do cara começam à afundar sobre meus dedos e sinto o sangue, escorrer por todo seu rosto e pela palma da minha mão, é quente e pegajoso.

Um sorriso sádico se faz presente em meu rosto, estou adorando saber o quão forte eu sou, o quanto de poder está quardado dentro de mim. Esse poder estava se tornando algo maior do que eu mesmo.

"Veja o que possamos fazer juntos, agora somos indestrutíveis"

"Sou indestrutível" o cara para de gritar e sei que sua vida se foi, olho para Abigail, consigo ver seu olhar perplexo, ela não faz ideia de como quero matá-la, de como quero sentir a sua vida se esvaindo sobre minhas mãos.

O segundo cara, que está com a cara inchada começou a vim na minha direção, ele recita palavras com a boca tentando lançar-me um feitiço. Mal sabe ele, que não podem me controlar, tentar usar feitiço em mim é inútil, Eu sou um demônio, estou além da magia ou da morte.

Ele parece assustado ao perceber que não está funcionando e logo se prepara para a briga. Vejo um punho em minha direção e esquivo-me, seguro seu ombro, em seguida dou um mortal por cima dele, no final estou segurando sua cabeça em meus braços. Eu tinha total controle sobre sua vida, o cara grita implorando para parar, pedi ajuda para Abigail, porém ela não faz nada.

Ainda com um sorriso no rosto, quebro seu pescoço e sinto seu corpo amolecer. Encaro Abigail, que está na beirada mantendo o máximo de distância entre nós, e no piscar de olhos ela não está mais lá, olho ao redor e vejo que ela aparatou ao lado do corpo de Carly, sinto uma sensação de fervor em meu peito.

- Não chegue perto dela! - grito com toda raiva.

Começo a correr tão rápido que nem consigo ver as coisas ao meu redor, chego a tempo de segurar a Abigail e aparatarmos para a sala, o corpo da  Carly está encima do carpete e Abigail está com seu pescoço entre minhas mãos. Agora eu posso matá-la!

***

Gentee, sei que devem está confusos sobre o que está acontecendo com a Carly, mas no próximo capítulo haverá explicações!!! Por favor não desistam de mim 😁💙

Se tiverem gostado do capítulo, deixem um voto 🌟 é um comentário 💬❤️ gosto de saber o que vocês estão achando, um beijo meus amores e até o próximo capítulo!!🌙💕