Capítulo 12
O despertador do meu celular tocou. Percebo, no instante que abro os olhos, que o dia está frio e com aspecto calmo e nostálgico. A vontade de não sair da cama é grande, não estava afim de enfrentar os problemas que o mundo me reservava. Eu sabia que evitá-los não ia fazer eles desaparecerem, apenas demoraria mais para eles me alcançarem. Não sabia definir se isso era bom ou ruim.
Com muita força de vontade me levanto preguiçosamente, desligo o despertador que ainda tocava impaciente e me levanto indo ao banheiro para fazer minha higiene pessoal, o chuveiro é elétrico, então a água está quentinha, trazendo uma sensação gostosa ao meu corpo e a minha mente.
Escolho uma blusinha grossa de mangas compridas, um short, com uma sapatilha sem muito detalhes. Depois de alguns segundos de busca, encontro, na sacolas de compras, algumas maquiagens e acabo passando somente o corretivo e batom.
Não sei porque decidi me arrumar, poderia ir de qualquer jeito. Não estou a fim de causar boa impressão para essas pessoas, mas sinceramente acho que meu alto ego e minha vaidade não permitiriam que eu saísse do jeito que eu estava. Ouço passos no corredor, dando-me sinal que agora é hora do café da manhã. Corro para o corredor e desço as escadas acompanhado Tiny.
Na mesa de café tudo ocorria bem, o cheiro inebriante de café quentinho era delicioso e nostálgico, aquele ambiente parecia agradável ou melhor, convidativo, diferente do clima que estava fora da casa, hoje amanheceu chovendo, deixando a casa com o clima de inverno, sendo que estamos no verão.
Esta manhã descobri que o nome da garota emo-gótica era Laurel, ela era simpática, meio calada, sempre na sua, mas era gentil quando decidia dá o ar da sua graça. Eu estou sentada ao lado dela e de Tinny, elas conversavam entre si, mas faziam de tudo para eu fazer parte da conversa, porém não estava muito afim, não queria socializar, acredito que perdi essa pratica que aperfeiçoei tão bem ao longo do anos.
Notei que a garota ruiva que me ameaçou ontem à noite, não parava de mim encarar, ergui uma sobrancelha quando nossos olhos se encontraram e ela rapidamente os desviou, observei que ao seu lado havia um lugar vazio.
Escuto passos vindo da escada e Tate chega, dá um bom dia e se senta ao lado da garota, sua ex-namorada.
Dessa vez sem pijamas, ele usava um cardigã simples, uma blusa preta por dentro e calças da mesma cor, ele fazia o estilo hispter com um ar social e juvenil, ficava bem nele, algo que com certeza não ficaria bem no Miles, já que ele faz o estilo mauricinho. Ainda bem que isso ficou no passado.
Durante todo o café da manhã, uma vez ou outra lançava um olhar furtivo para Tate e ele retribuía, sempre dando um sorriso no canto do rosto, seus olhos nem pareciam enxergar a garota ao seu lado e isso a deixava tão frustada. Os olhos dela me fuzilavam em todo momento.
Passo manteiga na minha torrada e encho minha xícara com leite e café. Tomo um gole e o ponho sobre a mesa, de imediato noto que há bolhas no café, como se estivesse fervendo. Então sem explicação alguma, a xícara que está é minhas mãos explodiu em milhões de pedacinhos.
Todos se assustaram e olharam perplexos na minha direção tentando decifrar, assim como eu, o que havia acontecido aqui. O café queimava a minha pele, mas não a ponto de deixar marca, entretanto todo o meu corpo estava molhado de café e havia uma enorme mancha amarronzado na minha camisa. Tinha a absoluta certeza que foi magia.
Noto que a garota ruiva mostrava seus dentes perfeitos para mim rindo alto de toda a situação, debochando descaradamente de mim. Essa humilhação me deixou tão furiosa, estava nítido que foi ela que fez isso comigo, tinha total certeza disso.
Encaro a ex-namorada de Tate com todo meu ódio até senti a magia dentro de mim, crescendo e ficando intensa, ardendo como ácido em meu estômago.
De imediato, seu corpo é jogado com toda a força contra a parede atras de si, como eu havia planejado na minha cabeça. Ela tentou se soltar, jogando o peso do corpo para a frente, como se tentasse se livrar de uma corda invisível que a enrolou com força, mas era inútil. Eu estava utilizando bastante força para sustentar o feitiço.
Me levantei da cadeira apressadamente e estiquei meu braço em sua direção como se a estivesse enforcando-a.
Ela estava sem ar, pude ver as suas veias saltaram pela falta de oxigênio circulando no seu organismo, em alguns minutos seus órgão começariam a falhar e sua pele ficaria pálida e completamente sem vida. "Era tão fácil mata-la, seria mais fácil que quebrar um graveto." Pensei, lançando-lhe um sorriso sádico.
- Pare já com isso!- ordenou Abigail se levantando de sua cadeira.
Sua voz me fez perder o raciocínio e todos os pensamentos de alguns segundos atrás desapareceram. Agora podia ver claramente a consequência dos meus atos. A garota ruiva que eu estava sufocando está no chão tossindo pela volta repentina de oxigênio.
Todos me encaravam de uma maneira perplexa, nem eu sabia o que eu estava fazendo, aqueles pensamentos surgiram em minha cabeça do nada. O ar que antes parecia agradável estava repugnante, sentia-me como se as paredes estivessem se fechando para mim, estava perdendo todo o ar.
Corri envergonhada para o meu quarto, subi as escadas depressa, mas - quando estou prestes a entrar - Tate me puxa e me imprensa contra a parede, então me debato.
- Me largue, seu babaca - a raiva reina em mim nesse momento. - Me largue agora. - percebo que atitude agressiva não ia funcionar - Por favor!
- Assim é melhor - brinca ele - Abigail mandou eu vim atrás de você, ela queria saber se você está bem.
- O que você acha?!! - falo alto
Ele se afasta um pouco de mim, porém seu rosto ainda permanecia perto, conseguia sentir sua respiração ofegante.
- Assim está melhor.
- Ótimo - disse ele olhando em meus olhos - Eu sabia que eu tinha um efeito e tanto nas mulheres, mas essa atitude de ciúmes foi espetacular.
Tate estava zombando da minha cara, só que permaneci séria, cortando o clima dele, não estou para brincadeiras, não mais.
- Eu perdi meus pais, meu mundo virou de cabeça para baixo e você acha que estou com ciúmes de você?! Faça-me o favor, você não é tudo isso.
- Calma aí, só estava brincando
- Estou sem tempo para isso, se não percebeu.
Ficou um silêncio por um tempo, eu havia despachado toda a raiva em cima dele, pude sentir meu corpo finalmente voltando a normal, o coração já não batia freneticamente como antes.
- Tenho que me lavar novamente e ir para a aula, que por sinal não sei aonde fica - confessei.
- Não seja por isso, as aulas são no andar de baixo no mesmo corredor do escritório da Abigail, as primeiras aulas, são aulas normais, biologia, matemática, essas coisas de gente mundana, já a última aula as da 17:55, é a aula de magia, onde a gente aprende a ultilizar, a controla-la, que por sinal, você precisa muito - disse ironicamente. - Nunca vi uma pessoa tão forte como você, dava para sentir de longe seu poder
Ele parecia não está zangado comigo pôr-tê-lo tratado tão mal
- Obrigada Tate! - disse cerrando os dentes.
- Como? Não ouvi? - provocou-me ele, pondo a mão na orelha para demonstrar que queria ouvir melhor - Pode repetir por favor?!
- Obrigada - disse com uma raiva começando a voltar e forçando um sorriso para que assim ele me deixasse em paz.
- Te vejo na sala.
Observei-o andar até o final do corredor e parar, seus olhos vieram até mim, ele deu uma piscadela breve e sorriu de um jeito que não consegui deduzir. Desceu as escadas logo em seguida.
Entrei no meu quarto rápido, peguei qualquer roupa na sacola de compras e fui banhar novamente. Terminando tudo, corri para sala de aula - que na verdade era um quarto transformado em sala de aula - chegando lá percebi que o dia seria longo.
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