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10 - Por Trás Das Máscaras (D)

  Donovan Batchelor   

Fui acordado por vozes. Muitas vozes. E não, não se tratava de algum tipo de lance paranormal. Eram os Apagões. Vários deles.
    Ninguém estava na construção abandonada comigo, o que significava que a reunião do lado de fora era realmente importante.
    Meus hematomas permaneciam visíveis, porém a dor cessara em consequência das ervas e chás preparados pela sra. Pye. Extremamente engraçada a vida sem cápsulas antibióticas. 
   Minha mãe costumava dizer que "remédios da terra" eram uma morte parcelada.
   Mas ficar de pé já não me exigia tanto esforço, por isso caminhei até uma das janelas quebradas e tentei ouvir o que se passava.
    Quando se tem tão pouco entretenimento na vida, a curiosidade deixa de ser um mal e se torna um dom.
    Um Apagão desconhecido falava algo sobre uma "barreira", me esforçava para ouvir melhor no momento em que notei um vulto pela visão periférica.
    Deixei escapar um impropério involuntariamente.
       - Abaixa, abaixa! - Alguém bradou.
    Sem entender o que estava acontecendo, me abaixei.
     Ainda não totalmente recuperado do susto, procurei pelo infeliz...
     - Minha nossa, Blayde! Mas que inferno!
     Eram raras as vezes em que eu esbravejava algo, mas santo R2-D2! Meu coração estava a um passo de sair língua a fora.
     Ele colocou o dedo indicador entre os lábios pedindo silêncio, ainda oculto pelas sombras.
      - Shiii. Quero o mesmo que você. Ouvir o que estão dizendo. - Explicou se sentando no chão ao meu lado. - Não me deixaram participar da reunião. Aparentemente você precisava de uma babá e eles não precisavam de mim... - Bufou. - Nunca fui uma boa babá, Batchelor.
      Nem um bom recruta...
      Mas com certeza era um bom fofoqueiro.
     - Percebi. Fiquei a um suspiro de ter um infarto. - Ralhei aos sussurros.
     Ele riu como quem se desculpava.
     - Mas felizmente está bem. Agora levante-se devagar e ouça o que dizem. - O encarei com as sobrancelhas levantadas. - Ah, pelo amor... Não vai querer fingir bom senso agora. Você também está se roendo de curiosidade. Faça isso, Batchelor. Faça!
    Ele tinha razão. Eu queria saber o que se passava. Me levantei, deixando metade do rosto oculto nas sombras.
    Blayde não era muito esperto, se fosse algo que eu não deveria ouvir, e eu suspeito que não deveria, ele estava sendo estupidamente descuidado em sua tarefa como guardião (eu me recusaria até a morte de me referir a ele como minha babá).
     - O que todos eles estão fazendo aqui? - Questionei em baixo tom.
     - Chegaram à meia hora. Tem algo errado. - Respondeu às pressas. - O que estão falando?
    Me concentrei um pouco mais.
     - Estão falando que alguém fechou alguma coisa... - Apertei os olhos como se isso clareasse minha audição.
     - Quem fechou o quê, Batchelor? Mas que diabos!
     - A entrada... A entrada de Dawn Village. Ninguém entra e ninguém sai. - Me virei para Blayde com a testa franzida. - Eles sabiam que nós íamos atravessar.
   Seus olhos caíram sobre meu Essencial. Antes que eu pudesse dizer que não tinha nada a ver com aquilo, ele perguntou :
     - E então? Qual o novo plano?
    Levantei a palma pedindo para que esperasse. Ainda não tinha chegado nessa parte da conversa.
    Agora alguém falava a respeito de um outro cami...
     - Mas era só o que faltava! - Dessa vez eu e Blayde nos assustamos, mas sem palavrões.
    Com a sagacidade de um felino, Thalia passou pela porta.
     - Eu sabia que deixar você e o Oompa-Loompa juntos não era uma boa ideia. - Disse lançando a Blayde um olhar zangado, ele retribuiu com outro, provavelmente não aprovando o apelido designado a ele
     - Como vamos atravessar a cidade? - Indaguei ignorando sua falsa frustração.
     - Bem... - Começou lentamente e então olhou para Blayde, o sorriso aumentando gradativamente. - Você vai saber... Na hora certa.
     Quando Blayde proferiu uma imprecação Thalia caiu na gargalhada. A habilidade daquela mulher em ser implicante estava começando a me surpreender.
     - Aaah, Blayde... A curiosidade matou o gato. - Fez um biquinho. - Essa é só uma pequena interferência. - Avisou olhando pra mim dessa vez. - Não mudamos o plano.
    Eu ainda não tinha decidido se gostava ou não de Thalia. Ao mesmo tempo em que ela parecia disposta a ajudar, podia te apunhalar pelas costas em um piscar de olhos. Provavelmente o sarcasmo distorcia suas intenções.
     - Não tem motivo para desconfiar de mim, Donovan. - Falou como se tivesse lido minha mente. - E não sou telepata.
     Assenti devagar ainda duvidando um pouco de ambas as questões. Não tinha motivos para confiar em ninguém ali.
     Iron parou no batente esperando que notassemos sua presença.
      - Vamos partir agora. - Anunciou altivo.
   Olhei para Thalia a tempo de ver a surpresa perpassar seu rosto.
     - Qual é, Iron! Eu tive três horas de sono! - Reclamou.
     Ele não se abalou em nada.
     - Se quiser ficar e dormir, Thalia, é uma escolha sua, partiremos com ou sem você. - Sua voz era firme.
     A mulher passou resmungando palavras inetelegiveis.
    Thalia apresentava ser a única pessoa naquele lugar capaz de ao menos mostrar contrariedade diante de Iron.
    - Ei! se apressem! Não quero perder tempo. - E com isso se retirou do cômodo.

     Poucos minutos mais tarde, enquanto esperava que todos se aprontassem, avistei Breanne ao lado das tochas calçando as botas de cano longo marrons.
     Ela parou no meio do movimento e então retirou o pé do calçado batendo-o no chão umas quatro vezes. Algum bicho deve ter saído ali de dentro pois em seguida ela puxou um canivete da cintura e fincou com força no que quer que estivesse no chão.
   Logo Walter se sentou ao seu lado no tronco de madeira fazendo um comentário que não a deixou muito feliz a julgar pela micro expressão de nojo.
    Talvez eu devesse parar de observar. Isso estava começando a parecer um pouco mórbido.
    - Precisa trocar essas roupas. - Kurt se aproximou sem que eu percebesse. - E tomar um banho. - Franziu o nariz em total reprovação. Como se eu tivesse culpa por estar fedendo!
   Mas provavelmente deixei transparecer um pequeno entusiasmo. Um banho era algo que eu almejava a dias. Só havia um pequeno problema... Nunca em minha vida tinha entrado em um rio e por algum motivo a ideia de finalmente sentir toda aquela água em volta de mim, me deixava estranhamente assustado. Bem, essa devia ser a menor das minhas preocupações naquele momento
        

    Vou dizer uma coisa : é fria.
    A água do riacho era quase congelada, principalmente àquela hora. Precisei tomar fôlego algumas vezes para finalmente conseguir afundar completamente.
    Devia ser a primeira vez nos últimos dias que eu fizera algo com cautela. Coloquei os dedos na superfície, o que desencadeou um leve choque por toda a extensão da minha perna e fez com que eu os retirasse rapidamente, em seguida experimentei mergulhar os pés, e minha nossa! Era tão frio que meus batimentos aumentaram fervorosamente.
    Fui entrando aos poucos, tentando me acostumar com a baixa temperatura até que estivesse coberto até a cintura.
    Enquanto a água gélida entorpecia meus ossos me peguei pensando como havia ido parar ali. Sendo sincero, se eu tivesse tido mais duas horas para pensar, não teria saído do departamento...
    Afinal, eu não era uma pessoa movida a atitudes impulsivas, costumava sempre medir riscos e consequências mas no fundo sabia que pensar demais me privava de tentativas. E é disso que a vida era feita. Tentativas, erros e acertos provinham da arte de fazer algo. De tentar algo. De arriscar.
     Por mais bobo que parecesse e mesmo que ninguém aparentasse entender o porquê, - em nome de tudo o que é mais sagrado - eu havia me envolvido de cara naquela história, eu sentia que estava fazendo o que tinha que ser feito, apesar de no momento não estar fazendo nada...

                              ***
   
    Não sabia para onde estávamos indo mas tinha total consciência dos olhares estranhos das pessoas em minha direção.
       - Querem matá-lo. Não olhe para eles. - Thalia sussurrou enquanto caminhávamos em direção a sabe se lá onde.
       - O que fiz pra eles?
       - Não é o que você fez. É o que você é. - Franzi a testa. - Um iluminado! Minha nossa, para alguém do lado de lá, imaginei que tivesse um cérebro mais evoluído. - Simplesmente ignorei seu comentário.
     Breanne e Walter estavam logo a frente, havia uma tensão entre os dois impossível de ser ignorada.
    Ela despertava minha curiosidade de alguma forma e eu não sabia explicar o motivo. Não podia dizer que conhecia ninguém ali, mas de longe Bree era a que mais me intrigava. Acredito que ela tentava parecer mais forte do que de fato era.
    Diferente de Thalia que misturava aspereza e senso de humor sarcástico, a garota tempestade demonstrava tanta emoção quanto um pedaço de madeira.
    No entanto eu já a flagrara rindo algumas vezes, como no dia em que os Pye vieram até o acampamento...
    Lembro que Trevor e Kurt tentavam me manter de pé e por um momento olhei além da janela quebrada e imunda da casa abandonada, Breanne observava as colinas, os cabelos soltos ondulando conforme o vento rugia, tão envolta em pensamentos que parecia ter saído de algum comercial de TV. Ela fechou os olhos como se fizesse uma prece silenciosa, as tochas iluminavam seu rosto a fazendo brilhar como um anjo da morte.
    A irmã de Walter Pye chegara até ela, lhe dando um abraço afetuoso que Breanne retribuira com a mesma intensidade. A jovem disse algo que a fez rir, uma risada leve, acentuando uma covinha, até então desconhecida.  Uma pequena fisgada no peito me despertou ainda mais curiosidade, e como se sentisse meu olhar sobre ela, Breanne fitou a janela por onde eu a observava aderindo novamente a fachada que criara para se proteger do mundo.
   
   
    
 

   

      
     

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