Era uma noite de Halloween diferente de qualquer outra. Na pequena cidade de Black Hollow, o ar estava impregnado de mistério e as sombras pareciam dançar à luz das lanternas de abóbora espalhadas pelas ruas. Crianças fantasiadas corriam de porta em porta, rindo e gritando "doces ou travessuras", enquanto adultos se reuniam em festas temáticas ou assistiam a filmes de terror em casa. Mas nem todos estavam entregues às festividades.

Na Biblioteca Municipal, um grupo de seis moradores se reuniu em segredo. Eles se autodenominavam "Os Vigilantes da Meia-Noite" e acreditavam que algo muito mais sombrio acontecia em Black Hollow durante o Halloween. Liderados por Eleanor, uma professora de história cética, mas curiosa, o grupo incluía o jornalista investigativo Sam, a jovem hacker Mia, o ex-policial Jack, a médica forense Clara e o excéntrico bibliotecário Harold.

— Vocês sabem que isso não é apenas uma superstição — disse Harold, enquanto desenrolava um mapa antigo da cidade sobre a mesa. — A cada 31 de outubro, desaparecimentos inexplicáveis acontecem em Black Hollow. E não são apenas pessoas. Objetos, documentos, até mesmo animais somem sem deixar rastro.

— E o que exatamente você sugere? — perguntou Jack, cruzando os braços. — Que estamos lidando com fantasmas?

— Não fantasmas, mas algo igualmente sinistro — respondeu Harold. — Este mapa mostra que os desaparecimentos sempre acontecem em locais que formam um péntagramo perfeito. Isso não é coincidência.

Eleanor, que inicialmente tinha suas dúvidas, pegou o mapa e o comparou com os registros históricos da cidade. — Se isso for verdade, significa que essas localizações têm alguma conexão. Talvez algo enterrado ou escondido.

Enquanto discutiam, Mia interrompeu.

— Eu hackeei os arquivos do governo local. Encontrei menções a uma sociedade secreta chamada “A Ordem do Véu”. Eles parecem estar ligados aos fundadores da cidade.

— O que mais você descobriu? — perguntou Sam, já anotando freneticamente em seu caderno.

— Nada muito claro. Apenas menções fragmentadas sobre rituais e um artefato chamado “Coração das Trevas”. Parece que ele é a chave para algo, mas os detalhes foram apagados.

Decididos a investigar, os seis partiram para os cinco pontos marcados no mapa. Cada local era um lugar significativo: a velha igreja abandonada, o cemitério no alto da colina, o bosque assombrado, a ponte coberta de lendas e o próprio centro da cidade, onde agora havia uma grande festa de Halloween.

Nos quatro primeiros pontos, eles encontraram pistas: manuscritos antigos, esculturas enigmáticas e mensagens cifradas que pareciam direcioná-los para o centro da cidade. Todas indicavam que a última peça do quebra-cabeça estava escondida bem debaixo da praça principal, onde os moradores dançavam e se divertiam sem suspeitar de nada.

— Se estivermos certos, a Ordem do Véu pode estar planejando algo terrível esta noite — disse Clara, com um brilho de determinação nos olhos.

Eles se dividiram para investigar a área sem chamar atenção. Mia conseguiu desativar as câmeras de segurança, enquanto Sam e Jack distraíram a multidão. Harold e Eleanor encontraram uma entrada secreta embaixo do palco principal, levando a um túnel subterrâneo.

Lá embaixo, o grupo descobriu um altar antigo rodeado de velas acesas e símbolos estranhos. No centro do altar estava o “Coração das Trevas”, uma pedra negra que pulsava como se tivesse vida própria. Mas eles não estavam sozinhos.

— Vocês não deveriam estar aqui — disse uma voz grave. Era o prefeito da cidade, acompanhado por outros membros influentes de Black Hollow. — Agora que sabem demais, não podem mais sair.

Uma batalha tensa se seguiu. Jack, usando sua experiência como policial, conseguiu desarmar um dos homens. Mia sobrecarregou o sistema elétrico, criando um curto-circuito que mergulhou o túnel na escuridão. No caos, Clara agarrou o artefato e, seguindo as instruções das mensagens cifradas, destruiu-o com um golpe firme.

O “Coração das Trevas” se desfez em uma explosão de luz, e os membros da Ordem desapareceram como fumaça ao vento. Quando o grupo finalmente emergiu à superfície, a festa continuava, como se nada tivesse acontecido.

— Ninguém nunca vai acreditar em nós — disse Sam, guardando seu bloco de notas.

— Não importa — respondeu Eleanor. — O importante é que fizemos a diferença.

E assim, enquanto Black Hollow voltava à normalidade, os Vigilantes da Meia-Noite sabiam que aquele Halloween seria lembrado não pelos doces ou travessuras, mas pelo dia em que uma conspiração sombria foi desmascarada e derrotada.

FIM.

Escrito pela Autora Júlia (AutoraLorenzin)