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Fora dos túneis

Saímos pelas ruas quase desertas e entramos em uma casa para finalizar nossa última viagem.
-Eu acho que deveríamos ir de carro - disse Pedro - É arriscado mas é nossa melhor chance.
- Eu não acho que tenhamos outra escolha, não vamos ter pra onde fugir se eles aparecerem, de carro podemos pelo menos correr.
- Eu também acho, mas penso que pelo menos dois carros, um só pode falhar - Diego disse olhando para a rua pela janela.
- Levar combustível também seria bom, eu não sei quanto tempo vamos correr, se chegarmos lá e estiver ocupado vamos ter que correr pra outro lugar - Alex disse indo atrás de garrafas e qualquer coisa que poderia ser usada para armazenar o combustível.
Deixamos as malas separadas, com roupas e alguns pertences. Escolhemos alguns dos carros que estavam na rua, por sorte Nicole entendia alguma coisa de carros e conseguiu escolher os que estavam em melhor estado.
Durante o dia fomos arrumando as coisas dentro do carro. Tentamos levar tudo o que tínhamos. As armas ficariam conosco para usarmos caso precisasse.
E aqui estamos nós agora. Tentando nos dividir da melhor maneira possível.
-Na estrada precisamos de carros com boa tração, uma altura razoável e  estabilidade - Nicole explicou.
- Você entende de carros? - Alex perguntou impressionado.
- Meu pai vende carros, ou vendia até semana passada, então entendo um pouco.
Os carros escolhidos foram um Ford Ecosport Titanium de câmbio com dupla embreagem e seis marchas, de acordo com Nicole o melhor carro para estrada e fácil de vender pela sua atratividade, de acordo com ela o modelo que pegamos era recente, amarelo e sujo de terra, realmente um bom carro para ter na estrada.
Já o outro era um modelo mais clássico de Saveiro Cross 1.6 de direção hidráulica com assistente para partida em subida.
Para quem tinha passado 16 anos sem saber absolutamente nada sobre carros, definir estas características era realmente um avanço, claro que estar a beira de uma estrada tornava fácil encontrar carros grandes e próprios para tal caminho.
-Quem dirige? - perguntei.
- Você com certeza não, não sobrevivemos tanto para um suicídio agora - Pedro disse fazendo todos rirem de mim.
- Muito engraçado, você é o melhor então?
- Não, mas acho que posso fazê-lo, Nicole parece entender bastante também, não sendo você irmãzinha acho que estamos seguros.
- Eu posso ir dirigindo por enquanto, podemos revezar também com quem cansar - Alex disse, então nós nós dividimos.
Eu e Diego fomos com Pedro. Maria, Nicole e Thomas com Alex.
Tentando andar o mais silenciosamente que podemos em uma velocidade estável e controlada conseguimos andar durante uma boa parte da estrada, porém ao entrar em caminhos não tão bem cuidados o contato com pedras e folhas fez com que pequenos barulhos fossem tomando grandes proporções e logo pudemos ver sombras correndo atrás de nós, pela primeira vez tivemos noção de sua velocidade e aceleramos ao máximo.
O tempo se passava muito lentamente à medida que íamos mantendo uma alta velocidade, claro que não tínhamos carros próprios para corridas, mas conseguiríamos uma boa colocação se estivéssemos competindo. O vento que batia em nossos rostos brincava com nossos cabelos e esvoaçava nossas roupas. Vez ou outra era possível ver algumas pedras serem levantadas pela ação do contato entre o pneu e o solo arenoso, que deixava um rastro de fumaça por onde nós passávamos.
Observando a cena de dentro do carro pudemos constatar alguns fatos. Primeiro, todos corriam mas a maioria não nos alcançaria se continuasse no ritmo em que estavam, mas alguns ainda nos dariam trabalho. Segundo, havia de fato algo sólido naquela espécie, talvez não com uma forma definida já que não aparentava a rigidez de um esqueleto ou algo parecido, o que nos dava a chance de poder ser atingido pelos tiros. E por último, a saveiro estava começando a dar sinais que não continuaria funcionando.
Ainda longe o suficiente de qualquer criatura e em estado de atenção emparelhamos nossos carros.
-Estamos com problemas, precisamos achar um lugar pra parar logo - Alex disse.
- Vamos tentar encontrar algo, deve haver alguma casa ou um posto na estrada - Pedro respondeu - Assim que acharem algo avisem.Seguimos por mais alguns minutos até que o carro começa a soltar a fumaça escura. Não sabemos direito o que está acontecendo mas vemos que Nicole começa a sair pela janela do carro se apoiando nas laterais ela tenta se manter equilibrada e gritamos pra ela voltar mas ela diz que irão parar se continuarem assim, e devido a velocidade que tomamos para fazer isso agora eles estão bem mais perto de nós.
- Vamos todos em um carro, assim que acharmos outro a gente se divide novamente - Pedro gritou.
- Não dá, eles estão muito perto - Maria disse - Podemos espantar alguns com as armas mas agora são muitos pra parar.
- Venham então, entrem pela janela - Eu gritei abrindo toda a janela e me colocando para fora para ajudar a apoiar quem fosse vir, Diego ficou na outra janela pronto para atirar.
Não seria uma tarefa fácil ou agradável transpor pessoas de um carro para outro por uma pequena janela a velocidades bem acima do usual, por isso eu e Diego nos colocamos o mais próximo possível para tentar ajudar a pessoa a se manter e entrar com o máximo possível de segurança, porém a distância necessária para não bloquear a entrada tornava isso um tanto quanto perigoso, vendo que estaríamos dando apoio básico a pessoa somente segurando suas mãos, sem poder efetivamente lhe segurar de modo mais firme.
Nicole rapidamente passou para nosso carro jogando Thomas na frente. Logo em seguida Maria foi ajudada por mim e Diego. Pedro teve que contornar o carro e emparelhar do outro lado para que Alex pudesse sair, mas de qualquer modo a velocidade precisou ser reduzida para que ele conseguisse.
Nós disparamos muitas vezes para evitar que chegassem perto do carro, e corremos por mais algum tempo até encontrarmos uma casa para ficar. Assim que entramos às sombras nos observavam de fora, e ficamos em silêncio esperando elas irem embora.
Sem saber como continuar estávamos cansados e decidimos passar o dia para nos recuperar. Porém o tempo acabou se estendendo para dois dias quando Nicole começou a ter dificuldades de andar devido ao corte que tinha adquirido na perna. Já ao despertar do terceiro dia era inevitável ter que tomar alguma providência.
Desde nossa saída da loja Nicole se encontrava machucada devido ao corte, mas agora após todo esse esforço ela parecia mais fraca e encontrava algumas dificuldades para andar. Maria notando este desconforto logo lhe cobrou que se deixasse ser ajudada.
-Nicole, levanta, você tem que tirar essa calça, você ainda está sangrando, precisamos fazer algo - Maria disse visivelmente preocupada.
- Eu estou tomando os antibióticos que pegamos, ainda assim não tem dado um bom resultado - ela responde.
- Então vamos ter que fazer algo - disse Alex.
Nicole retirou a calça expondo sua pele já um tanto sem coloração e escurecida em alguns pontos. Diego levou Thomas para longe e nós tentamos nos aproximar, assim que Alec pegou um pano e tentou limpar um pouco do sangue que havia secado em sua pele ela deu um grito. Grande parte estava infeccionada e ela precisava de mais do que isso, podíamos perceber a dificuldade que ela tinha para andar nos últimos dias, mas não imaginávamos ser tão grave assim. Agora que ela quase não consegue mais andar, precisamos de uma solução.
Maria que era a mais velha e estudava medicina era a única que ainda não havia dado sua opinião, e provavelmente era dela a melhor sugestão que teríamos.
-Vamos Maria, diga logo o que temos que fazer - perguntou Alex ansioso.
- Acho que por enquanto vamos apenas limpar, não podemos ter uma noção real de como está desse jeito, vamos colocar ela no chuveiro e ver como se sai depois disso - Maria disse e eu Alec a carregamos até lá e nós nos entreolhamos.
- Ela realmente está bem? - perguntei.
- Não exatamente, ela está com uma infecção, está se medicando já pelo que vimos, mas não me parece algo que esteja melhorando - ela respondeu.
- Então não seria melhor fazermos outra coisa? - Pedro disse.
- Claro que seria, deveríamos limpar com algum antisséptico, tomar outra espécie de antibióticos, fazer algum tratamento mais moderno, várias coisas seriam bem vindas, mas não temos materiais suficientes e nem um profissional que realmente entenda do assunto para ajudar, eu sou apenas uma estudante - ela respondeu Pedro irônica.
-     Mas você ainda vai ser a que mais pode nos ajudar no momento - ele argumentou.
- Ainda assim não tenho como fazer nada, não temos nada disso aqui, ela vai ter que sobreviver por enquanto do modo que eu já disse - Maria disse se retirando para a cozinha.
Durante aquela noite as instruções de Maria foram seguidas, mas na manhã seguinte, apesar de não sangrar mais, Nicole parecia mais abatida e cansada. Tentamos fazer com que ela tentasse se mover mas o esforço foi em vão, sua fraqueza dava sinais de que ela ainda precisava descansar um pouco mais.
Optamos por mais um dia na casa para que ela pudesse ter seu tempo, Maria tentava lhe monitorar frequentemente, mas as conclusões não mudavam, ela fez alguma troca de medicamento que nós não sabíamos, mas aguardávamos algum resultado.
-Os remédios não fazem efeito?
- Não estavam fazendo, esperamos que isso a ajude, mas seu estado realmente não é muito bom, e ela está avançando rapidamente para mais do que uma infecção.
- Pode explicar melhor? - Diego perguntou voltando depois que deixou Thomas brincando em um quarto.
- Precisamos amputar a perna dela.
- Você está louca se acha que vamos concordar com isso - Pedro respondeu já alterado.
- Ou isso ou ela vai morrer logo se continuar avançando.
- Não há mesmo outra alternativa?
- Não Diego, eu diria se houvesse e ainda estou tentando pensar em algo mas qualquer coisa agora parece tardia demais, não há um medicamento que consiga resolver como está, talvez alguma cirurgia, mas ainda assim precisaria de muito mais do que temos.
- E como faríamos isso então? Você pretende voltar tudo até encontrarmos um hospital para você conseguir fazer isso? - perguntei.
- Não há a necessidade, o hospital em geral teria equipamentos que não nos ajudariam, não temos eletricidade para usar a maior parte, não temos equipamentos, anestésicos, e voltar não é uma opção, podemos esperar e tentar achar alguma ajuda, algum lugar, mas se não conseguirmos a situação irá piorar e vamos ter que fazer isso por nós mesmos - Pedro respondeu.
Por hora vamos apenas esperar que o efeito agora seja positivo, e ver como muda seu estado. Pela manhã talvez já possamos definir melhor a situação.
Já no terceiro dia as expectativas se tornavam menos promissoras, a presença de sombras tinha praticamente se esvaído neste ponto da cidade porém não poderíamos aproveitar este tempo para prosseguir viagem, Nicole andava cada vez menos e parecia poder cair a qualquer dor mais forte. Seu estado era praticamente de repouso e por mais que ela recebesse auxílio sempre não havia melhoras em seu quadro.
    - Tia Nicole você vai ficar bem logo? - Thomas perguntava na sala se aproximando dela.
    - Vou meu querido, isso já vai passar - ela dizia tentando convencê-lo embora ele parecesse estar receoso - Você pode me contar uma história? Vai me ajudar.
    Ele ficou feliz e distraído com o seu pedido e foi rapidamente se colocando em pé pronto para interpretar sua história, ele pulava e cantava, hora fazendo diferentes vozes, hora ficando em silêncio e apenas gesticulando.
Nicole estava bem apegada a ele, mas algo em seu olhar dizia que ela sabia muito bem o que estava se esperando dela, e ela estava se despedindo dele de maneira calma e doce.
Contar para Alex o que estava acontecendo também não foi fácil, nesses dias desde que nos conhecemos eles sempre estiveram juntos, e mais ainda nos três últimos dias,  quando ele esteve sempre ao lado dela a ajudando em praticamente tudo. Assim que Maria deu a entender o que poderia acontecer com Nicole o transtorno em seus olhos foi visível, mas de alguma maneira após se revoltar, discutir e se calar ele acabou aceitando os fatos.
Ele tentou mantê-la bem e ativa durante os dias, e ajudava ela a se acomodar para descansar pela noite. Hoje depois de três dias, ele não só aceitava como também concordava com Maria que algo deveria ser feito, antes que não houvesse saída.
Enquanto ela estava distraída com Thomas ele nos procurou para definirmos nossos próximos passos.
- Deixei ela deitada na sala, o que faremos então? - Alex perguntou.
- Maria encontrou apenas uma opção - Pedro disse sem querer contar ele mesmo.
- E essa opção seria a que estou pensando?
- A perna já está infeccionada, ela provavelmente já perdeu parte de alguns movimentos que não poderiam ser recuperados de maneira alguma e se continuar assim a infecção pode se espalhar, ela pode morrer se deixarmos como está - Maria tentou explicar de maneira razoável.
- Então você está querendo dizer que…- Alex deixa a pergunta morrer no ar, mas já sabemos o que ele quer dizer e Maria confirma com a cabeça.
- Maria disse que não há outra solução - Diego falou.
- E vocês realmente pretendem que ela simplesmente concorde com isso? - Alex perguntou.
- Acho que deveria ser você a falar com ela, ela confia mais em você - eu disse tentando convencê-lo.
- Maria deve saber explicar melhor, eu não poderia nem concordo com isso - ele disse se retirando e voltando para a sala com ela.
Esperamos um pouco e decidimos ir atrás deles. Maria tomou a frente se sentando em uma mesa de centro de frente para os dois.
-Então, o que acontece comigo agora? - Nicole perguntou.
- Precisamos que você compreenda algumas coisas, vou te explicar seu estado - Maria respondeu.
- Sempre que um médico diz isso as notícias não são boas.
- Eu não sou médica, então espero que me ajude, porque eu realmente não tenho todo o conhecimento que você precisaria agora - Maria explicou. Após isso Nicole se sentou com ajuda de Alex para ouvir melhor e Maria continuou.
- Nicole, seu estado de saúde é um pouco complicado, veja bem, você tem uma infecção que deixou de ser tratada por algum tempo, e devido ao tamanho do corte se espalhou muito rápido, não temos como retardar ou retroceder esses efeitos, você pode notar que sua pele já se encontra prejudicada e é possível que este quadro evolua de alguma maneira que possa trazer graves consequências a você, não temos medicamentos suficientes e mesmo que houvesse nós não sabemos explicar o quanto isso pode resolver nessa altura. Você precisaria de especialistas e um hospital para que pudesse fazer isso de maneira correta, talvez uma cirurgia.
- E como isso não é possível a solução que temos agora seria qual? - Nicole pergunta já entendendo aonde os fatos estão levando.
- Você deveria entender que nós não temos opções e deixar da maneira que está, poderia representar um sério risco a sua vida, precisamos fazer um procedimento cirúrgico - Maria disse tentando ser sutil.
- Como faremos isso no meio do nada? - ela perguntou.
- Vamos procurar algum lugar, deve haver um centro médico, uma universidade, alguém para ajudar e um lugar adequado - Maria respondeu - Mas precisamos que não se esforce até lá.
- Faça o que for preciso - Nicole respondeu.
Porém mesmo apesar de aceitar seu estado e se encontrar tentando ser positiva ao que tinha que ser feito ela não estava resistindo muito bem. Sua consciência lhe mantinha firme, mas seu corpo dava sinais de cansaço e um crescente estado febril pode ser constatado. Seu rosto a cada hora mais pálido e quente mostrava a falta de eficácia dos medicamentos.
-Precisamos nos mover logo já vai fazer dois dias que estamos aqui e ela está piorando - Alex disse na tarde do dia seguinte assim que ela adormeceu na sala.
- Ele está certo, nada disso está ajudando nenhum de nós - Maria respondeu.
- Vamos nos preparar para ir amanhã então - Pedro disse se levantando.
Começamos a arrumar as coisas e nos preparar, alguns momentos mais tarde nós estávamos sentados na sala e Nicole estava há pouco acordada. O silêncio permanecia muito grande, ninguém se sentia à vontade para uma conversa, mas Nicole decidiu tornar o momento pior.
-Eu não vou mais com vocês, queria apenas me despedir.
- Mas é claro que você vai - Alex disse.
- Eu realmente não quero mais atrapalhar vocês, eu não estou me sentindo bem, eu só quero que isso acabe logo, me levar não vai mudar nada - ela disse sorrindo sinceramente, era visível que ela tinha perdido suas forças.
- Mas não vamos partir sem você, não vai nos atrapalhar, vamos tentar achar um local para ajudar melhor - Maria disse.
- Eu realmente não me encontro bem para seguir, eu não quero mais tentar, toda a minha vontade já se foi e eu estou bem aceitando isso, quero que vocês sigam e fiquem bem também - disse.
- Mas você poderia tentar mais uma vez ao menos, estamos te ajudando - disse Alex abraçado a ela.
- Eu queria poder ter forças pra isso, mas eu sinto que eu não aguento mais, é como se eu estivesse morrendo aos poucos….
- Você já está vencendo coisa pior agora, não prefere descansar e amanhã vemos o que fazer? - perguntei tentando não força-la a falar mais.
- Eu já descansei o bastante, quero ouvir quais são os planos, sair cedo amanhã para onde? Como? - ela perguntou.
- Continuando o curso inicial, vamos para a fronteira, para o mar, onde houver um caminho seguro - Pedro respondeu.
Em mais alguns instantes de conversa era perceptível que ela se via fazendo planos conosco e estava arrependida de tudo o que disse, provavelmente se sente desconfortável pela atenção que requer, mas nada que ela não vá entender com o tempo.
Após o jantar as coisas estavam calmas e praticamente tudo já estava resolvido, a casa tinha um velho automóvel mas que provavelmente serviria até acharmos um melhor. No instante em que nos serviremos para comer mais um ensopado enlatado ouvimos Alex chamar tentando não gritar, mas alto o suficiente para que a urgência em sua voz fosse captada.
-Ela desmaiou - ele dizia tentando chamá-la com movimentos firmes.
- O que houve? - perguntou Maria indo a frente e checando seu pulso.
- Ela disse que se sentia cansada e com muita dor, e segundos depois seu corpo caiu no sofá.
- O pulso dela está se tornando cada vez mais fraco, ela vai morrer se continuar assim, deve estar se espalhando - Maria disse se virando para Pedro.
Então tudo aconteceu de uma maneira muito rápida. Thomas ainda se encontrava muito assustado na sala.
    Diego foi então levá-lo de volta para o quarto no andar de cima e pediu que ele ficasse lá.
    Nós tentamos ajustar o local de maneira que fosse possível fazer alguma coisa.
    - Nós não temos outra opção
    - Maria falou sobre Nicole.
    Era possível imaginar o quão doloroso era o estado em que ela se encontrava.
    Depois de muito tempo conseguimos entender o que Maria tinha falado.
    Ela realmente precisaria passar por isso.
    Tentamos achar pela casa qualquer coisa que pudesse nos ajudar.
    - Temos que aquecer um pouco de água - Maria disse e o fizemos usando  o pouco gás que ainda restava - E separem alguns panos caso seja necessário.
Pedro revirava a casa à procura de algum objeto que fosse afiado e eficiente o suficiente para isto.
    - Você realmente acha que nós vamos conseguir fazer isso? - perguntou Diego.
    - Não é uma questão de escolha - ela respondeu.
    - O que eu achei foi isso, espero que sirva - entrou Pedro trazendo algumas coisas para sala.
    - O que você achou? - perguntou Maria.
    - As facas de cozinha pareciam muito pequenas então eu acabei achando algumas ferramentas, creio que talvez sirvam melhor - ele respondeu
espalhando pela sala algumas facas, uma pá e um machado.
- Havia também uma serra, mas eu realmente acho que isso nunca seria usado - ele disse.
    - De qualquer forma é melhor você trazer.
    Nunca cheguei a fazer nada parecido. Mas tenho certeza que  não deve ser fácil cortar um osso - Maria respondia analisando as ferramentas.
    - E como você pretende fazer isso ?
    - Creio que o mais fácil seria tentar montar uma pequena guilhotina.
    Seria o método mais rápido possível.
    Se ficarmos tentando competir nas facas de cozinha a probabilidade de que não funcione é grande e ela ainda vai perder mais sangue.
    Pedro ajudou Diego a desmontar o machado ficando somente com sua lâmina e eles também foram responsáveis por montar o equipamento.
O material foi preparado em uma pesada estrutura usando como ponto de apoio o tampo da mesa de centro que Diego havia arrancado, para suporte de impacto quando a lâmina fosse solta. Não era como se estivéssemos fazendo um grande projeto de uma guilhotina real, mas ele havia sido o mais perfeccionista possível, montando uma grande estrutura que provavelmente seria pesada o suficiente para dar força na queda.
    Fizemos um primeiro teste em um travesseiro para ver como se daria a queda usando a lâmina. Obtivemos um grande sucesso com um
único corte partindo o travesseiro em dois sem estilhaços.
    Não havia como esperar mais do que isso e nem como testar de uma maneira melhor.
    Assim que acabamos os preparativos, Alex foi para o  quarto com Thomas
sentindo-se muito desconfortável para ver a cena.
    Maria pegou algumas das garrafas que havia separado estudando todos seu conteúdo.
    Quanto ao conteúdo da primeira garrafa foi derramado em uma pequena vasilha onde ela mergulhou o machado. Já a garrafa seguinte foi aberta e derramada sobre a perna de Nicole.
    - Espero que a Vodka tenha álcool suficiente para evitar que a infecção piore - disse Maria.
    Assim que posicionamos tudo devidamente, Pedro permaneceu segurando uma corda que ativaria a guilhotina. E Diego e eu ficamos segurando os braços de Nicole esperando que ela pudesse reagir a qual o tipo de dor causa ao acordar se durante o processo.
Todos sentimos que nos acalmamos e após uma pequena contagem regressiva Pedro puxou a corda.
Três
Dois
Um
    Então a lâmina do Machado caiu diretamente para a perna de Nicole.
Por um pequeno espaço de tempo pudemos ver seus olho abrirem em desespero, ela se debateu e tentou gritar, mas Pedro vendo a cena cobriu seu rosto com um travesseiro evitando que ela fizesse barulho, ela ainda se movia muito embaixo de Pedro, ele debruçou seu corpo sobre o dela para tentar impedir seus movimentos, mas ela era forte e a sua dor a fazia estremecer de maneira incontrolável. Suas lágrimas rolavam e ela permanecia assustada demais, com os olhos abertos, suplicando por ajuda. Coloquei um pano quente em seu rosto tentando fazer qualquer coisa que pudesse acalmá-la. Ela provavelmente deveria ter tomado algo para dor antes, mas não estando acordada para isso foi um risco que nós tivemos que correr.
Maria tentava desesperadamente costurar sua perna o mais rápido possível e Diego permanecia segurando a parte superior que havia ficado, o qual ela tentava mover se afastando de Maria, provavelmente além da dor do corte, uma agulha lhe costurando deveria lhe causar mais dor ainda.
Ela passou mais algum tempo se debatendo e aos poucos foi diminuindo seus movimentos, quando achava que era seguro Diego descobriu sua boca, e ela agradeceu mas sua voz não chegou a sair, ela apenas olhou para Maria e disse que doía muito.
A outra parte do tempo se passou rapidamente, Nicole segurava minha mão e a apertava de vez em quando conforme sentia dores. Depois de poucos minutos ela vacilou e sua mão escorregou das minhas, assim que fui verificar olhei ela fechando os olhos e seu rosto perdendo a cor.
    Foi praticamente inevitável olhar para outro lugar.
    Nenhum de Nós queria realmente ver essa cena.Apenas Maria permaneceu atenta e deixou seu posto para verificar Nicole.
    Não cheguei a sentir as lágrimas que desceram imperceptivelmente pelo meu rosto até que Diego as secou
fazendo contato visual comigo enquanto segurava minhas mãos.
A quantidade de sangue começou a escorrer pelo chão da sala era enorme e começou a nos deixar em pânico.
    Estava assustada e Maria assim que notou que estava aumentando tentou estancar de alguma maneira aquela hemorragia.
    Em poucos segundos todos os recipientes que tínhamos colocado com água e alguns panos para tentar ajudar a limpar já estavam todos em coloração avermelhada.
Tudo agora tinha muito sangue e pela cara que a Maria fazia ao checar o pulso de Nicole era perceptível que algo não estava acontecendo de acordo com o que deveria.
    Para olhares ignorantes como o meu era possível ver um corte retilíneo, porém tudo estava fora do que deveria ter ocorrido e agora nós nos reduzimos a uma sala sem perspectivas.
    Maria prontamente ajuntou alguns panos apertando o local onde tinha sido decepada a perna de Nicole pedindo para que Pedro fizesse assim o máximo possível de pressão que conseguisse na área evitando que o sangramento aumentasse enquanto ela checava sua respiração.
Não sabia direito o que estava ocorrendo, mas para todos os seriados médicos que eu já tinha assistido provavelmente não era algo bom.
    Maria desesperadamente começou a tentar fazer massagem cardíaca em Nicole, o
que nos faz entender que provavelmente o seu coração também já não estava com problemas também.
Maria não disse muitas palavras, apenas algumas coisas jogadas.
    - Pedro pegue aquele pano, Diego erga a cabeça dela -  essas eram algumas das palavras que ela nos dizia.
    Assim que as coisas começaram a sair de controle ela tentava desesperadamente, dizendo palavras e tentando convencê-la a si mesma de que ia mudar alguma coisa.
    - Vamos Nicole volte- ela dizia.
    Com o aumento da nossa agitação Alex acabou descendo para ver o que estava acontecendo.
    Assim que ele correu vemos que atrás dele na escada estava Thomas assustado observando tudo a ponto de gritar. Corri em sua direção e tapei sua boca para que ele não gritasse, sei que estávamos dentro de uma casa sem sombras por perto mas ainda assim não queremos chamar atenção.
    Ele começou a gritar um grito abafado contra minha mão que fechava a sua boca chorando desesperadamente se debatendo e tentando se afastaram de mim.
Diego o tirou de mim tentando também mantê-lo em silêncio, lembrando-o de não chamar atenção e tapando também os seus olhos o levando de volta para cima.
    Alex correu em direção a Nicole tentando gritar sua indignação enquanto soluços e lágrimas o impediam de falar como queria. Maria ainda por apenas alguns instantes que pareceram horas continuou tentando fazer com que Nicole respondesse.
    Alex chorava ajoelhado ao seu lado e Pedro foi ajudá-lo assim que vimos que Maria desistiu.
    - Eu vou ficar um pouco com ela - Alex começou a gritar quando Pedro tentou afastá-lo de Nicole.
    - Vamos deixar ele um pouco Pedro, Maria se levantou  exausta dando a Alex a privacidade se que ele necessitava no momento.

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