Questão de Preço.
– Foram necessários cinco oficiais para conter o pascácio, senhor Otrano. Mas finalmente o temos. – Informou prestativo, o rapaz que abraçava uma prancheta como se ela fosse sua mulher.
–Ora se não é o idiota mais cretino do Atírio... O homem que afundou Nahia e queimou aquelas vilas em Afig.
Os oficiais da Lei eram sempre homens altos demais, com mãos enormes como pás de remo, e cabeças cobertas por capacetes de prata. Os dois, parados diante das grades da masmorra minúscula do seu barquinho, traziam orgulhosas armaduras polidas e, muito bem barbeados, mantinham nas caras macias sorrisos idênticos.
–Queimamos Gamala Dea também. Sabiam disso? Foi há dois dias, seus bostinhas...– Sollis cuspiu com raiva. – Eu destruí seus campos de guerra pelo norte e varri da face de Otroneil aqueles matadouros que vocês chamam de reservas.
–E no fim das contas o seu imediato te vendeu em troca do seu navio. Otrano, o mais velho, disse aquilo enquanto o jovem, talvez para agradá-lo, gargalhou alto como uma pataca. Sollis gostaria de poder dar a ele o safanão que merecia.
–Aquele filho da puta marcellês...Fedelho traidor...O que mais deram a Eleu, seus malditos? Ouro? Máquinas? Quanto pagaram pela minha cabeça?
Os dois se entreolharam por um instante, então o bajulador ergueu a prancheta para ler em voz alta:
–Está valendo quase quinze mil protes nas vilas menores do norte. Exatos dezessete nas do sul e em Vojave. Mas... Olha só...Em Afig há um Macnamara que pagaria uma pequena fortuna por você, mas ele o quer vivo.
–Sorte sua o seu imediato não saber disso. – Alfinetou Otrano e eles riram de novo.
–Vão me vender para qual deles?
Os dois patetas se entreolharam uma última vez.
– Vender você? – Pigarreou o mais velho. – Oh, não. Vender não...A Imperatriz é a Lei e a lei não troca sua honra por riquezas, pirata. Finalmente você receberá sua sentença.
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