07) O centro de refugiados
Pulei de onde estava assustada e ofegante, e de repente toda a segurança que sentia desaparecera em segundos.
— Ei, ei tudo bem. Está tudo bem. — Rick dizia tentando me acalmar.
— Um deles deve ter batido em um carro. — Morgan dizia tentando acalmar Duane que assim como eu, havia acordado assustado.
— Tem certeza?
Os dois se levantaram e foram conferir na janela.
— Apaguem as luzes crianças. — Morgan disse e sentir meu estômago queimar.
Apaguei uma lâmpada e Duane a outra, eles falavam em sussurros perto da janela algo que não conseguíamos ouvir, mas não devia ser bom, Duane começou a chorar e se jogou no colchão, meu coração acelerou com acena, Rick foi até a porta tentar ver algo pelos buracos e então voltou a sentar-se no colchão, alguém tentava abrir a porta podíamos ver a maçaneta mover-se, era um morto.
Morgan começou a contar a história do que aconteceu com sua esposa, ela se tornara um dos mortos lá fora, era ela quem tentava entrar.
— Ei, tudo bem... ela não vai entrar. — Rick dizia ao notar meus olhos quase saltando.
Dormir em uma casa com apenas um andar não garantia-me de que poderia fugir caso houvesse uma invasão ou pior.
🔫
Ao amanhecer, Rick vestiu-se e todos saímos, coloquei minha arma no cinto e Morgan emprestou-me um taco de beisebol, garantindo que seria mais eficiente que um canivete e que armas atraiam mais mortos, como se eu já não soubesse, caminhamos pela vizinhança em alerta quando um dos mortos se aproximou e Rick rapidamente começou a acertar sua cabeça, não era tão prático quanto uma faca mas era uma exigência de Morgan, o morto caiu no chão e Rick parou para recuperar o fôlego, por causa do ferimento.
— Me deem um tempo. — disse apoiando-se nos joelhos.
Assim que se recuperou, continuamos até sua casa novamente, ele achava que Carl e Lori ainda estavam por perto, vivos, escondidos, era no que eu acreditava também antes de perceber que minha família nunca voltaria para me buscar.
— Estão vivos, sei que estão, levaram roupas e um álbum da família. — avisou.
Morgan riu, álbum de família não servia para nada agora, fazia-me lembrar que não havia pego nenhuma foto com minha família, o medo de esquecer os rostos deles principalmente de Theo ainda bebê, se crescesse eu provavelmente não o reconheceria, Morgan dizia que a esposa fez o mesmo quando tudo aconteceu.
— Acho que estão em Atlanta. — Duane chamou a atenção e Morgan assentiu.
— Por quê? O que tem em Atlanta? — Rick perguntou ansioso.
— Centro de refugiados. Água, comida, eletricidade.
Rick concordou, vi em seus olhos que estava disposto a ir para lá, ir atrás de sua família, algo que não pensei em fazer quando descobri que não voltariam.
Deixamos a casa de Rick e fomos até a delegacia, eles usaram das duchas para aproveitar um banho enquanto eu esperava do lado de fora por minha vez, banho depois de dias, nem me lembrava mais como era sentir-me limpa, depois de limpa e seca os encontrei no arsenal, Rick utilizava o uniforme policial como antes de tudo acontecer, lhe trouxera nostalgia. Haviam inúmeras armas mas ainda faltavam algumas eles então começaram a falar delas.
— Pai, posso aprender a atirar, eu já tenho idade, e a Trinity tem uma arma, ela é mais nova que eu e sabe atirar. — O filho disse e apontou para mim.
— É filho, com certeza vai aprender a atirar. — Morgan respondeu.
— Quem te ensinou a atirar? — Rick perguntou curioso.
— Uma policial, Hilary... ela me ensinou a sobreviver, e a atirar. — respondi.
— Onde ela está? — Morgan perguntou, encarei o chão.
— Ela está... ela foi mordida. — respondi lembrando-me do acontecimento.
Todos ficaram em silêncio por mim, por ela, pelo luto.
— Vamos encher as bolsas! — Rick avisou.
Aproveitei para pegar munição para minha arma enquanto ajudava Duane a encher as bolsas de arma.
Saímos da delegacia armados até os dentes, Rick já sabia aonde ir e nada mais o impedia, ele tinha armas, um carro.
— Quer vir comigo mocinha? — perguntou.
assenti, ele poderia até me tratar como criança mas precisava de mim ou talvez eu precisasse dele agora.
— Me ajuda a colocar essas coisas no carro enquanto falo com Morgan. — disse entregando-me uma bolsa com um sorriso no rosto.
Coloquei a bolsa junto de minha mochila no banco de trás do carro e depois outros suprimentos no porta-malas. Fui até eles me despedir de Morgan e Duane.
— Cuida bem dele garota. — Morgan disse e bagunçou meus cabelos.
Assenti e ambos sorrimos, um morto nos avistou e começou a emitir sons altos, Rick me pediu para entrar no carro e foi até morto, sem hesitar ele atirou bem no meio da cabeça, ele entrou no carro e seguimos. Morgan foi para o lado oposto de Rick que dirigia uma viatura da polícia, ele precisou fazer uma última parada antes de continuarmos.
— Espere aqui, eu já volto. — assenti.
O segui com os olhos para longe, até não conseguir mais vê-lo, peguei meu canivete e fiquei abrindo e fechando-o para passar o tempo, ouvi um tiro e fiquei em alerta, quando avistei Rick me senti aliviada, ele voltou para o carro e continuamos para Atlanta, para o centro de refugiados.
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