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|Prólogo.|


|•SOLDIER OF CHAOS • PRÓLOGO•|


O cheiro do verão no Texas sempre foi um paradoxo pra mim. Quente e acolhedor, mas sufocante ao mesmo tempo, como um abraço que te prende. Aquele dia não foi diferente. Eu estava no meu quarto, luz entrando pelas frestas da persiana e queimando a pele como um lembrete de que a calmaria nunca dura.

O nome dele era Lucas, meu melhor amigo desde que eu conseguia me lembrar. Alto, cabelo bagunçado, e aquele sorriso que fazia tudo parecer menos merda. Foi com ele que tudo começou - o beijo que, por um breve momento, fez o mundo parecer inteiro. Até que a porta foi aberta com a delicadeza de um furacão.

-Que merda é essa, Chrystian?!

Meu pai estava parado ali, gigante, olhos arregalados, o rosto tão vermelho quanto os cabelos que ele me deu de herança. Lucas tropeçou pra longe de mim, gaguejando uma desculpa qualquer, mas era tarde demais.

-Fora daqui, agora!- Abraham Ford não precisava gritar duas vezes para ser obedecido.

Lucas correu como se a casa estivesse pegando fogo - e talvez estivesse mesmo, metaforicamente falando. O silêncio que se seguiu foi mais pesado que qualquer soco que meu pai já deu.

-Você tá brincando comigo, Chrystian?- A voz dele era baixa, quase calma, mas não havia nada tranquilo naquele homem. -Uma bicha? É isso que você é agora?

Eu ri. Foi um reflexo, puro sarcasmo envenenado. -E por que isso seria da sua conta?

O tapa veio rápido. Não foi o primeiro, nem seria o último, mas naquele momento parecia ser. Minha mãe apareceu na porta com a minha irmã pequena no colo, os olhos dela se enchendo de lágrimas antes mesmo de entender o que estava acontecendo.

-Abraham, para! Ele é só um garoto!

-Ele é meu filho, Ellen, e não vou criar um fraco!

Minha mãe tentou intervir, mas ele a ignorou, voltando os olhos pra mim. -Você não tem vergonha, garoto? É por isso que você nunca vai ser um homem de verdade.

Minha garganta queimava, mas não ia dar a ele o prazer de me ver chorar. -Talvez eu não queira ser o homem que você é!

Foi aí que ouvimos os gritos. No começo, pensei que fosse alguém tentando separar uma briga na rua, mas não. Meu pai abriu a porta da frente e ficamos ali, parados, assistindo ao mundo acabar.

Pessoas correndo, sangue pintando o asfalto, e outras pessoas - não, coisas - avançando como animais famintos.

-Chrystian, pega sua irmã!- minha mãe gritou, a voz tremendo.

Naquele dia, o mundo como conhecíamos, apenas acabou.

XXX

Acordei no chão sujo de uma casa abandonada, meu coração batendo rápido demais como se ainda estivesse naquele dia. Mas não estava. Eu não via meu pai há meses. E, sinceramente, não tinha certeza se queria vê-lo de novo.

Tentei me levantar, mas a dor no meu abdômen me fez soltar um gemido baixo. O ferimento ainda estava lá, um lembrete físico de que eu era uma bagunça ambulante. Meu sangue tinha empapado a bandagem improvisada, o cheiro de infecção me dando ânsia.

-Ótimo, Chrystian,- murmurei para mim mesmo, me arrastando até uma mesa quebrada para me apoiar. -Como se a vida já não fosse uma delícia sem estar apodrecendo por dentro.

Olhei pela janela. O dia estava cinza, uma chuva fina caindo, e os zumbis lá fora gemiam como se tivessem algo importante a dizer. Mas eu não tinha tempo para ouvir. Ainda tinha um longo caminho pela frente e, de algum jeito, precisava continuar andando.

Eu me ajeitei, ajustando a mochila surrada nas costas, e saí pela porta dos fundos. Minha mente tentava se focar em qualquer coisa que não fosse o cheiro de carne morta ou a lembrança de um pai que nunca aceitou quem eu era.

-Mais um dia no paraíso...!- murmurei, com um sorriso cansado e amargo. O mundo não mudou, e eu também não. Só não tinha mais ninguém pra ver isso.

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