
053
Erros ortográficos serão corrigidos assim que percebidos
Boa Leitura
_____________________
— Senhorita, essas são as únicas cores mais simples para roupas de bebê. Servem para os dois sexos.
Dei um sorriso envergonhado como se alguém me estivesse julgando por estar ali pensando em comprar roupas para o meu bebê. Ele ainda era tão pequeno, mas a minha ansiedade parecia cada dia mais intensa. Olhei aquele macacão amarelo com tanta ternura e expectativa que não me contive em responder a vendedora: — Vou levar este.
Sai da loja sorridente e imaginando como seria a expressão de Christopher assim que eu lhe mostrasse o primeiro presente do nosso filho. E por falar nele, meu celular vibrou no bolso esquerdo do jeans e quando fui verificar, havia uma notificação do meu e-mail com o nome dele em descrição.
Sempre me questionei o porquê dele não utilizar mensagens de texto...
De: Christopher Wayne
Assunto: Fugitiva
Data: 15 de dezembro de 2014
Para: Dulce Escobar
Baby, não me interprete mal, mas fico um pouco preocupado com esses seus sumiços, futura senhora Wayne. Avise-me onde está, já que não quis nem um dos motoristas para acompanhar você. Lembre-se que estar comigo e andar sozinha são coisas que não combinam.
Christopher Wayne
CEO, Wayne Enterprises, inc.
Li aquilo com uma aparência chateada. Christopher sempre dizia que a consequência dele ter muito dinheiro era o perigo. Pessoas poderiam querem me usar para atingi-lo de alguma maneira. Principalmente criminosos. Mas não era bom estar sempre presa naquela casa sem poder sair sozinha às vezes, ou passear. Minha antiga vida era uma prisão, e não pretendia fazer a atua ser igual. Mesmo depois de ter passado por tantas coisas que deixariam qualquer pessoa traumatizada, eu conseguia ter força para não deixar o medo me abater.
Discando o número dele, esperei até que a ligação fosse atendida.
— Oi — a voz de Wayne soou muito formal.
— Está muito ocupado?
— Um pouco, mas posso ouvir você falar. Aconteceu alguma coisa?
—Você me pediu para dizer onde eu estava, e sabe que não gosto muito de responder por mensagens.
— Eu estou em uma vídeo conferência, por isso acabei mandando o e-mail ao invés de ligar.
— Wayne! Você não devia falar... Depois eu ligo.
— Nem pensar. Não antes de me dizer onde está — ele foi firme e sensual na exigência.
— Estou no mercado central.
— Esse lugar é muito movimentado. Devia escolher ambientes mais tranquilos, Dulce.
— Já estou indo para casa, Senhor Wayne. Tenha um bom trabalho — ele ainda estava falando alguma coisa quando desliguei.
Confesso que gostava da sensação de superproteção, porém, elas eram exageradas.
Mirando a multidão ao meu redor, refleti em como ele tinha razão. Eram muitas pessoas, de todos os lugares, com as mãos cheias de sacolas ou simplesmente em grupos conversando e caminhando para admirar o lugar turístico.
Continuando a minha travessia, avistei a alguns metros o ponto de táxi logo após uma estreita rua de pedras.
Aqueles seriam meus últimos passos até finalmente voltar para a mansão, mas quando pisei na curta ruazinha, o som do motor acelerado de uma moto foi a ultima coisa que ouvi antes do meu corpo ser lançado pelo ar e rodopiar no chão sujo. Minhas mãos estavam vazias ao som de sirenes policiais misturadas as vozes atribuladas dos pedestres em aglomeração. "alguém ajude!" gritou um deles. Mesmo com o corpo dolorido e sem energia, levei a mão até a barriga sussurrando para um dos homens que estava ajoelhado ao meu lado com o olhar em desespero.
— Meu... Filho...
No mesmo momento ele expressou ainda mais aflição aumentando a voz com gritos repetitivos: — Ela está gravida! Por favor, ajudem!
Tentei me manter acordada, mesmo que meu corpo lutasse para desfalecer. E consegui. Logo os paramédicos chegaram realizando todos os primeiros atendimentos. Fizeram diversas perguntas que não consegui responder. Meu vigor estava exclusivamente limitado em continuar de olhos abertos.
Quando percebi que estava na entrada do hospital meu corpo já não aguentava mais nem um segundo de lucidez. Antes de fechar completamente os olhos em desistência, ouvi os dois homens de branco discutirem entre si:
— Ela está perdendo muito sangue...
****
Eles pesavam... Meus olhos pesavam muito. Assim como todos os meus ossos. Abrindo as pálpebras pausadamente, direcionei a visão para a janela ao lado, vendo que no lado de fora tudo estava escuro. Era noite. A mão intensa e firme tocou a minha, atraindo minha atenção.
Christopher não parecia bem.
— Chris... — não consegui completar seu nome. Estava fraca demais.
— Quando... — balbuciou— Me diga quando vou deixar de ver você nesse estado, Dulce?
Sem poder respondê-lo a única coisa que senti foi medo.
O tal medo que antes não me acompanhava. Eu queria lhe perguntar sobre o nosso bebê, no entanto, não consegui exprimir nem uma palavra. Voltei a adormecer tendo como última imagem a fisionomia deprimida dele.
____________
Saudades dos meus leitores <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro