
029
Passei a maior parte da noite olhando através da janela para a lua cheia, iluminando os jardins da casa como uma tocha de fogo.
Christopher salvou a minha vida, foi designado para isso, e esse era um dos motivos de eu estar naquela casa mesmo depois de tantas desavenças. Ele me mantinha em cárcere temente do que podiam fazer contra mim.
Passei de uma órfã perdida e sozinha, para uma garota com algum grau de relação familiar com Wayne. Eu e ele tínhamos um vínculo maior do que poderia imaginar. Era difícil de acreditar, ou suportar aquela ideia.
Naquela noite muitas coisas tinham se revelado. Todos ao meu redor eram ameaçados de morte por minha causa. Primeiro meus pais, Red, Theo e agora Christopher. Querendo ou não ele também corria muitos riscos se envolvendo comigo.
Meus olhos ainda ardiam ameaçados, recusando a calmaria. Cruzei os braços juntando-os ao meu corpo para amenizar a vontade de receber um abraço aconchegante. Eu estava gélida pelo frio da noite, propositalmente, após desligar o aquecedor. Eu queria que meu corpo sentisse o mesmo frio martirizante do meu peito.
Com o coração acelerado, olhei para trás, exatamente para a porta do quarto, e fixei-me nela por alguns segundos até decidir por fim girar a maçaneta e sair.
Andei pelo corredor sob os olhares dos seguranças, mandando um recado de "afastem-se" só com o olhar, e eles captaram bem o meu pedido. Depois de andar, trêmula e com as pernas bambas, retornei ao quarto negro de Wayne. Empurrei a porta e de longe notei a sua silhueta descansada sobre a cama, coberto da cintura para baixo, deixando a amostra os discretos pelos que recobriam seu peitoral e abdômen.
Era mais de duas da madrugada, e diferentemente do ambiente em que estava antes, aquele ali era bem aquecido, numa temperatura que permitia a ousada nudez da parte dele. Com um passo à frente do outro, caminhei na sua direção, e percebi com a proximidade que seus olhos também estavam cerrados.
Christopher dormia tranquilo sem notar a modo como era observado por mim.
Estando ali, tão perto de um corpo vulnerável, experimentei todos os meus músculos se contraírem nervosos; como se o efeito provocado por ele fosse além da consciência. Era sublime ver que Christopher não precisava estar desperto para me provocar sensações como aquela. Em um movimento cauteloso, sentei na beira de sua cama, abrindo a mão para vagar sobre a parte nua e quente do seu peito. Ele se assustou com o meu atrevimento, arregalando os olhos instantaneamente e segurando o meu pulso após o toque, num reflexo guerreiro.
Puxei o ar com hostilidade, e fechei os olhos pelos efeitos do vigor masculino que ele carregava em todas as suas ações. Christopher me olhou avidamente, e se eu pudesse legendar aquele olhar, com muita certeza diria que ali habitava um desejo correspondente ao meu.
Sua mão relaxou aos poucos, e depois de assimilar o que minha presença significava, ele me liberou da sua recusa. Ainda me engolindo com os olhos. Meu corpo todo denunciava uma postura de tensão, longe da normalidade. Eu estava aterrorizada com os pensamentos suntuosos que aquele homem provocava em mim. Sempre temia ficar sozinha com ele... mas ignorei o medo, e voltei a tocá-lo.
Christopher acompanhou o percurso da minha mão até ela finalizar no seu maxilar. Ele estava rígido. Passei o polegar por seu lábio inferior, grunhindo pela cobiça de tê-los.
- Dulce... - a vibração do chamado foi sentida pelas minhas digitais.
- Christopher... - retribui cansada e ofegante depois de oprimir tantos sentimentos.
Me debrucei sobre ele e fui agarrada pela nuca conforme nossas bocas se aproximavam. Suguei o mesmo lábio desejado anteriormente, e o som dos nossos corações foi a única sinfonia daquele lugar. O beijo quente me acalentou, reacendendo uma chama familiar. Meu peito fisgava, transbordando libido. Quando suas mãos seguraram a minha cintura, fui levada para cima dele e posicionada em seu quadril. Wayne afastou o lençol, e imediatamente senti a sua excitação pulsar no meio das minhas pernas, como se pedisse permissão para adentrar. Ele usava apenas uma calça de moletom.
Eu estava ansiosa para me descobrir, disposta a deixa-lo me invadir com toda a sua virilidade.
Christopher me beijava cada vez mais violento, desfazendo as abotoações do meu suéter, e livrando-se também da minha saia. Pensei que sentiria timidez pela exposição, mas não tinha espaço para sentir isso com tantas coisas acontecendo dentro de mim.
Detendo-se por um momento, ele recostou a cabeça na almofada, interrompendo nossos beijos para somente admirar meu corpo nu. Christopher via a imagem de uma garota casta, inocente, pura, mas que mesmo com muito medo e cautela queria se desligar daquela candura.
Num movimento suave ele me virou e me pôs na sua antiga posição. Fiquei deitada, olhando como ficava majestoso regado ao luar. Sua língua percorreu o meu abdômen e todo o caminho que o levaria para o meu rosto. Se contendo em lugares mais específicos, me deixou ainda mais em aflição. Rendendo meus punhos, o sussurro de sua voz sensual, letal, fez uma última pergunta:
- Quer mesmo conhecer a mulher que está presa dentro de você? - Gemi inquieta, mordendo o canto do lábio inferior - Quer ser guiada por mim? - Insistiu.
- Por favor... - supliquei perdendo o fôlego - faça isso, agora.
Christopher roubou meus seios, acariciando-os com beijos intensos, deixando-me a beira da loucura. Afundei na cama, maliciosa, sentindo o calor daquele corpo me manipular como um maestro habilitado, provocando em mim espasmos e gemidos, embalados pelas suas lambidas.
Nós estávamos no ápice do prazer carnal, mergulhados num mar de luxuria, e eu não estava apenas recebendo, mas sim também ofertando a mesma intensidade que ele merecia.
Mas havia mais, e eu estava desesperada para senti-lo. Christopher ousou me fazer tocar no que em breve me preencheria por completo, e foi então que o tremor da minha palma não resistiu em aprofundar o toque, sensibilizando-o ainda mais. O ímpeto de descobrir que o que tinha nas mãos era capaz de domá-lo me encorajou a continuar. E foi assim, eu o domei por alguns minutos, fervorosos, antes de Christopher afogar os gemidos e retirar minha mão para invadir meu corpo.
Senti cada milímetro dele me penetrar, rompendo minha castidade com desdém, e isso pouco me importava. Voltei a gemer, e aquilo de certa forma pareceu lhe dar ainda mais força. Nem ele mesmo, indolente como é, conseguiu lidar com o que acontecia.
Wayne estava mais perdido que eu.
Minhas unhas rasgaram a pele larga da costa dele, conforme o movimento intensificava.
- Você é muito deliciosa, baby... - grunhiu - apertadinha e quente...
Joguei a cabeça para trás, voltando para beijar e mordiscar o ombro de Wayne, abafando meus próprios gritos. Nossos corpos se prenderam pelo suor, e quando uma gota caiu sobre a minha testa, percebi o esforço que ele também fazia. Parecia tão singelo, mas no fundo Christopher fazia de tudo para não me machucar além do que eu poderia suportar para uma primeira vez. Eu tinha me livrado da amiga mensal naquela manhã, entretanto, meu ventre ainda estava sensibilizado, e ele sabia disso.
Queimava, e a sensação de violação não me deixava ter total concentração nos atos dele.
Sem muito fôlego, forcei o ar e deixei que ele continuasse me penetrando. Christopher se levantou bem depressa e correu com as mãos na gaveta ao lado da cama, voltando com algo. Segundos após a interrupção, ele abriu o frasco e despejou o conteúdo dele na sua mão, deitando sobre mim outra vez.
- Baby, vou passar isso em você, tudo bem?
- O que é?
- Algo muito bom, acredite.
Fitando-o na meia luz, concordei e ele logo moveu-se devagar para o meu sexo.
Era gelado, quase refrescante. Aquilo aliviou o ardor. E enquanto ele me sujava com o líquido pegajoso um dos seus dedos me invadiu impetuoso.
- Isso vai te deixar molhadinha de novo.
Wayne me virou de costas levantando meu corpo puxando-me pelos quadris. Me vi com os joelhos e mãos apoiados no colchão, e ele logo segurou meu cabelo empurrando minha cabeça para baixo. Fiquei apoiada nos cotovelos desta vez, deixando meu corpo totalmente íngreme. Seus dedos me umidificaram mais um pouco antes dele afundar seu membro de novo. Soltei um gritinho piedoso, clamando por ser fodida assim mais vezes.
As estocadas foram mais profundas e agressivas.
O líquido que ele usou em mim ajudava a desliza-lo com mais rapidez e menos agressão.
Sem sombra de dúvidas foi muito melhor pressentir os tremores do seu orgasmo nos tecidos sensíveis do meu sexo.
Ele vibrou e arfou, apertando meu quadril em harmonia.
Foi maravilhoso chegarmos juntos ao ápice do prazer, e a cada toque, retirar dos lábios um do outro sons sufocados e totalmente incompreensíveis.
Após o ato daquela noite mágica ser concluído, Christopher me pôs deitada de frente para ele. Eu o olhei com ternura, e fui correspondida por um afago. Sua mão segurou o meu rosto, e o calor do seu abraço me aparou quando meus olhos bateram lentos.
- Eu amo você, Wayne.
Balbuciei num ruído.
- Dulce? - Chamou nervoso - Dulce!
Christopher alterou o tom da sua voz assim que me viu ceder a exaustão e desfalecer nos seus braços, inconsciente.
***
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