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022

Um tempo se passou até que eu pudesse fazer a minha primeira prova de conhecimentos gerais. O método de avaliação de Theo era baseado em reunir todas as matérias, a fim de me instigar a estudar tudo, e principalmente ganhar mais tempo nas correções. Eu e ele nos dávamos tão bem que as vezes eu esquecia que éramos aluna e professor, o que na minha vida passada sempre foram bem estabelecidos – odiava manter relação de amizade com professores – mas com ele era diferente. Theo me revelou durante uma das aulas de literatura que tinha apenas 23 anos, e junto com isso o meu conforto ao seu lado melhorou bastante. Nossa diferença de idade não era tão exuberante comparada a de Wayne.

Juro que o subestimei muito a princípio pela sua jovialidade, mas a capacidade dele de ensinar se submergia perante o meu senso crítico. Ele me fazia rir como ninguém e era muito prazeroso nossas longas conversas no tempo livre. Theo era mais um bom amigo que fazia questão de ter ao meu lado nessa nova fase.

Ao último risco feito com a caneta vermelha sobre o meu exame, e então ele sorriu me mostrando satisfeito o A, sem o "mais", por um erro mínimo numa das questões.

— Não fique com essa cara tão ruim, você foi bem.

— Você é cruel.

— Sou seu professor agora, deixe de querer me subornar pela intimidade!

Ele gargalhou por causa da minha imatura competitividade e exigência pessoal. Nos estudos sempre fui, desde criança, a menina prodígio, aquela que buscava a perfeição em tudo.

— Ora de esquecer a nota, devia sorrir mais, hoje é um dia especial.

Franzindo o cenho confundida pela estranha comemoração dele, observei o homem de olhos azuis erguer sua pasta marrom e retirar de dentro dela uma embalagem coberta por um papel dourado brilhante.

— Meus parabéns! — Ressoou contente me estendendo o objeto dourado.

— Isso é pela minha nota? — Questionei pegando o presente sem desamarrar o laço.

— Como assim? Hoje não é 20 de junho?

Recuei os ombros imediatamente, e apertei o presente dele contra o meu peito. Aquela era mesmo a data certa... quando perdi a noção do tempo?

Era o meu aniversário.

Theo percebeu que algo estava errado assim que comecei a dar passos para trás, trêmula, impedida apenas pela parede. Ele andou até o meu lado antes da primeira lágrima decidir invadir o meu rosto. Segurando minhas mãos e ouvindo o meu soluço o homem pareceu não saber o que fazer.

Foi um choro incontrolado, que mal me deixava respirar.

— Dulce, você está bem? Eu disse algum coisa ruim?

Neguei a preocupação dele apenas movimentando a cabeça, alimentando ainda mais a sua confusão.

— T-tenho que ir.

Sem dar mais explicações, corri da sala de estudos e fui em direção as escadas, porém, quando ceguei até elas, decidi não subir assim que um um desejo estranho me assolou. Olhei para o corredor que levava as salas do andar de baixo, e repeti o trajeto indo até a porta diferenciada do escritório, o mesmo dos quadros de morcego e da passagem secreta.

Só que desta vez a porta estava trancada, deixando a minha necessidade reclusa. Forcei mais algumas vezes inconformada até a voz do mordomo me assustar.

— O que faz aqui senhorita Escobar?

Alfredo estava sério, mas mudou de expressão ao ver o meu estado depressivo. Ele relaxou os músculos da face e refez a pergunta, desta vez de uma forma mais tranquila.

— Você tem a chave daqui?

— Porque o interesse, o que houve?

— Se tiver, abra, por favor. Eu quero ficar sozinha e sinto que aqui é lugar certo.

— O patrão Wayne não gosta que entrem — indeferiu insistindo pela minha desistência.

— Alfredo, por favor, eu me entenderei com ele caso precise. Juro que não vou envolver seu nome.

— Senhorita eu...

— Por favor — supliquei pela última vez, ajoelhando-me ao chão.

O mordomo se desesperou ou ver o meu comportamento insensato, sacando de dentro do bolso do smoking um molho de chaves. Uma delas abriu a porta e ele me ajudou a levantar.

— Tenha cuidado, não sei se este lugar vai mesmo ajudá-la. Eu duvido.

Sem uma resposta pronta, o mirei por alguns segundos antes de entrar e me trancar, desconsiderando o seu aviso.

O lugar estava com a mesma aparência da última vez que o vi. A mesma escuridão e atmosfera sombria. Caminhando devagar, ainda com o presente de Theo pressionado ao peito, olhei ao redor, principalmente para lugar que cedia a passagem até o subterrâneo da casa tentando mais uma vez achar algo que a fizesse abrir. Mas como naquele cômodo não existia uma luz favorável, pus minha embalagem dourada sobre a mesa de Wayne e arranquei a pequena luminária que ficava instalada ali, focando na direção da prateleira de livros.
Depois de muitas tentativas falhas me dei por vencida e coloquei o objeto iluminado de volta no lugar, sentando na cadeira rotativa, pensando nos milhões de motivos que fariam Christopher manter um local como aqueles.
Minha visão percorreu os contornos em volta de mim até cessarem sobre um porta-retratos. Elevando o corpo, alonguei o braço até alcança-lo, aproximando de mim.
Um casal posava sorridente com um menino entre eles. O garoto também sorria, mas de um modo mais contido.

Não precisei de muito tempo para identificar aquela feição branda e os cachos ondulados caídos sobre a testa. Era Wayne, com toda certeza. Ele era uma criança tão bela quanto o homem que se tornou.

Eu estava triste porque meus pais não  estavam comigo naquela data comemorativa, pela primeira vez. Foi  angustiante entender que ele também tinha perdido os pais, assim como eu, já que sua mãe não era presente e seu pai havia morrido. Os dois estavam ausentes de sua vida, e mesmo tendo de enfrentar tantos sofrimentos Christopher ainda se ocupava com o meu bem-estar, e suas funções de empresário, tentando ser forte por todos.

Saindo da cadeira, andei em direção ao estofado mais próximo e me deitei nele, abraçando agora a fotografia dos Wayne. Como o meu choro incessante teimou em continuar, não demorou muito para o cansaço da dor me adormecer ali mesmo.

Só despertei quando toquei em meu rosto, afastando algo que me incomodava, passeando sobre a minha pele. Derrotada, abri os olhos aos poucos, e conforme fazia isso a silhueta de Christopher foi se tornando cada vez mais nítida.

Nossa troca mútua de olhar me silenciou por um momento.

— Olá — tranquilo, ele sorriu.

— Desculpe por eu ter te desobedecido e voltado aqui.

Num reflexo me adiantei com as desculpas evitando um possível aborrecimento, mas como reposta ele tocou o meu rosto novamente e olhou para as minhas mãos. Eu sabia o que tinha nelas, mas fingi estar inconsciente.

— As ordens não existem mais — reafirmou passando o polegar em meu maxilar ainda insistente para o que eu segurava — Acho que isso me pertence.

Para sair da zona de vulnerabilidade, sentei no divã e fiquei no mesmo nível de visão que ele.

— Esta é a sua família... foi bom conhecê-la.

— Fico feliz por isso. — Tocando rapidamente os meus lábios com os seus, Christopher se afastou e eu permaneci de olhos fechados.

Era sempre relaxante senti-lo.

Preciso que venha comigo.

Concordei sem questionar, acompanhando-o. Nós saímos de dentro da casa e só então eu percebi que já havia anoitecido. Os meus cochilos, em grande maioria, eram demorados, perdurando mais do que deviam.
Dispensando o chofer, Christopher me colocou no banco de passageiros do Bentley se posicionando para dirigir.

Eu estava nervosa por não saber aonde iriamos, e mais ainda por ser fora da mansão. Wayne conseguiu me deixar amedrontada depois de tantas ameaças de que o mundo fora dali era perigoso para mim.

Nosso caminho foi tranquilo, exceto pelas vezes em que ele me encarava, alimentando seus pensamentos maldosos.
Chegamos ao tal lugar, e logo fui abordada.

— Pegue, ponha esse casaco.

Pondo a roupa extra, esperei recostada ao carro assim que nós dois paramos e ele se afastou para conversar com um homem estranho que parecia estar informado da nossa visita. A noite estava fria e ventando bastante. Christopher tinha me levado a um cemitério, e eu só me dei conta disso quando ele me guiou por entre as lápides, segurando a minha mão com firmeza.

— Aonde está me levando?

— Fique tranquila, já vamos chegar.

Os nossos passos terminaram sobre uma colina, a mais alta do terreno cheio de relevos. Lá haviam apenas duas lápides cobertas de rosas e longe das demais. Wayne me fez chegar mais perto, e quando nos aproximamos o suficiente ele afastou os galhos floridos. Esfreguei os olhos três vezes até ter certeza de que em ambas estava escrito o meu sobrenome seguido de: Robert e Bárbara.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e as minhas pernas perderam a força para se manter de pé. Cai no chão, perante o memorial, desfalecida.

Achei que seria fraca se chorasse, porque me considerava forte demais para lamentar na frente de alguém, mas eu percebi que quando se é realmente forte conseguimos distinguir o momento certo de se permitir expressar a própria dor. As minhas lágrimas não foram de fraqueza, e sim do meu sofrimento saindo de dentro mim, de uma vez, descarregando o peso que tanto carregava.

A pior das amarguras era a de pensar que meus pais não tinham tido nem o direito de um funeral ou enterro dignos, que sua história tinha acabado em cinzas.
Porém, quando fui surpreendida ao  receber aquilo, não subi expressar o que estava sentindo.

— Como conseguiu?

— Dulce, esse é o meu presente.

— Eles estão...

— Sim, realmente estão aí — ele retrucou prevendo a minha pergunta.

O aperto foi ainda maior ao saber que eu estava mesmo diante de meus pais. Foi indescritível ter o direito de velar o corpo deles, e pela primeira vez, vivenciar aquele luto.
Eu abracei Wayne com tanta força tentando, com dificuldade, manter a calma. Ele retribuiu a minha ação com um afago aconchegante, beijando minha testa.

— Muito obrigada — murmurei.

Ele respeitou o meu espaço quando decidi ficar ali algum tempo mais, rezando por eles.

— Precisamos ir, é perigoso ficar fora da mansão por muito tempo.

Não discuti com o pedido dele, apenas me despedi da lápide e sai.

Assim que voltamos para o carro, Christopher deu atenção a direção, e eu me encaixei no espaço entre o seu ombro e a sua cabeça.
Uma das suas mãos soltou o volante, pousando sobre a minha coxa, acarinhando-a por cima da calça jeans azul. Fechei os olhos e me incumbi de apenas aproveitar o calor que a sua pele transmitia estando perto de mim; sorrindo como se houvesse descoberto o riso naquele exato segundo, enquanto me pegava boba olhando-o vez ou outra, e recordando o quanto a minha vida era desfigurada e chata sem a presunçosa presença dele.

— Christopher, como você conseguiu os corpos deles? — Persisti depois que o efeito das emoções passou — eu sei que você sabe muito mais da minha vida, mas isso, vai além.

— Eu já disse, quanto mais souber...

— Mais perigoso será — completei um pouco chateada.

Ele por sorte parou no semáforo e se virou para pegar o meu rosto. Tentei desviar o olhar, mas eu gostava tanto dele que foi impossível.

Dulce, pare de drama e agradeça! Repeti tentando me fazer aceitar aquilo.

— Apenas confie em mim — Disse antes de voltar para a sua posição quando a luz verde acendeu.

Recostando no estofado do banco, mexi com o pingente da gargantinha até meus pensamentos serem invadidos pela malícia.

Minhas intenções entrelaçaram-se a ele, despindo-o apenas com os olhos, desejando que aquele corpo se esfregasse ao meu, indecentemente, para que descobríssemos juntos o prazer oculto um do outro. Um tanto impaciente, mas verdadeiro. Estremeci, e a minha pele arrepiou de paixão e desejo.
Apertando os lábios, contive o som estranho que queria sair da minha boca, olhando em direção ao chão, plenamente rubra.

Christopher... — sussurrei — hoje eu completo dezoito anos.

***

NOTAS

Muito obrigada a tod(a)s! >2k< de muito amor ♡

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