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016

As horas ainda eram tediosas naquela casa, e já fazia aproximadamente sete dias que não via o senhor Wayne perambular pelos cantos, mesmo que de forma rápida como de costume. Ele decidiu e decretou que faria suas refeições isolado, pelo menos foi o que subi pelas cozinheiras.
Eu também não queria correr o risco de vê-lo, optando também em comer reservada, apenas no meu quarto.

Algumas vezes a única coisa que me distraía era fugir até o jardim, ou apenas ler.

Naquele momento em meu quarto, recostada na cabeceira com os pés cruzados, eu lia um livro de poesias, quando a maçaneta da porta foi forçada e os gritos do mordomo soaram meu nome.

Levantei rapidamente, assustada, e abri a porta. O homem entrou depressa, voltando a fechá-la por trás de si.

— O que aconteceu?

— Me desculpe, mas eu precisava lhe chamar a sós — disse olhando para os lados como se procurasse alguém.

— Não há ninguém além de mim aqui.

— Eu sei disso. Só que é bom checar — e num tom baixo, sussurrando, ele completou: — As paredes desta casa sempre tiveram ouvidos.

Alfredo jamais agiria daquela forma tão deselegante e eufórica por acaso.

— Se não falar de uma vez eu vou surtar Alfredo.

— Ah, Claro, perdão senhorita. O motivo pelo qual vim... — revirando os olhos andei para perto da minha cama e ele me seguiu — É sobre o patrão.

— E onde me encaixo nisso?

— Ele está doente, acho que com febre. Na verdade muita febre.

Mesmo com um aperto desconhecido no peito, virei de costas e cruzei os braços, nem que fosse apenas para segurar o nó estranho que se montou na minha garganta.

— Devia chamar um médico. Eu não tenho nada a ver com isso — respondi dando de ombros.

— Já fiz isso senhorita, mas ... — depois de uma curta pausa ele continuou — Ele chamou seu nome algumas vezes, delirando, desesperado.

Meus braços se apertavam mais forte, conforme ele falava, tanto que senti minha pele roxear.

— Deve ter ouvido mal. Eu sou a última pessoa que ele chamaria...

— Não ouvi mal — interrompeu.

— O que quer que eu faça?

— Não precisa fingir nada, apenas vá vê-lo, e depois decida se vai ficar ou ir. Pelo menos até o médico chegar.

Com uma dureza fingida, descruzei os braços e me dei por vencida.
Os seguranças nos olharam repreensivos quando saímos, mas Alfredo esclareceu que Christopher mandou me chamar. Convencidos, eles abriram caminho e nós dois andamos em direção ao quarto dele.

Eu não entendia o porquê de toda a descrição do mordomo, já que uma hora, querendo ou não, o médico ia chegar e todos o veriam notando que algo estava errado. Mesmo assim não perguntei nada.

Quando chegamos frente ao quarto eu paralisei. As ordens de Christopher ainda me intimidavam. Da última vez que fui ali ele praticamente me pôs para fora e a sensação de que aquilo era proibido me impediam de seguir. Aquele lugar tinha energias das quais eu não sabia lidar.

Alfredo percebeu a minha recusa, e para facilitar o acesso, ele mesmo abriu a porta e me mandou seguir.

Dei alguns passos para dentro, ainda temendo que ele me notasse, quando de repente a porta se fechou, e pelo susto, dei um pequeno salto olhando para trás. Alfredo não entrou comigo. Na verdade eu não queria que ele entrasse mesmo. Gostava da ideia de ficar sozinha com ele, mesmo que fosse de uma forma inconsciente.
De preferência assim.

Wayne estava deitado sobre a cama, enrolado no lençol até a altura do pescoço, com os olhos fechados.

Ainda devagar, me aproximei e percebi que a face dele estava avermelhada. Christopher gemia e se movimentava atordoado, balbuciando sons indecifráveis. Aquilo realmente me sensibilizou bastante. Com rapidez, procurei um pano limpo entre as suas gavetas e assim que o achei fui até o banheiro para molhá-lo. De volta, o pus sobre a testa dele e peguei o termômetro de cima da bancada para verificar a sua temperatura.
O aparelho marcou 39,4 °C e no mesmo instante após o resultado resolvi agir. Eu sabia o que fazer.

Na infância eu era uma criança frágil, sempre adoecia com facilidade, e isso acabou me ensinando algumas coisas.

Christopher parecia estar acordado, porém, seu subconsciente não respondia. O levantei e retirei sua camisa, afastando toda e qualquer coberta de perto do seu corpo. Ele ficou apenas de calça. Essa não me atrevi tirar.

O fiz ingerir alguns remédios e esperei.

Passei um bom tempo ali, ao lado dele, trocando as compressas e verificando o grau de febre a cada meia hora, aguardando os efeitos da medicação.

~~~

As horas se passaram e a minha angústia pela demora do médico aumentava a cada segundo "ele já devia ter chegado". Ansiosa, me preparei para buscar notícias com Alfredo quando Wayne, me surpreendendo, recobrou os sentidos. Pelo menos foi o que pensei.

— Dulce... Dulce... — repetiu mais duas vezes — Onde você está? ... Onde...

Nervosa, fui para mais perto, sentando na beirada da cama para segurar a sua mão.

— Estou aqui.

Enfraquecido, ele me puxou. E quando pensei que a distância que estabeleci entre nós ajudaria a manter as coisas sensatas, Christopher se juntou a mim e envolveu o braço direito na minha cintura, recostando a cabeça devagar nas minhas coxas.

Eu tremi.

— Minha menina... É tão bom tê-la tão perto.

Após dizer isso, ainda de olhos cerrados, ele mais uma vez adormeceu.

Estremeci apavorada pela proximidade tão terna que nunca tivemos, uma ação tão carinhosa e diferente. Nunca imaginei ver naquele homem algo tão distinto.

Christopher Wayne disse que me queria perto, que queria o meu acalento.
Sua pele aquecida tocando a minha fez um onda elétrica percorrer toda a minha espinha.

Não sei por qual motivo idiota, mas eu quis ceder ao pedido. Me ajeitei de forma mais confortável e acariciei as suas madeixas onduladas e castanhas, admirada com a maciez delas.

Batendo as pálpebras, segurei o sono até uma hora em que não foi mais possível, mas Christopher me interrompeu novamente.

— Dulce! Dulce! — O clamor apavorado dele me assustou.

Wayne estava delirando outra vez, e mesmo que houvesse transpirado em excesso, a febre não baixava. Era uma luta.

— Fique calmo. Eu estou bem aqui.

O olhar dele era ilegível.

— É mesmo você...— Christopher pareceu relaxar pela certeza da minha presença. Era como se sonhasse acordado.

— Volte a dormir. Descanse — pedi.

Não! Eu não quero perder sua imagem nunca mais. Você é única.

Meus lábios secaram abruptamente ao escuta-lo. Ele só podia estar louco ou fora de si. Afetado mentalmente, com certeza, pois não havia nem uma explicação sequer para a reviravolta dos fatos. Depois que declarou tudo aquilo ele não se deu por satisfeito. E como uma pena de morte, Christopher veio para o meu lado segurando minhas maçãs, já totalmente rosadas, e me roubou um beijo.

O toque dos nossos lábios chegava a ser assustador de tão improvável que era. E de novo, a forma sub-humana dele me controlar me impediu de renegar o ato. Simplesmente o deixei conduzir tudo... Cada movimento, cada troca, cada carícia.

Depois de me beijar carinhosamente, ele pausou, afastou-se, sorriu e voltou a deitar a cabeça sobre as minhas pernas. Meu coração não parava de bater acelerado, desestabilizado.
Oh, maldição! Como eu queria mais daquilo.

Talvez quando acordasse novamente ele resolvesse remover a capa dura e imparcial e admitisse o que sentia. E Pedir desculpas pelas coisas que já havia dito era a primeira delas.
Eu estava empolgada com aquilo, e era engraçado pensar que isso me deixava feliz. Wayne pela primeira vez fez eu me sentir plenamente feliz. Era muito assustador.

Eu queria beijá-lo outra vez, e logo. Com certeza teríamos uma longa conversa pela manhã e eu podia apostar que ficaria intimidado. Mesmo que fosse estranho imaginá-lo assim, não existiria outra reação mais cabível.

Me sentindo uma tola com dez anos a menos, o observei descansar por alguns minutos antes de também cair exausta.

~~~

Esfregando os olhos, estirei os braços e me espreguicei sonolenta "Desabrochando como uma flor" era isso que minha mãe dizia quando me via despertar sempre tão devagar.

Abrindo os olhos aos poucos, levei um susto em ver Christopher me encarando, sentado na cama como se também tivesse acabado de acordar.

Bom dia, Dulce Maria.

— Bom dia — respondi já intimidada pelos acontecimentos recentes.

— O que faz aqui? — A pergunta nada cuidadosa me estilhaçou.

— O que? — perguntei descrente.

— Eu perguntei porque está aqui?

Não totalmente surpresa, levantei da cama e me afastei ao máximo dele.

— Você me pediu para vir.

— Pedi? — questionou franzindo o cenho e apertando o queixo.

Maldita mania que sempre vem acompanhado de coisas ruins!

— Que brincadeira é essa? — voltei a falar, ainda com descrença.

— Você acha que estou brincando? — rebateu frívolo — Eu acordo e te vejo largada do meu lado, na minha cama, e a brincadeira é minha?

— Foi você que me pediu para vir!

— Também pedi que deitasse comigo?

— Claro que sim! — repeli ofendida ao tom irônico da pergunta — Você... Não se lembra?

— Eu devia lembrar de algo... — reavaliando a própria pergunta, ele pareceu surtar ao se ouvir — Dulce, o que nós dois fizemos?

— Vá ao inferno Christopher! Seu babaca, idiota e desprezível!

— Espere!

Ignorei o chamado saindo do quarto aos prantos. Como sempre. Aquele lugar e ele era mesmo carregado de coisas ruins. Sempre que entrava ali, saia machucada de alguma forma. Muito machucada.

Mas daquela vez ele tinha ido longe demais nas suas brincadeiras.

Quando entrei em meu aposento, fechei a cortina de todas as janelas e me tranquei. Alfredo me viu passar pelo corredor, e bateu na minha porta, pedindo para eu abri-la, mas me neguei. Depois de algumas tentativas o homem pareceu desistir, e tudo voltou ao pleno silêncio.

Foi doloroso. Extremamente doloroso admitir que eu estava mesmo muito apaixonada por aquele homem desprezível.

Porque ele fez isso? Porque sempre me incluía em seus jogos sujos?

Destemida, peguei algumas roupas, uma escova de dentes, alguns produtos de higiene e soquei tudo dentro de uma mochila.
Precisava dar fim naquilo, e o mais rápido possível.
Não podia esperar mais.
O pior já tinha acontecido, era o fim. Aquela casa era inabitável para mim, e não haveria como conviver no mesmo teto que alguém tão baixo quanto Wayne.

Ele era cruel.

Mas eu devia ser sensata. Os leões não arredavam o pé da porta facilmente, e seria quase impossível fugir com eles ali. Eu passei praticamente o dia inteiro de joelhos ao lado da porta ouvindo os diálogos deles, até que um sinal do além surgiu. Uma das cozinheiras os alertou que o jantar estava pronto, e como eram famintos, os dois se apressaram para comer e retornar rapidamente aos seus postos.

Aquela era a hora exata.

Esperei o som dos passos sumirem aos meus ouvidos e abri a porta, saindo furtivamente na ponta dos pés. Andei por todos os lugares estratégicos imagináveis até atravessar na frente do jardim e pular a grade. O segurança do portão viu quando fiz o salto desastrado, e mesmo sob o alerta decidi correr. Ele gritou, me chamando de volta, mas não parei de ir para longe até não ouvir mais a sua voz.

É, talvez escapar daquele lugar não fosse tão difícil quanto pensei.

***

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