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011

Havia muita gente dentro daquele lugar, e todas elas pareciam apenas olhar para nós dois. Era extremamente perturbadora a maneira como éramos analisados. Com muita raiva invejei a forma tranquila de Wayne em lidar com toda a atenção recebida. Todos pareciam querer falar com ele, tocá-lo, sorrir para ele. Era subversivo, animais prontos para idolatrar padrões e status. Realmente eu estava no lugar errado aquela noite.

— Vamos nos afastar por um momento? — Disse após descansar o sorriso dado ao último casal que veio nos cumprimentar.

Quis perguntar por que, mas fui interrompida.

— Olhem só! Que bom vê-los.

A voz marcante de Samantha foi impossível de não se destacar, mesmo com a música de fundo. Ela também estava longe de passar desapercebida, dentro daquele vestido preto, tomara que caia, envolvido numa echarpe. Wayne soltou meus braços nesse momento.

Sua silhueta magra e alongada andou até nós dois, parando bem na frente de Christopher. Ele era quem a interessava. A mulher deu um beijo em cada uma das bochechas dele, ajustando habitualmente a sua gravata borboleta. Franzi o cenho enfadada pela ação nada haver. A gravata estava muito bem arrumada antes dela decidir ser útil.

— Você está lindo como sempre, Christopher.

Percebendo minha expressão ela me olhou e soltou Wayne.

— Não seja tão ciumenta, Dulce. O ciúme só destrói.

Ela gargalhou e passou a mão na saia do vestido.

Parece que a vaca sabia o meu nome, a final.

Reneguei as palavras e olhei o lado oposto — Dulce, mantenha a calma — repeti internamente, duas ou três vezes. Ela só podia estar louca ao dizer que eu sentia aquilo por ele.

— Já pode levá-la com você.

— Claro querido, está tudo preparado.

Fitei Wayne, nervosa, em busca de alguma reposta do porquê dele me deixar nas mãos daquela mulher. Puxando seu braço, eu o arrastei alguns centímetros, nos deixando a certa distância dela.

— Samantha vai retocar sua maquiagem no toalete — se adiantou, reprovando minha reação de tocá-lo daquela forma — Ela é a única em quem confio para deixar você.

— Tem certeza?! — Sussurrei, olhando-a de longe. Ela segurava a echarpe sem tirar o sorriso do rosto — Ela me odeia.

— E com você é diferente?

A pergunta dele soou como uma crítica aos meus comportamentos diante de Samantha. Eu podia não falar quase nada nos encontros com ela, mas minhas reações eram fáceis de ler. Wayne sabia que eu reprimia sentimentos. Será que podia perceber todos?

Ele me convidou a voltar para perto dela, e nós fomos. Assim que chegamos Samantha pegou na minha mão e me levou inesperadamente até o banheiro.

Algumas moças se retocavam e conversavam quando entramos. Foi engraçada, e não surpreendente, a maneira como elas também cumprimentavam Samantha. As mulheres sorriam e mal se tocavam. Pareciam tem medo umas das outras. Era estranho a abominação delas ao contato físico. Os beijos formais eram dados a distância, pegando-se apenas pelas pontas dos dedos.

Inevitavelmente dei um riso ridículo, e todas me encararam. Assim que percebi a forma que me olhavam, disfarcei olhando para o teto. A luminária de cristal era mesmo bonita.

— Vamos ver primeiro esses olhos.

Próximas do espelho, ela puxou da bolsa duas paletas com cores semelhantes às que eu usava antes, me pedindo para fechar os olhos. Obedeci, ainda desconfiada, mas fiz. Depois de tingir as pálpebras, ela passou lápis escuro e finalizou com rímel, um pouco mais de blush e iluminador.

— Pronto, não foi tão ruim assim — falou entusiasmada, guardando os materiais — Pensou que eu ia arrancar alguma coisa sua?

— Obrigada. — Respondi apenas.

Estranhamente ela decidiu que queria puxar assunto comigo, mesmo com o meu desinteresse evidente.

— Christopher me ligou, por isso vim equipada. Você é mesmo tão nova quanto parece?

— Eu e ele não temos nada. — Pensei que ao ser objetiva aquele assunto teria logo um fim, mas não...

— Eu sei dos valores dele, não precisa achar que deve me dizer. Wayne é totalmente legível para mim.

— Não duvido disso. — Rebati — Mas como acabamos, acho melhor irmos antes dele surgir aqui.

— Oh, que interessante ver que você já o teme como a todos, e não está errada em fazer isso. Mas tome cuidado Dulce, Christopher tem um buraco negro bem no meio da cabeça.

O que ela queria dizer com aquilo? Onde Samantha pretendia chegar? Aquilo parecia uma provocação, mas também tinha certo tom de verdade naquela afirmação. E se fosse julgar o tal conhecimento que ela dizia ter dele, como eu poderia duvidar?

Achei mais fácil ignorar o que ela disse, como sempre fazia, e apenas segui a mulher até o lado de fora. Mas como se não bastasse, ela resolveu parar antes do nosso caminho final, para ser complacente com um casal aparentemente importante. Me encostei numa coluna próxima e esperei o assunto terminar. Aquele lugar era grande demais, e com muitas pessoas. A última coisa que queria era me perder, e ouvir os sermões dele a noite toda, através dos seus e-mails.

Passei o tempo olhando as duplas se juntarem para dançar lentamente, num dos salões, aquelas músicas instrumentais enjoativas.

Porque pessoas ricas gostam tanto de sonetos?

— Boa noite.

Olhei para o lado assim que a voz rouca me despertou do devaneio.

Era um senhor de idade, calvo, de expressões tranquilas. Mas foi inevitável sentir um arrepio desagradável na presença dele.

Fiquei calada, ainda um pouco assustada por não saber o que fazer.

— Vi que chegou com Wayne, e isso me deixou curioso — continuou mesmo ao meu silêncio — Ele não tem parentes próximos, e não acho que você seja o tipo de mulher que ele goste, mesmo sendo muito bonita.

Meus olhos saltaram, apavorados. Quem era aquele homem? Porque ele falava com tanta intimidade comigo? Odiei a situação, e mais ainda ver que Samantha não via nada, totalmente dispersa a alguns metros, no seu assunto interessante.

— Galanteador como sempre, Couboupote.

Christopher surgiu, pegando minha cintura por trás, me fazendo agradecer pela primeira vez a sua presença.

O desconhecido abriu a boca, e eu vi algo maldoso brilhar nos olhos dele, mas ao invés de falar ele tirou a vista de mim e olhou apenas para Wayne.

— Está assustando a moça.

— Não foi o que planejei, sinto muito, apenas quis ser gentil com sua acompanhante.

Ele fingia bem, estar tranquilo, mas no fundo aquilo tudo soava muito artificial para mim. O tal Couboupote era estranho. Christopher me trouxe ainda mais para perto dele, e nos conectamos demais.

O calor do corpo dele quase me fez suar. Agoniada, fiquei tentando segurar o medo daquela imposição tão viril. Homem nem um nunca havia me pegado daquela forma, e desde que conheci o Wayne, a maioria de nossos encontros era carregado de toques como aquele.

— Você demorou e eu resolvi vir atrás de você — disse, olhando-me nos olhos. Samantha por algum aviso divino veio para perto de nós dois, notando que muitas coisas haviam ocorrido.

— Couboupote — ela reverenciou o homem confusa em vê-lo ali — Wayne, nós já estávamos indo.

— Me adiantei — rebateu com um toque repreensivo.

A mulher engoliu em seco, e me fitou, intercalando entre Christopher e eu. Samantha parecia extremamente ofendida pela forma dele falar, mesmo que nada demais tenha sido dito.

Fiquei entre os três, sem entender muita coisa, até Wayne me fazer andar novamente.

— Temos que ver algumas pessoas ainda, nos deem licença. Tenham uma bela noite e um ótimo jantar.

Ele se despediu e praticamente correu para a nossa mesa. Suas passadas estavam eufóricas, numa agonia inexplicável. Tremi em algumas trocas de pernas, pelo salto ainda me desequilibrar.

— Vá com calma! — Falei tentando seguir seu ritmo.

— Seja mais rápida Escobar, preciso chegar a tempo, antes que os investidores saiam.

— Não consigo...

A última frase foi dita junto do meu total desequilíbrio. Droga! Meus joelhos foram parar no chão, bem no meio de um grupo de pessoas com taças nas mãos. Eles riram, riram de mim olhando uns aos outros, para compartilhar seus deboches. Wayne não disse nada de imediato, era como se ele próprio tentasse acreditar que eu estava mesmo largada no chão daquela maneira. Recobrando a sua ciência dos fatos, o homem olhou cada um deles nos olhos, fazendo as risadas e vozes se calarem imediatamente. Parecia programado.

Ele estendeu a mão e me ajudou a levantar, pegando no meu rosto para ver se tinha algum traço de choro. Mas não havia nada. Eu tinha trabalhado bem isso enquanto refletia, sentada no piso de porcelana, o fato de segurar minhas emoções perante os outros. Estava sendo muito difícil, mas eu relutei em me sentir insignificante.

Mesmo assim era impossível esconder minhas bochechas rubras, delatando o que sentia verdadeiramente.

Em silêncio, e dessa vez mais devagar, chegamos na mesa onde o nome dele estava escrito numa placa de vidro, e me sentei. Aliviada por descansar os pés um pouco, e ainda trêmula pela cena de minutos atrás, peguei um copo d'água assim que um dos garçons passou com a bandeja cheia de opções.

Bebi aquilo com uma sede descomunal, dando goles seguidos e imensurados. Wayne, a duas cadeiras de distância, conversava com dois homens sobre assuntos chatos, assim como ele havia me alertado. Estava entediada, aborrecida e com um desejo imenso de ir embora dali. E para piorar, vez ou outra as mesmas pessoas que presenciaram meu show no salão, passavam, cochichando no ouvido de outras, espalhando, com certeza, o boato do quanto a acompanhante de Christopher era ridícula.

Jantamos um pouco, e o tempo passou desapercebido.

Desocupada, olhei vagamente para alguns lugares insignificantes até parar a vista no homem colossal que andava na nossa direção. Era o mesmo da noite em que ouvi a conversa de Wayne. Lucius, se me recordava bem.

Surpreendentemente ele apenas apertou a mão de todos os presentes e sentou-se ao meu lado, bebendo uma dose de uísque.

— Parece chateada Senhorita.

— Esses assuntos são muito complicados.

— Tem razão — concordou dando um gole, seguido de um sorriso — É muito tedioso.

Ambos rimos relaxados

— Mas é o que eu amo fazer.

— Você trabalha para ele então?

— Desde que Christopher era apenas um garoto... — Lucius parecia falar aquilo intercalado a memórias — Já trabalhava para os Wayne, e quando ele assumiu tudo, permaneci.

— Parece que todos que trabalham para ele o conheceram desde criança.

— Digamos que Christopher não confia sua vida a muitas pessoas, e isso é bom.

— Não é muito solitário?

— A senhorita é boa em questionar, não é mesmo? — Recuei um pouco e procurei pelo meu copo de água, disfarçadamente, mas estava vazio — Na minha opinião, as coisas são mais interessantes quando são descobertas sozinhas, sem atalhos. Aconselho que comece a pensar assim senhorita Escobar. — Lucius se levantou da cadeira e deu seu último gole — Ás vezes o mistério enriquece a obra final.

Despedindo-se da nossa conversa com um beijo no dorso da minha mão direita, Lucius assumiu o lugar de Christopher, e exigiu que ele se levantasse para me fazer companhia, sugerindo que nós dois nos juntássemos aos demais na dança que acontecia no espaço ocupado. Ele o obedeceu como fazia com Alfredo, e isso me admirou muito. Os dois o conheciam desde a infância, e ambos possuíam a confiança dele.

Wayne me levou para o espaço onde os convidados dançavam, segurando a minha cintura com a mão esquerda, e com a outra recebeu a minha direita. Apoiei o braço cago em seu ombro, e juntos, fizemos os passos em sincronia com a música lenta.

— Eu não imaginei que alguém tão desengonçada conseguiria dançar.

— E nem eu sabia que você era um velho gaga.

Rebati lembrando da idade que Alfredo me delatou. Ouvindo o meu rebate ele deu uma risada plena, se livrando do excesso de ar dos pulmões com leveza. Christopher me girou, e quando retornei aos seus braços, ele diminuiu o nosso espaço.

— Então agora compreende porque não toco em você querida.

***

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