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005


— Acordem!

A ordem foi seguida de esguichadas d'água que fez todas as garotas e eu levantar num salto. Acordamos molhadas pela mangueira que Madame Leonor arranjou para fazer questão de nos humilhar. Red mal pôde se mexer, a pobre coitada apenas se arrastou do seu colchonete para uma distância onde a água não batesse. A acompanhei para não deixa-la sozinha.

— Droga, hoje é o dia... — sussurrou desvanecida.

— Dia de que? — perguntei protegendo o rosto.

Vamos, hoje vocês precisam tomar um banho digno — ressoou a mulher, desligando a mangueira, sorridente.

— Red, que dia é hoje? — voltei a perguntar.

— Quer saber minha querida? — a intromissão dela me assustou. Meu tom de voz estava baixo, praticamente inaudível.

Como ela ouviu?!

— Dia de Leilão!

Dito isso, ela saiu.

Virei imediatamente para Red, que parecia saber exatamente o que eu ia perguntar, se adiantando em falar:

— Hoje seremos leiloadas para passar uma noite ao lado de algum homem.

Ofegante, levantei e perambulei eufórica. Ia me manifestar, mas recordei das câmeras que haviam ali. Voltei para perto de minha amiga, e fiquei abraçada nela. Red estranhou a minha atitude, franzindo o cenho.

— Você sabe que aqui tem câmeras?

— Claro. Todas sabemos disso. — ótimo, pelo menos um dos mistérios foi desvendado.

Aquele era o motivo pelo qual todas elas sempre ficavam reprimidas em brigas. Sabiam que estavam sendo vigiadas o tempo todo.

— Precisamos fugir desse lugar. Talvez hoje seja a oportunidade certa.

— Dulce, desista. Essa gente é perigosa.

— Mas somos maioria, somos muitas. Quem sabe nos unindo...

— Não somos maioria — rebateu com desesperança — Lá fora existem muitos deles, treinados para matar todas que se atreverem a ir contra o sistema.

— E você quer passar a vida toda aqui? — questionei indignada.

— Não! Eu vou quitar minha dívida.

Red parecia mesmo acreditar naquilo. Ela tinha as esperanças que a mulher havia mencionado. Era duro imaginar que a ingenuidade dela a impedia de ver o que realmente havia por trás de tudo.

Horas após a visita da Madame, algumas moças, inclusive eu, fomos levadas para um cômodo cheio de roupas e maquiagem. Incumbidas de se banhar e pôr vértices adequadas. Havia muito brilho, peças curtas e decotadas, tudo muito exuberante. Não tinha como recusar fazer o ordenado. Dentro daquele lugar haviam cinco homens armados, prestes a deferir algum tiro sobre qualquer uma de nós que decidisse sair dali.

Red me ajudou com a maquiagem e as roupas, já que ela sabia que eu não faria aquilo por livre e espontânea vontade. Fui vestida, em clima de funeral, e como se não bastasse, estava mesmo preparada como uma fruta banhada na feira. Enfeitada por coisas chamativas.

Quando ficamos todas prontas, a mulher adentrou, analisou as mercadorias e apontou para as que lhe interessava. Todas que foram vítimas do seu indicador saíram pela porta acompanhadas por mais homens armados. Red tinha razão, havia muitos. Chegando na minha vez, paralisei, ficando imóvel, em estado de choque total. Até aquele momento ainda não tinha caído a minha fica do que acontecia ao meu redor.

— Você, olhe para mim. — mandou.

Levantei o semblante devagar, e mais uma vez o flash bateu contra os meus olhos. Ela havia feito mais uma foto.

— Eu sabia que ficaria bonita com boas roupas — continuou sagaz — Você vai ficar aqui, e só vai sair quando eu avisar.

Sozinha. Permaneci ali, vigiada. Sentei no sofá, e as horas se passaram. Muitas e muitas horas, tantas que adormeci e despertei algumas vezes, numa delas fiz isso olhando para os lados como se fosse apenas um longo pesadelo. Depois de tanta espera, Madame Leonor entrou novamente e me pegou de cima do sofá pelos braços.

— Te esperam lá fora.

— Eu não v...

— Lembre-se bem — reforçou, puxando da minha memória a nossa última conversa.

Lacrimejando, fui arrastada pelo corredor vermelho até chegar na frente de uma porta preta. Ela girou a maçaneta e me olhou nos olhos.

— Não seja insolente. Limpe esses olhos e erga o queixo.

Obedeci antes de caminhar para dentro do quarto, bem do seu lado. Entramos praticamente de mãos dadas.

Estava escuro, mas assim que meus passos foram ouvidos pelos que habitava ali, uma fina luz no centro de um salão foi acesa.

Havia um pequeno palco, que ela me fez subir, e ao redor dele havia muitos homens, de todas as idades e formas, me olhando como animais. Alguns conversavam sorridentes, outros apenas puxavam seus talões de cheque. Eu conhecia um, meu pai tinha muitos, mesmo nós sendo pessoas simples ele usava cheques.

Quando a mulher me posicionou corretamente no palco ela permaneceu do meu lado e bateu palmas, chamando a atenção de todos.

— Iniciaremos o leilão com a oferta de três mil dólares.

A compaixão é um profundo desejo de ver os outros aliviados do sofrimento, mas é como se jogar num abismo sem volta. Ela me proporcionou a calmaria de fazer o bem, e a tristeza de estar mal.

Meu paladar não tinha mais sabor. Estava seco, esvaziado pelo medo eminente de estar ali, jogada, abandonada pela vida e por Deus. Eu me sentia sem propósitos.

— Quatro! — gritou um deles.

— Quatro e quinhentos.

— Quatro e novecentos — disse outro.

Madame Leonor segurou meu braço e o estirou passando os dedos pela minha pele. Tocando-me com sedução.

— Vejam, ela é linda. Tem uma pele macia, casta, inutilizada. Vale muito mais...

A forma como ela falava de mim me fez sufocar o choro. Eu estava tremendo tanto que cheguei a prever a minha queda sob aquele par de salto agulha, negro. No meu rosto estava estampado o horror. E ela notou. Puxando o meu pescoço, Leonor se impôs:

— Eu vou matá-la. — a ameaça que me fazia ceder foi renovada.

— Quatorze! — ofertou um homem do lado esquerdo do salão. Era muito dinheiro! Sofri antecipadamente imaginado que aquele me levaria.

Mas as ofertas continuaram...

— Quinze!

— Dezesseis e duzentos.

— Dezessete e quinhentos.

E assim permaneceram. Alguns ofertavam me rondando, feito urubus prestes a fincar suas presas na carniça, analisando o que eles levariam para suas casas. Mas o último valor alegrou a mulher e naquela hora tive plena certeza de que seria aquele o meu preço.

Todos já pareciam convencidos do ganho do homem que minha vista não podia alcançar, quando uma voz do fundo do salão ressoou, derrubando a expectativa de qualquer um.

— Um milhão de dólares.

O silêncio ecoou, e por segundo pensei que Madame Leonor teria um infarto. Se ela não tivesse, eu teria. O homem que deu o lance, começou a emergir do meio do público, tendo sua passagem cedida pelos apostadores. Todos olhavam em busca do insano que estava disposto a dar toda aquela quantia. Ele era velho, com pouco cabelos na cabeça, vestindo roupas claramente finas e elegantes, mas nada daquilo estava sendo julgado por mim.

A única coisa que pensei foi no que ele pretendia fazer comigo.

Empolgada, a mulher que me leiloava apertou a mão do homem, com um sorriso estampado que mal lhe cabia no rosto.

— Vendida! — gritou em alto e bom som.

As palmas dos participantes vieram como numa onda, seguidas, até silenciarem.

— Senhor, aviso que aceitamos apenas pagamento a vista.

— Não se preocupe. O dinheiro está nesta maleta.

Ambas olhamos para a pasta de couro, preta, que ele carregava, e mais uma vez o sorriso estampou o semblante dela.

— Ótimo. Pode ir até aquele homem ali na bancada para conferir as cédulas enquanto preparo a sua encomenda.

Ela acompanhou o homem com olhar até ele ganhar distancia suficiente de nós. Leonor me pegou pelos ombros e me levou de volta para a cabine onde nos arrumávamos mais cedo.

A mulher caminhava de um lado ao outro, tensa, estralando os dedos para se aliviar.

— Você entende o que acabou de acontecer? — perguntou me encarando apreensiva. Degluti a saliva seca que tinha presa na garganta, e me calei — Você foi vendida, este homem vai leva-la com ele.

— E você não teme que eu fale alguma coisa? — rebati desafiadora.

No fundo eu estava com muito medo. Abalada só de imaginar ser usada por aquele desconhecido, sem dó nem piedade. Tinha certeza que os frequentadores daquele tipo de lugar eram da mesma estirpe dos que me mantinham presa.

— Na verdade eu deixei você por último porque minha intenção era de te vender por um bom preço, mas não imaginei que valeira tanto — ela própria viajava em suas palavras — Por isso, ordeno que saiba bem das consequências que um delato seu pode causar aos demais, e para provar, fiz uma pequena demonstração.

Demonstração? Só de ouvir aquilo perdi a estabilidade.

Ela se aproximou da porta e abriu a passagem. Um dos brutamontes carregava Red nos braços. Ela não parava de chorar, soluçante, angustiada.

Andei de encontro a ela, que de imediato me agarrou num abraço. Madame Leonor saiu devagar nos deixando a sós. Fitei a mulher sabendo que ela tinha feito algo e ela claramente concordou comigo.

— Ele morreu... — disse num suspiro.

— Quem? — perguntei nervosa.

— Meu irmão Dulce... o mais novo. Eles o mataram! — ela gritava, jogando-se no chão.

— Leonor... — pensei em voz alta, e a ruiva levantou a visão.

— Eu sei que você está me protegendo, mas pare — sussurrou — Não se sinta presa a mim Dulce. Faça o que tiver que fazer. Você não merece ser penalizada pela minha vida. Maite tinha razão, eu não devia ter sido boa contigo, quem sabe assim nada disso teria acontecido...

— Não diga isso. — retruquei me desmanchando em lágrimas — Nós somos vítimas.

— Você vai sair daqui.

— Eu prometo que vou voltar para libertar vocês — falei o mais baixo que pude, próximo do ouvido dela.

Red apenas segurou meus ombros.

— Gustavus me mostrou o vídeo da morte do meu irmão Luka, e do desespero da minha mãe — Ela tremia — Se sair daqui antes de pagar minhas dívidas eles matarão todos da minha família, inclusive eu.

— Red, eu fui vendida.

Ela me encarou apavorada, destroçada, voltando a me abraçar entrelaçando os braços em meu pescoço. Enterrei a cabeça nos ombros dela e chorei. Chorei como se não houvesse amanhã. Pela primeira vez, toda as cartas haviam sido postas na mesa, e a única certeza daquele momento foi a de que eu caminhava para a morte, mas não podia levar mais ninguém comigo.

A mulher voltou para o quarto e nos afastou, mandando levarem minha amiga para fora, longe de mim.

Leonor mais uma vez me observou e puxou um cigarro.

— O homem é mesmo louco e rico, acredita que tinha um milhão certinho naquela maleta? O chefe vai adorar saber o quanto ainda conseguiu ganhar em cima de uma insolente como você.

Chefe? Eu pensava esse tempo todo que ela era a chefe, mas existia alguém acima, mais cruel com certeza.

Não fazia diferença saber disso, nada ia mudar. Ninguém ali era melhor ou pior, todos estavam estragados.

— Porque matou o irmão dela?

— Para deixar claro que se bancar uma de engraçadinha, cabeças irão rolar. — declarou gargalhando e pegando em meu queixo.

***

Eles me encaminharam para uma saída, necessariamente um estacionamento na parte traseira do clube. Aquele era o mesmo lugar por onde entrei na primeira vez. Lá, um Mercedes nos aguardava, mas antes de ser posta para dentro do carro a cafetina me encarou de uma forma tão vazia, uma que nunca percebi em seus olhos. Eles estavam escurecidos de maldade. Foi um aviso.

Entrei no carro de cabeça baixa, sabendo que o comprador estava do meu lado, mas não queria olha-lo. Quando o motor foi ligado e o veículo começou a se mover, meu peito espinhou pela falsa liberdade enquanto íamos para mais longe.

Foi um trajeto de pleno silêncio. O homem me ignorava concentrando sua atenção apenas numa agendo em que escrevia desde que entrei. Eu olhava as vezes pelo canto do olho os movimentos que ele fazia. Meu corpo todo estava gélido de pavor. Estávamos cada um em uma ponta, separados por um vazio no meio. Olhando os detalhes, percebi que aquele carro era mesmo caro, diferente dos que meu chegou a possuir, ali o estofado era de couro e cheirava a novo, nele também havia um vidro escuro estrategicamente posto, impedindo que víssemos o motorista.

— Você deseja alguma coisa senhorita? — Depois de tanto tempo calados, o homem rompeu seu silêncio.

Minha reação não podia ser diferente. Me encolhi ao máximo que pude e baixei ainda mais a cabeça, respirando com pressa.

— Desculpe, não me apresentei — insistiu em falar — Me chamo Alfredo.

Permaneci sem dizer uma só palavra. Não me interessava saber nada sobre ele.

— Sei que está assustada, mas tenha calma, aqui eles não lhe farão nada.

Claro que não, porque você fará! Maldito! Gritei internamente.

— Quando chegarmos as nosso destino tudo ficará mais claro.

Alfredo finalizou a conversa dizendo aquelas coisas sem sentido, me deixando ainda mais arisca. Pronto, ele me levaria diretamente para algum lugar onde pudesse destroçar o resto de mim.

***


NOTAS

Longo? A partir de agora todos serão assim!

Vamos ler mais!

Obrigada a todos que já estão lendo e votando na historia, tornando ela cada vez mais possível <3

Beijos de Luz :*

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