4° Parte
Em seu quarto Sirius não parava de pensar em Sol e na conversa que tiveram no terraço, ele não conseguia entender o porquê de querer tanto a aprovação dela. Rolou de um lado para o outro na cama sem conseguir dormir e mesmo no dia seguinte, quando se preparava para mais um dia de expedição por Spes, não tinha resposta para seu dilema.
Quando se encontrou com Sol na entrada do Centro não conseguiu olhar diretamente para ela, que por sua vez estava enigmática como sempre, talvez seja isso que a torne tão interessante à Sirius. Sol logo informa que iriam a um lugar onde cuidavam de animais que por alguma razão não podiam viver na natureza, uma espécie de zoológico, e ela aproveitaria para explicar como funcionava os variados meios de transporte de Spes. Chegado ao destino Sirius não conseguia esconder a excitação, era tantos animais diferentes e fascinantes que ele não podia deixar de pedir a Sol que traduzisse algumas placas de descrições dos bichos. Sol por sua vez estava bem menos ríspida com Sirius, sorria com mais frequência e falava mais informalmente, cometeu alguns erros no inglês, Sirius riu mas não a corrigiu, ele estava adorando esse novo humor dela e não queria estragar.
Depois de muito esforço Sirius finalmente saiu do zoológico, Sol disse que ele passaria muito tempo ali quando estivesse estudando biologia, só assim o convenceu a ir embora. No caminho de volta uma coisa chamou a atenção de Sirius um aglomerado de nativos reunidos, pareciam estar comemorando algo, no meio havia duas pessoas de mãos entrelaçadas presas por uma fita vermelha alaranjada.
-O que é aquilo? - Perguntou à Sol.
-É uma cerimônia de união, é algo parecido com um casamento para vocês. Só que nesse caso é para sempre. - Sirius franze a testa e Sol explica. - Nós só amamos uma pessoa em toda nossa vida e essa cerimônia só acontece quando encontramos nosso par, não é como humanos que tem vários amores durante a vida.
-São monogâmicos… fascinante. - Sirius disse consigo. - E por que estão com as mãos amarradas?
-É uma simbologia de que estão sempre juntos agora, quando é amarrada é dito os votos.
-Tipo o "até que a morte os separe"?
-Talvez… não tem uma tradução literal mas seria algo como: "Eu coloco a minha mão na sua, para que juntos façamos o que não conseguimos fazer sozinhos." - Sol esclareceu.
-Você já encontrou seu par? - Sirius perguntou desviando o olhar corando levemente.
-Não se encontra seu par só dobrando uma esquina, é um pouco mais complicado que isso.
O constrangimento tomou conta de Sirius e o fez mudar de assunto para o tempo que estava fechando, logo começaria a chover por tanto se apressaram para chegar à estação de trem mais próxima que os levaria de volta para o Centro de Pesquisa, conversaram por todo o trajeto abordando vários assuntos. Ainda chovia quando desembarcaram, na Terra a chuva se tornou ácida e preocupante, mas em Spes Sirius não tinha que pensar na acidez das gotas e foi de bom grado que caminhou debaixo d'água até o Centro, mesmo com Sol lhe oferecendo um guarda-chuva.
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