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3° Parte

Sol não esperava encontrar o humano ontem no terraço, pela surpresa de vê-lo ali ela foi quase legal com ele, e ela não tem que ser legal com humanos. Eles são parasitas em Spes, não deveriam nem mesmo ter chegado até ali. Sol não poderia negar que desde a chegada dos seres humanos o planeta teve certos avanços, principalmente tecnológico, mas não se sabe até quando isso será benéfico para seu povo, humanos são voláteis, são guiados pela ambição egoísta, seus históricos provam isso. Não podia ignorar o pensamento de que a qualquer momento os humanos poderiam começar uma guerra pelo controle absoluto de Spes, e se isso acontecer não sabia dizer se seu povo reagiria. Não é que Sol odiasse os humanos, é só que ela não quer baixar a guarda e ficar presa a essa ideia utópica de coexistência. Humanos não são confiáveis, são voláteis e podem acabar com tudo sem muito esforço, eles não são muito bons em viver em sociedade.

Hoje Sol estava determinada a ser fria e manter distância do humano, ela levaria Sirius aos lugares mais básicos como mercados e restaurantes, desde que ela não sustentasse uma conversa, manter distância seria fácil. Bom, seria se o humano não agisse como uma criança curiosa e empolgada, sirius olhava para tudo com muita atenção. E fazia perguntas do tipo: "Qual o nome disso?" "Para quê serve aquilo?" "É comestível?" e muitas outras. 

-Sol, qual o nome dessa Planta? - 

-Não sei, é só mato! - Respondeu ela já sem paciência.

Sirius não se abalou com a resposta seca e continuou a caminhada até que chegaram a uma praça e nesta havia uma grande árvore que estava carregada de frutas mesmo estando em um local público, a fruta era comestível mas não havia uma única criatura no planeta que a consumia direto do pé, uma ideia maliciosa surgiu na cabeça de Sol.

-Aqui experimenta essa fruta.

Sol teve que morder a língua para segurar um risinho, tudo o que sol queria era que Sirius calasse a boca por pelo menos meia hora. O rapaz pegou a fruta, a examinou e sem medo nenhum fincou os dentes no fruto, Sol observou o rosto dele se contorcer numa careta que nunca achou que poderia existir, ela não pode se conter e riu sem nenhum pudor.

-Isso é horrível! Parece uma mistura de limão e pimenta. - Eles cuspia a fruta intragável. - Isso é mesmo comestível?!

-Não desse jeito, - Sol respondeu entre risos, - ela é mais usada para medicamentos. Desculpe-me por isso.

-Pelo menos a situação serviu para seu divertimento, - Sirius ainda tinha o gosto da  fruta na boca, - e eu finalmente pude ver seu riso, já estava começando a achar que sua espécie não tinha expressões faciais.

Depois desse incidente continuaram o passeio mais descontraídos, Sirius  continuou com suas enxurradas de perguntas sobre tudo e Sol as respondia o melhor que podia e no fim da tarde, quando se despediram no centro de pesquisas, Sol já nem mais se lembrava de manter a tal distância que tanto se esforçou para ter naquela mesma manhã. 

***

Sol adentrou no centro de pesquisa à procura do pai que trabalha ali, eles haviam combinado de jantar e voltar para casa juntos,  levou um tempo para encontrá-lo já que o mesmo não para num canto por muito tempo, sempre indo e vindo pela instalação. O pai de Sol deixou o que estava fazendo para irem ao refeitório onde jantaram, o pai fez perguntas sobre seu dia com o humano, Sol não foi totalmente sincera em suas respostas. Ao terminarem a refeição o pai de Sol disse que tinha algumas coisas para terminar e pediu que a filha o esperasse, pois seria bem rápido. Mas Sol conhecia o pai e sabia que não seria nada rápido, no mínimo meia hora. Ela foi esperar no terraço como da ultima vez, Sol amava a visão da cidade iluminada, e o Centro de Pesquisa era afastado o bastante para dar uma vista incrível. Quando abriu a porta do terraço Sol logo notou que ele já estava ocupado. Sirius estava sentado no chão olhando para o céu, ao seu lado um dispositivo com tela mostrava imagens que Sol não pode identificar o que eram.

-Já está com saudade de casa? - Perguntou Sol, Sirius se vira para ver que estava falando.

-Não exatamente. - Respondeu ele, ainda distantes em seus pensamentos. Sol senta-se ao seu lado. - Não se pode sentir saudade daquilo que você nunca viu. 

Sol o olha confusa, ela não tinha ideia do que ele estava falando. Seria todos os humanos estranhos assim ou só esse mesmo? Sirius parece ter notado sua confusão e lhe mostrou a tela ao seu lado.

-São fotografias antigas de recifes de corais, eram criaturas marinhas da Terra. Eu as acho fascinantes, mas foram extintas e por mais que queira eu nunca poderei ver uma pessoalmente.

Sol fica em silêncio, parecia um assunto íntimo demais para ela dar algum palpite, mas tais palavras a lembrou do egoísmo humano. O silêncio se prolongou, até que Sol faz uma pergunta:

-Por que você quis vir para Spes? - Ela queria fazer essa pergunta desde aquela manhã.

-Pra falar a verdade… eu não sei, ainda estou procurando um propósito para ter vindo.

Novamente o silêncio, Sol observa o jovem humano de canto de olho, ele devaneia olhando o céu limpo e estrelado. Dessa vez é ele que quebra o silêncio.

-Não dá para ver a olho nu, mas em algum lugar naquela direção - Sirius aponta para o céu - está o meu planeta. Estava pensando que a Terra que vemos de Spes é de 726 anos atrás e que vendo daqui talvez ainda existam corais na Terra. 

-Esses tais corais são realmente lindos… é uma pena que a humanidade os destruiu. -Sol fala com certo desdém.

-Você parece nos odiar, por quê? - Sirius pergunta a encarando, Sol sustenta seu olhar.

-Não é nada pessoal, mas é que vocês são egoístas e destrutivos, mataram o próprio planeta e em vez de tentar consertar o estrago procuraram por um substituto e agora farão o mesmo com Spes. - Sol não conseguiu se conter e falou seus temores.

-Não vou negar, realmente somos criaturas horríveis, mas não é só isso que temos. Existem muitos projetos de revitalização para a Terra porém há muitos habitantes que tornam a recuperação do planeta impossível, mas se tirarmos boa parte dessas pessoas o planeta poderá ser curado, e quem sabe até sua fauna e flora possa ser recuperada. 

-Mas para que curar o planeta se vocês vão maltratá-lo novamente?! - Sol não esconde o desprezo na voz.

-Sabe, no geral somos um tanto inconsequentes, mas aprendemos com nossas falhas. Na Terra tem um ditado que diz: "Errar é humano, mas persistir no erro é burrice." humanos podem ter muitos defeitos mas não são burros, erramos com a Terra, erramos feio, mas não vamos errar com Spes queremos preservar esse planeta para que as criaturas daqui não sofram com o mesmo destino da Terra. - Sirius contra-argumentou com a voz serena.

-Vocês falam isso agora mas a qualquer momento traíram as próprias palavras. Vocês não se importam de verdade com Spes, vocês só querem um novo lugar para destruir. - Sol não daria o braço a torcer.

-Você acha mesmo que não nos importamos?! - Sirius parecia irritado agora. - Você acha que teríamos esperados 150 anos para mandar os primeiros civis para cá se não nos importassemos? - Sol não respondeu. - Todo esse tempo foi usado para uma colonização que não afetasse negativamente o planeta e seus habitantes. Esse centro de pesquisa mesmo é totalmente auto-sustentável, não causa nenhum dano ecológico, e esse é só um dos detalhes. - Ele respirou fundo se controlando. - Vamos cuidar do seu planeta melhor do que cuidamos do nosso, pois esse é nosso planeta agora e não poderíamos ter a mesma sorte de encontrar um novo outra vez.

-Quero acreditar em suas palavras, quero acreditar que meu lar será preservado, mas estudei a história da humanidade e ela não me deixa ter muita esperança. - Sol olhava para as luzes da cidade imaginando se seus descendentes poderiam ter o mesmo privilégio.

-Nossa história é sombria, mas é ela que nos impede de cometer os mesmos erros,  a humanidade mudou, não está perfeita, mas está melhorando. 

Sol não olhava mais para ele pois sabia que se o fizesse sua barreira se quebraria. E ela também não tinha o que dizer.

-Se isso ainda não é suficiente para você então direi, não por toda a humanidade mas por mim. Eu farei o que eu puder para preservar cada ser vivo deste planeta, para que ninguém tenha que se contentar apenas com fotos das criaturas extintas. - Sirius se levanta e vai embora sem esperar uma resposta, dando uma ultima olhada para trás ao fechar a porta do terraço.

E lá se foi sua barreira com um único discurso pomposo, mas o que mais Sol poderia fazer senão agarrar-se a essa esperança? Ela não poderia expulsar os humanos de Spes. Teria que aceitar isso mais cedo ou mais tarde, então por que não acreditar que eles são melhores que seus antepassados? E em vez de desprezá-los ajudá-los a se manterem no caminho que começaram?

Sozinha no terraço Sol abraçou as pernas e buscou nas estrelas uma resposta para seu conflito interno.

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