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Capítulo 58

CAPÍTULO 58

Luís Cláudio precisava se apegar a parte digna de sua história e para isso chamou a única pessoa do seu arruinado lar que ainda lhe entendia um pouco: Samantha. Luís abriu o vídeo A História da Padroeira do Brasil, com os comentários devidamente desativados, e viajou na História com a filha caçula.

"Do que me vale ser filho da santa? Para quem é um pouco mais velho, assim como eu, e viveu tempos de terror sabe que de nada vale ser o Filho da Santa. Sim, somos filhos do Brasil, protegido pela Senhora Aparecida, a maior nação católica do mundo. E foi por isso que meus bisavós paternos vieram para cá: contemplar o lugar onde tudo que se planta dá, a maior nação católica do mundo, que inventou seu próprio jeito de rezar pela Virgem Mãe. Sim, não podemos negar a grande influência de outras religiões, mas o Brasil parece ter sido a terra escolhida para ter uma predominância católica tão grande por muitos séculos. E de que me vale ser filho da santa, se não questionar meus próprios princípios? E foi isso que o Brasil fez: tornou-se um pouco protestante, espírita, umbandista. Porque ser apenas filho dela, daquela mulher negra como os sofridos escravos, da Senhora Aparecida, de nada valeria se não pudéssemos ser também filhos de outras realidades menos mortas. O Brasil é uma terra de índios, negros, europeus e de diversidade. Questionar é preciso. Ter fé também. Fé em que as mentiras e forças brutas acabarão e por isso, apesar de tudo, continuaremos sendo filhos da santa: Santa Terra Brasilis."

– Estas tuas palavras são lindas, mas são tão tristes ao mesmo tempo. O senhor não deveria ficar triste com as palavras desse vídeo. Você ainda é católico e sua realidade pode ser muito boa. A gente ainda te ama. – Disse Samantha, referindo-se aos acontecimentos do último dia.

– Eu sou visto como um babaca pelos juízes, tudo que eu tinha por mais sagrado se tornou uma Sodoma e Gomorra. Eu não sei se eu não deveria não me sentir triste. – Defendeu-se Luís Cláudio.

– Ninguém queria que as coisas fossem desse jeito. – Interrompeu Ruthy. – Mas nós, as filhas da santa, deveríamos ter um pouco de liberdade sobre nosso corpo e nossas escolhas. Essa história, os acontecimentos que todos vivemos nos últimos dois meses não giram em torno de você. Se você olhasse as coisas pelo olhar da sua filha, aquela que está lá em cima, chorando, pensando em como vai enfrentar o mundo e o jeito que ele reage com as escolhas dela, essa sua tristeza passaria. Ah, e obrigada por dizer nesse vídeo que o Brasil é o País do Evangelho. Eu nunca tinha ouvido ele por completo.

– Está tentando se rebelar totalmente contra mim, Ruthy? – Perguntou Luís Cláudio. – Eu pensei nela, primeiramente nela, não em mim. Aliás, parabéns pela coragem de finalmente se assumir espírita.

– Foi a Samantha que te disse, não foi? – Questionou Ruthy. – Ela disse sobre a nossa conversa com o Donatello, não disse?

– Eu juro que eu não falei da novela Escrito nas Estrelas. – Defendeu-se Samantha.

– Você, Ruthy, realmente deve achar que eu sou um idiota de nunca ter percebido seus livros espíritas que chegavam pelo correio, a sua cara de mal-amada quando se falava de ressurreição na missa... – Comentou o historiador. – Deve ter sido você que ensinou a Simonetta a me fazer de idiota.

– Olha aqui... A Simonetta nunca me contou nada sobre a vida íntima dela e eu fiquei sabendo de tudo depois de você. Sim, eu sou uma mal-amada mesmo. Mal-amada por você, que não me permitiu trabalhar nem como cabeleireira. E claro que eu comprava meus livros escondidos para que nem você e nem sua família soubessem.  Como você acha que sua família hipercatólica iria reagir se soubesse que sou espírita? – Disse a mulher, parando para respirar por alguns instantes.  Eu encontrei uma família em vocês, mas acho que escolhi o marido errado. – Finalizou Ruthy, subindo para seu quarto e chamando Samantha, tomando uma decisão que parecia ser definitiva.

****

Stella era uma especialista em fazer Halloweens Fora de Época em qualquer época do ano, até duas, três, quatro vezes no ano decorrente. No primeiro Halloween Fora de Época de 2015, além do usual tema de Feitiçaria, teríamos Revolução Solar como complemento. Sim, Stella estava fazendo 25 anos e lembraria contaria mais tarde para suas amigas bruxas o que aconteceu naquele dia: "Quando Johana Stellium Darcano fez 25 anos ela definitivamente não era mais da Seita..."

– Eu não sei para onde você vai com tanto vermelho assim no seu Ano Novo. Por acaso vai interpretar o Dragão Vermelho do Apocalipse? – Opinou Leônidas sobre a decoração do aniversário/halloween da amiga.

– Vermelho significa que quero amor, desejos e paixões intensas para os meus 25 anos. – Explicou-se Stella.

– Estás apaixonada, por acaso? – Indagou Leônidas.

– Não, não. Falando em paixões e dramas, a piadista da vez é a Simonetta. – Esquivou-se Stella. – Ela me mandou algumas gravações da 1a temporada de Jane, The Virgin. Essa Simonetta é muito debochada, olha só o que me escreveu "Para Johana, a Virgem. Espero que tenha o prazer de engravidar e que isso não seja feito com inseminação natural ou artificial, como a Jane."

– É, a Simona deve estar muito feliz mesmo porque vai ter um Gaetaninho. Agora sabe quem é debochado mesmo? O Simão Garuzzo. Já estava com uma casa pronta e tudo. Segundo o Américo a casa foi um presente dele e da Asia, mas o Gareth duvidou. Lógico, duvidar foi a atitude mais racional dele nesses últimos tempos. – Contou o aquariano.

– Jura que a Asia e o Américo acharam que o Gare ia acreditar nisso? Sério que ninguém suspeitou que Simão comprou uma casa para o Gareth, para o neném e talvez até para a Simonetta? – Debochou a bruxa. – Mas, o que será que Luís Cláudio vai achar disso logo depois que aquelas notícias vazaram?

– A pergunta certa seria: "Será que a Simonetta e o Gareth, que tiveram sua vida escandalizada, estão bem?". – Comentou o melhor amigo de Gareth. – Luís Cláudio é um ogro. Eu nunca desejaria ter ele como meu sogro.

– Eu só acho que ele é bastante conservador, não um ogro literalmente. Mas, como você acha que vazaram tantas informações detalhadas sobre o nosso casal proibido predileto?

– Só podem ter usado bruxaria. – Opinou Leônidas.

– Por favor, respeite a minha classe. – Pediu Stella.

****

Simonetta estava demorando para escolher as roupas que levaria. Afinal, ela faria quatro meses de gestação. Desta forma, a filha mais velha de Ruthy, preferiu deixar um pouco do seu estilo de lado e levar algumas roupas de Alasca, prima de Gareth. Samantha fora mais rápida em suas decisões e afirmou que não iria para lugar nenhum sem Mônica e Dona Elisa. Já Ruthy demorara quase vinte anos para finalmente enxergar o que era óbvio: Luís Cláudio não era o  amor de sua vida. Assim, Simão Garuzzo ficou surpreso com a chegada da nora, netas e escudeiras. Era preciso que Ruthy se libertasse e para isso ela devia assumir seus próprios sentimentos.

– Seja bem-vinda, Ruthy. Espero que as coisas entre você e o Luís se resolvam. – Dissertou Simão.

– Obrigada por estar sempre ao meu lado, Simão. – Respondeu Ruthy, olhando para o sogro como sempre quis olhar, pela primeira vez.

****

Mirella adorou o ambiente e as fantasias de bruxas no Halloween Fora de Época. "Talvez eu devesse ser a filha que a Virgo sempre quis, não essa Stellinha defensora dos cristãos", pensou Mirella. "E Lilith, Lilith gostou de mim!", orgulhou-se a falsa.

A sorte de Mirella era que aquele menino não era ruim de cama. Mas Mirella queria mais: "Mikhael talvez? Ou alguém mais rico? Quem sabe Luís Cláudio Garuzzo?", pensava. Assim, quando o semideus italiano apareceu na festa de Stella, Mirella se questionou se tinha o dom da divinatória.

****

Luís Cláudio precisava desabafar e, para isso, tinha que jogar seus sentimentos na cara de uma das pessoas que mais lhe enganaram nos últimos anos.

– Bruxa maléfica, você. – Gritou Luís Cláudio, fazendo a pele de seu rosto ficar híbrida: vermelha e morena. – Conseguiu destruir minha família.

– Eu disse que ele era um ogro. – Interrompeu Leônidas.

– Eu não tenho culpa se o juiz tomou a decisão certa. – Se impôs Stella. – Ah... e antes que diga que eu tenha algo a ver com aquelas reportagens sensacionalistas, eu digo que não tenho nada, nada a ver.

Stella, com um sentimento misto em seu peito, correu para seu altar esotérico e pediu ajuda às suas guerreiras preferidas: Joana d'Arc, Maria de Nazaré e Hipátia Grega.

– Você não precisava ter saído da sua festa esotérica. – Disse Luís Cláudio a Stella, que jurou que não iria olhá-lo. – Desculpas. Você não é a principal culpada, mas tem que reconhecer que é uma das culpadas.

– Se sou culpada... – Começou a falar Stella, virada para as guerreiras. – Se sou tão culpada assim, poderia me queimar na fogueira. Não é isso que os católicos de bem fazem com as bruxas?

– Desculpe novamente moça ou sei lá o que você se considere. – Insultou Luís Cláudio. – Pode me olhar, por favor?

– Para que eu faria isso? – Indagou Stella.

– Eu quero me abrir com alguém que conheça a Simonetta... A Ruthy saiu de casa. – Justificou-se.

– O quê? – Disse Stella, caindo na tentação do inimigo, ou talvez da própria Lilith, a antiga Serpente.

– Está vendo como vocês, bruxas, desgraçam a minha vida... – Proferiu Luís Cláudio. – E o pior que eu não me sinto culpado, mas sim aliviado...

Talvez fosse o vestido vermelho que Stella estava vestindo ou a sua decoração mal explicada que fizeram Luís Cláudio arrancar um beijo fogoso de Stella e depois sair correndo.

****

"O que eu fiz?", perguntou-se Luís Cláudio. "Ruthy é espírita, mas sempre respeitou-me, ela não é filha da mulher que sequestrou a Simonetta." Luís Cláudio estava numa encruzilhada. "Por que eu beijei-a? Por que eu sinto isso por ela?" Luís demorou alguns minutos antes de entrar na casa de seu pai. Deu para ver que Ruthy e Simão, no sofá da sala, estavam preocupados, mas, ao mesmo tempo, felizes. "É, eles queriam essa criança", concluiu Luís. Quando o primogênito de Simão finalmente tomou coragem para tentar as pazes com a esposa, ele viu a concretização do que sempre temeu: Ruthy beijara Simão.

– Eu sabia! Eu sabia! – Gritou o historiador, que sabia muito bem para onde voltar.

****

Stella estava acabando de guardar todos os presentes e enfeites quando chegou o estraga prazeres da festa: Luís Cláudio. Sim, foi por causa dele que a festa havia acabado mais cedo.

– Eu quero te pedir desculpas, de verdade. – Dizia Luís Cláudio. – E explicar por que eu te beijei.

– Pode se explicar lá dentro. – Respondeu Stella, pegando uma espada em seguida. – Claro que eu não  deixaria de pegar minha defesa.

Quando entrou, Stella já sabia que não poderia assistir Jane, The Virgin, com o mesmo espírito que Simonetta suponha que ela tivera: a de uma virgem.

– Senhorita Johana, eu acho que te amo. – Confessou o pai de Simonetta.

E, depois daquele dia 02 de abril de 2015, Johana Stellium Darcano não era mais virgem.


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