Capítulo 37
CAPÍTULO 37
A esperança de Mikhael se tornar dono da S.V. Comunicações estava por um fio e tudo era culpa de algum plebeu que flertava com Simonetta. Mikhael se sentiu enojado. Aquele era seu local de direito: ele era o único capaz de herdar o trono de Simão Garuzzo e a mão da sua neta mais velha. Desde criança Mikhael fora inconformado por ser enteado e não herdeiro legítimo daquela fortuna. Ele tinha que consegui-la de alguma forma.
– Eu não sei o que pensar, mãe. – Desabafou Mikhael à Maytê, no escritório de Simão Garuzzo, enquanto este estava na S.V. Comunicações. – Eu já vi aquele rapaz algumas vezes. E ele e a Simonetta estão definitivamente juntos. Eu segui ela há uns três dias e ela foi encontrar de novo com ele. A Johana sabe disso.
– Talvez a Edwirgens saiba alguma coisa. – Respondeu Maytê. – Infelizmente ela anda desaparecida. Deve ser a tal maldição de não aparecer na luz do sol. Grandes poderes levam a grandes sacrifícios e consequentemente a uma filha boazinha que é contra suas ambições.
– Eu não vou contar com a Virgo para resolver os meus problemas, mãe. – Revelou Mikhael. – Da última vez que ela me ajudei acabei perdendo todos gatos da minha Fundação. A senhora sabe que é minha, não sabe? O Marcelo já tem a vida ganha sendo casado com a Maria Marta. Eu preciso ganhar a minha vida.
– E o Marcelo é contra nós também. Você sabe, não sabe? A Maria Marta faz dele um fantoche. – Confessou Maytê. – Nunca pensei que a devoção dele por aquela menininha raquítica fosse tão longe!
– Vamos esquecer o trouxa do Marcelo. O que importa agora é a Simonetta, somente ela. Eu ainda não entendo por que ela esconde esse namoro. – Desabafou Mikhael. – O cara parece um deus grego! Será que é pelo fato dele ser empregado do Simão?
– Bem, esconder casos românticos é uma tradição de família. A falecida asinha amada do Simão era o seu caso escondido e Simão só não fugiu com aquela mulher para a Itália porque a Maria Marta estava fazendo quimioterapia. Aí, quando seu pai foi assassinado, acusei os dois de envolvimento, já que a tal piriguete já tinha trabalhado com seu pai. – Revelou Maytê.
– Tem certeza que isso foi tudo ou a senhora está me escondendo alguma coisa? Ainda não entendo como esse plano idiota funcionou. – Opinou Mikhael. – Eu me exporia com a minha amante imediatamente para me livrar de qualquer acusação.
– A família Garuzzo tem muitos segredos e medos também. Eu soube usar o frágil psicológico deles para conseguir o que eu queria: metade da fortuna deles. – Orgulhou-se a megera.
– Vou tentar usar desse ponto frágil deles para conseguir o que eu quero. Eu preciso dizer ao Luís Cláudio sobre esse casinho e colocar a Simonetta contra a parede. Ela uma hora terá que ceder aos meus encantos! – Bajulou-se o jovem Leão.
– Espere até ter informações privilegiadas. Você vai consegui-las. Tenha fé. Você é sangue do meu sangue. – Aconselhou Maytê ao filho, que seguira mais tarde o plano da mãe.
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A véspera de Natal foi a celebração anual mais difícil para João Muniz durante os últimos anos. O banquete estava bonito e a família parecia feliz. Jonathan, filho mais velho do empresário, estava ao lado da esposa Izabel, senhora de pele branca e cabelos cacheados, e da filha Nathalia, que havia acabado de passar para Medicina.
Estranhamente Nathalia estava menos espirituosa, o que era anormal para a neta de Muniz principalmente agora que estava prestes a iniciar a realização do seu sonho. Até com Jonathan a menina estava diferente e aqueles dois costumavam ser inseparáveis.
– O meu docinho de coco está mais desanimada e menos radiante do que o comum. – Comentou Muniz. — O que está acontecendo?
– Preocupações com a vida universitária. – Mentiu Nathalia, lançando um olhar de desafeto para Jonathan.
A conversa fora interrompida por dona Elisa, governanta da casa e mãe da ambiciosa Mirella.
– Senhor João, tem uma visita especial para você. – Disse a senhora, que estava acompanhada de dois rapazes. – Eu não pude dizer não para ele, especialmente numa véspera de natal.
– Boa noite, pai. – Apresentou-se o rapaz barbudo com cabelos encaracolados. O outro rapaz era um jovem loiro e encantou Izabel imediatamente. – É bom ver você de volta.
– Nicholas! Eu te disse para nunca mais aparecer na minha frente. – Gritou João Muniz colocando a mão no coração, com um ambíguo sentimento de felicidade e tristeza misturados.
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A enxaqueca com aura tinha se tornado a inimiga líder de Simonetta nas últimas duas semanas. A maldita só lhe permitira encontrar Gareth duas vezes nesse período. A primeira foi em 11 de dezembro, aniversário de casamento de Maytê com seu avô, e a segunda foi em 21 de dezembro, bendito dia que fez dois anos em que Gareth e Simonetta se conheceram e se apaixonaram perdidamente um pelo outro.
– A senhorita tem remédios para dor de cabeça, enjoo e um tal de Sumaxpro? Maldita enxaqueca com aura. – Reclamara Simonetta à farmacêutica, desaparecendo mais uma vez das reuniões familiares de Natal por uma causa maior.
– Como você sabe que é isso, mocinha? – Indagou a farmacêutica. – Tua cara não é uma das melhores, mas pode ser qualquer outra coisa.
– Sim. É essa maldita. Tenho ela desde que me entendo por Simonetta. Minha mãe disse que são meus dons mediúnicos se manifestando, mas seja o que for eu não suporto mais ela. Por causa dessa enxaqueca do diabo, deixei de transar com meu namorado na última vez que nos vimos. Era o nosso aniversário de dois anos de primeiro beijo. Hoje em dia já passam de um milhão.
– Já ouvi casos de muitas jovens que adquiriram enxaqueca com aura por causa dos anticoncepcionais. Você deve relatar isso ao seu ginecologista.
– Acho que já parei de tomar anticoncepcional inconscientemente por alguns dias. É muita loucura acontecendo na minha família. – Desabafara Simona. – Espero que no Réveillon eu possa transar loucamente com ele ao som dos fogos. Vai ser o ano que entrarei para a universidade. Bendito 2015, aqui vamos nós!
Simonetta nem imaginava que 2015 seria um dos anos mais intensos da sua vida.
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