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Capítulo 27

CAPÍTULO 27

O pênis de Gareth doía ao urinar, mas isso não se compara à dor que o rapaz sentia ao defecar. Desde que tinha sido estuprado no reformatório, aos 12 anos, o geminiano guardava esses detalhes em sua área genital e por isso tinha muita vergonha de ficar nu na frente de qualquer pessoa, exceto Simonetta.

Falando em Simonetta, que era sua musa e tinha unido as duas obras-primas de Camilo Castelo Branco em sua vida (vide Amor de Perdição e Amor de Salvação), ele estava muito, mas muito encrencado por causa do amor que sentia por ela. Acabara de completar 18 anos e, se a família Garuzzo quisesse, poderia mandá-lo para um certo lugar familiar. Isso seria um pesadelo para Gareth.

É, Simonetta tinha 14 anos e tinha sido tudo consentido, mas o filho de Asia estava com uma séria intuição que as coisas não ficariam muito boas quando a família de Simonetta soubesse do romance dos dois. E a intuição de um filho de uma bruxa não falha. Após ficar absorto por vários minutos em seus pensamentos amorosos, o geminiano foi chamado à realidade ao som de um"Gareth Gaetano de Jesus, pode entrar".

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Aquele seria um dia especial para Simonetta. A virginiana aproveitaria que Nathalia, neta de João Muniz e sua colega de classe, daria uma fugidinha com as amigas e usaria isso como desculpa para sair de casa. Claro que ela não se encontria com Nathalia e suas amigas sem sal: seu verdadeiro encontro seria com Gareth,

Simonetta sabia muito bem o que Nathalia e as outras fariam: dar beijos vorazes em desconhecidos  – e Simonetta não faria algo tão diferente assim. O melhor é que a neta de Simão estava protagonizando um excelente papel de moça donzela, fazendo 99% da população soteropolitana acreditar que ela nunca tinha sido nem sequer beijada. Pobres mortais: nem sabiam que Simona teria momentos superquentes ao lado do homem mais bonito de Salvador. 

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A amaldiçoada e trágica trajetória das partes íntimas de Gareth não era nenhuma tarefa fácil de contar nem para Helionora, que se tornara uma grande amiga em tão pouco tempo. Imagina contar e relembrar sua dor para um médico até então desconhecido?

– Doutor, além dos estupros, da dificuldade de urinar e defecar, aquele objeto lá de baixo não levanta assim tão fácil. Depois que aceitei ser estuprado por quase dois anos, para conseguir segurança, meu tio Américo me levou a um prostíbulo. Para levantar eu precisei de três comprimidos de viagra, nas três vezes. O impressionante é que com a minha nova namorada, quer dizer, com a minha namorada, o objeto subiu e subiu rápido e subiu muito. Eu não sei por que isso aconteceu...

– Impotência em jovens tem sido cada vez mais comum, principalmente depois de episódios traumáticos como estupro. – Revelou o urologista.

– Não. Definitivamente não é impotência. – Disse Gareth. – Doutor, eu nem sei porque eu estou falando isso para o senhor. Por favor, me passe exames de sangue. Eu preciso saber se não tenho nenhuma IST.

– Tudo bem, Gareth. Qualquer problema com seu pênis pode voltar a me procurar. – Concluiu o doutor.

Gareth saiu com um cara deslambida do consultório do urologista, pensando na  revelação que fizera para ele, quando, alguns passos depois, encontrou um fantasma. Ele, por enquanto, tinha outras coisas para temer em vez de uma possível impotência precoce.

– Feliz aniversário, garoto. Dezoitão, hein? O que o senhorzinho faz aqui? – Perguntou Helionora, com um olhar extremamente analítico para o geminiano.

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Se viver com Maytê já era insuportável apenas pelo desprazer de sua presença, a esposa de Simão conseguiu ser ainda mais insuportável  lembrando de sua musa inspiradora, tragicamente morta pelo fogo.

Um flashback retornou à sua cabeça: Ela estava fugindo com Simão, após a morte do velho conhecido. Ninguém mais podia saber do caso dos dois (muita gente já sabia) e o casal adúltero ser flagrado no local do crime seria pior ainda para a reputação de ambos. Meses depois, nas vésperas de seu casamento com Maytê, Simão finalmente tinha chegado à casa da amada. Carregava um pequeno envelope nas mãos, envelope este que era motivo de alegria extrema para ele. Porém, o que Simão encontrara a seguir foi devastador: a casa da amada estava em cinzas. Perguntando o que havia acontecido, um morador local lhe explicara o ocorrido: morreram os três, os pais e a filha mais velha. Esse fora, sem dúvida, o pior castigo de Simão.

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O rebolado de Gareth, sua impaciência e sua língua lambendo o sorvete caído entre os dedos reforçavam a certeza que Gareth era o amor da vida de Simonetta. A própria havia lhe dito diversas vezes e Gareth tinha certeza de que seu objeto íntimo também estava nessa soma.

– Sabia que eu te amo muito? – Perguntou Simonetta ao amado.

– Não, eu juro que nem desconfiava disso. – Brincou o enamorado. – Mas acho que vai deixar de me amar a partir de hoje. A sua tia Helionora me pegou no Hospital Universitário, perto do consultório do urologista.

– E o que você disse para ela? – Indagou a filha de Ruthy.

– Que a S.V. me pediu exames de sangue e estava tudo bem comigo. – Inventou o capixaba.

– Bem, acho que ela acreditou no meu aniversariante. – Opinou Simonetta. – Que tal a gente fazer a sessão três lá na casa da Stella? Ela e o Leo disseram que iam fazer uma megafesta para você, mas isso é mentira. A nossa megafesta será na cama, no sofá, no chão e no banheiro de seu kitnet.

– Safadinha essa minha baixinha. – Dizia Gareth à namorada enquanto partiam para a Stellium.

Gareth não gostava de aniversários, principalmente daquele que lhe levaria para uma prisão caso saísse um pouquinho da linha. Gareth também não gostava de pessoas que seguravam vela para ele e Simonetta, mesmo essas pessoas sendo seus melhores amigos.

– Surpresa! – Gritaram Stella e Leônidas.

– Surpresa nenhuma. – Respondeu Gareth indo atacar o bolo na mesa de Stella. – Desculpem a total falta de educação, mas hoje não foi um dia bom para mim. Tive que relembrar alguns episódios obscuros da minha vida.

Stella, a anfitriã da festa, era uma bruxa muito esquisita na opinião de Gareth. Nem a sua mãe, que fora católica durante 20 anos de sua vida, tinha um altar para um santo no meio da sala. Maria de Nazaré, Rita de Cássia e, principalmente, Joana d'Arc estavam presentes na decoração da feiticeira.

– Nunca vi uma bruxa mais católica que Stella e uma católica mais bruxa que Simonetta. – Comentou Gareth.

– Bem, desculpe meu amor, só contando parte da nossa inacreditável história de amizade você compreenderia isso. – Revelou Simonetta.

– Aliás, como vocês se conheceram? – Perguntou Leônidas.

– Deixe que essa eu conto. – Pediu Stella. – Eu e a Simonetta nos conhecemos no cativeiro que ela foi levada quando foi sequestrada.

– Eu fui sequestrada por causa dos meus cabelos longos, que ficaram enganchados em um galho de árvore. – Continuou Simonetta, com a boca cheia de bolo. – Por isso que eu e minha mãe aderimos ao cabelo curto.

– Nossa, você também foi sequestrada, Stella? – Perguntou Leônidas.

– Não. Eu vivia em cárcere privado mesmo. – Revelou a bruxa. – Só consegui quebrar a magia de aprisionamento na qual eu vivia graças à Simonetta. Se eu não estivesse pensando nela, talvez não tivéssemos conseguido sair de lá. Depois disso, consegui me conectar com a família da Mona e avisar intuitivamente onde estávamos.

– E quem foi a bruxa que fez isso contigo? E a sua mãe, que também é bruxa, por que não fez nada? Ela matou a sua mãe? Aliás, você nunca falou dela para nós. – Observou Gareth.

– A mulher que sequestrou a Mona e a minha mãe são a mesma pessoa, e ela atende por um conhecido nome de guerra: Virgo.


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