Capítulo 20
CAPÍTULO 20
Simonetta aproximou-se da sua família e pediu desculpas descaradas para a irmã mais nova. Ela gostava muito de Samantha até, mas acreditava que sua irmã estava se tornando a cópia fiel do seu pai. Além disso, até mesmo Ruthy, sempre muito compreensiva, não entenderia seus sentimentos em relação ao Gareth tão facilmente.
– Sam, eu sei que não é todo dia que se faz 11 anos, mas nós já convivemos todo esse tempo juntas. Logo é plausível que eu possa voltar para casa. Estou morrendo de dor de cabeça!
– Como assim? Você fica até três horas da manhã lendo livros na madrugada do meu aniversário e vai dormir mais cedo hoje justamente na minha festa. Sua chata! – Gritou Samantha, pisando fundo em cima de seu vestido rosa.
– Pai, mãe, por favor. Estou morrendo de dor de cabeça. – Inventou Simonetta.
– Vou mandar Tarcísio te levar para casa. – Disse, Luís Cláudio, em um dos episódios de mais pura inocência do leonino.
Quando Simonetta entrou no carro juntamente a Tarcísio, entregou-lhe cinco notas de R$100,00, dando-lhe ordens. A moça ainda não sabia, mas o amor de Tarcísio por dinheiro (acima de tudo) ainda lhe colocaria numa fria.
– São oito horas da noite. – Falou a adolescente, olhando para a tela do celular. – Me leve para Nova Brasília de Itapuã e me busque às três horas da manhã. E, bico pio, Tarcísio.
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Leônidas sempre fora parceiro de Gareth e sempre seria, mesmo que tivesse que esconder algumas coisas do melhor amigo. Gareth precisava ser feliz em sua vida amorosa (ou em qualquer coisa aleatória da vida). O bicho, figuradamente falando, pegaria fogo.
– Gareth, eu falei para o Marcelo que vou sair mais cedo. Vou comprar pipoca e refrigerante para nossa sessão de Game of Thrones. – Disse Leônidas.
– Você está de brincadeira, não está? A gente não ia junto? Agora eu vou ter que trabalhar por dois? – Indagou Gareth.
– Gaetanio, preste atenção: às dez horas da noite, um táxi vem te buscar. Até lá, fui. – Enganou o aquariano.
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Gareth, por muito tempo, não entendera tamanha bondade do genro de Simão Garuzzo. Sabia, naquele momento, que o convite para trabalhar na festa de Samantha Garuzzo tivera o dedo de Simonetta e ajuda do pombo-correio Leônidas. Talvez fosse a própria Simonetta que tivesse convencido o tio do talento de Gareth e Leônidas e Marcelo estava, então, amenizando o trabalho dos amigos capixabas. Mas Gareth não queria dar a entender que estava com Simonetta só por privilégios. Ele amava aquela chatinha.
– Leônidas, você está aí? – Indagou Gareth ao entrar na sua kitnet.
– Você pode me chamar de Mona ou de qualquer outra coisa, menos de Leônidas. – Disse a garota de lingerie lilás clara saindo do banheiro do rapaz.
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João Muniz manteve-se afastado da família Garuzzo por um bom tempo, mas, naquelas circunstâncias, não pode recusar o convite de Luís Cláudio para o aniversário da filha caçula. Nem o filho e nem a neta de Simão tinham algo a ver com as desavenças dos dois amigos.
– Luís Cláudio, quanto tempo! – Exclamou o senhor com cerca de 70 anos.
– Como vai a Nathalia? – Perguntou o historiador. – A Simonetta vive falando dela, parece que são superamigas.
– Eu não tenho muito contato com minha neta. Depois que o meu filho mais novo, o Nicholas, foi morar no Espírito Santo com a mãe dele e se desencaminhou por lá, o Jonathan e a família dele se afastaram de mim. – Lembrou o pobre senhor. Seu filho caçula fora morar com sua segunda esposa e cometera um crime terrível, ainda adolescente. Sua ex-esposa não aguentou e morrera de desgosto do filho bandido. – Por enquanto estou tentando uma reaproximação e tentarei convidá-los para morar comigo. Me sinto tão só, sabe? Só tenho a companhia de dona Elisa. – Desabafou o empresário. – Bom saber que minha neta anda em boa companhia. Falando nisso, onde está Simonetta?
– Estava com muita dor de cabeça. A Samantha confidenciou que a irmã estava lendo até tarde. Minha menina é muito inteligente. Ela é rebelde, crítica, um pouco chata, mas é pura, muito pura. Às vezes brinco que ela vai se tornar freira como minhas tias, já que ela não cai em nenhuma das investidas do enteado do meu pai. Minha Simona é uma santinha. – Gabou-se o filho mais velho de Simão Garuzzo.
A conversa com Luís Cláudio estava interessante, mas era com o pai dele que João queria falar quando aceitou o convite para aquela festa.
– Simão, venha para cá. – Pediu o senhor para o anfitrião. – Você precisa fazer uma parceria comigo. Sinto que precisamos ser amigos novamente.
– Nunca, Muniz. Nunca. Não me esqueço que você tentou boicotar a S.V. após a morte do Lúcio.
– Não tenho culpa de suas indecências, Simão. – Lembrou o italiano.
– Acredite. Eu também não tenho culpa. – Justificou-se.
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Gareth estava perplexo com a teimosia da garota que ela estava aprendendo a amar. Até onde Simonetta o levaria? Melhor: até onde aquele amor o levaria?
– Simonetta, eu acho que você não está muito coerente das ideias. – Desabafou Gareth ofegante. – Você armou com o Leônidas para vir me seduzir aqui, longe da sua família, com uma lingerie lilás e esse corpinho semidivino?
– Sim, Gareth. Eu quero me livrar de vez da maldição da Seita. Eu quero que você transe comigo.
– Você não está entendendo. Eu provavelmente serei preso por ter deitado com a neta do meu patrão e... eu não quero transar tão cedo.
– Você ainda é virgem, Gareth? – Especulou a neta de Simão.
– Não. Eu perdi a virgindade aos 12. – Confessou o universitário.
– A garota tinha uns dezoito anos? Ela era muito pegajosa como eu? – Indagou Simonetta, curiosa.
– Quem disse que eu perdi a virgindade com uma garota?
– Gareth, você é gay? – Perguntou Simonetta, com olhos arregalados.
– Acho que sou bissexual já que também sinto atração sexual por você e pelas prostitutas que meu tio Américo me apresentou. – Contou o capixaba.
– Você namorava um rapaz antes de ir para a UNIMES, certo? – Chutou a rebelde.
– Não. Eu fui estuprado no dia 04 de março de 2007 por dois reformandos e, se eu tiver alguma infecção sexualmente transmissível, não quero passá-la para você. – Revelou Gareth, de vez.
– Gare, eu tenho certeza que você não tem. – Encorajou Simonetta, após um tempo de silêncio. – Esqueceu que sou um projeto de médium?
– Você, pelo menos, trouxe camisinha antes de ter essa ideia insana? – Questionou o rapaz, ainda surpreso com a rebeldia de sua amada.
– Não. Eu menstruei dia 15. Não tenho chance de engravidar. E eu quero minha primeira vez sem camisinha. E, para deixar tudo claro, 14 anos é a idade de consentimento. – Desembuchou a faladeira.
– Meu ânus ficou horrível depois de quase dois anos de estupros. Não quero que você me veja nu. É horripilante. – Afirmou Gareth, tentando fazer a teimosa desistir de sua ideia.
– Não me importo. – Respondeu Simonetta, abaixando o zíper da calça de Gareth, e retirando sua calcinha. – Eu quero ser tua mulher para sempre.
Gareth sentiu, ao começar a penetrar Simoneta, que o caminho que estava seguindo era sem volta.
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