24_ Química.
ㅡ MASON, PEGA ELE!!! ㅡ Gritei desesperada de cima do sofá.
ㅡ Cadê ele?? ㅡ Mason, que segurava uma vassoura na mão, olhava de um lado para o outro procurando o rato enquanto não conseguia parar de rir.
ㅡ ALI!! ALI!!! ㅡ Apontei para perto da televisão quando vi o rato passar correndo.
Mason tentou acerta-lo com a vassoura, mas errou. Cara, eu juro que o rato pareceu rir da nossa cara naquele momento! Ele fez aquele barulhinho dele igual uma risada e correu novamente.
ㅡ Mason, ele está DEBOCHANDO de você!!! Pega ele!!!! ㅡ Mason continuou gargalhando, o que não o permitia prestar atenção no rato e muito menos pega-lo. ㅡ ALI! ALI NA PORTA!
O rato parou perto da porta, então Mason correu a abriu a porta. O rato saiu e ele fechou a porta logo depois.
ㅡ Vai deixar ele solto no prédio? ㅡ Desci do sofá.
ㅡ Shh! ㅡ Colocou o dedo na frente da boca, mas logo voltou a rir.
ㅡ Para de rir, idiota! ㅡ Dei-lhe um tapa no ombro, mas acabei rindo também. ㅡ Vamos logo, preciso ir pro teatro. ㅡ Segurei a mochila nos ombros. Agora, sim, eu estava levando tudo o que precisava.
ㅡ Ta, vou pegar a chave do carro. ㅡ Ele correu até o quarto. Sorri me lembrando da noite anterior e pensando no fato de, talvez, ele tentaria ser um pouco mais amigável. ㅡ E a Amelka? Ela vai com a gente?
ㅡ Eu não sei. ㅡ Abri a porta devagar olhando de um lado para o outro para garantir que o rato não estava por perto.
ㅡ Vai. ㅡ Ele me empurrou de leve para fora do apartamento.
ㅡ Para, infeliz! ㅡ Lhe dei outro tapa, o que apenas o fez rir de novo enquanto trancava a porta. ㅡ Está todo cheio de gracinha hoje, né?
ㅡ Você quem mandou eu ser mais bem humorado. ㅡ Deu com os ombros caminhando ao meu lado pelo corredor.
ㅡ Ah, então a culpa ainda é minha? ㅡ Cruzei os braços.
ㅡ Lógico. ㅡ Assentiu.
Saímos do prédio e, quando estávamos entrando no carro, Amelka saiu pela porta com sua mochila nas costas e o cabelo preso num rabo de cavalo.
[...]
ㅡ Ok, subam aqui no palco... ㅡ Lisa analisou a cada um de nós que estávamos sentados nos primeiros bancos da plateia do teatro. ㅡ Leonard e... ㅡ Voltou a passar os olhos por nós enquanto Leo ia até o palco. Seu olhar parou em Amelka. ㅡ Amelka.
Amelka se levantou e subiu ao palco, parando ao lado de Leonard.
ㅡ Amelka, se declare para o Leo. ㅡ Lisa disse logo antes de se afastar deixando os dois no meio do palco.
ㅡ Como é? ㅡ Ela encarou Lisa com os olhos arregalados.
ㅡ Se declare para ele. Você é uma garota que é apaixonada por ele desde a adolescência, mas nunca teve coragem de dizer, até que ele começou a sair com uma garota, mas essa garota só o machucou. Agora ele está sozinho e com o coração ferido. Você decide se declarar porque já não aguenta mais esconder o sentimento de seu amigo. ㅡ Explicou.
ㅡ Ah, ok... ㅡ Amelka respirou fundo e encarou Leonard. ㅡ Eu... Te amo? ㅡ Ela fez uma careta, o que arrancou risadas do pessoal. A mesma riu também quando Lisa soltou uma gargalhada.
ㅡ Ok, pode voltar ao seu lugar. ㅡ Amelka desceu do palco.
ㅡ Eu posso tentar? ㅡ Charlie ergueu o braço.
ㅡ É claro! Adoro essa disposição. ㅡ Lisa sorriu e a garota subiu ao palco.
Charlie parou na frente de Leonard, abaixou a cabeça e, quando a ergueu novamente, seus olhos estavam vermelhos.
ㅡ Eu preciso te dizer algo. ㅡ Puxou o ar. ㅡ Algo que eu venho guardado dentro de mim por muitos anos, mas que nunca consegui colocar para fora. ㅡ Leonard continuava encarando a garota com atenção. ㅡ Eu meio que sou apaixonada por você e... ㅡ Lisa a interrompeu.
ㅡ Tudo bem, Charlie. ㅡ Charlie encarou a mulher sem entender. ㅡ Pode descer.
ㅡ Eu... Eu fiz algo errado?
ㅡ Não, você foi perfeita. ㅡ Lisa disse seriamente. ㅡ Mas, ainda não é o que estou procurando. ㅡ Ela voltou a encarar-nos. Juro que se tivesse um buraco naquele chão, eu teria entrado. Tudo o que não queria era que ela me chamasse. ㅡ Arizona.
Quando meu nome soou pelo teatro, rapidamente me levantei, mesmo que minha mente me mandasse correr dali, não quis parecer fraca. Ela havia me aceitado e eu precisava dar o meu melhor. Assim como disse para Mason, precisava colocar toda minha força.
ㅡ Se declare para Leonard. ㅡ Disse novamente assim que me coloquei na frente do rapaz.
Assenti em obediência e respirei fundo. É só interpretar uma garota que guardou os sentimentos por muito tempo. Você consegue, Arizona.
Ergui o meu olhar para Leonard mordi o lábio inferior.
ㅡ O que foi? ㅡ Leo perguntou, já em seu papel.
ㅡ Me dói ver o que ela te fez. ㅡ Ele abaixou a cabeça. ㅡ Se eu soubesse eu teria te dito antes que... ㅡ Parei de falar, como se tivesse dito demais. Ele voltou a me olhar.
ㅡ O que? Dito antes o que? ㅡ Perguntou inquieto.
ㅡ Eu, sinceramente, não sei como você nunca notou, Leo. ㅡ Dei um sorriso fraco, mas uma lágrima desceu no meu mesmo momento, o que fiz questão de limpar. ㅡ Acho que nunca consegui disfarçar muito bem.
ㅡ Do que está falando, Ari? ㅡ Ele deu um passo a frente.
Notei que Lisa se aproximava enquanto nos analisava com muita atenção.
ㅡ A coisa mais difícil que tive que fazer foi esconder o meu ciúmes quando você começou a sair com ela. Eu... Eu sentia vontade de impedir, eu sentia algo muito ruim dentro de mim, porque queria que fosse eu, Leo! Queria ter sido eu com quem você passou o Halloween. Queria ter sido eu com quem você comemorou o seu aniversário. Queria ter sido eu a receber aquele buquê de flores tão lindo no dia de São Valentim. ㅡ Mais lágrimas desceram. ㅡ Queria ter sido eu a ter coragem de te contar o quanto te amo. Queria ter sido eu...
ㅡ Ari... ㅡ Ele deu mais um passo a frente.
ㅡ OK! ㅡ Lisa bateu uma palma perto da gente, o que nos assustou.
O pessoal que estava presente na plateia aplaudiu rapidamente.
ㅡ Era isso que eu estava querendo. Química! Vocês dois tem uma química incrível atuando! Eu estou muito impressionada. ㅡ Ela assentiu olhando para nós dois. Leonard sorriu para mim. ㅡ Podem voltar ao lugar de vocês.
Naquele dia, Lisa explicou sobre o poder de conseguirmos criar uma química entre nossos personagens. Sobre o poder de fazermos as pessoas que estão assistindo se esquecerem de que aquilo é uma peça e realmente pensarem que é real. De sermos tão profissionais a ponto de virem perguntar se somos realmente um casal.
Aquele dia foi revigorante. Ela explicou tanta coisa que eu fiquei encantada. Era ótimo aprender mais sobre atuação.
Quando faltavam poucos minutos para às 18h, resolvi ir ao banheiro. Estava lavando minhas mãos quando Charlie entrou no banheiro.
ㅡ Você foi muito bem na aula de hoje. ㅡ Ela se olhou no espelho e começou a ajeitar seu cabelo.
ㅡ Obrigada. ㅡ Sorri para seu reflexo.
ㅡ Mas, com a ajuda do Leo é fácil. ㅡ Puxou um rímel do bolso e começou a passar.
ㅡ Como assim?
ㅡ Ora, na minha vez, ele não disse uma palavra. Mas, na sua, ele te ajudou. É fácil ter química quando os dois tentam. ㅡ Ela me encarou.
ㅡ Eu acredito que sim, foi exatamente isso que a Lisa explicou depois.
ㅡ Pois é. Então, vê se não começa a se achar tanto. A aula de hoje não significa que você é melhor do que. ㅡ Ela piscou para mim e se direcionou para a porta.
ㅡ Eu nunca disse que era melhor do que você. ㅡ Me virei para ela.
ㅡ Que bom que sabe o seu lugar então. ㅡ E assim ela saiu do banheiro.
•••
Continua...
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