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Capítulo II

                       Rodolpho

— Pai! — gritou Rodolpho, batendo na mesa com o punho cerrado. — Você sabe que tem uma dívida com o pai dela! Precisa fazer algo! Tudo isso começou por sua causa, por sua traição!

O homem, Denzel, finalmente parou o que fazia. Por horas, ignorara o filho, focando apenas nas anotações em seu tablet digital, tecnologia que somente cientistas possuíam. Com profundas olheiras marcando o rosto cansado, ergueu o olhar e encarou Rodolpho em silêncio, a expressão impassível.

— Como pode não se arrepender, nem por um segundo, da morte deles? — Rodolpho continuou, a voz carregada de amargura. — Você é o culpado por tudo e continua destruindo a vida de todos!

Ele usava as palavras mais cruéis que encontrava, desejando ferir, buscando algum sinal de remorso, por menor que fosse, na face impassível do pai. Denzel tirou os óculos e coçou o rosto freneticamente, demonstrando, pela primeira vez em dias, uma expressão de profunda exaustão.

— Não se cansa de repetir as mesmas coisas todos os dias? — perguntou, a voz rouca, sem esperar pela resposta do filho.

— Eu não consigo encontrá-la! —  Rodolpho insistiu, a voz embargada pela angústia. — Preciso da sua ajuda. Se não foi um bom pai para mim, ao menos tente compensar isso, pague pelos seus erros!

Denzel encostou a testa na mesa, puxando os próprios cabelos com força. Rodolpho se assustou com o gesto desesperado, mas não fez nada para impedir.

— Eu sei! —  gritou Denzel, batendo as mãos na mesa. — Eu devo tudo o que tenho a eles! Cresci e me tornei quem sou sobre os corpos deles! Mas não posso fazer nada! Não posso mudar o passado! Você deveria ser grato por tudo o que temos hoje!

— Grato por quê? —  questionou Rodolpho, a voz cheia de indignação. — Eu não tenho nada! Mal posso te chamar de pai! Olha a atrocidade que você ajudou a criar! Essa competição insana! E as pessoas que perderam logo no início? Todas mortas! Mortas por sua causa! Me diz onde ela está!

— Eu não sei onde ela está! — respondeu Denzel, a voz tensa. — Só sei que hoje a levariam para a ala de estudos. Não posso impedir isso. E já te disse para não fazer nada!

Rodolpho encarou o homem à sua frente, o desgosto e a decepção o consumindo. Não conseguia entender como podia ter um pai como aquele. Cansado daquela conversa inútil, virou as costas, mas ainda ouviu as últimas palavras de Denzel:

— Eu me arrependo do que fiz a eles, mas ainda faria tudo novamente.

Rodolpho saiu da sala e suspirou, frustrado. Já não sabia mais o que fazer. Se arrependia amargamente da decisão errada nos jogos.

Como fora o único que não bebeu a água oferecida, não ingeriu o calmante. Quando vieram transportar todos para as áreas de teste, descobriu a terrível verdade. O lugar dos jogos realmente existia. Eles estiveram lá no início, mas foram dopados e levados para os laboratórios subterrâneos da mansão presidencial.

Lembrava-se de fingir que dormia e escutar tudo. Ouviu seu pai, ouviu sobre os jogos, sobre toda aquela loucura. Não fez nada pois queria entrar para tirar Sharaene de lá. Havia escutado que a única saída era a morte.

Seu plano parecia tão perfeito: matar Sharaene sem que ela o visse e, em seguida, se matar. Pensava que sairia livre depois, sendo filho de Denzel, mas estava enganado. Antes mesmo de qualquer coisa, foi morto e perdeu a chance de tirar Sharaene do jogo no início.

                      Sharaene

Sharaene não sabia quantas horas haviam se passado quando um guarda apareceu, trazendo o homem loiro da cela da frente.

— Ei! —  implorou Sharaene. — Me ajuda! Ela morreu!

O homem permaneceu em silêncio. Por um instante, seu rosto pareceu expressar tristeza pela morte da mulher no chão, mas logo voltou à neutralidade habitual.  Ele simplesmente entrou na cela, arrastando o corpo sem vida para fora.

Sharaene se sentia ainda mais sozinha. A falta de notícias do mundo exterior era enlouquecedora. Percebeu que o dia havia amanhecido quando um guarda jogou na cela um alimento que ela desconhecia.  A fome a corroía, mas não conseguia comer aquilo. Nem mesmo a outra mulher se levantou para se alimentar.

O ar parecia sufocante. Sharaene sentia que estava prestes a enlouquecer ou morrer naquele lugar. Uma sensação de ansiedade e agonia a oprimia. A cada segundo que olhava para as grades, sua alma se agitava, desesperada por liberdade. A sensação de confinamento era sufocante, como se mãos invisíveis apertassem seu pescoço, impedindo-a de respirar.

— S406. —  chamou um soldado.

Sharaene não ergueu o olhar até sentir seu braço sendo puxado. Era o mesmo homem que havia removido o corpo da mulher.

— O quê? —  sussurrou, confusa.

— Você é a S406. —  disse ele friamente. — Chegou sua vez de conhecer a chefe.

Enquanto era conduzida para fora da cela, seu olhar cruzou com o do homem loiro, que balbuciou algo que ela entendeu como: "Finja que é louca".

O pavor tomou conta de Sharaene.  O medo do que estava por vir a dominava, não podia morrer agora, precisava voltar para sua mãe. Olhava para todos os lados enquanto era arrastada pelo homem.  Deixaram a área das celas e entraram em um corredor branco e  imenso, com inúmeras portas. O silêncio era assustador, quebrado apenas pelo som de seus passos.

— Se eu fosse você, colaborava. —  aconselhou o soldado, abrindo uma porta e empurrando Sharaene para dentro.

A sala era ampla e continha os mesmos aparelhos que ela vira quando acordara naquele lugar, além de muitos outros. Uma mulher loira a olhava com um sorriso sádico, um sorriso que lhe causou arrepios.

— Bem-vinda. — disse a mulher, a voz doce contrastando com a expressão cruel. — Finalmente posso conhecer a famosa Sharaene, a menina que viveu duas realidades em um único experimento.

Sharaene permaneceu em silêncio, perto da porta, calculando o momento certo para correr.

— É tímida, que fofa. —  a mulher debochou, virando-se para mexer em alguns papéis sobre a mesa. — O momento em que você reviveu a morte de seu pai foi o maior sucesso da minha vida. Pela primeira vez, alguém não morreu. Você é muito especial.

— O que vocês querem com isso? —  perguntou Sharaene,  a voz trêmula de indignação. — Por que fazem essas atrocidades?

— É o progresso, minha cara. — respondeu a mulher, com um sorriso radiante. — Imagine o que podemos conquistar se tudo der certo! Poderemos viver vidas perfeitas em outra realidade, criar nosso mundo ideal! Poderei viver com meu filho que morreu e conquistar o mundo com nossa tecnologia!

— Então por que não testa em você mesma? —  desafiou Sharaene. — Quer coisas boas para si, mas faz as pessoas viverem esse terror? Que hipocrisia! Você é doente!

Lembrou-se das palavras do homem, para se fingir de louca, mas não conseguiu. A raiva a consumia.

A mulher se levantou, mas Sharaene foi mais rápida. Abriu a porta e correu, o coração pulsando descompassado.  A sensação de liberdade, porém, era ilusória. Aquele lugar era opressor, uma prisão sem saída.  Ouvia os gritos da mulher atrás de si enquanto corria por um corredor que parecia não ter fim.
Encontrou-se, finalmente, em um corredor sem saída. Uma grande porta de metal estava no final.  Sabia que dificilmente seria a saída, mas voltar não era uma opção.

Um arrepio percorreu seu corpo ao se aproximar da porta. O medo do desconhecido era agoniante. Mas nem em seus piores pesadelos poderia imaginar o que seus olhos veriam ao abri-la.

Era uma sala gigantesca. Do lado direito, uma enorme parede de vidro revelava uma montanha de ossos humanos de todos os tamanhos e tipos: crânios, fêmures, costelas... A visão era aterradora. Viu até crânios tão pequenos que pareciam de bebês, sentiu seu coração doer com aquilo.

Mesmo com o horror e a náusea a dominando, Sharaene continuou a explorar o cômodo. Uma esteira transportava os ossos para o outro lado da sala, onde um gigantesco recipiente de metal os triturava, produzindo um som horrível.

Movida por uma curiosidade mórbida, subiu uma escada que levava à parte superior da máquina.  Ao chegar ao topo, sentiu o estômago revirar. Os ossos eram transformados em pó e não tardou para reconhecer aquilo. Era o mesmo pó que ela consumia em Inferius.

Trabalhara anos embalando aquele alimento, que só precisava de água para ser ingerido.  Jurara ser alguma criação dos cientistas, mas, na verdade, estivera se alimentando de ossos humanos! Seus olhos não se desviavam do espetáculo macabro, enquanto observava substâncias químicas sendo despejadas no recipiente.

— Vejo que você descobriu a fonte da comida suja que vocês se alimentam. —  ecoou uma voz debochada.

Sharaene se virou e viu Adolf próximo à entrada da sala, acompanhado da "chefe" e de dois seguranças. 

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