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Capítulo 25

Tentar ser forte o tempo todo é um dos maiores erros do ser humano.

Sharaene se encontrava sentada no refeitório ao lado de Winton. Não sabia porque havia acolhido o menino mesmo após ter matado Dalio, mas gostava da paz que ele emanava.

— Por que o Sol não nasceu? — o mais novo perguntou.

— Eu realmente não sei, isso não faz nenhum sentido para mim. — respondeu suspirando.

— Eu odiava o calor todos os dias em Inferius, mas o que eu mais queria agora era que amanhecesse. — Winton confessou enquanto bocejava, se sentia extremamente cansado.

— Todos querem isso, pequeno. — ela sussurrou voltando a tentar mastigar a comida.

Todos estavam ali, eles conversavam alegremente, sabiam aproveitar a vida mesmo em meio as dificuldades, coisa que ela estava longe de conseguir.

A carne do leão era dura e com gosto estranho, nem sabiam se comer tal alimento faria mal, porém, era aquilo ou morrer de fome.

— Você deveria ir falar com ele. — disse Winton.

— Com quem?

— Arion. Ele só estava preocupado.— respondeu apontando para o mesmo. — A todo instante ele olha para você, está arrependido.

Sharaene olhou para Arion, ele estava em pé na porta do refeitório, no momento olhava para fora. Ela havia percebido que ele nunca estava com outras pessoas, sempre calado e sozinho, porém, quando precisavam ajudava a todos. Sentia que deveria apagar os sentimentos ruins em relação a ele, mas parecia impossível naquele momento.

— Depois irei lá. — foi tudo o que ela respondeu.

Seu olhar começou a vagar pelas pessoas que ainda estavam vivas. Mais que a metade que entrou na competição, já haviam morrido.

Em um momento seu olhar foi de encontro à mulher de vestido: Ritila. Estava em uma mesa cheia de homens, sorria e se engraçava com todos, Sharaene sentia nojo da atitude dela. Não conseguia se imaginar descendo no mesmo nível.

Logo depois encontrou Desirée e Kayron em uma mesa mais afastada, sozinhos. Os dois estavam estranhos, nem lembrava mais a última vez que havia falado com Kayron.

Um barulho estranho se alastrou pelo local, parecia o TIC TAC de um relógio.

— Que som é esse? — indagou Winton.

— Não sei.— respondeu hesitante, já imaginava ser outro desafio.

Logo as pessoas foram se levantando tentando entender o que estava acontecendo.

— Isso é o som de uma bomba! — gritou Kayron, ele melhor que qualquer um já havia escutado aquele som antes.

Logo uma correria começou.

— Vamos Winton!

Sharaene empurrava o garoto para fora, eram um dos últimos a sair. Quando ela ia sair a bomba explodiu. Um som alto, a expressão foi próxima da mesa onde estava sentada. Quando ia sair pela porta alguém segurou seu braço a puxando para dentro novamente.

Ao fundo, onde houve a explosão. tudo estava destruído e pegava fogo. Foi muita sorte o aviso de Kayron. Quando olhou assustada para quem a puxava percebeu que era Desirée.

— Vamos sair daqui! Logo tudo vai queimar! — Sharaene exclamou.

O fogo se alastrava rapidamente, a fumaça já começava a se apoderar do local.

— Não vale a pena! — Desirée gritou. — Desiste logo, nós vamos morrer no final.

A menina estava com uma expressão perturbada, mas sorria e isso a deixava com medo, nunca havia visto alguém agir assim.

— Mas precisamos lutar, a fumaça está aumentando, o fogo logo chegará aqui, vamos!

Desirée começou a gargalhar, parecia ter enlouquecido.

— O fogo vai levar nossas dores, nos livrar dessa loucura, vamos se queimar, sentir nossa pele derreter, será muito melhor que isso.

Ouvir aquilo fez todo o corpo de Sharaene arrepiar, tentou se soltar do aperto da garota, mas Desirée usava uma força enorme.

— O que está acontecendo com você?

— O mesmo que logo acontecerá com todos, estou desistindo, eu não aguento mais!

Nesse instante a menina soltou o braço de Sharaene, lágrimas começaram a banhar seu rosto. A fumaça já ocupava todo local, ambas mal conseguiam enxergar ou respirar.

— Tudo vai dar certo, eu lhe prometo, você não pode desistir, venha comigo! Iremos ficar bem. — Sharaene falou com calma em meio a tosse, queria que ela acreditasse em suas palavras.

Mas Desirée não a escutava, não queria a ouvir.

Enquanto olhava para Sharaene que tossia por causa da fumaça, Desirée sentiu inveja. Queria ser tão forte quanto ela e desejava ter alguém para lhe salvar da mesma forma que ela tinha Arion. Ansiava ser tão audaciosa a ponto de quase assassinar Adolf. Queria tantas coisas; eram tantos desejos, que aquilo só lhe matava mais.

Deu um último olhar para trás. A porta estava tão perto. Ela poderia correr e continuar tentando; correr e talvez ganhar a competição; fugir e tentar novamente. No fundo queria que alguém gritasse com ela. Que Sharaene tivesse percebido antes que ela pedia socorro. Queria que alguém a abraçasse e falasse que tudo ia ficar bem. Ansiava tanto por alguma palavra de conforto, um fino fio de esperança para lhe puxar daquele buraco... mas não possuía nada.

E no fim, resolveu realmente correr. Desejava ser livre e acabar com toda a dor que sentia. Correu na única direção que poderia ser uma saída de verdade naquele instante; a única forma de fugir de todos os monstros que lhe atormentavam.

Quando sentiu o fogo atingir sua pele: a ardência, a dor tremenda; entendeu tardiamente que não desejava por fim em sua própria vida e sim aos seus problemas.

A dor que sentiu, a sua pele sendo derretida, queimada, soltando da carne, seu cabelo pegando fogo e a ardência horrível em todos os lugares possíveis, fez seu joelho ceder. No final das contas aquela dor era maior do que a que sentia antes.

Enquanto se preparava para seu fim, se lembrou de Maitê e Jaime. Em pensamentos pediu perdão a eles. Eles tinham tantas esperanças nela; acreditavam tanto que ela poderia vencer qualquer coisa e que ela poderia conquistar o impossível. "Desculpem-me, mas vocês estavam errados!", era o que desejava gritar. Eram as últimas palavras que desejava dizer, mas já era impossível, pois não tinha mais forças para falar.

Sentiu sua consciência começar a se esvair. Nunca poderia descrever a angústia tremenda que sentia. Aquilo era um tormento! Quando seu corpo caiu para trás, já não tinha cabelo e seu corpo estava em carne viva. Antes de morrer desejou que sua vida tivesse sido diferente, que tivesse sido forte e ganhado a competição para salvar Maitê; mas não foi. Esperava apenas descansar eternamente sem a sensação de fracasso que sentiu.

Quando se lançou em direção ao fogo Desirée esperava poder se libertar, imaginou que não iria doer tanto quanto a tortura de estar naquele jogo; estava enganada. Quando seus olhos se fecharam desejou não ter feito aquilo, se arrependeu, desistir foi sua pior escolha e pagaria por isso.

Com as últimas forças que lhe restavam Sharaene correu para fora do refeitório. Havia gritado por Desirée desesperadamente, a assistir queimar foi uma tortura, nunca se esqueceria daquela cena enquanto vivesse. Quando chegou no campo caiu tossindo fortemente. Logo Arion e Winton se abaixaram ao seu lado.

— Tome. — o mais novo a entregou uma espécie de vasilha com água do chuveiro, era a única que tinham.

Sem hesitar tomou toda a água de uma vez só.

— Obrigada. — ela sussurrou.

Arion lançou um olhar para o menino que ele entendeu no mesmo instante. Logo levantou e saiu de perto, as outras pessoas nem ligavam para eles ali. Todos observavam o refeitório ser consumido pelo fogo.

— Venha. — ele disse enquanto a ajudava a levantar. — Está melhor?

Ela só assentiu com a cabeça.
Ele a levou para um canto mais longe de tudo, próximo aos muros, lá ambos sentaram.

Sharaene travava uma guerra contra sua própria mente, seu psicológico cada vez se destruía mais, a cena de Desirée pegando fogo se repetia a todo instante.

— O que aconteceu? — ele perguntou, estava com receio de estragar tudo novamente e ela sair gritando.

— Ela queimou. — Sharaene sussurrou após alguns minutos.

— Quem?

— Ela estava louca, gritava que precisava queimar, que não aguentava mais. Ela se jogou no fogo, eu vi; vi ela começar a queimar. — Sharaene contou gaguejando. — Desirée morreu.

Nesse instante as lágrimas desceram.
Arion não sabia o que dizer, conhecia Desirée e não esperava aquilo dela.

Com cuidado chegou perto da menina e a envolveu em um abraço. Pensou que ela iria se afastar, porém, somente se agarrou com todas as forças nele.

— Eu estou cansada de chorar. — ela confessou. — Desde que esse jogo começou eu só sei me lamentar. Não sei quantas vezes prometi que seria forte, que lutaria por todos aqui, mas no final eu acabo sempre desabando.

"Eu deixei minha mãe doente para entrar nessa loucura e não sei se vou voltar para casa viva. Eu só queria conseguir que ela fosse curada. Rodolpho, o cara que você matou, era meu noivo e nós nunca iremos casar. Desirée era alguém importante apesar de não a conhecer há muito tempo e ela morreu. No final esse jogo tirou tudo que é mais importante para mim.

O Winton é uma boa pessoa e tenho medo dele morrer. O Kayron foi gentil comigo e se tornou alguém importante. E você, bem, eu também não suportaria perder você. Eu estou com tanto medo!

Meu pai me contava histórias sobre heroínas fortes, que nunca choravam, que não se abalavam por nada. Elas venciam, salvavam todos. Eu queria ser como elas."

Arion ficou surpreso por ela ter desabafado com ele e ficou ainda mais quando ela disse que tinha medo de o perder.

— Sabe, ter medo é algo normal. Ninguém é isento de sentir tal coisa e está tudo bem com isso. Você é corajosa, apesar de sentir medo, continua de pé, continua lutando por pessoas que não moveriam uma palha por você. Até a pessoa mais corajosa do mundo sente medo.

"Perdas são comuns na vida, sei o quanto dói, mas você precisa aceitar, entender que não foi por sua culpa e que não se pode mudar isso. Sempre irá doer, não é algo que se supera, você somente precisa aprender a conviver com a dor da perda.

Sua mãe está bem, ela lhe ama mais que tudo e você ainda verá ela novamente, poderá a abraçar e tudo ficará bem. Ela poderá tratar sua doença, ficará curada e viverá muitos anos ao seu lado.

As heroínas das histórias também sofreram e choraram, porém, isso ninguém conta. Se seu pai pudesse lhe ver agora, sentiria orgulho da mulher incrível que você se tornou. Com certeza de onde ele estiver ele te vê e te ama imensamente.

Você tem algo, algo grande dentro de si, uma coisa que talvez você ainda não veja, porém, um dia você perceberá o quanto pode fazer a diferença. Você tem o poder de mudar vidas, mas sua insegurança lhe impede, você precisa acreditar em si mesma.

Sei que você não me suporta por ter matado seu noivo e tudo mais, porém, eu estarei sempre aqui. Nunca lhe deixarei só. Nunca vou lhe deixar cair. Você é muito importante para mim."

Sharaene o encarava enquanto ele dizia aquilo. Arion a olhava nos olhos, tentava de todas as formas fazer ela acreditar em suas palavras. Na última frase ele sorriu, era a primeira vez que ela via ele sorrindo; sorrindo de verdade. Naquele momento toda raiva sem sentido, sumiu. Ele era uma boa pessoa, era bom com ela e isso já bastava.

— Obrigada. — foi tudo o que ela disse antes de todas as luzes do local se apagarem.

Estavam no meio de um escuro total; algo não estava certo.

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