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Capítulo 34


Os dias seguintes ao sumiço de Will e à carta de seu pai foram marcados por cadernos rabiscados e teorias sobre a maldita frase. As aulas não passaram de um borrão para a garota, mesmo que essa tentasse ao máximo prestar atenção, mas seu cérebro simplesmente não colaborava e, quando ela menos esperava, se pegava pensando na carta.

Já era quinta feira –três dias depois de todos os acontecimentos que marcaram o primeiro dia de aula- e em quatro dias ela finalmente veria o pai novamente. Esse era outro pensamento que não saía de sua cabeça. O que ela falaria para ele? Ou apenas correria e o abraçaria? Depois de tantos meses longe, será que ele teria mudado muito? Ou seria o mesmo homem com quem ela passava boa parte de suas tardes conversando e tomando café empoleirada na poltrona de um consultório? Mirabela se sentia tão estranha ao pensar que há cerca de um mês ou dois ela estava chorando pela morte de seu pai, e agora estava a poucos dias de reencontrá-lo. 

Ela ainda estava pensando nisso quando o sinal para a última aula toca, arrastando-a novamente para a realidade. Mirabela pega a mochila da cadeira, feliz por já ter guardado os materiais e não precisar ficar para trás, e sai da sala em direção à loucura que era conhecida como corredor. Mirabela estampa sua melhor cara de "não estou para conversa" e consegue passar pelo tumulto sem grandes dificuldades –a menina não era conhecida exatamente por sua gentileza

Faltavam alguns metros para chegar à porta da sala de história quando ela é interceptada por alguém. A primeira pessoa que lhe vem à cabeça é seu irmão, que por um milagre ainda não tinha aparecido para azucriná-la no corredor, mesmo quando quase todas as aulas deles tinham sido diferentes. Na verdade, nesses últimos dias ela mal via o irmão no colégio, exceto quando acabavam na mesma sala. Mirabela está prestes a arrancar a mão de quem segurou seu braço, quando ele sussurra em seu ouvido:

-Mira, precisamos conversar. Urgente.

-Quantas vezes preciso te pedir para não me chamar de Mira? Eu só permito que Jhon o faça porque desisti de convencê-lo do contrário.

-Mas Mira é muito melhor do que Bella. É diferente também.

-Ainda não me convenceu, Guga, mas vá direto ao assunto, sabe que eu odeio enrolação. –Ela nota o garoto revirando os olhos, mas sabe que é apenas para irritá-la, pois é raro algo realmente o fazer ter vontade de revirar os olhos (ao contrário dela) e sente um sorriso se abrindo em seu rosto involuntariamente- Pensei que tivesse dito que era urgente

-E é. Mas vamos para a sala e então eu falo. Não estou a fim de me atrasar já na primeira semana de aulas.

Dessa vez quem revirou os olhos foi a garota, mas com sinceridade. Mesmo assim, ela seguiu para a sala e escolheu uma mesa no fundo, com outra mesa vaga ao lado para que Guga pudesse se juntar a ela e finalmente desembuchar o que tinha para dizer. O menino se acomoda rapidamente e aproxima imperceptivelmente a carteira da de Mirabela.

-Mira, tenta não surtar, por favor. –Sussurra ele. A garota assente com a cabeça, já se preparando para o que quer que ele fosse dizer. –Você e sua família estão sendo vigiados.

-O quê? Como você sabe? Há quanto tempo você sabe? –Ela faz de tudo para tentar manter o tom da voz baixo e, mesmo já esperando que algo como o que acabara de ser informada estivesse acontecendo, ela fica em choque. 

-Descobri no dia de seu aniversário quando cheguei em casa e é uma longa história para ser contada aos cochichos, mas tive certeza ontem e sabia que precisava que vocês soubessem. Depois da aula explico melhor para você e seu irmão, pode ser? Assim consigo contar os detalhes também. -Ele a encara até que a garota assinta com a cabeça, para então voltar aquelas orbes coloridas e maravilhas para o professor à frente da sala. 

Mirabela xinga baixinho quando nota que Gustavo volta sua atenção à aula. No fundo sentia uma certa inveja do garoto, porque se antes já estava dificil de se concentrar, depois dessa rápida conversa ela tinha certeza de que a última coisa que conseguiria fazer era prestar atenção na aula. 

                                                        ************

-Você pode por favor sentar e me ouvir? –Diz Mirabela ao fechar porta do quarto do irmão, alguns minutos após chegarem da escola. O modo como Jonathan andava de um lado para o outro fazia com que ela tivesse vontade de amarrar as pernas do garoto à uma cadeira.

O garoto vira a cabeça levemente em sua direção e a encara por alguns instantes, felizmente parando de andar e sentando-se em sua cama. Ela nota o irmão evitando encarar o lugar onde Mirabela agora estava sentada, o lugar antes ocupado por Will. Jonathan respira fundo antes de arquear as sobrancelhas, dizendo a ela que continue falando o que precisa. Sem pensar duas vezes –algo que ela fazia com certa frequência, na verdade- Mirabela fala:

-Guga me disse que estamos sendo vigiados.

-Era para eu ficar surpreso com essa notícia? Sabe, Mira, eu meio que já esperava que isso estivesse acontecendo...

-Jonathan, é óbvio que eu já suspeitava também, mas o Guga apenas afirmou e me contou também como ele descobriu depois da aula, na verdade, ele queria contar para nós dois, mas você simplesmente desapareceu. Onde você estava hoje durante a aula, Jonathan? –Ela diz e estreita os olhos em direção ao garoto que, por sua vez, tenta desviar o olhar, mas acaba apenas entregando para a irmã o que ela já suspeitava- Você está matando aula, não está? É por que ainda está abalado com a história do Will? Olha, se for isso, você está apenas se prejudicando e...

-Isso não vem ao caso, Mirabela. Agora só fale o que seu amiguinho te contou. 

-É óbvio que "isso vem ao caso", mas depois falaremos disso. Não pense que você vai fugir dessa conversa, ou eu posso muito bem dizer para nossa mãe o que você anda fazendo... –Ela baixa o tom da voz a quase um sussurro ao dizer as próximas palavras- Mas enfim, Guga me contou que no dia do nosso aniversário ele não tinha contado aos tios que viria, na verdade, estava até pensando em fugir, lembra? Mas quando ele chegou em casa eles sabiam onde ele tinha ido, de alguma maneira. Mas então ontem ele ouviu uma conversa sussurrada de um dos tios dele,acho que Cassian o nome, falando que "a escuta fora muito bem colocada nos Blakes". Ou seja, Will provavelmente nos deixou um pequeno presentinho antes de sair. –Mirabela olha para o irmão, que agora encara a janela e o pôr do sollá fora, os raios caindo como sangue sobre a torre da Igreja St. John's. –Ei, Jhon, você escutou uma palavra do que eu disse?    

-Mira, eu acho que eu sei onde nosso pai quer que o encontremos. -O garoto finalmente volta sua atenção para a irmã e então aponta para a torre visível da Igreja pela sua janela. - "O som dos anjos sangrando ao sol". É claro que ele está se referindo à torre do sino da Igreja St. Jonh's. Olhe para ela, Mira. Os raios de sol não parecem sangue brilhando nesse horário? E não é esse também o horário que ele pediu para nos encontrar?  

Por um instante Mirabela apenas encara a parte da igreja visível pela janela, não é muita coisa, afinal ela não está tão perto da casa, mas ainda assim é inegável o esplendor da estrutura juntamente ao pôr do sol. A teoria de Jonathan se encaixa perfeitamente, mesmo que ela ainda estivesse procurando por algo com relação à sua chave de anjo, mas até agora nada se encaixava. Sendo assim, sua melhor chance era a descoberta do irmão. Mas então um pensamento lhe vem à cabeça.   

-Jonathan, você realmente não escutou nada do que eu falei antes, não é?–Ela novamente faz a voz se tornar quase inaudível, mas desta vez tendo a certeza de que o irmão a está escutando- Estamos sendo vigiados! Willian deixou uma escuta em nossa casa e você acabou de entregar a localização e o horário do encontro com nosso pai de bandeja! Sendo que a charada era exatamente para dificultar qualquer um que tentasse atrapalhar! 

O garoto apenas a encara com uma expressão de "Ah, nem percebi", que a faz querer socar seu rosto. Respirando fundo, Mirabela se levanta da antiga cama de Will e caminha em direção à porta do quarto, abrindo-a apenas alguns centímetros antes de se virar novamente para o irmão e dizer:

-Segundo Guga, o tio dele, chamado Gideon,viajou coincidentemente no mesmo dia em que Will fugiu. –Ela aumenta um pouco avoz quando escancara a porta e anda mais alguns passos para fora- Vou falar com nossa mãe sobre o que conversamos, você poderia dar uma procurada sobre o que eu te falei? –Quando o irmão a encara com dúvida brilhando em seus olhos castanhos, Mirabela levanta as sobrancelhas como se dissesse "aquilo" e logo em seguida o menino levanta as suas próprias em concordância.

Deixando Jonathan sozinho no quarto, ela segue em direção à mãe, que está sentada no sofá com a carta de seu pai em mãos- algo comum nos últimos dias, mas Mirabela não sabia dizer se era para tentar adivinhar a localização do encontro ou se para se sentir mais próxima do marido. A folha já estava um pouco gasta de tanto passar de mão em mão nos últimos dias, além de amassada. A garota se aproxima mais da sala e senta ao lado da mãe no sofá, perto o suficiente para poder falar com tranquilidade o que precisava sem que ninguém mais –ou nada mais- pudesse ouvir. 

Depois da conversa aos sussurros, decidiram que o mais prudente seria ir até a Igreja para ver, primeiro, se era possível entrar na torre do sino e se realmente o lugar tinha condições de ser a sede do encontro, caso contrário, precisariam bater um pouco mais a cabeça para pensar em outro local.

Ao deixar decidido o que fariam no dia seguinte, ambas se levantaram do sofá e foram ajudar Jonathan na tarefa anteriormente designada a ele por Mirabela. 

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