Capítulo 1 - Sobre a criança
O assassinato dos sonhos
Parece meio fúnebre, mas, realmente é o que houve... Os sonhos e sentimentos morreram, assassinados de maneira brutal por nossas próprias mãos. A culpa é nossa, é minha e também é sua.
Matar os sonhos para prevalecer outras coisas serve apenas para nos deixar à mercê de nós mesmos, é impossível saber quem começou esta moda. Mas, atualmente em alta estão as pessoas que não sentem.
Difícil é encontrar alguém que sinta, ainda que de maneira leve qualquer coisa.
Os corações estão gelados, ao mesmo passo em que as camas estão lotadas, cheias de massas corpóreas que só fazem as funções básicas e esperam por quaisquer migalhas de sentimento... Quaisquer sentir.
Eu já fui assim, cheia de coisas boas e sentimentos, acabei caindo em mim. Entendi que sentir é o meu problema, é a minha fraqueza, e, desta cruz entendo bem.
Não consigo me lembrar corretamente quando consegui matar o último, mas, esta é uma jornada pelo assassinato de cada um dos sentimentos que já moraram em mim.
Parece triste, mas, eu garanto que com o passar do tempo, vocês vão entender que foi para o melhor.
Eu era assim, tão cheia de mim. Sorridente e feliz, corria pela casa energicamente.
Meus sorrisos se desfizeram, e, comecei a soluçar de desespero... Mas, de maneira tão silenciosa, que nem mesmo eu fui capaz de ouvir.
"Onde estava, que ninguém te ouvia?" Sei que podem perguntar-se. Já que de maneira óbvia, crianças não vivem sozinhas...
Eu estava tão dentro de mim, que nem mesmo eu poderia me ouvir, já disse isso ali em cima.
Poucas pessoas prestam atenção aos sinais das crianças. Desde que sorriam uma vez ou outra por dia, que comam suas refeições de maneira comportada e façam a lição de casa, está tudo bem.
E, a minha primeira lembrança da infância é de saber que meu irmão poderia não sobreviver.
"Nossa, que trágico..." Talvez, ou nem tanto, já não me lembro do que senti naquele momento. Meus dedos correndo agora pelo teclado falham na função de puxar do sistema cognitivo memórias que montem o quebra-cabeças...
Crianças não sentem medo e desconhecem o conceito de morte... E, ainda sim, eu já tinha perdido uma pessoa extremamente importante, antes mesmo de fazer quatro anos.
Lembro de me perguntar porque não o via mais... O que houve com ele?
Vovó dizia que ele havia ido morar com os anjos. Olhando hoje para a derrota dos meus sentimentos contra o mundo caótico, talvez eu devesse ter escolhido ir morar com ele.
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