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Capítulo XXXIV: Em algum lugar escuro

ATENÇÃO: o capítulo a seguir contém cenas que podem ser gatilhos relacionados a problemas psicológicos, tais como transtorno de ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e ataque de pânico. Respeite seus limites.

Looking through my phone again feeling anxious
Afraid to be alone again, I hate this
I'm trying to find a way to chill
can't breathe, oh
Is there somebody who could
In My Blood - Shawn Mendes

Eu olhava para a tela do celular, esperando Karyn digitar algo do outro lado. A mensagem chegou em poucos minutos, me fazendo sorrir.

Quero outra cesta de três pontos, como aquela que fez para mim há três meses. Amo você!

Em seguida, havia uma foto dela, de costas para o espelho, com uma camisa que, além do meu número, dizia "garota do capitão". Desde que nós assumimos o namoro, Karyn participava mais dos jogos e eu estava sempre presente nas competições de física, incluindo o dia em que ela recebeu uma medalha de ouro junto com um grupo, mas, para mim, só minha garota importava.

Levantei, enchi o pote de ração de Maya e segui para o banheiro, vestindo uma roupa qualquer para a pequena viagem até a cidade vizinha, onde aconteceria a final do campeonato. Ainda não tínhamos participado de nenhuma partida importante que fosse fora de casa. Devido a isso, eu estava nervoso, muito nervoso.

No andar de baixo, minha mãe fazia alguma coisa na cozinha que fez meu estômago revirar. O cheiro estava insuportável e levei a mão até o nariz, o tampando, até chegar do lado de fora da casa. Eu precisava comer alguma coisa, no entanto, com o estômago desse jeito, seria impossível.

Fiquei do lado de fora até minha mãe avisar que estávamos indo. Ainda teríamos que parar na escola, porque eu precisava ir junto com o time, no ônibus. Não seria uma viagem tão longa até a outra cidade, entretanto precisávamos nos apressar.    

O ônibus parou em frente à escola rival e nós descemos, seguindo o treinador para o vestiário, já que não conhecíamos nada ali. O local era um pouco maior do que estávamos acostumados e seria fácil para nos perdermos.

— Não quero celulares por aqui — o treinador disse no momento em que puxei o meu do bolso. — Adams...

— É rápido, juro! — insisti, seguindo para o banco e abrindo as mensagens, perguntando para Karyn se ela já estava na escola. A resposta afirmativa veio em poucos minutos.

Levantei e segui para o armário que tinha meu nome colado na porta. Ao lado do meu, estava o de Brian. Fazia algum tempo que não brigávamos, mesmo que, no começo, ele e Evan não aprovassem, de jeito nenhum, que eu namorasse a Karyn.

— Elas já chegaram? — Brian perguntou, me surpreendendo pelo fato dele ter falado comigo.

— Sim, acabaram de chegar, na verdade.

A atmosfera do vestiário não era das melhores. Todos estavam extremamente estressados pela final e ninguém tinha a intenção de voltar para casa sem levar o troféu e as medalhas. As conversas eram poucas e a grande maioria nem olhava nos rostos dos outros.

Todas as táticas do jogo já haviam sido discutidas e nós precisávamos apenas nos concentrar em fazer o nosso melhor dentro da quadra. Deveria ser fácil, então, por que eu me sentia extremamente inquieto?

O treinador, que tinha saído para procurar a minha mãe, voltou, pedindo para que terminássemos de nos vestir e nos juntássemos, a fim de focarmos antes da partida. Conseguíamos ouvir alguns barulhos vindos da quadra, o que indicava que, provavelmente, o lugar começava a encher.

Terminei de vestir meu uniforme, guardando o que restava dentro do armário e seguindo para o círculo que se formava no centro do vestiário. Todos tinham semblantes sérios e era visível o que passava em suas mentes. Até o treinador, sempre relaxado, tinha uma expressão fechada.

— Adams, esse time precisa de você concentrado, então, preste atenção no jogo — ele pediu antes de começar um discurso interminável, salientando o fato de eu ter mais responsabilidades do que todos ali para levar o troféu para casa.

Você precisa ganhar.

Não fracasse.

Você precisa dar o melhor de si.

Não fracasse.

Você precisa fazer de tudo para isso dar certo.

Não fracasse.

A voz, da qual fugi por tanto tempo, repetia as mesmas frases na minha cabeça. Aquela era a voz que, diversas vezes, me fez pensar que eu não fosse capaz de fazer qualquer coisa, por mais simples que fosse.

Minhas mãos suavam quando o treinador terminou de falar. Ele pediu que o time inteiro seguisse para o corredor, pois o jogo estava prestes a começar, mas eu precisava de um momento antes.

— Quer ter um tempo de capitão, Adams? — Ouvi alguém perguntar e apenas assenti, vendo todos saírem enquanto eu voltava para perto do meu armário.

Puxei meu celular novamente para fora e, desesperadamente, mandei uma mensagem para Karyn. Mesmo que eu tentasse, não conseguia me concentrar. Por isso, ignorando tudo o que o treinador disse sobre concentração, pedi para que ela viesse rápido até o vestiário. A foto que tirei de Karyn sorrindo, minha tela de bloqueio, era a única coisa em que meus olhos focavam naquele momento.

Você nunca vai ser alguém.

Não fracasse.

Você não serve, Johann.

Não fracasse.

Nunca vai servir para nada.

Não fracasse.

Minhas mãos tremiam e parecia que tudo poderia começar a girar a qualquer momento. Meu peito estava sendo esmagado pelas lembranças, me impedindo de respirar, ao mesmo tempo em que eu sentia meu coração acelerar. Me sentei no banco, puxando o ar para dentro dos pulmões, numa tentativa falha de regularizar a respiração.

Ninguém vai amar você.

Não fracasse.

Ninguém precisa de você.

Não fracasse.

Você não devia ter nascido.

Não fracasse.

— Johann? — Ouvi a voz de Karyn chamar. Não fazia ideia de quanto tempo tinha se passado até que ela chegasse ali. Levantei a cabeça, vendo-a, por entre as lágrimas que molhavam minha face, andar na minha direção e a senti segurar em meu rosto com as duas mãos. — O que está acontecendo, meu amor?

Era difícil respirar e eu me desesperava mais a cada momento. Meu peito doía.

Preciso ganhar pelo time.

Não fracasse.

Preciso fazer tudo pela minha namorada.

Não fracasse.

Preciso ser o orgulho da minha mãe.

Não fracasse.

Não sei ao certo o momento em que minha mãe entrou no vestiário, apenas percebi quando sua voz disse para Karyn tirar minha camisa, enquanto ela tirava os meus tênis. O chão gelado foi um choque para os meus pés.

— Johann, olhe para mim, filho — minha mãe chamou. Ela segurou em meu rosto e mirou os olhos castanhos nos meus. — Você precisa respirar, tudo bem? Lentamente, comigo.

Minha mãe colocou uma das mãos sobre meu peito. Seu toque era gelado, assim como as lágrimas que ainda molhavam meu rosto. Tudo começava a ficar escuro no momento em que ela falou comigo novamente.

— Filho, preste atenção na sua respiração. Olhe para mim.

Encarei-a por alguns instantes, porém logo meus olhos se desviaram dos seus e encontrei os de Karyn, que tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas. Fazendo o máximo de esforço que podia para acompanhar o ritmo lento da sua respiração, como minha mãe pediu, eu estiquei a mão, segurando na da minha namorada. Não sabia qual de nós dois tremia mais.

Eu não queria que ela me visse daquele jeito.

Não queria que ela passasse por isso.

Não queria fracassar.

Quando minha respiração se estabilizou um pouco mais e eu já não sentia o aperto no peito, minha mãe sentou-se no chão à minha frente, passando as mãos pelos cabelos ao mesmo tempo em que respirava fundo.

— Nunca mais me assuste novamente — ela implorou, soando quase desesperada. — Fazia tanto tempo, filho...

— Diga ao Brian que ele é o capitão. — Depois de respirar fundo, essa foi a única coisa que consegui dizer.

Minha mãe se levantou do chão após alguns minutos, avisando que precisava voltar para a final, já que o vice-diretor não estava ali para substituí-la. Levei as mãos ao rosto, secando as lágrimas, que ainda desciam, antes de receber um beijo da minha mãe.

— Eu amo você, lembre-se disso. Sempre — relembrou antes de se virar para Karyn. — Querida, posso conversar com você depois?

Os minutos se arrastaram como horas e parecia que, a qualquer momento, eu poderia colocar todo o meu café da manhã para fora.

Assim que minha mãe saiu do vestiário, Karyn voltou, se sentando à minha frente, sem dizer nada. O seu rosto estava vermelho e me doía ver minha garota assim. Partia meu coração saber que ela estava daquela maneira por minha causa.

— Desculpa — pedi e ela me encarou, o semblante confuso.

— Você não tem que pedir desculpas por isso, meu amor. — Seus braços passaram ao meu redor e ela encostou, desajeitadamente, a cabeça em meu peito ainda sem camisa. — Eu amo você, Johann. Sempre estarei aqui para o que precisar e nós enfrentaremos tudo juntos.

Fiquei em silêncio, sentindo sua respiração junto à minha, que já estava quase de volta ao normal. Ela se afastou um pouco, olhando nos meus olhos depois de encostar os seus lábios nos meus.

— Você quer sair daqui?

Apenas assenti. Ela se levantou, estendendo a mão para mim e eu, finalmente, consegui olhar de perto a sua camiseta. Karyn era linda de qualquer jeito, entretanto, ver "garota do capitão" escrito na sua camiseta estava em outro nível.

Eu me sentia sortudo demais por tê-la ao meu lado, mesmo sem ser merecedor daquele sorriso.

— Me promete que não vai deixar de me amar? — perguntei em um impulso, fazendo-a me olhar confusa. — Mesmo com tudo isso, com todos esses problemas...

— Johann, amor,esse é quem você é — respondeu em um sussurro, levando uma mão até o meu rosto. — Eu aceitei o pacote completo quando me apaixonei por você.    

Oioi, pessoal!

Eu espero, de coração, que ninguém esteja se sentindo mal por qualquer cena retratada nesse capítulo. SPAGA apenas tem o intuito de mostrar da forma mais realista possível assuntos da vida que podem acontecer com qualquer um.

Queria agradecer por termos atingido mais de 27k de leituras. Cada leitura a mais nesse livro é uma pequena vitória e eu sou grata a vocês por isso.

Até semana que vem!

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