Capítulo VIII: Pontos finais
"Say something, I'm giving up on you
I'll be the one if you want me to
Anywhere I would have followed you
Say something, I'm givingup on you"
Say Something - A Great Big World feat. Christina Aguilera
Eu odeio segunda-feira, mas hoje, em especial, eu estava uma pilha de nervos. Karyn havia me mandado uma mensagem ontem à noite, contando que conseguiu, com a professora que coordenava o grupo de música da escola, um horário para eu fazer uma audição. As inscrições tinham se esgotado antes que eu pudesse chegar à cidade. Quem tem amigos, tem tudo, principalmente aqueles que são influentes.
— Ella, querida, o relógio não vai sair andando, pode parar de encará-lo — minha mãe comentou, após eu olhar para o relógio pelo que parecia ser a décima vez.
O problema é que eu estava desesperada com medo de me atrasar e Ben ainda continuava trancado naquele banheiro. Literalmente trancado. Nós não sabíamos, quando compramos a casa, que a fechadura do banheiro tinha um problema e, nesse momento, meu irmão estava sentado do outro lado da porta enquanto meu pai tentava encontrar um modo de abrir a porta.
— Eu não posso me atrasar, mãe — disse, levantando, jogando a mochila sobre o ombro e segurando o estojo do violino com a outra mão. Fui até minha mãe, seus olhos me observando de forma curiosa e dei um beijo em sua bochecha. — Vou andando.
Eu não tinha a primeira aula pelas segundas, o que foi perfeito para que a professora conseguisse o horário para mim. Andei em passos rápidos até a escola e já tinha bebido quase metade da garrafa de água que tinha levado comigo quando cheguei ao auditório.
Era um local maior do que aquele que tinha na minha antiga escola, com várias daquelas cadeiras vermelhas estofadas e um grande palco. Estava vazio, por isso encarei o horário no meu celular. O medo de que tivesse me atrasado invadiu meu corpo e o pensamento de que a professora tivesse desistido de mim me apavorou, mas ouvi passos logo atrás. Respirei aliviada. A professora caminhava acompanhada de um garoto, que provavelmente era o pianista sobre quem Karyn comentou e que a acompanhava durante as audições. Ela sorriu para mim e me cumprimentou, antes de autorizar a minha subida ao palco.
— Qual música você vai tocar? — Jordan perguntou e eu tirei a partitura da pasta, entregando-a em suas mãos e recebendo um sorriso assim que ele leu o título na parte de cima.
Andei até o meio do palco e respirei fundo algumas vezes após posicionar o violino. Comecei a música enquanto Jordan esperava pela sua parte e era encarada pelos olhos escuros da professora. Fechei os meus quando o piano começou, respirando fundo e deixando-me ser levada pela melodia.
Say something, I'm giving up on you
I'll be the one, if you want me to
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you
And I am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all
And I will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl
Essa era uma música que eu aprendi a tocar enquanto ainda estava na minha antiga cidade, mas não tinha coragem de fazê-lo para ninguém. A única pessoa que já me ouviu foi Ben e, logo depois, eu me debulhei em lágrimas, chorando tudo o que precisava ser chorado naqueles dias. Aquela canção marcava um fim e tocá-la para alguém significava que o ponto final estava em seu devido local. Eu não poderia perder mais tempo com coisas do passado.
Say something, I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you
And I will swallow my pride
You're the one that I love
And I'm saying goodbye
Say something, I'm giving up on you
And I'm sorry that I couldn't get to you
And anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you
Say something, I'm giving up on you
Say something
Eu decidi desistir de alguém que já tinha desistido de mim há muito tempo e desistiria agora. Sem prolongar ainda mais o que não devia ser estendido. Era isso e ponto final.
— Onde você estava, docinho? E por que chegou atrasada? — perguntou Lou assim que eu apareci no refeitório.
A aula que tínhamos no segundo período reunia todo o nosso grupo, mas eu tinha me atrasado por causa de lágrimas insistentes após a audição, por conta de toda a emoção causada pela música e o que ela significava para mim, e o professor não me deixou entrar mais tarde na sala. Me sentei na mesa com a minha bandeja em mãos e sorri para ela.
— O professor não me deixou entrar atrasada, eu estava em uma audição – respondi.
— Mas as audições acabaram na semana passada — comentou Evan confuso.
— Não quando você tem uma amiga queridinha dos professores.
Karyn sorria e levantou a mão para um hi-five que eu retribuí. Louisie ainda nos olhava confusa, então eu levantei o estojo do violino e ela, finalmente, abriu um sorriso. Depois, os três me encheram de perguntas sobre quando eu receberia os resultados e qual a música que eu tinha tocado. Porém, fomos interrompidos por Benjamin, que apareceu alguns minutos antes de o intervalo acabar para contar que tinha saído do banheiro a tempo da primeira aula e também conseguiu entrar para a equipe de teatro.
— Hoje é o dia em que os humilhados estão sendo exaltados.
— Eu estou realmente cansada desses treinos intermináveis do Evan — falava Louisie enquanto nós andávamos até a quadra. — Por causa do começo dos campeonatos, eles estão durando mais do que o normal.
Quando chegamos até a quadra, porém, não era um treino que estava acontecendo. O treinador tentava separar uma briga e tirar Brian de cima de Johann. Este tentava desferir socos no rosto do outro, ao mesmo tempo em que Johann falava coisas que eram impossíveis de serem escutadas de longe. No momento em que Evan segurou Brian pelos ombros e o afastou, foi quando, enfim, conseguimos ouvir o que Johann dizia, logo antes do garoto dos olhos azuis se desvencilhar do ruivo e apagar o outro com um soco.
— Ela é uma gata, sério! Adoraria sair com a sua mãe... Ah, é! Ela não é a sua mãe mesmo, não é?
O soco foi tão forte e certeiro que derrubou Johann na hora. Rapidamente, seus amigos correram para socorrê-lo, junto com o treinador. Brian se virou e começou a caminhar para longe, encarando o punho com uma expressão perdida. Eu não percebi o momento em que seu corpo se chocou contra o meu, apenas no momento em que ele segurou meus ombros. Quando reparei as lágrimas em seus olhos, vi que o ponto final da sua história com Johann ainda não existia e, em seu lugar, havia apenas uma vírgula.
— Você quer ajuda? — perguntei por impulso ao ver as juntas de seus dedos ensanguentadas. Ele assentiu, desviando o olhar e me deixando seguí-lo.
Oioi, pessoal! Perdoem a autora que tá doida porque vai começar a faculdade e esqueceu de fazer o gif do capítulo.
Eu passei aqui por 2 motivos:
1º: Hoje não é segunda e eu estou postando capítulo. É que, por conta da faculdade eu resolvi mudar as datas de postagem. Agora os CAPÍTULOS saem aos sábados e os POEMAS às quartas-feiras.
2º: BATEMOS 4k! Eu queria muito fazer algo para comemorar, mas estou completamente sem ideias, então vocês podem colaborar dando ideias do que vocês gostariam de ver sobre spaga.
Até quarta! 💜💙
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