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Capítulo 4 - Prodígio

Não era tão fácil quanto parecia ser um prodígio. Eduardo sabia disso em primeira mão, embora já estivesse acostumado a todos se referirem a ele como "o grande sortudo". Bem, era mesmo muito confortável, de certa maneira, estar um passo a frente das outras pessoas, mas, ao mesmo tempo, isso poderia ser muito... Chato.

Eduardo já sabia qual seria o tema do seu trabalho de conclusão de curso desde o terceiro período na faculdade. Ele começou a fazer pesquisas de iniciação científica e a receber a bolsa da Universidade no quarto, ao mesmo tempo em que caiu nas graças de uma das maiores doutoras da área que o interessava dentro da História. Ele já deveria ter se formado no final do ano passado, mas por precisar fazer duas matérias que só tinham turmas no mesmo horário, teve que ficar um semestre a mais.

Em julho ele receberia seu diploma de historiador – com honras – pela UFRJ e daria início ao mestrado, como sempre planejou, logo em seguida. Ele era o orgulho da família, o cara mais centrado e inteligente que todos conheciam. Responsável, carismático, incrivelmente bonito. Às vezes era até difícil achar defeitos naquele ser humano feito de perfeições.

Ele trabalhava pesquisando com sua professora orientadora – Glória Padilla, a tal Doutora referência nos estudos sobre a família Romanov – e ainda fazia consultoria para uma editora de livros que precisava de um especialista para desenvolver a sua próxima obra – Eduardo foi escolhido, é claro, por indicação da Glória.

Não havia sequer uma falha na sua vida acadêmica – a não ser o atraso de um semestre na formatura, mas isso fora incompetência da faculdade, não dele – e seus planos de se tornar professor universitário e pesquisador seguiam sólidos como uma rocha. Talvez ele mesmo escrevesse um livro no futuro, quem sabe virasse um nome tão importante quanto o de Glória. Ser seu pupilo preferido certamente ajudaria.

Tudo a respeito da vida de Eduardo – porque toda a vida dele, honestamente, se resumia aos seus estudos – era tão preciso e exato quanto uma equação matemática.

E era exatamente aí onde morava o problema.

Enquanto Guto contava sobre suas expectativas para o ano que se iniciava durante o café da manhã, Eduardo tentou se lembrar como era se sentir assim. Tão animado com o rumo da própria vida que mal conseguia conter o brilho nos olhos. Era estranhíssimo que o fato de tudo ter corrido perfeitamente bem, sem pedras no caminho, fosse o motivo pelo qual ele se sentia tão... Vazio.

Tudo ter dado tão certo o fazia sentido como se houvesse algo de errado.

― Tu me ouvindo, piá? – Guto chamou a atenção do irmão, franzindo a testa de um jeito curioso.

― Ah... – Eduardo tentou disfarçar a sua distração com um sorriso amarelo, mas os dois se conheciam muito bem. – Sim, está tudo bem, eu só estava divagando. O que você disse mesmo?

― Que é melhor a gente ir andando. Meu celular descarregou e a Cali ficou de me avisar quando chegasse a casa, mas até agora nada.

Eduardo abriu um sorriso provocante e balançou a cabeça, zombando do irmão.

― Tu com a cabeça virada por essa guria, hein? Quem te viu, quem te vê.

João Augusto lançou um olhar significativo para Eduardo.

― Talvez você devesse seguir o meu exemplo. Sabe, namorar de vez em quando.

Mas o irmão mais velho apenas deu de ombros como quem diz "fazer o quê". Ele não tinha nada contra namoros especificamente, mas relacionamentos eram muito complicados. Ele podia ser expert em tirar notas máximas em provas surpresas da faculdade, mas tinha zero desenvoltura para lidar com garotas.

Não era a toa que o Guto, mesmo sendo dois anos mais novo, tivesse muito mais experiência.

― Eu estou falando sério – ele não se deu por vencido. – Não te vejo empolgado com nenhuma guria desde a Carla. E tu tinhas o quê? 17 anos?

Argh. A Carla.

― Eu tinha 18 – Edu respondeu rápido, não querendo falar sobre aquele assunto desagradável. – E a gente devia mesmo ir embora.

Ele fez menção de se levantar e guardou o celular dentro do bolso da calça. Guto levantou também, só observando o irmão com seu olhar julgador.

― Tu não vais escapar de mim tão fácil assim, piá. Espera só eu contar pra Cali que você precisa de uma namoradinha. Ela tem uma lista de amigas pra te apresentar.

Eduardo apenas riu e pegou os canhotos pra poder pagar a conta no caixa. Os dois se direcionaram para lá com o mesmo caminhar despreocupado, os mesmos cabelos castanhos, os mesmos ombros largos e o mesmo nariz irritantemente perfeito.

Inegavelmente irmãos.

― Não preciso de uma namorada – ele disse enquanto entregava o cartão pra moça do caixa. Digitou sua senha rapidamente.

― Precisa ao menos se divertir. Aposto que no tempo livre passa o dia inteiro dentro de casa lendo sobre pessoas mortas.

― Tu estás muito enganado porque, pra começar, não sei o que é tempo livre e, quando descubro, o ocupo com Muay Thai.

Guto ficou paralisado por um segundo.

Você luta muay thai? – E começou a rir descontroladamente no momento em que eles saíam para a rua. De um modo que fez Eduardo se virar pra ele, sem saber qual era a graça. – Desculpa, irmão, mas tu é a pessoa menos atlética que eu conheço.

Em defesa de Eduardo... Não. Não havia defesa para ele nesse caso. O rapaz realmente odiava exercícios físicos.

― Está vendo por que não contei nada antes? Já faz mais de um ano, se tu quer saber, pirralho.

Guto ainda não havia conseguido parar de rir.

― Então foi por isso que tu de repente começou a ficar todo definido? Achei que estivesse tomando whey.

― Desde quando você virou esse piadista? – Eduardo implicou, mas não conseguiu evitar rir da piada. – O que andou aprendendo nessa viagem?

― Que nada! Convive com a Cali um pouquinho e tu fica assim em um segundo.

Os dois voltaram para casa falando sobre muay thai, porque Guto ainda estava chocado com a nova façanha do irmão mais velho. Sua atenção, entretanto, foi perdida no momento em que ele chegou a casa e colocou o celular para carregar. Eduardo deixou-o conversando com a namorada e foi trocar de roupa para estudar um pouco para a prova do mestrado. Ele ainda estava de férias dos seus deveres na faculdade, portanto tinha tempo de sobra.

É claro que ele estudaria.

Viu as mensagens de alguns amigos chamando-o para ir a praia, mas elas eram de mais cedo e provavelmente eles já estavam lá há horas. Também não era como se Eduardo estivesse muito afim de ir, pra início de conversa.

Enquanto lavava a pequena louça da noite anterior, o cabo vermelho dos talheres o fez se lembrar de Lavínia. Ele havia ficado chocado quando viu a menina onde obviamente não deveria estar, fazendo o que obviamente não deveria fazer. Ela tinha cara mesmo de ser doidinha, mas Eduardo não imaginava que fosse tanto.

E o modo como ela correu quando o viu do outro lado da rua? Aquela menina não tinha o mínimo juízo e se os seus pais descobrissem tudo... Eduardo podia apostar que eles não eram o tipo de pais que deixam essas coisas passarem em branco sem uma atitude disciplinar.

No que ela estava pensando?

Provavelmente não estava.

Ele secou a louça e a guardou no armário com calma, ouvindo o irmão dar risadas no telefone com Calíope. Aquilo era tão estranho, ele pensou com um sorriso. Guto apaixonado. Ainda estava pensando nisso quando percorreu a sala para atender a campainha tocando. Quando Eduardo abriu a porta, deu de cara com a sua vizinha do andar de cima.

A maluquete fujona.

Lavínia.

Seus cabelos castanhos escuros estavam soltos, selvagens ao redor do rosto vermelho. Os olhos azuis – ou talvez fossem verdes? – arregalados tentavam transpassar segurança, mas o modo como ela apertava o cabo da caneca vermelha que segurava, indicava nervosismo.

Ela é tão baixinha, foi a primeira coisa que Eduardo pensou quando a viu ali, parada diante dele na sua porta. A única pessoa mais alta que ele conhecia era o seu irmão, mas ainda assim a baixeza de Lavínia o chamou a atenção.

O rapaz não soube o que dizer de imediato, foi totalmente pego de surpresa pela visita. Ele sabia que ela queria falar sobre o ocorrido, mas não imaginava o quê poderia ser dito.

― Você está ocupado? – ela perguntou, tentando soar comedida.

Deus, ela estava nervosa. E ele não soube o que fazer com isso.

― Hum – ele se virou para trás, fitando o irmão sentado no sofá ao telefone. Então voltou a atenção para Lavínia, cauteloso em todos os movimentos. – Não exatamente.

Ela assentiu e mordeu o lábio inferior sem nem perceber que fizera isso. Mas não passou despercebido para ele. Parecia lutar contra o constrangimento, o que era engraçado porque a menina sempre esbanjou confiança em todas as suas ações.

Mas não naquele momento.

Eduardo esperou que ela se manifestasse e Lavínia bem que tentou começar devagar, mas sutileza não era mesmo o seu forte. Ela suspirou, desistindo de tentar racionalizar o que deveria dizer e Eduardo foi surpreendido novamente quando o olhar intenso e decidido dela o fitou.

― Olha só, eu sei que você me viu hoje de manhã. Não preciso tentar enrolar sobre isso né? Eu pisei na bola, eu sei. Não é legal matar aula pra beber com os amigos.

― Além de ser ilegal – ele comentou e recebeu uma levantada de sobrancelhas que, meu Deus, o intimidou.

― É. Ilegal. Mas eu juro que não estava fumando, eu não estava e isso que importa né?

Os olhos de Eduardo se arregalaram na mesma hora.

― Seus amigos de quinze anos estavam fumando?

Lavínia, percebendo a burrada que fizera, quase quis arrancar a própria língua fora por ela ser tão grande.

― Olha, não é o que você está pensando – ela tentou reparar o estrago, mas Eduardo já estava horrorizado. – Ah, pelo amor de Deus, você nunca foi adolescente? Nem faz tanto tempo assim – ela tentou se defender.

― O que exatamente tu queres? – ele foi direto ao ponto e mal sabia o descompasso que causava dentro dela quando usava aquele sotaque sulista assim sem nem se dar conta.

Lavínia engoliu em seco e cruzou os braços, tentando manter a compostura.

― Você não vai contar aos meus pais, vai?

Ah. Então era isso.

Eduardo cruzou os braços também e se apoiou com o ombro no batente da porta, fitando ela como quem pensa "agora saquei qual é a sua". O que, de fato, era exatamente o que ele estava pensando naquele momento.

― Tu quer que eu te acoberte? – ele indagou, tentando disfarçar o tom de divertimento na sua voz. Fez de tudo para conter o sorrisinho em seus lábios, mas Lavínia estava tão nervosa que sequer percebera.

Essa menina é maluca.

― Se você puder fazer essa gentileza eu seria eternamente grata. E todas as poucas pessoas que já mereceram a minha gratidão até hoje não têm do que reclamar.

Faltou apenas um pouquinho para Eduardo cair na gargalhada. Mas ele não o fez, pelo contrário, permaneceu sério com aquele olhar de superioridade que, como irmão mais velho de quatro, sabia fazer muito bem.

― Posso pedir um tempo pra pensar no assunto?

Lavínia quase se contorcer de angústia, mas respirou fundo. Ela assentiu, porque não havia nada mais que pudesse ser feito a essa altura do campeonato.

― Quanto tempo?

― Você saberá – ele disse.

― Ótimo – ela respondeu.

Os dois ficaram ali se encarando sem saber mais o que dizer. A tensão tão grande que era quase sólida, principalmente vindo de Lavínia.

Quem esse cara pensa que é, foi a primeira coisa que ela pensou.

Isso vai ter volta, foi a segunda.

E, geralmente, quandoLavínia pensava isso, a coisa pegava fogo.    

HEEEEEEEEEEEEY FOLKS! Hoje tem #MadrugsBoladona surpresa por motivos de: to feliiiiiz! hahahha Mentira, o motivo é que eu queria que vocês lessem logo esse capítulo e não consegui controlar a ansiedade.

Então #VemPraCova com a Lavínia porque algo me diz que ela vai ser a primeira a fazer check-in na noite de hoje *risada maléfica*

Beijos e queijos, câmbio desligo.

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