35.
Fleur
Seus olhos me encaram e qualquer um notaria que ele está impaciente, sei que ele pensa " isso é realmente necessário" porém ninguém derrotaria Chaz se não Beltar, preciso espera-lo mas ele não aparece, quanto mais tempo ele demora mais tempo perdemos para o exército inimigo, preciso que ele venha logo. Bruce continua a me encarar na esperança que eu tome providências mas o que posso fazer?
Suspiro.
— Tem a minha permissão.
Ele sorri maliciosamente.
— Berthold, reúna o exército. E mande uma carta para a sede de Déclin, lutaremos nos campos de Dote — ele me fita
— Boa escolha. — sorrio um sorriso torto para disfarçar minha preocupação. Não posso invocar Beltar, estou em estoque de forças de magia negra, usarei tudo de mim na batalha, meus irmão do submundo já fizeram muito por mim, agora é a hora da retribuição.
Lauren
Com todos esses acontecimentos nem sequer pude treinar. Posso até ver os olhos me encararem pateticamente com minha surpreendente habilidade de luta, volto ao foco e percebo que olho para o sol ardente no meio do céu, era por volta de meio dia. Volto minha atenção para o alvo que está à minha frente. Estou no local de treinamento, observo o rio fluindo rápido e volto minha atenção para o alvo novamente, Será que consigo acerta-lo com fogo? Concentro minha força e sinto algo fluir pelo meu corpo, sinto minha energia esvair-se, estendo a mão e nada acontece. Bufo de frustração, como poderei lutar dessa forma?
Aproximo-me do alvo e descarrego minha frustração nele, o soco e o chuto de todas as maneiras possíveis. Relembro das palavras que proferiram a mim na alcatéia de Skirvok há três dias atrás, voltar aquele lugar onde todos riam de mim, maltratavam-me, como se eu fosse suja... Encarar Morvek novamente. Sinto o suor cair de meu rosto, meu corpo está todo suado, minha roupa agora está colada em mim, sinto-me cansada, mas sei que na batalha não terá pausa, não, eu não posso ser, qualquer coisa menos... Fraca. Cerro os dentes e à vontade de chorar toma-me, eu estava me sentindo frágil e fraca, patética. Sorrio sarcasticamente ao olhar o meu estado.
" Você não precisa treinar criança..."
Sorrio sarcasticamente, Scarlet estaria brincando comigo?
"Você não vai lutar, Eu irei"
Sinto uma nova energia fluir por todo meu corpo, me posiciono mas nem mesmo coordenei isso, sei que Scarlet está no comando de meu corpo agora, vejo minha mão se estender, meu cabelo flutua com a energia que me envolve agora, sinto meu olhos estarem diferentes, sei que estão brancos, minha cabeça cai de lado e eu sorrio, ela sorri maliciosamente.
"Esse é o seu alvo?"
Ela suspira.
"Quer destrui-lo com terra?"
Sinto um tremor no chão mas nem sequer posso olha-lo, a terra ao redor do alvo afunda formando um abismo tão fundo que é impossível de se ver o fim.
" Talvez água"
Ela apenas olha para o riacho e sua correnteza para, a água se ergue e rapidamente é lançada contra o alvo, a água forma uma bolha em volta de seu corpo, ela espera alguns segundos.
" Morto... Talvez, vento? "
Ao dizer isso a água cai ao chão respingando em minha face. Olho em volta e o vento para, ela estende a mão e o vento vai em direção ao alvo com tanta rapidez e precisão que o corta.
" Talvez mais"
Em um piscar de olhos várias rajadas de vento se centralizam no alvo, mal consigo acompanhar os movimentos dos golpes quando de repente eles param. Avisto o alvo cair em pedaços mínimos ao chão.
"Limparemos o trabalho"
Ela manda um beijo no ar em direção aos pedaços amontoados no chão, de seu sopro saí fogo que queima instantaneamente os pedaços que agora estavam ao chão.
Olho para tudo aquilo que tinha acontecido naquele instante, é lógico que ela estaria apta para a batalha e-
" Trate de se preocupar com outras coisas Lauren, qualquer coisa, menos comigo, você tem que aprender a confiar em mim"
Não consigo dizer nada apenas assenti no pensamento. Sinto meus movimento voltarem saindo do transe que Scarlet havia me deixado.
Olho para o que era o alvo e apenas vejo cinzas, realmente não é preciso treinar a mim mesma para isso, sei que na batalha seria Scarlet e eu, juntas. Caminho adentrando o castelo, passo pela sacada e vejo John e o nosso exército, Sinto que tudo está preparado. Paro na sacada e noto que os olhares de todos os soldados me fitam, um a um, todos voltam-se para mim, até mesmo os generais que estavam à frente viram-se para mim, um general robusto alto e moreno olhou me profundamente então logo fez um gesto que me surpreendera, curvando-se ele ajoelhou com o joelho esquerdo, ficou como um homem ao pedir a mão de uma mulher em casamento, em seguida olhou para o chão. Fiquei paralisada com o gesto, mas ainda não acabara, os homens que estavam em volta, todos os soldados um por um imitaram o gesto do general, fiquei impressionada com tal gesto que não saira do transe, era como se eu fosse uma espécie de rainha. Eu não merecia aquilo eu não... Suspiro. Apenas John de todo exército está de pé.
"Preciso ajoelhar também"
Me surpreendo ao ouvir a voz de Chaz ecoar em minha mente, era como os lobos faziam, os companheiros quando tinham uma ligação se comunicavam. Sorrio e olho para todos que erguem o olhar, curvo-me encarando o general que começara aquilo, após isso retiro-me do local. Adentro o castelo e logo ouço risos de felicidade que ecoam pelo salão silencioso, sigo a doce voz de Hansi, que me leva até uma porta entreaberta, seu quarto. Ela estava deitada com o bebê no colo e sorria como nunca. Observo os olhos da criança, aqueles olhos verdes que me deixavam sem chão. A mesma sensação de quando o peguei pela primeira vez tomou-me, olho para seus olhos verdes espertos e sapecas que observam cada movimento de Hansi que está a sua frente. Nosso crescimento durante a amamentação é um pouco acelarado, depois fica normal como o de um humano, mas para sobrevivência as crias nascem fortes com aspectos de dois, três meses. Ainda mais ele... Poderoso e forte, filho de ... Não, ele não, recuso-me a falar seu nome.
— Uh.. Então você será valentão? Corajoso e galanteador... Aah sim muito galanteador — ela aproxima seu pequeno rostinho com carinho e o cheira. — Seus olhos me confundem... Não consigo te dar um nome! — os olhos da criança me fitam fazendo-me paralisar na porta, logo Hansi vira-se para mim.
— Lauren! Entre! Você não sabe como preciso de sua ajuda... Você acredita que ainda não escolhi um nome para ele?
Aproximo-me sentando na beirada da cama. Seus olhos ainda me encaram e ele abre um sorriso espontâneo que me faz sorrir de volta instantaneamente, ele estende seus dedinhos em minha direção, não consigo me mover, apenas fico parada olhando aquela expressão de felicidade.
— Ele gostou de você! — Ela comenta me tirando do transe.
Encaro aqueles olhos como se eles pudessem se comunicar comigo, dizer algo. Hansi me observa como se compreendesse tudo que estaria acontecendo naquele momento, na verdade como se compreendesse tudo, até mesmo meus sentimentos mais profundos.
— Sabe... Quero que você dê um nome para ele! — Hansi confessa ainda me observando sem expressão, ela abre um sorriso sem mostrar os dentes.
— Um... Nome?
— Sim — Ela volta seu olhar para a criança.
Olho para ele também que ainda não tirou os olhos de mim, sinto algo dentro de mim, um aperto no coração, aquele olhar me trazia felicidade mas também agonia, o que significaria aquilo? Um nome... Para um menino lindo, forte e poderoso, sorrio, ele vai dar trabalho!
— Então... Vai me dizer o que acha?
— Será Athos.
— Athos? — Athos olhou para mim como se concordasse.
— Sim... Athos significa aquele que nada teme.
Seus olhos me fitaram e ele sorri de lado.
— Aah ele gostou! — Ela sorri. Ouço passos e vejo John nos olhar da porta, Athos vira para ele. Avisto a expressão de John mudar para incrédulo.
" Chaz" me comunico
" Essa criança..."
" O que tem ele?.. Chaz!"
"Não é nada"
John se aproxima de Athos que o olha atenciosamente, John estende seu dedo e Athos o pega com força, com uma força sobrenatural ouço estalos do dedo de John.
— MEU DEUS! Me desculpe John! Não queria que ele quebrasse seu dedo!
John sorri e Athos retribui, aquilo fora uma espécie de cumprimento.
— Gostei de você garoto.
Nenhuma criança teria força de quebrar o dedo de John... Não estava preocupada com ele porque sei que seu dedo já estava curado, mas Athos, essa força era realmente surpreendente.
Athos gargalha e Todos sorrimos juntos de sua primeira sapequice.
— SENHORA LAUREN, SENHOR JOHN! RECEBEMOS UMA CARTA — o soldado ofegante respira para dizer o resto — DE BRUCE — ele olha em volta, talvez sentidopor ter acabado com aquele momento, principalmente com o que iria dizer — A GUERRA... SERÁ AO AMANHECER.
Suspiro profundamente e volto meu olhar para John.
— Temos que arrumar tudo — John se levanta saindo do local conversando com o homem.
Volto meu olhar para Hansi.
— Hansi... Você e Athos não podem ficar aqui, Fleur pode achar vocês e matá-los. Vocês ficarão junto a mim, na guerra. Será muito perigoso, as chances são mínimas sabemos, mas se deixarmos vocês longe de nós... A chance de vida será zero... O alvo principal é Athos e eu, mas é claro que pretendem tirar Chaz e você da jogada. E— ela me interrompe.
— Não se preocupe, eu entendo.
Olho para sua face incrédula. Sua paz me incomodava, como ela poderia compreender assim tão fácil? Ninguém compreenderia, jogar sua vida e a de seu filho no meio de uma batalha como se fosse um suicídio, logo no amanhecer seguinte.
" Ela tem sangue real "
A voz de Shira ao falar isso ecoa por minha mente. Sinto que amanhã será, surpreendentemente surpreendente.
— Preciso ir.
Deixo o local e ao fechar a porta avisto Hansi sorrir sem mostrar os dentes para mim, seu olhar me passava confiança. Athos me olhava sem expressão. Fecho a porta e suspiro novamente. Como colocarei Athos e Hansi na batalha? Como irei protegê-los? Ah.. O exército, preciso vê-los, os cavalos, as armas, o esquema, o local, a formação. Caminho até a sala dos mapas que estava cheia, as vozes que alto discutiam podiam ser ouvidas a uma grande distância, os generais discutem, e John chega, fico em silêncio. Sei que Chaz fará a melhor escolha para nós, o exército já estava avisado. Sei que eles estavam preparados. Enquanto John começa falar olho para a janela aberta, o céu está escurecendo aos poucos, respiro fundo olhando para as estrelas que emergiam com a falta de luz, elas brilhavam como os olhos de Athos. Pisco os olhos, eu estaria enfeitiçada? Todos os meus pensamentos eram abalados por ele... Aquela criança... Era o motivo de eu me sentir assim... Aquela criança.
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O que acham? Ansiosos para a batalha?? Quero comentários please! ❤️❤️❤️
Hehe... O livro está chegando ao fim.. O que será que vão descobrir nessa batalha? Prox cap A batalha p1
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