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Capítulo 22


Amor...
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Camões

Mila

Quando chegamos na casa da Laura era hora do almoço e tudo estava pronto na cozinha, pois ela já tinha preparado antes de sair de casa e o cheiro estava maravilhoso. Nos sentamos à mesa e comemos um macarrão ao molho branco e quatro queijos que estava divino, tinha até torradas para acompanhar e devo confessar que comi duas vezes, não sei o que era, mas a Laura tinha uma mão para fazer massas que deixava qualquer italiana com inveja.

Depois da farta comida, fui guardar minhas roupas e dos bebês, descobri no caminho que a Laura também tinha comprado roupas para os meus filhos, resumindo só faltava eu comprar alguma coisa e decidi que seria amanhã, logo depois da consulta com a Dra. Márcia.

Acordei animada e muito ansiosa, hoje era o dia da minha consulta e enfim saberia o sexo dos bebês, tomei um banho e cheguei a conversar com eles durante esse tempo, mas depois percebi que estava falando sozinha e então achei melhor parar, sai enrolada na toalha e coloquei um vestido verde, acho que fico bem de verde realça a cor dos meus olhos e a minha pele clara, sou muito parecida com a minha mãe ao contrário da minha irmã que era muito parecida com meu pai, que era moreno.

Quem será que os bebês vão parecer? Será que terão meus olhos verdes ou os olhos azuis de Nick? Terão os cabelos lisos e pretos como o pai ou loiros como os meu?

Saio do quarto e vou até a cozinha, mas já no caminho eu sinto o cheiro do maravilhoso bolo de laranja da Laura o meu preferido, não resisto e como dois generosos pedaços e a calda que acompanha o bolo está perfeita hoje, por isso até chupo os dedos no final para aproveitar essa delícia até o último segundo.

Depois de bem alimentada passo o protetor solar e um brilho labial e já estou pronta. Andamos algumas quadras pelas ruas movimentadas do centro de Curitiba e enfim chegamos ao nosso destino, à clínica também estava lotada e percebi que minha consulta iria demorar, pois além de ter muitas pacientes a médica ainda estava atrasada, pois teve que fazer um parto de emergência.

Eu esperei duas horas antes de ser atendida, mas não fiquei chateada, pois conversei com outras mulheres que também estavam grávidas como eu, mas quando falei que tinha 18 anos, estava grávida de gêmeos e sem marido elas me olhavam com uma cara de pena que me deixaram muito constrangida, ainda não estava acostumada com esse olhar. Na verdade, eu sempre surpreendia as pessoas, tinha uma cara de patricinha, mas morava na favela, tinha aparência de ser rica, mas não tinha nem onde cair morta e agora era uma jovem que tinha dois bebês para cuidar sozinha, era para deixar qualquer mãe de primeira viagem de cabelo em pé.

Entramos no consultório da Dra. Márcia e fui recebida com um sorriso, conversamos um pouco e contei o que aconteceu comigo nesse último mês, enquanto ela me ouvia atentamente e anotava os nomes dos remédios que eu havia tomado no hospital. Depois do meu relato estava na hora de fazer o ultrassom, tirei o meu vestido e coloquei um jaleco verde e deitei na maca, a doutora passou um gel na minha barriga e começou a examinar e medir os bebês e depois do que foi uma eternidade ela falou:

— Está tudo bem com os bebês, o crescimento está normal para uma gravidez de 25 semanas. E você gostaria de saber o sexo deles? — Ela estava me olhando com muita expectativa.

— Claro, doutora, eu estou ansiosa para saber, por favor, me diga logo! Estava tão ansiosa que minhas mãos tremiam e então segurei as laterais da maca com força e esperei.

— Então parabéns! Porque posso afirmar com certeza que você será mãe de um casal, uma menina e um menino. O que acha?

— Eu estou sem palavras de tão surpresa, terei um menino e uma menina, um casal. O sonho de toda mulher e estou muito feliz com a novidade, porém gostaria de compartilhar com mais alguém.

Enquanto pensava no que a médica acabou de falar, uma lágrima descia pelo meu rosto, mas dessa vez era de alegria e não de tristeza, a Laura segurou a minha mão e me deu um forte abraço, aquele que minha mãe daria se ainda estivesse viva eu me senti segura e acolhida mais uma vez, depois que vesti a minha roupa. Conversamos com a Márcia sobre a data do parto que estaria previsto para daqui a 12 semanas, seria uma Cesária, pois era a minha primeira gravidez e por ser gêmeos a Márcia não queria arriscar, o hospital escolhido foi um particular na qual a Márcia trabalhava, ela não cobrou o parto e a sua amiga que era assistente social do hospital conseguiu um desconto, por isso pagaria somente as taxas de internação e os medicamentos, os outros médicos concordaram em fazer o favor para uma colega de trabalho e assim tudo estava organizado.

Depois do almoço, deitei e dormi a tarde toda, pois estava exausta foi uma manhã agitada depois de uma sequência de calmaria e isso estava comprando o seu preço no meu corpo. Quando acordei liguei para a Carol e contei a novidade, ela adorou e gritava no telefone de euforia, fiquei tão cansada que acabei me esquecendo de sair para comprar alguma coisa para os meus filhos.

As semanas que se seguiram foram tranquilas e eu não saia muito de casa, pois estava cada vez mais redonda e cansada, dar aulas na escola de dança nem pensar, às vezes eu ia só para observar as meninas e ajudar atendendo ao telefone ou conversando com os pais sobre o progresso de suas filhas, mas a maioria dos dias ficava em casa mesmo sozinha e esperando a chegada dos bebês.

Eu ainda não tinha comprado muitas coisas, o principal ainda não, que era o berço, na verdade só um, já que não cabia dois no meu pequeno quarto, por isso eles precisavam se virar os dois no mesmo berço por enquanto, eu estava com quase 8 meses e precisava começar a organizar tudo isso, fiquei adiando o máximo que pude esse momento, mas agora eu não podia prolongar mais, se não os meus filhos dormiriam no chão quando nascessem.

Acordei e minutos depois já estava pronta para ir até uma loja aqui perto, comprar esse bendito berço, guardei um pouco de dinheiro para essa ocasião e fazia questão de ser eu a comprá-lo, pois já tinha ganhado tantas coisas da Laura e da Carol que estava até envergonhada. Mas quando peguei a minha bolsa que estava na cômoda, estava incomodada com alguma coisa estranha, depois senti uma pontada na barriga e uma água escorreu pelas minhas pernas. Sem saber o que fazer eu gritei:

— LAURA! EU PRECISO DE AJUDA. — Gritei pedindo ajuda, ainda bem que era cedo e a ela ainda estava em casa, então era só aguardar até que minha amiga chegasse ao meu quarto.

— Oi Mila, o que aconteceu? — Ela iria falar mais alguma coisa, porém ao ver o meu estado se calou imediatamente e colocou a mão na boca espantada com a cena.

— Eu não sei o que aconteceu, tem uma água escorrendo pelas minhas pernas e sinto uma dor na barriga, por favor, me ajuda. — Respondo me abaixando sentido uma cólica muito forte e para não cair me apoio na cômoda ao meu lado.

— Mila a sua bolsa estourou, temos que ir direto para o hospital, espere um minuto que vou ligar para a Dra. Márcia. — Ela diz a última palavra já no corredor e sai à procura de um telefone.

Eu fico sozinha por uns minutos que demoram a passar e não sei o que será de mim nesse momento e eu preciso proteger os meus filhos a qualquer custo, por eles eu faço qualquer coisa. Continuo pensando e pedindo a Deus que proteja meus filhos até que a Laura retorna e diz:

— Precisamos tomar um banho agora, vamos. — A Laura me segura firme pela cintura e depois me puxa em direção ao banheiro.

Eu estou aterrorizada e fico sem reação, pareço uma boneca ao ser manipulada pela Laura, fico como se não pertencesse ao meu corpo, já que não demonstro nenhuma emoção eu estava pronta para ouvir o pior, mais uma vez até quando eu seria capaz de suportar tanto sofrimento. Eu tinha a leve impressão que essa seria a última vez, porque se algo de errado acontecer com meus filhos eu não terei forças para juntar os pedaços e estarei destruída para sempre.

Após o banho a Laura me colocou um vestido e saímos apressadas, o táxi já aguardava, quando fechamos a porta atrás de nós. Entramos no carro e a Laura falou:

— Para o Hospital Renascença, por favor, e seja rápido, a garota aqui está em trabalho de parto.

Depois de jogar toda a informação para o motorista ela segurou a minha mão e me olhou apreensiva.

Estamos aflitas com a situação e a cada minuto que passava essa ansiedade piorava, os semáforos ficaram todos vermelhos de repente, os outros carros a nossa frente estavam muito lentos e para completar o motorista era o taxista mais devagar do mundo, se fosse a Carol no volante já tínhamos chegado ao hospital há tempos. A dor aumenta e sinto uma pontada nas costas, por isso suplico ao motorista:

— Por favor, eu preciso chegar logo ao hospital está doendo muito. — Murmuro e seguro minha barriga com força, pensando que talvez assim a dor possa diminuir, mas não é isso que acontece, então eu gemo baixinho de dor.

— Eu estou fazendo o possível, e dentro de cinco minutos chegaremos no hospital. Você pode aguentar mais um pouco? Pergunta o motorista acelerando o carro, ganhando um pouco mais de velocidade.

Prefiro não responder à sua pergunta, pois tenho vontade de mandá-lo para a puta que pariu, porque estou muito nervosa, não posso falar um palavrão numa hora dessas.

Chegamos ao hospital exatamente 5 minutos depois, saio do carro e a Laura me ajuda andar até a sala de emergência, quando chego lá a doutora Márcia já me aguarda e do seu lado está uma enfermeira segurando uma cadeira de rodas, me sento e sou enviada às pressas para a sala de cirurgia, já que a doutora resolveu fazer uma cesariana de emergência.

Seguimos os corredores até a sala e nesse instante não penso mais na dor que estou sentindo, eu só quero que os bebês fiquem bem, é só isso que quero, por isso nem presto atenção nos médicos e enfermeiros que se preparam ao meu redor e suplico em silêncio:

Por favor, que eles estejam bem, por favor, por favor. — Rezo baixinho.

Enquanto continuo a minha súplica a cirurgia começa e posso sentir alguém mexendo na minha barriga, mas graças à anestesia não sinto dor nenhuma e estou apreensiva esperando o que vai acontecer a seguir, todos estão empenhados e andam de um lado para outro da sala, até que escuto a doutora dizer:

— Aqui está, eu já peguei o primeiro. — Sinto uma sucção e depois ela entrega um bebê que não chora para o pediatra.

— O segundo também já saiu. — Fala e rapidamente entrega o meu outro bebê para outro médico ao seu lado.

Depois que eles nascem espero sem respirar até que ouço um fraco choro de bebê num canto da sala, fico desesperada pedindo para segurá-los, mas a doutora percebe a minha angústia e me dá um sedativo, apago na hora sem demonstrar mais nenhuma reação.

Quando acordo já estou numa sala deitada na maca do hospital, tento me mexer mais uma enfermeira se aproxima e diz:

— Você está sentindo alguma dor? — E segura meu braço esperando a minha resposta.

— Não eu estou bem, só quero ver os meus filhos. Onde eles estão?

— Eles estão bem, mas agora você não poderá vê-los, vamos subir para um quarto e a doutora Márcia vai falar com você.

A jovem enfermeira ajeita a maca e saímos para o quarto, estou acordada e muito apreensiva, por que não pude ver meus bebês até agora? Talvez a resposta chegue a qualquer momento, entro no quarto e a Laura já me espera sentada numa poltrona. A enfermeira coloca a maca ao lado da cama do hospital e então eu deslizo até lá, não foi difícil e não sinto dores, na verdade me sinto bem, mas o que importa agora são meus filhos, quando a maca é retirada a Laura se aproxima de mim e diz:

— Como você está Mila? Eu estava muito preocupada. — Quando termina de falar ela segura a minha mão para que eu me sinta mais segura.

— Eu estou bem Laura, mas ainda não vi os meus filhos. Onde eles estão e você já os viu? — Pergunto tentando sentar na cama, mas não consigo, por isso fico deitada mesmo.

— Não, ainda não os vi também, porém a Márcia chegará aqui a qualquer momento e podemos perguntar para ela, não se preocupe, eles estão bem. —Ela comenta tão segura que não tem como não acreditar.

Depois ela se apoia na cama e acaricia meu cabelo, como a minha mãe fazia quando eu era criança e por um instante sinto vontade de dormir, mas somos interrompidas pela porta que se abre, trazendo a doutora Márcia e outro médico.

— Olá! Minha paciente preferida, como você está? — Ela cumprimenta toda alegre, quando entra no meu quarto.

— Eu estou bem, não sinto nenhuma dor. — Embora meu coração esteja apertado, não estou confortável com isso, pois estou sempre preparada para notícias ruins, penso logo depois de dizer que estou bem.

— A sua cesariana apesar de ser feita de emergência ocorreu tudo bem, sem nenhuma complicação, conseguimos retirar os dois bebês no tempo previsto.

— E meus filhos como estão? — Eu pergunto preocupada, será que estou preparada para saber?

— Mila as crianças nasceram prematuras e foram levadas para a UTI Neonatal do hospital, por isso você não pode vê-los, assim que saiu da cirurgia e esse é o Dr. Renato o pediatra que está cuidando dos bebês na UTI. Ela apresenta o médico que estava do seu lado até agora sem dizer nada, porém quando seu nome é mencionado ele resolver dizer:

— Oi, como a Márcia falou, eu sou o médico responsável pela UTI e estou cuidando dos seus filhos. A menina nasceu pesando 2,430 kg e o menino um pouco menor com 2,060kg, mas ambos apesar do peso nasceram prematuros e com dificuldade respiratórias e a menina ainda está com pneumonia, apesar de tudo eles estão estáveis e as próximas horas serão decisivas para a recuperação deles. E no momento só devemos aguardar, se você quiser falar comigo pode me chamar que eu desço até aqui, agora eu preciso subir até a UTI, para cuidar deles. Ele despeja essa bomba e depois sai do quarto.

Eu não tenho forças para responder, apenas balanço a cabeça e as lágrimas descem pelo meu rosto, olho para o lado e vejo a mesma expressão de dor e as lágrimas no rosto da Laura. A vida novamente brinca comigo e dessa vez apesar das pessoas que perdi até aqui eu não estava preparada para o que acabei de ouvir, por essa razão eu chorei o que pareciam ser lágrimas de sangue de tanta dor que sentia, sou amparada pela Laura que me segura e abraça tentando dividir a minha dor, porém todo seu esforço é em vão, nada nesse momento pode amenizar o que estou sentindo.

A doutora Márcia só nos observa de longe, até que respira fundo se aproxima de mim.

— Mila eu sei que esse é um momento difícil para você, mas nós precisamos conversar sobre outro assunto, eu tentei adiar o máximo que pude, mas não consegui, o hospital está me pressionando e infelizmente não posso fazer nada mais a respeito. Quando conversamos sobre o parto, não esperava que tudo isso iria acontecer, o nosso acordo não incluía a diária da UTI Neonatal, agora o hospital exige o pagamento de todas as despesas do parto, além das diárias do seu quarto e a UTI dos dois bebês. — Depois de contar os detalhes ela se apoia na mesa ao lado e me olha com pena.

Por que as coisas não são fáceis para mim, sempre tem que ser mais difícil. Muitas mulheres têm seus filhos todos os dias e eles nascem saudáveis sem maiores complicações, mas os meus não são assim eu preciso passar por tudo isso. O que vou fazer agora?

— Quanto doutora? De quanto eu preciso? — Eu pergunto enxugando as lágrimas que ainda teimam em cair.

— Você não entendeu Mila, eu estou falando de muito dinheiro, uma quantia que nem eu, nem a Laura podemos te emprestar. — Ela está visivelmente angustiada e apreensiva, por isso depois que fala se senta na poltrona e coloca as mãos na cabeça.

O quarto fica todo em silêncio até que a Laura resolve quebrá-lo:

— Não se preocupe Mila, eu posso ajudar, vou vender a minha casa e pagamos a conta do hospital.

— Você não pode fazer isso e onde você vai morar? — Eu pergunto frustrada enquanto as lágrimas descem pelo meu rosto sem parar.

— Acho que vocês não entenderam o que acabei de falar, o hospital quer uma parte dessa quantia ainda hoje, senão as crianças serão transferidas para um hospital público amanhã, mas nenhum hospital da região têm os equipamentos e os médicos que temos aqui, além disso, não tem vaga em nenhuma UTI neonatal num raio de 150 quilômetros.

Depois das palavras aflitas da doutora Márcia, o silêncio prevalece novamente no quarto, mas dessa vez eu tive que quebrar, eu olho para a Laura com os olhos cheios de lágrimas e angústia e digo:

— Por favor, Laura ligue para a Délia e consiga o telefone do Nick, agora, por favor, eu imploro. — Antes que eu pedisse novamente ela já saiu correndo do quarto em busca do telefone. Mas a Márcia me olha confusa em busca de uma resposta ou uma explicação.

— O Nick é o pai das crianças e ele pode me ajudar.

— Você tem certeza disso, pelo que você me contou ele é apenas um investigador de polícia, será que ele tem todo esse dinheiro e ainda assim iria dar sem te questionar sobre a paternidade das crianças, a diária da UTI Neonatal custa 3 mil reais, somando as duas seriam 6 mil e ainda têm os remédios, a sua cirurgia, os honorários de todos os médicos envolvidos, a nota que o hospital me mostrou só até o momento é de 50 mil reais. — Ela termina de falar, mas continua olhando nos meus olhos em busca de uma resposta.

— Não tem problema, Márcia ele vai resolver tudo eu tenho certeza disso. — Assim que fecho a boca, a Laura entra correndo no quarto com um celular na mão.

— Aqui está Mila, consegui o número você só precisa apertar a tecla para chamar e boa sorte garota eu e a Márcia esperamos lá fora. — Ela me olha com ternura e puxa a Márcia, depois ambas saem do quarto me dando a privacidade que preciso nesse momento.

Olho para o celular e o número já está gravado na tela, então sem pensar nas consequências, nem no tempo que levei para ter a coragem de fazer esse telefonema, aperto para chamar e aguardo na linha até que escuto a sua voz:

— Alô, quem fala? — Ele atende depois do segundo toque.

— Oi, Nick....É a Mila. Falo quase perdendo a coragem, mas não posso desistir agora.

O telefone fica mudo por um instante que chego a pensar que ele desligou na minha cara, mas depois ele interrompe o silêncio e fala:

— Oi, Mila o que aconteceu? Enfim lembrou que eu existo? —Ele está bravo, mesmo por telefone posso imaginá-lo andando de um lado para o outro, tentando acalmar a sua raiva.

— Por favor, Nick eu preciso da sua ajuda, estou no hospital Renascença em Curitiba e você tem que vir aqui o mais rápido possível, tente pegar o primeiro voo, precisa ser ainda hoje. — Digo tão rápido que nem sei se ele conseguiu entender.

— O que aconteceu Mila, você está bem? — Ele pergunta mudando o tom de raiva antes, presente na voz para uma certa preocupação.

— Sim eu estou bem, não sou eu quem está doente, mas preciso da sua ajuda, por favor. Falo desesperada, pois ele é a única pessoa que pode me ajudar no momento.

—Tudo Bem! Dentro de vinte minutos eu chego no hospital.

— Como você pode chegar tão rápido? —Pergunto sem entender.

— Eu já estou em Curitiba Mila, cheguei ontem, agora me espere já estou indo.

A ligação termina e eu fico olhando para o telefone sem entender nada, como ele estava tão perto desde ontem e eu nem fazia ideia, será que foi o destino nós colocando juntos novamente?

A Laura retorna ao quarto sozinha, pois a doutora teve uma emergência e precisou voltar para o centro cirúrgico, ficamos sozinhas no quarto por longos minutos, mas não trocamos nenhuma palavra até que a porta se abre e Nick entra por ela.

—Você está bem Mila? O que aconteceu? Por que você está internada na Maternidade?

A Laura sai do quarto sem dizer uma palavra e fecha a porta, nos dando a privacidade que eu preciso para finalmente despejar a verdade para o Nick.

— Eu estou bem Nick, nada aconteceu comigo, a não ser que acabei de fazer uma cesariana de emergência. Seguro as minhas mãos enquanto falo e em momento algum consigo olhar para ele.

— Você estava grávida? E quem é o pai? Ele pergunta meio atordoado sem querer saber a resposta e senta na poltrona ao lado da cama.

— Você. — Falo tão baixinho que não tenho certeza se ele ouviu até que ele se aproxima e diz:

— Você está me dizendo que esse tempo todo, que ficou afastada de mim, você estava carregando um filho meu e em nenhum momento pensou em me dizer. — Ele está furioso nesse momento e agora não tenho mais tanta certeza se tomei a decisão certa, pois eu estou morrendo de medo da sua reação.

— Não é um filho, são dois um menino e uma menina, porém ambos nasceram prematuros de oito meses e estão na UTI neonatal, mas não tenho dinheiro para pagar a conta do hospital e eles serão transferidos para um hospital público amanhã. No entanto nenhum hospital da região tem vaga, por favor, eu imploro, vamos discutir isso depois, se não quiser falar mais comigo eu aceito, se você tiver dúvidas sobre a paternidade podemos fazer um exame de DNA, mas agora salve os nossos filhos, eu imploro Nick.

Enquanto eu falo ele se levanta tão rápido que eu me assusto, depois fica parado sem reação, está transtornado num canto do quarto e se recusa a se aproximar de mim na cama, mas me olha com uma fúria que eu desconhecia.

— Eu estou tão bravo com você que nem posso ficar mais um minuto nesse quarto, depois nós conversamos, você me deve muitas explicações e pode ter certeza que vou cobrar todas elas, agora vou pagar a conta do hospital e ver meus filhos.

Ele saiu do quarto, tão rápido quanto entrou e eu fiquei ali sozinha, tentando entender o que fiz da minha vida até aqui.

Eu sabia que cometi um erro, um dia depois que cheguei em Curitiba, mas eu não sabia que quando o Nick soubesse a verdade, ficaria com tanta raiva de mim, como ele está nesse momento.  

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Acho que a espera valeu a pena, enfim eles estão juntos novamente, mas será que vão se acertar de vez, o livro está chegando ao fim, por isso comentem o que estão achando da história e ainda da capa do livro que mudei ontem.


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