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Capítulo 19


"Eu sei que precisamos parar, que precisamos terminar, mas eu simplesmente não consigo conviver com a ideia de te deixar, somos dois bobos sofrendo por não saber amar!"

Mila

Após chegar da clínica me tranquei no quarto e passei horas chorando sem entender a confusão na qual eu estava metida, a Laura bateu algumas vezes na porta, mas não quis atender. Ela é uma pessoa muito legal, porém naquele momento eu não queria conversar com ninguém, precisava ficar sozinha e pensar numa solução para os meus problemas.

Sai do quarto na manhã seguinte só de pijama, tinha escovado os dentes e arrumado o cabelo num rabo de cavalo, mas não troquei de roupa nem tomei banho, pois naquele momento minha aparência física era o que menos importava, já que por dentro eu estava destruída com a culpa de ter fugido do Nick.

Logo que chego à cozinha a Laura me cumprimenta e olha para mim com pena, sei bem esse olhar, já que recebi inúmeras vezes na minha vida.

— Sente-se Mila, pode tomar o seu café com calma, hoje é sábado e as aulas começam um pouco mais tarde, mas se você não se sentir bem pode ficar em casa.

— Não, precisa se preocupar comigo Laura eu estou bem. — Falo me sentando na cadeira ao seu lado.

Ela apenas assentiu com a cabeça e saiu da cozinha, provavelmente vai se arrumar para o trabalho, afinal hoje ela terá um dia cheio e eu também, apesar de não me sentir bem, eu não vou ficar aqui sozinha, pois preciso de uma distração dos meus problemas e a dança é uma escapatória perfeita.

Olho para a mesa do café e está cheia de delícias, começa com o famoso bolo de laranja da Laura até as rosquinhas de nata, que derretem na boca, pego um copo com suco de laranja, algumas torradas, mas quando vou experimentar o bolo meu estômago se revira e só não vomito na mesa mesmo, porque tampo a boca e saio correndo em direção ao banheiro, chegando lá me abaixo no vaso sanitário e adeus café da manhã caprichado, coloco tudo para fora, e mais algumas coisas que nem sabia que tinha comido. Depois da crise de enjoo, aproveito que estou no banheiro e tomo um longo banho, talvez assim eu me sinta melhor.

Quando retorno ao quarto o mal-estar já passou é impressionante como o enjoo oscila durante a gravidez, uma hora estou mal e depois de alguns minutos, já estou bem-disposta, por isso coloco uma calça legging preta, uma blusa de alcinha branca e um tênis, agora sim estou pronta para uma maratona de aula de dança, saio do quarto e encontro a Laura na sala, usando uma calça legging colorida e uma blusa verde, sentada numa poltrona de frente para a janela.

— Eu estou pronta, podemos ir? —Pergunto parada no corredor, olhando para ela.

— Ah, Mila não sei se é uma boa ideia. Você não está se sentindo bem esta manhã, talvez fosse melhor você ficar hoje? — Ela fala preocupada e depois se levanta da poltrona.

— De jeito nenhum, eu estou bem melhor agora e se eu ficar sozinha nesta casa, eu vou enlouquecer, por isso eu te imploro me deixe ir com você? — Digo segurando as duas mãos juntas como se estivesse rezando.

—Tudo bem, não precisa implorar é claro que você pode ir comigo. — A Laura diz sorrindo.

Ela pega a sua bolsa e seguimos juntas até a escola de dança, as ruas estão calmas, apesar da casa da Laura ficar no centro de Curitiba, mas hoje é uma manhã de sábado e o movimento nas ruas diminui consideravelmente, mas ainda encontramos pessoas subindo e descendo as ruas sem olhar para os outros a sua volta. O trajeto é rápido e devo confessar que já me acostumei com ele, uma vez que faz quase dois meses que estou aqui. Alguns minutos depois chegamos à escola e as crianças já esperam nas escadas, a Laura abrir as portas.

As primeiras aulas são para as meninas que estão começando a aprender os primeiros passos do balé, por isso a Laura me deixa ensiná-las, mas fica me observando o tempo todo.

As aulas seguintes são mais puxadas, por essa razão ela me coloca sentada num pufe só observando, nessa turma as meninas também são maiores e já dominam todos os passos básicos do balé e até alguns mais complicados, durante uma aula ou outra a Laura vem até mim perguntar se estou me sentido bem, quando confirmo balançando a cabeça, ela retoma a aula com as alunas.

Entre uma música ou outra a manhã passa e paramos para um almoço rápido no restaurante perto da escola, como não poderia ser diferente a dona também é amiga da Laura, por isso almoçamos em troca de algumas aulas de balé para a netinha da sua amiga. Depois de revirar a comida e comer só um pouco, não era por culpa da comida que estava uma delícia, eu que não devia ter saído de casa hoje.

Voltamos para a escola uma hora depois, mas quando chego e olho para as roupas dos alunos, percebo que as aulas de balé estavam encerradas por hoje, já que as meninas usavam calças mais folgadas e os meninos tinham correntes no pescoço e as mesmas calças largas, porém mais masculinas, percebendo os meus olhares para os dançarinos e o meu rosto mostrando que estava confusa, a Laura me puxa pelo braço e diz:

— Eu estou ajudando na coreografia desse grupo de dança, a maioria dos integrantes dançam todo tipo de música alguns até balé, porém nesse momento eles vão disputar nos EUA um concurso de Hip Hop, portanto ofereci a minha escola como local de ensaio aos finais de semana, não sei dançar esse estilo muito bem, mas adoro observar eles dançando.

— Eu sei e adoraria ensaiar com eles. —Comento muito animada com a ideia de dançar hip hop.

— Vai com calma Mila, você não se sentiu bem a manhã toda. —Ela diz cortando minha animação.

— Agora eu estou bem e vou dançar. — Digo sem pensar nas consequências.

Nem esperei o olhar de reprovação da Laura, sai do pufe e fui em direção ao grupo de dança que era formado por adolescentes, tinha garotos e garotas e eles pareciam se divertir bastante, além de ensaiar. Fique no meio do grupo e me apresentei:

— Olá, eu sou Mila, sou dançarina e também ajudo a Laura nas aulas de balé, mas hoje gostaria muito de dançar com vocês. — Fico esperando a aprovação deles para me juntar ao grupo.

— Bem garota, eu não sei se você percebeu, mas não dançamos balé? Um dos dançarinos responde atrás de mim.

— Eu sei disso, mas também danço Hip Hop. — Respondo encarando o engraçadinho que tirou uma com a minha cara.

— Será! —Ele ainda dúvida que eu saiba dançar.

E mais alguém lá no fundo do grupo começa a dar umas risadinhas e diz:

— Uma bailarina dançando Hip Hop! Eu pago para ver!

— Acho que não vai precisar pagar já que dessa vez eu vou dançar de graça. — Falo já irritada.

A música toca e eu começo os passos que conheço tão bem, sempre gostei de dançar e aprender novos estilos sempre me interessou, o balé está no meu coração, mas o Hip Hop está no meu sangue, eu simplesmente me transformo, na verdade eu mostro quem eu sou de verdade durante a dança, termino a apresentação e todos estão me olhando com uma cara de espanto até mesmo a Laura, mas no caso dela acho que não é apenas admiração e sim reprovação pela minha imprudência, pois uma grávida de gêmeos não deveria dançar assim. Depois de ouvir um sermão daqueles da Laura diminuo o ritmo e fico só ensaiando com os menores até que não me sinto bem e minhas vistas escurecem e desmaio em plena aula de Hip Hop.

Depois do que parece uma eternidade, ouço uma voz chamando o meu nome, tento abrir os meus olhos, mas minhas pálpebras estão tão pesadas, depois de muitas tentativas consigo ficar de olhos abertos e percebo que estou caída no chão, todos estão me encarando, mas um rapaz me pega no colo e me coloca na poltrona ao lado da janela e diz:

— Como você está? Você estava dançando toda empolgada e de repente ficou branca e caiu no chão.

— Não sei o que aconteceu, mas agora já estou bem. — Respondo apenas com um fio de voz, pois ainda estou muito fraca.

— Você não está bem Mila, precisa descansar vou te levar para casa, eu te avisei o tempo todo, mas você não me escuta. — Comenta a Laura que estava do meu lado esse tempo todo e eu nem percebi.

— Não precisa se preocupar comigo, eu vou sozinha e além do mais você tem que dar mais duas aulas ainda. — Completo já me sentindo bem melhor.

— Eu posso te acompanhar até a sua casa, os ensaios já terminaram mesmo. — Diz um dos caras que estava ensaiando com o grupo de hip hop.

— Você faria isso Caio? — Pergunta a Laura para o garoto.

— Claro! Sem problemas, dona Laura.

— Tudo bem então, podem ir e cuide bem dessa garota, pois ela é muito teimosa. —Ela diz passando a mão nos meus cabelos para demonstrar que está brincando.

— Ok, pode deixar comigo. — Ele concorda e depois me dá a sua mão para me levantar da poltrona.

Saímos da escola alguns minutos depois, o Caio era o coreógrafo e dançarino do grupo de Hip Hop, apesar de me sentir mais velha do que ele, na verdade tínhamos a mesma idade e ainda a mesma paixão pela dança. O Caio era um garoto bonito eu não podia negar isso, tinha os cabelos pretos que não sabiam para que lado ficar, os olhos verdes e o corpo de quem frequenta uma academia.

Conversamos muito durante todo o caminho até a casa da Laura, eu não contei muito sobre minha vida, afinal tinha muitas desgraças e eu não queria espantar o garoto, mas ele era um livro aberto, pois me contou a sua vida toda, resumindo é claro, até sobre o seu namoro que foi rompido recentemente, porém quando estávamos chegando à rua da casa de Laura, eu fiquei tonta novamente e o Caio precisou me segurar para eu não cair novamente no chão.

— Nossa Mila se queria um abraço era só pedir não precisava fingir que está desmaiando, só para eu te abraçar. — O Caio diz brincando comigo.

— Você sempre está brincando assim, Caio? —Pergunto tentando ficar de pé sozinha.

— Sempre. Eu sou o palhaço do grupo, mas agora por precaução podemos ir o resto do caminho enroscados, assim você não cai no chão e bate a cabeça e acorda apaixonada por mim.

— Pare de dizer besteiras Caio e me leva logo para casa. — Exclamo cansada com essa brincadeira.

— Eu só estava brincando, vamos logo. — Ele diz me ajudando a andar.

Quando chegamos ao portão da casa, tenho a sensação de que estou sendo observada, mas olho para os lados e em direção a praça, porém não vejo ninguém, provavelmente é paranoia minha, não deve ser nada.

O Caio me deixa na poltrona da sala e vai embora, já que ainda precisa encontrar o figurino para seu grupo de dança.

As horas passam e eu ainda estou sentada na poltrona pensando na minha vida, como estou sozinha começo a acariciar a minha barriga e resolvo pela primeira vez falar com os meus bebês.

— Olá meus amores, a mamãe ama muito vocês e vou estar aqui esperando de braços abertos quando vocês chegarem, eu sei que não vai ser fácil, mas juntos vamos conseguir, vocês serão o meu apoio e não se preocupem com nada a mamãe vai resolver tudo aqui e trazer o pai de vocês de volta.

Apesar de estar com quase 4 meses, ainda não aparece a minha barriga, tenho apenas uma saliência, parece que engoli um melão ou algo parecido, continuo pensando na vida até que ouço a porta da sala abri e a Laura entrar.

— Oi, Mila como você está? —Ela fala andando na minha direção.

— Eu estou bem, não se preocupe comigo, mas você parece estar bem cansada? — Questiono enquanto observo a minha amiga sentada no sofá na minha frente.

— Sim, as últimas aulas acabaram comigo eu estou exausta, vou tomar um banho e preparar nosso jantar. — A Laura diz se levantando e indo para o banheiro.

— Não se preocupe com o jantar, hoje eu preparo o que acha de um macarrão com almôndegas? — Grito da sala para ela me escutar.

— Perfeito eu adoraria. — Ela responde chegando à porta do banheiro.

— Então vai tomar o seu banho que eu preparo tudo. — Grito mais uma vez.

A Laura saiu da sala se arrastando, realmente estava muito cansada, já tínhamos almôndegas congeladas no freezer, portanto foi só descongelar e cozinhar o macarrão, 15 minutos depois estava tudo pronto e servido.

Sentamos a mesa, comemos o macarrão que por sinal estava uma delícia, a Laura desceu mais disposta depois do banho e até se serviu com uma taça de vinho. Eu como não podia beber, tomei um suco de uva, que estava maravilhoso também. Comemos um tempo em silêncio absoluto até que eu resolvi contar a minha decisão para a Laura.

— Amanhã eu vou para o Rio de Janeiro, eu preciso conversar com Nick e dar a notícia da gravidez e quero fazer isso pessoalmente. — Comento mexendo no macarrão no meu prato.

— Até que enfim você decidiu fazer a coisa certa, você quer que eu te acompanhe? —Ela pergunta me encarando por um tempo.

— Não preciso eu já estou melhor, além disso, vou ligar para a Carol e ela vai me buscar no aeroporto, não precisa ficar preocupada.

— Se é assim então tudo bem, podemos comprar a passagem agora mesmo pela internet o que acha?

— Eu tenho algum dinheiro na minha conta, que depositaram do programa de proteção à testemunha e espero que seja suficiente.

— Não se preocupe você me ajudou tanto esses dias na escola de dança que estou em dívida com você. — Ela fala e depois se levanta levando nossos pratos para a pia.

— Nada disso, você não me deve nada, mas como preciso comprar a passagem vou aceitar a sua ajuda e assim que receber a outra parcela da minha ajuda de custo do programa eu te pago.

— Tudo bem, já que você insiste e eu não tenho outra opção, eu aceito. — Ela fala se virando para lavar a louça.

Depois da nossa conversa, a Laura comprou as minhas passagens de ida e volta, afinal não esperava que o Nick me aceitasse de volta só por causa dos seus filhos, não vou negar que não queria usar a minha passagem de volta mais precisava ser realista. Ele bem que podiam estar namorando outra pessoa, já que fui eu quem terminou tudo, se for assim, ele será apenas pai dos meus filhos e eu não faço ideia de como vou suportar isso.

Enquanto a Laura arrumava uma pequena mala no meu quarto, peguei o telefone e liguei para a Carol. Ela ficou histérica quando descobriu que eu voltaria para o Rio e ainda me contou que o Nick esteve no apartamento hoje procurando por mim, porém ela não disse nada para ele, conversamos sobre tudo até os nomes dos bebês escolhemos de brincadeirinha é claro, e quando já estava muito cansada, fui dormir.

Acordei cedo na manhã seguinte, tomei um banho rápido, pois estava muito ansiosa com a viagem, escovei os dentes e sentei-me à mesa e até agora nada de enjoos o que era um bom sinal, mas resolvi não abusar, por isso tomei um chá e algumas torradas e pronto, já estava chamando o táxi que me levaria até o aeroporto.

O táxi chegou 10 minutos depois, nós já estávamos na porta esperando, o trajeto foi tranquilo era domingo e poucas pessoas estavam acordadas àquela hora, não conversamos durante o caminho todo, o motorista ligou o rádio e estava tocando a mesma música do Maroon 5, e eu pensei imediatamente em Nick e na nossa viagem a Angra, será que algum dia eu voltaria para aquele lugar tão lindo? Estou recordando aqueles bons momentos até que a Laura me puxa pelo braço.

— Chegamos querida, podemos descer? — Ela segura na minha mão com medo que eu caia enquanto saia do carro, em outra ocasião eu diria que ela estava se preocupando à toa, mas agora não posso questionar, por que se ela me largar eu desmorono.

— Sim, claro só estava pensando na vida. — Exclamo pensativa.

— Você estava tão distraída, já faz um tempo que estou te chamando. A Laura comenta.

— Tudo bem, vamos descer logo. — Falo saindo dos meus devaneios e prestando a atenção no caminho na minha frente.

Laura pagou o táxi e ainda me deu um dinheiro para a viagem, eu não sei o que fiz para merecer uma pessoa tão boa na minha vida, mas tenho a Laura e agradeço todos os dias por isso. Nós despedimos no saguão do aeroporto mesmo, a minha amiga está tão emocionada que até começou a chorar.

— Eu vou voltar Laura não se preocupe. — Comento abraçando a com muito carinho.

— Tudo bem, mas se cuida menina e não esqueça que você está grávida e de gêmeos, ainda tem as vitaminas você precisa tomar uma todos os dias. — Ela diz secando as lágrimas.

— Eu não vou esquecer-me de nada, prometo. — E lhe dou um beijo de despedida.

Após a despedida emocionada da Laura, fiquei ainda mais nervosa, não tenho medo de avião, mas essa viagem é muito importante para mim, por isso quando o comissário de bordo anuncia que vamos decolar, estou aterrorizada e com as pernas bambas.

— Ai meu Deus eu não posso desmaiar aqui, eu preciso viajar. — Sussurro apenas para tentar me acalmar um pouco e não perder essa viagem.

Devo contar que a 1h:30 do voo pareceram uma eternidade, já que não tinha uma posição boa, para ficar. A senhora que sentou ao meu lado me dava uns olhares de reprovação pelas inúmeras vezes que levantei para ir ao banheiro e a tantas outras que me mexia na poltrona, mas quando eu e ela não aguentávamos mais a convivência chegamos ao Rio. Eu estava tão aliviada que fui a primeira a desembarcar, nem precisei passar pela esteira de bagagem já que trouxe apenas uma mala de mão. Sai em disparada pelo saguão do aeroporto procurando a Carol, até que encontrei seus inconfundíveis cabelos, saltitando na minha direção, joguei a minha mala no chão e nos abraçamos como irmãs que há tempos não se viam.

— Oi, Mila que saudade como você é ingrata sempre me abandona. —Ela comenta ainda me abraçando.

— Pare de drama Carol, você sabia muito bem onde eu estava. —Eu respondo sorrindo e me soltando dos seus braços para olhar a minha amiga melhor e ela está ainda mais linda, como isso é possível?

— Sei, mas não deixa de ser um abandono se você não estava aqui comigo. — Ela diz fazendo um biquinho bem infantil para a sua idade.

— Tudo bem, agora eu estou aqui e você está satisfeita?

— Não ainda, você precisa me contar tudo sobre Curitiba, o que achou da minha tia? E você já arrumou algum gatinho lá para paquerar? —Ela pergunta pegando a mala da minha mão e levando com ela.

— Para com isso Carol, eu estou grávida e, além disso, eu amo o Nick, mas sua tia é maravilhosa, me tratou como uma filha esse tempo todo.

— É, ela é perfeita mesmo. Mas agora vamos para casa? Podemos conversar no caminho. —Ela me puxa pela mão e saímos juntas do saguão do aeroporto para o estacionamento, onde ela deixou seu carro.

—Sim, vamos. — Comento já do lado de fora.

O meu antigo apartamento não ficava longe do aeroporto e com a Carol no volante menos ainda, não sei por que ela sempre corria tanto. Quando chegamos ao prédio, cumprimentei o porteiro que era um senhor muito simpático que sempre me ajudava, com as sacolas e apesar de fazer muito tempo, ele ainda se lembrava de mim.

Conversamos sobre a companhia de dança enquanto estávamos no elevador, mas quando entramos no apartamento a Carol me encarou e disse:

— Você voltou por causa dele, não foi? Eu te falei que ele apareceu aqui outro dia procurando por você, ele estava muito preocupado.

— Sim, Carol eu preciso conversar com ele. — Falo saindo do elevador e indo para o apartamento.

Claro amiga ele precisa saber que vai ser pai de gêmeos, e se ele surtar e sair correndo, eu vou estar aqui para te ajudar. — Ela diz abrindo a porta do apartamento que para a minha felicidade continuava o mesmo, nem parece que estou fora tanto tempo desse lugar.

— Tudo bem, Carol eu sei que posso sempre contar com você, obrigada amiga. —Digo cansada sentando no pufe no meio da sala.

Quando terminei nossa conversa estava mais calma, tomei um banho demorado, coloquei um vestido azul soltinho e de alcinhas na altura dos joelhos, uma rasteirinha branca e deixei meus cabelos secar naturalmente, já estava pronta esperando no sofá enquanto a Carol terminava de passar um batom, ela nunca saia de casa sem maquiagem eu pelo contrário nunca me preocupava com isso, passei apenas protetor solar e um brilho labial.

Entramos no carro da Carol e alguns minutos depois eu já estava em frente ao apartamento do Nick.

— Pronto, chegamos você quer que eu vá com você?

— Não precisa, eu tenho que fazer isso sozinha. —Digo saindo do carro.

— Tudo bem, se precisar de mim eu estarei aqui embaixo é só gritar. —Ela fala abrindo um sorriso, certamente para me fazer sentir melhor.

— Carol eu vou ficar bem, pois já sou grandinha e sei me cuidar. — Respondo abrindo um sorriso para disfarçar o meu nervosismo.

Entro no prédio e o porteiro libera a minha entrada, pois ele me reconheceu das outras vezes que estive aqui com Nick, já no elevador aperto o número da cobertura e espero até que saio em frente à porta do apartamento.

Será que ele está em casa? Ou melhor será que ele irá me receber? Penso quase desistindo de contar toda a verdade para ele.

Toco a campainha e aguardo, até que a porta se abre e sou recepcionada por uma pessoa que eu nunca imaginaria encontrar aqui, muito menos nesse momento a Patrícia, aquela víbora está toda à vontade no apartamento do Nick e ainda por cima usando uma de suas camisetas, ou melhor, só é isso que ela está usando o que sugere que passaram a noite juntos.

— O que você quer aqui, garota? O Nick já terminou com você, não foi? Agora veio implorar para ficar com ele? Se você ainda não percebeu, ele já está em outra, a fila anda e a sua vez já passou. — Ela diz tentando fechar a porta na minha cara, mas eu sou mais rápida e coloco o pé e seguro com força, impedindo-a de fechar a porta.

Fico parada na porta sem reação, não acredito que Nick está saindo com a Patrícia, as lágrimas ameaçam descer pelo meu rosto, mas eu aguento firme, pois não vou chorar na frente dessa cobra, engulo a dor que está no meu peito.

— Eu preciso falar com o Nick é importante. Ele está em casa? — Pergunto quase chorando.

— Não te interessa, mas como estou de bom humor, depois da maravilhosa noite de ontem, eu vou dizer que ele foi correr no calçadão da praia e não tem hora para voltar.

— Tudo bem, quando ele chegar você poderia dizer que preciso muito falar com ele, estarei até o final da semana no antigo apartamento que dividia com a Carol, pede para ele ir até lá, por favor.

— Vou pensar no seu caso, se quiser talvez eu repasse o seu recado.

Nem espero ela fechar a porta na minha cara, saio correndo até o elevador e as lágrimas que tanto me esforcei em segurar, deslizam pelo meu rosto, minutos depois já estou no carro da Carol e ela me olha assustada.

— O que aquele filho da puta fez dessa vez? — Ela pergunta tentando sair do carro para ir tirar satisfação com o Nick, mas eu seguro seu braço a impedindo de sair.

— Nada, Carol ele não estava lá. —Falo entre lágrimas e soluços.

— E por que você está chorando desse jeito?

— A Patrícia estava lá. —Conto chorando mais ainda.

Tento contar a conversa que tive com a Patrícia mais não consigo, não paro de chorar.

— Não precisa me falar nada agora Mila, vamos para casa. — Ela diz arrancando com o carro.

Nem consegui responder apenas concordei balançando a cabeça, nessa altura minha voz nem saia, fui chorando o caminho todo, tinha uma sensação de vazio no peito, de estar abandonada, mas a Carol me ajudou e me abraçou bem forte, saímos abraçadas do carro, entramos no apartamento e ela me colocou na cama e me cobriu como se eu fosse um bebê, não sei por quanto tempo fiquei ali chorando. Vez ou outra a Carol entrava e perguntava se eu estava precisando de alguma coisa, como eu sempre negava ela acabou desistindo entre um soluço e outro. Eu começo a me sentir melhor, afinal não posso ficar chorando aqui o tempo todo.

Amanhã serei uma pessoa diferente, pois nunca mais vou chorar por homem nenhum. Agora eu vou me dedicar somente aos meus filhos, pois eles sim mereciam o meu amor incondicional. Anoitece e adormeço com a mão na minha barriga, pois eles eram o que me restou para chamar de meu. 

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Oi leitoras! Obrigada pelos comentários e peço que tenham paciência com o casal, eles ainda estão aprendendo com os erros e queria agradecer as dicas da Janaina obrigada sua opinão é muito importante pra mim e espero que este capítulo esteja um pouquinho melhor.


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