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Capítulo 4 - Pegadinha


Não sei o avô de vocês, mas o meu sempre me diz que quando a esmola é grande demais, o santo desconfia.

Mas o meu santo está de bem com a vida, obrigada. De modo que troquei números de telefone com João antes de voltar pra casa, porque já estava escurecendo e eu ainda não sabia andar pela cidade direito. Ele me deu um beijo no rosto de despedida e voltou para seus amigos enquanto eu saía do pátio do cinema e caminhava de volta para a nova residência.

Nem dez minutos se passaram quando meu celular vibrou com uma mensagem chegando. Era o João. Mandando um emoji de um homem caminhando e outro de um cogumelo na frente. Ele disse:

João: Cogumelos no meio do caminho. As pedras estão em falta.

Se o Maurício não estava interessado em toda a minha maravilhosidade, ele estava em desvantagem.

Passei pelo portão do condomínio com um sorriso idiota de quem estava flertando, e digitei minha resposta rapidamente.

Cali: Hahaha Cogumelos? Se isso for uma sugestão para me deixar chapada, não vai funcionar.

Verdade seja dita, eu não sabia como flertar. Eu estava aterrorizada enquanto digitava no meu celular, sem saber se estava dizendo a coisa certa. Mas o que eu poderia fazer? Helô não me respondia e ela era a única pessoa capaz de me ajudar a ser um ser humano decente, romanticamente falando.

Ela sempre diz que eu sou intimidadora demais para o flerte. Que de vez em quando a gente precisa ser um pouco vulnerável ao invés de dar uma resposta espertinha. O que soa aos meus ouvidos como uma surra de havaianas na causa feminista.

Eu não consigo ser menos espertinha.

Não consigo dar risadinhas e tocar o bíceps do cara assim sem mais nem menos. Mas eu também nunca me interessei por ninguém além do Maurício e eu mantive esse sentimento escondido por dois anos, até o idiota se dar conta de que o nosso lance não era um lance de amigo comum.

Homens são tão lerdos. Deveria ser crime.

O fato é que agora eu não estava segura sobre o que dizer. Eu queria manter o papo aceso sem levar o João pra friendzone, mas não sabia como proceder porque eu sou praticamente a rainha dela.

Enquanto João digitava de volta, eu cliquei no seu nome para conferir a foto de contato. Ele estava com uma máscara de mergulho na testa e fazia uma careta, o nariz estava vermelho de sol e os olhos brilhavam com a luz.

Ele era tão fofo.

Meu Deus, no que eu estava pensando pra dizer a palavra "chapada" na nossa primeira conversa online? Ele vai me achar uma retardada. No mínimo, vai me achar uma pessoa psicótica por sugerir que ele estaria me oferecendo drogas. Sabe, daquelas que andam com spray de pimenta na bolsa e acreditam em profecias de fim de mundo.

Entrei em casa e dei de cara com Apolo, Patrícia, Maia e Leo brincando com um gato listrado. Todos eles olharam pra mim e aposto que puderam notar meu estado de pânico total através dos meus olhos arregalados. Porque Apolo disse:

― Você foi atropelada ou algo assim? Parece que passou por uma experiência de quase morte.

Meu irmão realmente era um poço de sensibilidade.

― Você está bem? - perguntou Patrícia. O cabelo muito loiro dela estava preso em uma trança lateral. Seu rosto muito branco tinha sardas por todos os lados e ela usava óculos de grau discretos na frente dos olhos castanhos claros, iguais aos do pai. Leo era tão diferente dela quanto Apolo e Hélio eram de mim. O menino era moreno e tinha um cabelo castanho e espesso. Os olhos, entretanto, eram iguais, e todos os dois eram altos.

Não que isso fosse importante no momento.

Porque a outra mensagem de João chegou e eu avancei para o celular, aflita, ignorando as perguntas.

João: Haha boa tentativa. Não me venha com estereótipos de skatista.

Suspirei alto e meu rosto se contorceu em um sorriso aliviado. Foi então que eu notei que os quatro pares de olhos ainda me encaravam, curiosos.

― Problemas com o meu traficante - apontei para o celular.

Patrícia arregalou os olhos e Leo deixou escapar uma risada nervosa. Apolo balançou a cabeça enquanto fazia carinho no gato.

― Essa é a primeira impressão que você quer causar nos nossos novos irmãos? - ele fingiu me repreender. - Vem conhecer o gato.

Eu digitei uma resposta rápida e guardei o celular no bolso, me agachando até o tapete onde eles estavam. O gato subiu na mesinha de centro e ficou me encarando como se estivesse tramando um plano para possuir a minha alma. Eu fiz carinho debaixo da sua cabeça e ele começou a ronronar baixinho.

― Esse é o Buzz - Leo fez as devidas apresentações. - Nós o resgatamos do abrigo de animais no ano passado.

― Ele gostou de você - Patrícia foi simpática. - Se bem que ele ronrona pra qualquer um que fizer carinho.

― Conheço pessoas iguaizinhas - lancei um olhar implicante para Apolo, que abriu um sorriso sacana.

Um barulho de coisas caindo fez um estrondo vindo da cozinha e todos nós olhamos naquela direção. A risada da minha mãe ecoou como um canto de sinos.

― Está tudo bem! - Otávio gritou. - Foram só as panelas.

― Ele está tentando cozinhar - explicou Patrícia de um jeito que dizia que aquela infelizmente não era a primeira vez. - Daqui a dez minutos a gente pede comida em algum restaurante, fiquem tranquilos.

― Meu pai tem o bom senso de nunca seguir em frente com sua ideia de cozinhar por muito tempo. Motivo pelo qual ainda estamos vivos - Leo nos confidenciou. O gato, ouvindo a voz do menino, virou de costas pra mim e pulou bem no colo dele.

― Pelo visto ele já escolheu seu preferido - Maia disse.

― Tudo isso pode mudar agora que ele nos conhece - Apolo lançou o desafio e Leo riu para o meu irmão.

― Eu tenho um dom com animais, não tenha tanta certeza.

Eu tenho um dom. João havia me dito essas mesmas palavras há poucos minutos atrás. Franzi a boca para evitar que um sorriso se expandisse pelo meu rosto e peguei o celular sorrateiramente no bolso da calça. Ele havia me respondido.

Ai, meu Deus.

― Cali, por que você não vai tomar banho antes de jantarmos? - Maia sugeriu.

― É uma boa ideia - Patrícia concordou. - Eles estão agindo como se esse jantar fosse um encontro com o presidente dos Estados Unidos. Stella está lá em cima se arrumando também.

Eu assenti e me levantei em um pulo do tapete. Limpei a calça jeans dos pelos brancos que grudaram e guardei o celular de novo.

― Ok. Estou indo colocar meu vestido Chanel. Se eu demorar é porque preciso fazer uma limpeza reforçada para esse evento tão importante.

Eles riram de mim e eu me virei pra subir as escadas da casa. Peguei uma toalha e uma muda de roupas na minha mala e rumei até o banheiro do terceiro andar trocando mensagens com João.

Mas eu o deixei falando sozinho enquanto tomava meu banho. Eu estava mesmo precisando de um e aproveitei a ducha quente e forte que caía nas minhas costas. Coloquei uma calça legging preta e uma camiseta qualquer com um casaco de moletom por cima porque fazia muito frio. Não queria nem saber qual era a temperatura pra não me assustar.

Prendi o cabelo em uma trança igual à de Patrícia e peguei o celular de volta, mas não havia ainda nenhuma mensagem nova do João. Guardei-o dentro do bolso do casaco e me olhei no espelho uma última vez antes de sair do banheiro. Estava na hora de conhecer os últimos dois novos irmãos que faltavam, o tão esperado momento em que toda a família Buscapé se reuniria para a primeira refeição.

Que a Força esteja conosco. E que os jogos comecem.

Desci as escadas saltitando, consideravelmente menos emburrada do que eu estava quando cheguei aqui algumas horas atrás. Do segundo andar eu já podia ouvir o burburinho de uma dezena de vozes falando ao mesmo tempo e estremeci ao pensar que a partir de agora provavelmente sempre seria assim.

Um time de futebol na minha sala de estar.

Desci os últimos degraus que faltavam e me juntei ao Hélio, sentado no sofá ainda tão deprimido quanto quando chegou aqui. Hélio era um caso perdido quando se tratava das dores do coração.

― Estava falando com a Júlia?

― Não. - ele suspirou. - A gente decidiu se separar. Nem posso culpa-la por não querer um relacionamento à distância.

― Mas era o que você queria? - perguntei.

Meu irmão me fitou com um olhar desconsolado que quase partiu meu coração se eu não fosse, bem, a irmã mais nova e implicante dele.

― Eu não sei. Mas é assim que vai ser.

Dei uma tapinha no seu ombro e puxei o celular do moletom, mas ainda não tinha nenhuma mensagem nova do João. Será que eu finalmente o havia afastado?

Hipólita e Stella - a filha que eu ainda não conhecia - conversavam no outro sofá, e Patrícia ainda estava brincando com Maia, Leo e o gato Buzz no tapete. Selene se juntou a eles e dava gritinhos de empolgação toda vez que o gato ronronava.

Tudo parecia muito claustrofóbico, para ser sincera. Tenho certeza de que no estatuto da criança e do adolescente havia algo sobre isso ser ilegal. Eu cruzei meus braços e me afundei naquele sofá, pensando que talvez fosse uma boa ideia voltar lá em cima para buscar o meu iPod. Eu estava prestes a levantar do sofá quando Otávio apareceu vindo da cozinha com mamãe.

― Vamos jantar? - ele chamou e a concordância na sala foi geral. - A lasanha já está pronta.

― Você realmente cozinhou? - Stella perguntou parecendo chocada. Ela e Patrícia tinham os mesmos olhos e a mesma estatura, mas os cabelos loiros de Stella eram mais escuros e glamorosos. Ela era visivelmente mais vaidosa e desinibida, mas eu não era perceptiva o suficiente pra sacar mais nada além disso assim de primeira.

Se bem que ela estava conversando com Hipólita. Isso dizia muito sobre uma pessoa.

Otávio pousou as mãos na cintura, muito orgulhoso de si mesmo.

― Tive uma pequena ajuda dessa vez - ele olhou para minha mãe, que corou como uma adolescente. Ai, meu Deus. Me mate.

― Então vamos comer - Leo levantou do chão em um pulo e Maia fez o mesmo.

― Cadê o Guto? - perguntou Patrícia.

― Lasanha passando! - uma voz gritou da cozinha e o garoto apareceu segurando uma travessa fumegante de lasanha recém-saída do forno. Eu olhei na sua direção, sendo chamada pelo cheiro maravilhoso da comida, mas a expressão no meu rosto derreteu no exato momento em que olhei pra cara dele.

Guto era alto, tinha os cabelos castanhos e os olhos muito verdes. Usava um casaco azul de moletom e tinha "skatista" escrito da cabeça aos pés.

Insira aqui um palavrão de cinco sílabas.

Nossos olhares se encontraram e o sorriso no rosto dele sumiu instantaneamente. Ele apertou a travessa com força e seus olhos quase saltaram da órbita. Apolo, ao lado dele segurando outra travessa de lasanha, percebeu minha expressão de puro terror e abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas felizmente Otávio foi mais rápido:

― Vamos pra sala de jantar antes que os meninos deixem isso cair no chão.

― Boa ideia, querido. Vamos, crianças.

Todo mundo se levantou e começou a ir para a sala de jantar, mas eu ainda estava petrificada no sofá esperando pelas câmeras da pegadinha.

Quer dizer, isso só podia ser alguma pegadinha e eu apareceria com cara de idiota no programa do Silvio Santos.

Porque aquele ali parado no meio da minha nova sala de estar, segurando o jantar da minha nova família, era João.

A música de hoje é Stupid Cupid - Red Velvet. Obrigada a todo mundo que ta acompanhando <3

Beijos e queijos, câmbio desligo.

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