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Capítulo 14 - Perdida


O grande dia havia chegado e eu não poderia estar mais estressada.

Uma coisa que você deve saber sobre mim é: eu não gosto de salão de beleza. Eu detesto salão de beleza. Eu gosto sim de ficar bonita, mas odeio, odeio salão de beleza.

Não consigo pensar em nada mais enervante do que passar horas com a bunda na cadeira enquanto mulheres adultas tiram pedações do meu corpo, assam meu couro cabeludo, mutilam minha dignidade e me fazem passar por sessões de tortura inimagináveis. Tudo isso enquanto fofocam sobre a vida alheia e perguntam coisas pessoais sobre mim que eu jamais diria a um estranho.

Era assim que eu estava me sentindo agora. Como se minha mãe, na verdade, estivesse me aplicando uma punição.

É claro que quando olhei no espelho e vi meu rosto melhor desenhado por causa das sobrancelhas feitas, meu cabelo castanho-avermelhado brilhando depois da chapinha e minhas unhas pintadas de azul anil, eu me senti bem. Pensei "ei, afinal de contas vale a pena sentir dor e incômodo angustiante por três horas e meia e ouvir a voz anasalada da cabelereira contando sobre a vida sexual da cliente anterior".

Mas não. Não vale. A vaidade é que tira o bom senso das pessoas, incluindo eu.

De modo que levantei minhas nádegas dormentes com cuidado para não borras as unhas e me afastei da cabelereira para me olhar no espelho de corpo inteiro. Eu havia repicado um pouco os cabelos, mas eles ainda eram longos. A cor estava maravilhosa, eu não poderia negar. E essa maquiagem preta esfumaçada nos olhos fazia a minha íris castanha parecer mais clara.

Quase levantei um polegar de aprovação para a minha própria imagem.

Todas as mulheres da família estavam nesse salão chique se arrumando e eu, por sorte, fui a primeira a ficar pronta. Bebi um copo de água que uma das funcionárias me ofereceu e tirei o celular do bolso para passar o tempo enquanto eu esperava. Patrícia olhava pra mim como se estivesse sentindo inveja da minha liberdade, mas mantinha uma conversa amigável com minha mãe e as manicures delas. Seus cabelos já estavam prontos e os da Stella e Hipólita estavam sendo terminados. Era barulhento lá dentro, em meio a tantas vozes e secadores, e eu queria muito ir embora.

Mas a aventura só estava começando.

Helô: Como está a gêmea má? Já surtou hoje?

Dei uma risadinha e olhei para Stella rapidamente. Ela esteve tensa durante a semana inteira, mas nessa manhã a menina parecia prestes a ter um ataque de nervos. Não falava com ninguém se não fosse para dar uma ordem ou fazer uma reclamação e eu estava me divertindo às suas custas.

Cali: Parece que recebeu uma injeção de adrenalina. Seus ombros estão tão tensos que ela nem consegue mover o pescoço direito.

Helô: hahaha e eu achava que eu fosse dramática. Ela continua ignorando vc e sua mãe?

Cali: E você é! Continua. Acho que ela tem problemas de aceitação.

Helô: Acho que ela tem problemas com outras mulheres na casa.

Cali: Vc não vale nada.

Helô: E não me arrependo. #dextruidora

Não demorou muito e uma a uma delas foi ficando pronta. Nós estávamos aqui desde as 14:45h da tarde e agora já eram quase 19 horas. Marido Número 3 ficou encarregado de coordenar a equipe organizadora da festa e, tanto ele quanto os rapazes e as crianças já estavam na fazenda da família.

― Oh, o Eduardo chegou! - Patrícia anunciou, para alívio geral. O voo do irmão mais velho havia se atrasado e foi um drama hoje pela manhã. Finalmente ele chegara a Assunção. - Nós vamos direto pra fazenda ou vamos parar em casa? - ela perguntou pra minha mãe assim que nos instalamos dentro do carro.

― Seu pai me disse para irmos para a fazenda de uma vez. Tudo de que precisamos já está lá.

― Você tem certeza de que ele levou o meu vestido e o sapato certo? Você checou com ele? O cordão da minha mãe também? - Stella de repente se lembrava da existência da sua madrasta.

Mamãe abriu um sorriso tranquilizador para ela, que não surtiu efeito algum, e disse:

― Sim, meu bem. Está tudo lá.

Eu olhei para ela através do vidro retrovisor e fiz de tudo para esconder o meu riso. Hipólita estava no meio das gêmeas no banco de trás, agindo como se fosse a fiel escudeira da Maria Histérica. Patrícia trocava mensagens com alguém e a única coisa que eu queria naquele momento era um hambúrguer gigante.

― Vamos indo então. Coloquem os cintos, garotas.

A fazenda não ficava muito longe do centro da cidade, mas era o suficiente para ser isolada. Quando chegamos, tudo já estava praticamente pronto no extenso gramado ao redor da casa grande. As mesas redondas com toalhas brancas e cor-de-rosa se espalhavam com arranjos de vela em cima. A decoração era toda baseada em balões de luz japoneses e estrelas. A mesa do bolo e doces ornamentada com perfeição ficava debaixo de uma tenda lilás, e a equipe organizadora ia e vinha dando os últimos retoques sem parar. A pista de dança estava montada com direito até a luzes fluorescentes e máquina de fumaça.

Aquela seria uma senhora festa. Com direito a tudo do bom e do melhor. E, a julgar pelo número de mesas, o que não faltaria eram pessoas para curti-la.

Nós chegamos já subindo para terminar de nos arrumar. Otávio havia dado vestidos de presente para mim e minha irmã, mas ele não acertara totalmente o meu estilo. Bem, o meu vestido era preto e apertado no busto, de modo que ressaltava os meus seios. Ele tinha uma pequena abertura nas laterais e amarrava na parte de trás. A saia era leve e batia um pouco abaixo da metade das minhas coxas. O de Hipólita era bem menos revelador, um tomara-que-caia verde que também não a deixou muito satisfeita.

Já Stella estava deslumbrante em um vestido prateado estilo sereia. Ela parecia pronta para matar com aquele batom vermelho e o cabelo loiro escuro descendo em ondas bem feitas. Patrícia também estava bonita no seu vestido azul, mas era inegável o quanto Stella se destacava dentro daquele quarto.

Aquela era a noite dela, e ela não mediria esforços para brilhar.

Ela estava retocando sua maquiagem quando eu decidi descer para ver se conseguia comer alguma coisa. Meu estômago roncava alto e eu sentia que poderia cair de fome a qualquer momento - também por causa do salto alto. Olhei para o número de degraus que precisaria descer e praguejei baixinho.

― Quer ajuda?

Meu olhar seguiu a direção da voz, vinda lá de baixo, e eu prendi a respiração quando o vi.

João estava vestido em um terno preto que caía perfeitamente em seu corpo alto e nos ombros largos. Dava-lhe um ar de seriedade diferente do que eu estava acostumada até agora, com aquelas roupas de skatista e o cabelo desgrenhado. O cabelo, aliás, tentava ficar penteado e ajeitado com um pouco de gel, mas havia uma mexa rebelde que combinava perfeitamente com sua personalidade.

Ele estava absolutamente lindo.

Elegante e esguio, parado no início da escada com as mãos no bolso da calça e os olhos verdes travando uma batalha com os meus. Ele também parecia impressionado com a minha imagem. Havia uma expressão meio boba em seu rosto enquanto ele me fitava de cima a baixo. Sua boca se abriu e, por um minuto meu coração parou quando achei que ele fosse dizer alguma coisa.

Mas ele não disse nada.

― Eu estou bem, obrigada.

Como que para reafirmar minhas palavras, agarrei o corrimão e desci lentamente, degrau por degrau, as escadas da casa grande. Ele não se mexeu de onde estava, e a consciência de seus olhos me acompanhando enquanto eu me aproximava fizeram tudo dentro de mim se aquecer.

Me recusei a olhar pra ele enquanto descia, mas no minuto que cheguei perto o suficiente, ele estendeu a mão para me ajudar. Deslizei meus olhos pelo seu rosto bonito e vi um sorrisinho involuntário brotar no canto da sua boca.

Peguei sua mão e o calor da sua pele contra a minha fez o meu coração se explodir em um milhão de pedacinhos.

Aquela era a primeira vez em que nos tocávamos desde o dia em que nos conhecemos, duas semanas atrás. Era a primeira vez que João entrava em atrito comigo, sua pele diretamente na minha, e eu não fui capaz de reagir bem a isso.

Porque meus joelhos pareceram ter virado líquido.

Ele pousou a outra mão na parte de baixo das minhas costas e eu não sei com que forças eu consegui descer até o piso do primeiro andar. Mas, quando o fiz, ele não me soltou.

Ele me agarrou mais ainda com aquele seu olhar silencioso e magnético.

Ele me agarrou de um jeito que transcendia o físico.

E eu o agarrei de volta.

Sua mão soltou a minha, mas os seus dedos deslizaram das minhas costas pela minha cintura. O ponto em que ele encostava-se a mim parecia dormente e, ao mesmo tempo, mais vivo do que qualquer outra parte do meu corpo. Eu queria estender as minhas mãos pelo seu peito, queria eliminar o restinho de espaço que ainda havia entre nós e misturar a nossa respiração em uma só.

O cheiro dele estava tão incrível.

― Obrigada - eu disse.

― Disponha - ele disse.

Seus dedos ainda estavam me tocando. Seus dedos ainda estavam me tocando no meio da sala de estar da casa. Onde as outras dez pessoas que compunham nossa família poderia nos ver a qualquer momento.

― Você está linda - ele balbuciou.

― Obrigada - eu repeti, porque de repente não conseguia formular frases coerentes e inteiras. Cocei a garganta. - Você também não está nada mal.

João Augusto Becker riu e eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo naquele momento.

Foi quando eu soube que estava perdida.

Se alguém nos visse...

Ele apertou minha cintura um pouquinho. Eu estava com tanto medo e, ao mesmo tempo, tão envolvida. Não conseguia sequer olhar nos olhos dele.

― Preparada para conhecer toda a minha família?

― Minha mãe está nervosa - eu confessei, tentando não pensar no quanto eu estava nervosa por estarmos sendo tão imprudentes, nos tocando em público.

― Cali? - minha irmãzinha me chamou e eu me virei para ela na hora. João tirou os dedos de mim ao mesmo tempo e eu quase chorei em lamento.

― Oi, bebê - tentei fingir que nada estava acontecendo, que dentro de mim não estava havendo nenhuma revolução de hormônios enquanto Selene se aproximava e me abraçava pela cintura.

― A gente pode comer alguma coisa?

Eu virei a cabeça para João e acho que vi um animal dentro dele. Tenho certeza de que vi alguém prestes a me puxar de volta, me apertar contra ele, me segurar de um jeito como ele nunca tinha feito com ninguém antes.

Eu fiquei paralisada, querendo que aquele olhar não fosse embora, mas morrendo de medo de que ficasse.

― Podemos comer alguma coisa? - perguntei a ele, sentindo o coração reverberando na garganta, na ponta dos dedos dos pés, em cada fio de cabelo.

Ele assentiu, sem tirar os olhos dos meus em nenhum momento.

― O Buffet está na cozinha, mas podemos entrar e pegar a pizza que meu pai comprou. Deve ter algum pedaço ainda.

Ótimo.

Eu ainda não conseguia me mexer.

Minha irmãzinha olhava pra mim em expectativa e começou a reclamar impaciente.

― Vamos, Cali - ela disse. - Eu estou com muita fome e mamãe ainda está se arrumando. A Maia e o Leo estão brincando e nem me deram bola.

Embora cada pequena partezinha de mim implorasse para que eu mandasse Selene para a cozinha sozinha e me jogasse nos braços do João, eu não podia fazer isso. Não no meio da sala de estar.

Com muito esforço, desviei o olhar dele e encarei a minha irmã.

― Vamos comer umas pizzas.

Ela se animou na mesma hora.

Eu olhei para João uma última vez antes de me virar.

Hey Folks <3 Então, tive uns probleminhas técnicos no capítulo passado porque a parte final não estava querendo aparecer. Então deem uma conferida pra vocês terem certeza de que leram tudo. O capítulo termina na palavra "inconsciência", logo depois da Cali e do Hélio conversarem.

Ah! Fiquem calmos, respirem fundo, preparem os guindastes pra segurar o forninho porque semana que vem (no próximo capítulo? será?) o desejo de todos finalmente vai se concretizar! Acho que vocês sabem do que eu estou falando né? ~música de suspense~ #SEPEGUEM

Beijos e queijos, câmbio desligo.

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