CAPÍTULO 9 - FALCÃO DOURADO
Dois meses se passaram e a vida de Leon não é mais a mesma, ele não é mais aquele garoto tímido que se isolava dos demais, agora ele está diferente, mudou o corte de cabelo, entrou para o time de futebol, coisa que queria fazer desde que se transferiu para essa escola, mas não achava uma boa ideia por se achar um péssimo jogador. De fato ele não é o melhor do time, mas é esforçado e se destaca mais que outros que estão no time há mais tempo.
O meio do ano letivo chegou e com ele chegaram os campeonatos intercolegiais, como o próprio nome já diz, são competições entre várias escolas de ensino médio. Os embates envolvem vários tipos de modalidades, basquete, vôlei, xadrez, entre outros, e é claro que o futebol estava incluso. Leon está em seu último ano escolar, então essa é sua primeira e única chance de jogar o campeonato, ele pretende dar o melhor de si para vencer o intercolegial e ir para o campeonato nacional.
Tudo estava sob controle, os primeiros times que Liberdade, mesmo nome da escola, enfrentou eram adversários bem inferiores, Leon e seus companheiros conseguiam vencer sem dificuldades, o único problema no momento era que Omar também fazia parte do time e constantemente os dois se desentendiam, chegando a várias vezes serem punidos pelo treinador Michel por essas atitudes.
Leon jogava na posição de lateral esquerdo, por isso não se destacava muito no ataque, mas era bem eficiente na defesa e chegou até a marcar um gol.
Chegaram as quartas de finais e finalmente Liberdade teria um desafio difícil, o time Falcão Dourado, cujo a escola se localizava em um município distante, para ficar mais fácil o acesso para ambas as escolas, a organização decidiu que o jogo ocorreria em um campo neutro, na Sé. Foi organizada uma grande excursão com o objetivo de levar não apenas os jogadores e comissão técnica, mas também vários alunos e professores para ajudar na torcida. Foram feitos sorteios e gincanas para decidir quem iria à partida, cinco ônibus cheios foram utilizados, mais de 100 pessoas iriam apoiar Liberdade nesse jogo. Vários amigos e colegas de Leon conseguiram suas vagas para ir, incluindo Edgar, Afonso, Fernando, Carlos e Eduardo.
Todos os preparativos antes do jogo foram realizados e finalmente a partida começou. Era um verdadeiro desafio, Falcão Dourado era uma equipe muito bem treinada, e Leon mais precisamente teve um embate pessoal contra Miguel, o ponta direita do time adversário. O primeiro tempo acabou e o placar era 0 a 0. Todos do Liberdade estavam cansados, eles foram para o vestiário, fizeram um plano de jogo e voltaram para o segundo tempo. Enquanto voltava para o campo, Leon parou rapidamente para acenar aos seus amigos, foi quando ele viu uma menina igual a do metrô à esquerda de Eduardo, apenas duas pessoas distanciavam ela de seu amigo. Leon se desesperou, apontou insistentemente para ela, mas ninguém entendeu o que ele queria dizer, e o barulho da torcida impedia que seus amigos o ouvissem. Sem opção já que o jogo iria recomeçar, ele teve que voltar sua atenção para a partida. A cada lance que se passava ele olhava para a arquibancada para conferir se a garota ainda estava por lá.
O jogo foi se passando e Marcos, centro avante do time, conseguiu fazer um gol, então Liberdade passou a ganhar o jogo. Já estando nos minutos finais da partida e com Falcão Dourado precisando empatar para não serem eliminados, os adversários começaram atacar sem parar, o jogo estava tenso e a disputa entre Leon e Miguel estava árdua, o que acabou roubando toda a atenção de Leon, a qualquer momento o outro time poderia conseguir um gol, e o garoto não queria que isso acontecesse de jeito nenhum.
Finalmente a partida terminou, Liberdade venceu por 1 a 0. Leon estava exausto e se deitou no chão, mas ele se lembrou da menina e rapidamente levantou, Miguel tentou o cumprimentar, mas foi ignorado. Leon correu em direção à arquibancada, mas quando olhou para o lugar da menina, ela não estava mais lá. – Que merda. – gritou o garoto.
– O que foi? – perguntou Eduardo, que desceu até o campo para cumprimentar seu amigo.
– Ela tava ali. – disse Leon.
– Quem?
– A menina do metrô. – explicou.
– Sério?
– Claro que sim, eu não iria confundir ela. – reclamou. – Eu tenho que achar ela! – ele tentou correr, mas nesse mesmo momento Marcos o puxou para lhe abraçar. Ele tentou se soltar e Marcos não entendeu.
– Que porra é essa? – questionou o centro avante.
Os outros amigos de Leon também desceram ao campo para falar com ele. – Tá louco, Leon? – perguntou Carlos.
– Ele disse que viu a menina do metrô. – explicou Eduardo.
– Aqui? – perguntou Edgar, surpreso.
– Sim! – se enfureceu Leon.
– Que menina do metrô? – perguntou Marcos, confuso.
– É uma menina aí que ele viu no metrô e se apaixonou por ela. – disse Afonso, que era amigo de Marcos.
Leon olhou para Afonso com um olhar bravo, como quem queria dizer: "Cala a boca."
– Qual é o nome dela? – perguntou Marcos.
– Ele não sabe... – respondeu Afonso. – Faz meses que ele tá procurando ela, mas sem saber o nome é foda...
– Que merda hein cara... – riu Marcos. – Mas não precisa se desesperar.
– Por que não? – perguntou Fernando.
– Nesse jogo só foi permitida a entrada de gente ou do Liberdade ou do Falcão Dourado, só das duas escolas, entendeu?
– Então quer dizer que... – disse Eduardo.
– Você tem certeza mesmo que era ela? – perguntou Edgar.
– Tenho. – respondeu Leon.
– Então tá fácil, mano. – disse Carlos. – Só podia gente das duas escolas aqui, e se ela não é da nossa escola...
– Ela é do Falcão Dourado! – disse Marcos. – Então agora você já sabe onde procurar.
– Seria engraçado se você tomasse um fora depois desse tempo todo tentando. – disse Edgar.
– Eu tenho que pelo menos tentar...
– Tá certo, mano. – disse Marcos. – Eu não conheço ninguém do Falcão Dourado, mas posso te ajudar se quiser.
– Todos nós vamos te ajudar. – disse Eduardo, dando um tapa nas costas de Leon.
– Obrigado pela ajuda, pessoal. – disse Leon enquanto sorria.
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