CAPÍTULO 5 - AJUDA INESPERADA
Leon começou sua busca no mesmo dia. Em frente ao computador ele passou horas em redes sociais olhando perfis aleatórios esperando que o acaso fizesse aquela menina aparecer ali. Logicamente essa ideia não deu certo, e após ficar tarde toda ali, o garoto decidiu tentar de algum outro jeito.
Leon lembrou que muitas vezes as estações de metrô postam em suas páginas fotos de usuários utilizando de seus serviços. E lá foi ele, vasculhou em todas as páginas de estações da linha vermelha, encontrou vários registros de usuários embarcando e saindo dos metrôs, mas não encontrou o que buscava, até tinha algumas garotas parecidas, mas nenhuma era a sua pseudo amada.
Irritado o garoto desligou o computador e se deitou na sua cama. – Eu sou um idiota mesmo... Como vou achar essa garota? – entre balançadas de cabeça tentando esquecer dessa ideia, Leon pegou seu celular e viu várias mensagens de seus amigos, ele nem abriu as conversas pois sabia que eles estariam rindo da sua cara, mas entre tantas mensagens, ele viu um oi de um número desconhecido, sem saber de quem se tratava ele respondeu.
- Oi.
- Você é o Leon? – respondeu a pessoa.
- Sim, sou eu. Quem é você?
- Fiquei sabendo que você está procurando por uma menina. Eu posso te ajudar.
- Ficou sabendo como? E quem é você? Por que seu perfil não tem foto?
- Eu não gosto de me expor...
- E como vai me ajudar?
- Prefiro não falar essas coisas por mensagem, pode ser perigoso.
- Tá de brincadeira comigo né? Tchau.
- Relaxa aí cara! Eu estou querendo te ajudar e você tá de frescura.
- Me ajudar como se não quer nem falar quem você é.
- Não vou ficar aqui discutindo com você, se quiser ajuda me encontra amanhã no banheiro da escola no horário da quinta aula. E vá sozinho.
A pessoa enviou essa última mensagem e bloqueou o contanto de Leon, o impossibilitando de enviar mais mensagens. O garoto, perplexo, enviou mensagem para seus amigos perguntando quem foi que saiu espalhando o segredo.
- Não fui eu não. – respondeu Edgar.
- Nem eu. – disse Afonso.
- Alguém foi. – disse Leon.
- Cara, você falou disso na sala de aula, com certeza alguém ouviu.
- É? – concluiu Leon, desligando o celular em seguida.
Leon passou o resto da tarde e a noite inteira acordado pensando sobre isso. No dia seguinte, conversando com os amigos ele decidiu.
- Se você for eu vou também. – disse Fernando.
- Não, a pessoa falou pra eu ir só...
- Você nem sabe quem é. – disse Edgar. – Pode dar ruim isso aí.
- Cara, é aqui na escola, ninguém vai me matar... Eu acho. – falou Leon.
E as horas foram passando, finalmente chegou a quinta aula, história.
- Que merda, tinha que ser logo na aula de história, minha preferida...
A professora Leila mandou os alunos pegarem seus livros para a turma fazer uma leitura compartilhada.
- Professora, posso ir no banheiro? – perguntou Leon.
- Fala sério Leon, não faz nem uma hora que teve o intervalo. – respondeu a professora.
- Mas me deu vontade de ir agora...
- Vai logo, mas não demora.
- Tá bom. – o garoto encarou seus amigos e saiu da sala, desceu as escadas e entrou no banheiro. Ficou lá por cinco minutos esperando e ninguém apareceu, foi aí que ele pensou que era alguma brincadeira de mau gosto. Então Leon desistiu e no momento em que caminhava à saída do banheiro ele se deparou com André, Ricardo, Omar e Leandro, que bloquearam a saída, o impedindo de passar.
- Vai pra algum lugar, Leon? – perguntou André.
André é um garoto que estudou todo o ensino fundamental, da primeira à oitava série na mesma classe que Leon. Os dois nunca foram amigos e no último ano eles criaram uma inimizade após Leon defender Carlos de uma das brincadeiras de André, que é um valentão. Os dois discutiam constantemente e já foram às vias de fato, lutaram fisicamente por duas vezes, com Leon ganhando nas duas ocasiões. Quando concluíram o ensino fundamental, ambos foram para a mesma escola de ensino médio, mas em classes diferentes. Toda vez que se viam trocavam ofensas, no segundo ano, ou seja, no ano passado, os dois lutaram novamente, dessa vez Leon levou a pior, pois Omar o atacou por trás. Depois disso Marcelo, o diretor da escola, deu um basta nessa situação, ordenando que ambos ficassem longe um do outro na ausência de professores ou monitores, ameaçando suspender quem o desobedecesse. Tudo estava indo bem até então, mas agora ali estava Leon sem ter como fugir, encurralado por quatro pessoas.
- Pensou que fosse outra pessoa, não é? – perguntou Omar, rindo.
Leon permaneceu calado e estático.
- E aí, não vai falar nada não? Tá com medinho? – questionou Ricardo.
- Não vai se mijar não, hein. – riu Leandro.
- Eu vou quebrar sua cara, moleque. Quero ver você ser o defensor dos oprimidos agora. – ameaçou André.
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