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Capítulo 5 - 13 de Junho de 2014

Carlos acordou na manhã seguinte, com os raios de sol vindo diretamente em seu rosto. Tudo parecia pacífico demais, contrastando com a madrugada passada... Lembrou de tudo o que fez, da surra que tomou, da surra que deu... Suas memórias o assustaram. Sentiu-se como se tivesse acordado de uma noite de bebedeira, mal podendo acreditar que tinha feito mesmo as coisas que haviam acontecido.

Duda dormia sentada no chão, abraçada nas próprias pernas. Aquela foi a primeira vez em anos que Duda não havia buscado lugares confortáveis para dormir. Era uma fã de camas de casais de alta classe, mas agora, estava preocupada demais com Carlos para procurar uma cama. Preocupada... Com ele... Carlos a olhou com pena. Duda era apenas uma criança, alguém que havia passado por coisas demais em um período de crescimento tão grande que é a pré-adolescência.

Ele se sentou no sofá, tateando as costelas que haviam quebrado. Seus machucados haviam sumido, nada doía mais. Sempre foi um menino saudável, mas nunca assim, nesse nível. Ele riu, agora parecia mesmo tudo um sonho, mesmo sabendo que não, que era real. Aqueles poderes, aquele homem criando uma bolha temporal, ele com aquela força inacreditável. Não sabia o que estava acontecendo, mas era real. Ele, Duda, Wesley e esse tal de Vazio, todos eles eram seres poderosos. Riu, descrente.

Levantou a garota no colo, que dormia feito uma pedra, e a deitou no sofá no lugar dele. Sabia que logo teriam que sair, ali não era mais seguro para ela, para ele. Ele precisava ficar em algum outro lugar, e arranjar um tempo para levar Duda para longe. Fez um café da manhã tostando os pães duros do dia anterior em uma frigideira velha. O cheiro despertou Duda.

— Meu deus, que fome. — Duda falou com voz de sono. Foi à cozinha, parando na entrada, observando Carlos de longe, decidindo se deveria ou não se aproximar — Você... Está bem?

— É... Na medida do possível! — ele riu — Por algum motivo, acordei sem machucado nenhum. Deve ser coisa do meu poder.

— Ahn...

— Sério, eu tô bem. Vamos só comer, e aí vou na casa da Gi buscar ela. Tô pensando que é melhor sair de São Paulo por enquanto. E aí, no caminho, te deixo no aeroporto como eu prometi!

— Obrigada, Carlos. — disse ela, já pegando um dos pães para comer.

Tudo iria acabar bem, Duda pensou. "Carlos vai dar um jeito nisso daí com a polícia, e eu vou cair fora do sudeste." pensou Duda determinada, comendo o pãozinho com ambas as mãos.

— Mas... Eu nem passei manteiga...

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Carlos arrumou uma pequena mala com alguns pares de roupa, nada demais. Duda aprontou sua velha mochila, e ambos partiram, trancando tudo ali. Carlos estava preparado para não precisar mais voltar ali, e Duda, sempre uma nômade, ficou animada para andar novamente. Infelizmente para a menina, ainda teria que ver a namorada chata de Carlos; mas logo depois disso, apenas festa.

As ruas do pequeno bairro, além de estreitas, estavam completamente decoradas de verde e amarelo. Ruas com a bandeira do Brasil, pintada em perspectiva, e gravada em postes e muros, tornava o lugar uma verdadeira exposição de arte. Grafites inspirados na paixão pelo futebol, crianças brincando e pessoas sentadas na calçada, comemorando a vitória do Brasil sobre a Croácia do dia anterior. Duda não gostava muito de bairros pequenos, lembrava-a de casa; mas aquela energia, o futebol, a copa do mundo no Brasil, e a certeza que o sexto título mundial viria em algumas semanas, toda aquela alegria a lembrava de seu pai — e isso a fazia sorrir, mesmo que sem perceber. Um homem simples, pedreiro, muito querido pelos outros que moravam ali na cidadezinha. Duda era bem diferente dele, sempre antissocial; em contrapartida, seu pai ia a festas de pagode e futebol toda sexta feira. Era uma pessoa especial demais... Ele iria adorar estar ali, Duda sabia disso.

Chegou rápido na frente da casa da mulher. Carlos estacionou, tocou a campainha algumas vezes, até ser atendido. Não estava muito à vontade na rua, mas Duda iria manter a guarda ali, e intervir, se preciso.

— Como é? — Duda ouviu a voz da mulher aumentar o tom consideravelmente.

Não conseguiu ouvir o que conversavam, mas sentiu o olhar frio de Gisele sobre ela. Estava falando dela, com certeza não entraria no carro enquanto Duda estivesse ali. A garota fechou os olhos, sabia que estava sobrando ali, pelo bem dos três, era melhor que fosse embora.

Duda pôs a mão no trinco da porta para abrir, mas percebeu que Carlos voltava a passos largos para o carro, sozinho.

— Ué?

— Nada. — Carlos respondeu, dando partida no carro.

— Tem certeza? — perguntou Duda, preocupada.

— Tenho. — ele olhou para ela, e suspirou pesadamente — A gente só vai... Dar um tempo, por enquanto. Eu e a Gi.

Duda franziu o cenho. Aquilo era culpa dela? Não podia deixar de admitir que estava feliz que aquela mulher não entraria ali de novo, era mandona demais, rígida demais. Mas... Carlos estava mais sério do que nunca.

— Tu... Bora no cinema? — Duda perguntou, antes mesmo de pensar no porquê.

Carlos somente a olhou de canto de olho.

— Cinema?

— Sim! Cinema! — o corpo da garota se agitou — Bora, vai. Deve tá passando Capitão América, eu vi uns posters dele no teu quarto, sei que você gosta.

— É, bem, eu já vi... mas deve estar em cartaz ainda.

— Então é isso! Anda, vai. O melhor cinema de SP é lá na Paulista.

Carlos a olhou agitada. Riu de canto de boca. Duda começou a falar sobre todos os cinemas que visitou em SP, e ele apenas a olhava quieto. Seu péssimo humor, sendo restaurado por aquela menina com a vida maluca. Deu partida no carro e decidiu dirigir ao centro da cidade naquela manhã fria de outono.

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Carlos saiu das estreitas ruas do bairro, direto às avenidas principais da capital. Trânsito razoável naquela manhã, muitas pessoas não andavam na rua às 10h da manhã, então não ficaram parados tanto tempo.

— Não gosto tanto de andar por aí de carro, sabia? — Duda comentou — É difícil me manter escondida.

— E como você faz pra viajar então?

— Geralmente vou de ônibus, sabe? Nem sempre os ônibus de viagem ficam lotados, então eu só preciso enganar o motorista na hora dele checar as passagens — Duda contou enquanto observava os lugares por onde passavam. Sempre atenta, sempre observante. — Se eu fosse viajar de carro, ia ter que pedir carona, ou impedir o motorista de me ver de alguma forma. Mas assim, já tentou parar um carro numa BR pra pedir carona? Não dá tempo do meu poder conectar direito... Dá uma preguiça.

— Nossa! É verdade, se eu estivesse dirigindo numa autoestrada, eu não pararia pra ninguém assim...

— Pois então...

O assunto ia e vinha, mas, depois de coçar a cabeça um pouco, Duda resolveu perguntar.

— Não vai me dizer o porquê de terem terminado? — ela perguntou um pouco insatisfeita, não queria forçar a situação, mas já que eles iriam andar juntos por hoje, Duda não iria conseguir segurar a curiosidade. — Até ontem, você tava ouvindo ela caladinho...

— Eu...

— Não precisa falar se não quiser, ok? — Duda o assegurou, embora por dentro, queria muito era que ele abrisse a boca.

— Gisele ligou para a polícia ontem a noite... — ele contou, e a garota sentiu a voz dele diminuir de tom e falhar levemente — Bem, eles estavam de olho, né? Quando ela ligou e deu meu endereço, ela disse que eu deveria só entregar você que tudo ia ficar bem. É só que... Ela não sabia que eu também tenho algum poder, né?

— Meu Deus! Então... ontem...

— É, aquele cara, o Wesley, só chegou lá por conta disso. Pelo menos é o que eu acho... — ele suspirou — Mas isso não importa, ela passou por cima de mim, ela tentou entregar você... Eu não gostei, e pedi um tempo. É isso.

— Boa, Carlos! — Duda bateu no ombro dele — Deixa ela pra lá, sério! Você não merece ela, não. Olha só, como sua cara tava na TV ontem, antes de a gente ir ao cinema, é melhor você dar um trato nessa sua aparência.

— Você acha, é?

— É claro! E aí... — Duda hesitou por um instante, sem saber como colocar em palavras o que estava pensando — E aí, você vem comigo. Vem comigo pra Fortaleza. Eu consigo passar você junto comigo pra qualquer lugar que a gente for. Não precisa de dinheiro. Você viaja comigo, dá o seu tempo aí, as coisas vão se resolver sozinhas, e ainda assiste a copa do mundo em primeira mão; tem também esses seus poderes que resolvem aparecer do nada quando bem entende, você vai ter chance de treinar comigo, olha só! E em troca, você vira meu motorista particular durante toda a Copa. Acho justo, e você?

Duda batia no ombro dele de leve, o agitando para a ideia. Não sabia bem o porquê, mas queria tirar ele de São Paulo naquele momento. Ela amava ficar sozinha, mas Carlos não invadia seu espaço, era calmo e mais velho, e a ajudou muito mais nesse último dia do que qualquer pessoa a anos. Enquanto ele a ajudasse assim, não teria problemas em mantê-lo por perto, certo?

— Me... Me deixa pensar nisso — Carlos respondeu, incerto — Até mais tarde, eu decido. Ok?

— Combinado!

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Carlos girou na cadeira do salão de beleza. Seu cabelo estava loiro pela primeira vez em sua vida, completamente descolorido e pintado com um amarelo pastel que caiu estranhamente fora do seu estilo usual. Duda estava de braços cruzados ao seu lado, o olhando com um olhar julgador.

— Será que essa é uma boa ideia de verdade? — perguntou Carlos, olhando seu cabelo pintado.

O salão estava vazio, Duda havia aproveitado a manhã relativamente quieta daquela sexta feira e entrou, imediatamente controlando o cabeleireiro para que ele fechasse o salão e não fizesse perguntas. Carlos não conseguia deixar de abrir a boca a qualquer manifestação do poder sutil da garota.

— Você não tem cara de que pintaria o cabelo assim, pintaria? — a garota retrucou — Por isso mesmo é bom. Aliás, Seu Mário, faz a barba dele também — ela comandou o cabeleireiro que prontamente a atendeu, ligando a maquininha.

— Você não pode, sei lá, só mandar as pessoas esquecerem que me viram na televisão?

— Eu não consigo controlar todo mundo assim, é difícil quando é mais que uma pessoa... e eu também preciso estar focada — ela suspirou, odiava falar sobre suas fraquezas — Então você com um visual assim vai me dar mais tempo pra reagir caso aconteça algo. E também, logo seu cabelo vai crescer normal... Quando eu pintei meu cabelo de rosa, ele voltou ao castanho em questão de poucos meses.

— Entendi, por isso as palmas das minhas mãos estavam tão quentes ontem, é como um condutor, não é? Um ponto de apoio, de foco, sei lá.

— Tipo isso.

Quando o cabeleireiro terminou, Carlos parecia outra pessoa. Bem, suas expressões usuais ainda estavam lá, mas um novo cabelo e uma barba bem raspada fizeram ele se sentir irreconhecível. Um novo Carlos, um com super poderes e fugitivo da polícia. As coisas ainda não lhe desciam bem, mas Carlos nunca fora um homem de se desesperar.

Ele se levantou da cadeira, apanhou a carteira e tirou uma nota de 20 reais para pagar ao cabeleireiro.

— Não seja besta, você não precisa pagar — Duda riu, zoando ele.

— Não é certo. — colocou a nota no bolso da calça do cabeleireiro e guardou a carteira.

Duda apenas o observou, achando aquilo a maior idiotice do mundo. Por que pagar, se ele poderia só se aproveitar dos poderes dela? Era como se ele estivesse escolhendo passar por uma portinha estreita, enquanto ela já havia lhe aberto um portão.

— Bem, você quem sabe.

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Duda estava irritada. Carlos havia lhe pagado os ingressos do cinema, os lanches do Mcdonald's e alguns salgadinhos que ela iria pegar para si sem problemas. O senhor certinho era certinho demais.

Era uma boa companhia, mas certinho demais.

— Você sabe que os lanches no Mcdonald's são super valorizados e que eles são multimilionários que não se importam de perder um lanche ou dois, não sabe? — Duda o atiçou, estranhamente irritada por ele não a estar deixando usar seus poderes.

Ela comia hambúrguer enquanto o esperava fazer qualquer coisa que estivesse fazendo no caixa 24h que acharam dentro do shopping. Foi um dia muito mais suave e festivo do que o anterior, todos comemoravam a vitória do Brasil contra a Croácia e juravam que aquele era ano de hexa. Duda, no entanto, ficava nervosa só de ouvir falar do jogo; por tanta raiva que sentia por não ter conseguido estar no estádio ontem.

— Mas se um atendente passa um lanche a mais, essa diferença é cobrada do bolso dele, sabia? — Carlos respondeu, puxando uma pequena pilha de notas do caixa eletrônico. — Minhas economias — ele riu — Já que vamos viajar, vamos precisar. Ai, sinceramente. Minha mãe vai ficar uma fera quando descobrir que eu limpei a conta que ela criou pra mim quando eu era adolescente. Fazer o quê.

— Então... Você vai...?

— Claro, vou ficar aqui em São Paulo enquanto você tá por aí super heroína lutando contra vilões sozinha? — Ele bagunçou o cabelo da garota — E outra, sempre quis conhecer Fortaleza. Vou mandar um e-mail pra minha empresa hoje ainda, com uma carta de demissão.

Os pés de Duda se sobressaltaram quando a garota se impediu de abraçá-lo. Pela primeira vez em algum tempo, ela teria companhia em suas viagens, um objetivo claro, um perigo a ser evitado, e jogos para se ver e torcer. Ela se sentia em outro mundo, não mais a porta-voz de um mundo estranho, mas sim uma turista em sua própria vida maluca. Ela não vai mais apenas sair andando. Isto agora era uma aventura por completo.

— Okay! — sua voz aumentou pelo ânimo — Mas, eu ainda quero ver os jogos da copa nos estádios! Então nada desse discursinho de bom moço na hora que a gente entrar de penetra.

— Tá, vai, essa vai ser a única exceção! — ele suspirou comicamente, e riu. 

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