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Capítulo 4 - 13 de Junho de 2014

Carlos explicou e Duda ficou calada, apenas vendo como ele estava animado por estar passando por tudo aquilo. Ele tinha essa cara de certinho, Duda pontuou, alguém que não saiu muito do quarto enquanto crescia. Diferente dela, que amava andar e ver as coisas; mas nada disso importava quando se punha a força descomunal dele. Duda fechou os olhos, e meditou sobre o quanto uma força dessas seria conveniente para ela, se fosse dela.

— Então, quantos anos você tem, garota? — Gisele perguntou, e Duda demorou um pouco para entender que era com ela. 

— Ahn... Ah! Eu tenho 15, no final do ano eu faço 16.

— E você está morando na rua esse tempo todo? — a mulher olhou Duda de cima a baixo, o seu tom julgador e de certa forma arrogante irritou a menina profundamente.

— Qual o problema, se me permite perguntar? — Duda imitou o tom e a voz de Gisele. Estava claro que as duas não estavam se dando bem.

Carlos resolveu intervir.

— Não gente, olha. — começou ele. — Isso não é realmente importante. O ponto importante aqui é que eu joguei meia dúzia de pessoas na fachada de um bar que estava há meio quilômetro de distância, e que eu dirigi como se estivesse no Velozes e Furiosos. Falando nisso, quero nem ver a conta do mecânico.

— Ah, não se preocupe não, eu te ajudo com isso. — Duda respondeu rapidamente.

— Para de fazer isso ser sobre você, Carlos — Gisele respondeu rispidamente — Você tem noção do perigo que a gente tá correndo? Do perigo que a gente correu? — ela colocou grande ênfase na última frase, deixando Carlos aparentemente envergonhado.

— É... Eu entendo.

— A gente poderia ter morrido, cara! Não me interessa saber o que aconteceu, não me interessa nada disso. Quero ela fora daqui!

Duda a ouviu gritar com o homem ao seu lado, apenas observando a situação. Neste instante, percebeu o que estava acontecendo, e ficou confusa sobre o porquê de ainda estar ali. Ela não precisava lidar com isso. Os policiais e aquele homem de sobretudo preto já estavam longe, ela não tinha medo algum de andar a noite, poderia até pegar um ônibus e ir para algum bairro mais luxuoso, ou entrar em algum bar ou balada por aí e passar a noite dançando, como já fizera várias vezes. Ela era livre. Ela não precisava estar ali. Admitia que estava curiosa para saber mais sobre Carlos, ele era um cara legal e com certeza com um poder bem interessante, até mesmo conveniente, mas preferia estar sozinha a ouvir mais discussão. Ela não precisava se preocupar; São Paulo — ou melhor, Brasil — era a casa dela. O próximo jogo seria em Fortaleza, e Duda decidiu já viajar logo para lá. Havia estado lá apenas por alguns dias em suas andanças, mas não gostava muito de calor, então voltou logo. Dessa vez, passaria pelo menos um mês lá! Ela se decidiu.

Ela se levantou da poltrona e foi de encontro à sua mochila. A colocou rapidamente, antes que Gisele e Carlos pudessem falar qualquer coisa.

— Onde... Onde você vai? — Carlos perguntou, a vendo se arrumar para sair — Não precisa se preocupar, dorme aqui hoje, e eu te levo ao aeroporto!

Carlos passou por cima de Gisele para dizer isso, e Duda quase acatou. Mas...

— Não se preocupa, tá? — Duda o assegurou — É melhor assim, vou logo pra Fortaleza pra conseguir ver o próximo jogo, e não causo mais problema.

Gisele apenas arfou, como se estivesse irritada por ter sido cortada por Carlos. "Provavelmente é isso mesmo", Duda pensou.

A voz forte e estridente de um homem interrompeu a conversa dos três, quando na televisão, durante um jornal, cenas da perseguição foram divulgadas.

— Por volta das 17 horas... — O homem noticiava, e todos os três ali presente se calaram e estavam boquiabertos. — A perseguição se estendeu por ruas estreitas e terminou quando... — as imagens, gravadas de um helicóptero da emissora, mostrou quando Duda se pôs para fora da janela, estendeu a mão, e, em seguida, a viatura policial girou e capotou, causando o engavetamento.

As imagens do helicóptero não estavam bem claras, mas, em seguida, a cena foi repetida novamente, agora filmada por uma câmera de segurança registrando o acontecimento de frente. O rosto de Carlos e seus olhos prateados, Duda se pondo para fora da janela, tudo capturado em alta definição.

Duda se aproximou da televisão, inquieta. Aflita. Olhou para Carlos, Gisele, e de volta para a televisão.

Pulou de susto, quando uma imagem clara de Carlos apareceu ao lado da filmagem, e a narração prosseguia.

— O suspeito, Carlos Oliveira, estava... — Duda deu passos para trás, uma foto casual de Carlos apareceu, o identificando claramente.

De repente, um programa de culinária. Duda olhou para trás, e Carlos estava com o braço estendido e com o controle na mão.

— Tá passando MasterChef, muito melhor — disse ele, despreocupado.

— Você tá de brincadeira? Isso é sério, cara! — Gisele estava ainda mais exaltada do que antes.

Duda parou de ouvi-los por um segundo. Seus olhos lacrimejaram e sentiu seu corpo esquentar numa explosão de sentimentos.

Carlos estava ali, sentado no sofá com o controle da televisão na mão. Duda o viu trocar de atitude, estava chateado, envergonhado; mas agora, parecia muito mais sério. Mesmo assim, ele não se exaltou. Duda, no entanto, sentia como se alguém tivesse martelado o coração dela como se martela um prego. Ela... Ela o colocou naquela situação, e agora a vida dele nunca mais vai ser a mesma... e... e...

— Gi, vou te levar para casa. Vem comigo, Duda. — ele falou, interrompendo os pensamentos da garota, e as reclamações da namorada.

Se levantou do sofá e abriu a porta de casa, Duda o seguiu, e Gisele veio atrás, fechando a entrada da casa. Ela não o contestou mesmo querendo muito, Duda pensou que talvez ela tenha percebido como a atitude de Carlos era diferente. Ambas estavam preocupadas com ele.

Foram em silêncio até a garagem, Gisele no banco do passageiro, Duda no banco de trás. Carlos saiu com o carro e cuidou da porta da garagem. Foi uma pequena viagem, coisa de 15 minutos, mas logo o carro estacionou e Gisele desceu, se despedindo com um selinho rápido e um breve olhar. Duda não sabia bem o que dizer durante a volta para a casa dele. Não saíram do bairro, e não viram nenhuma viatura. Sabiam o nome dele, então com certeza sabiam o endereço dele... Duda tinha certeza de que Carlos teria que se mudar de novo. Seu coração apertou, se mudar é o menor dos problemas dele agora. Carlos precisava provar sua inocência, mas para isso acontecer, ela com certeza teria que ser entregue. Para Duda, agora, era ou ela, ou ele; a menina fechou os olhos. Não queria pensar nisso.

Essa escolha deveria ser mais fácil do que isso.

Chegando na casa de Carlos, Duda pensou se aquela era a hora de se despedir; não fazia ideia de como lidar com aquela situação, preferia apenas desvanecer no ar do que ter que estar ali agora. Não fez nada, no entanto. Apenas ficou ali na sala, esperando ver o que Carlos falaria. Ele, contudo, voltou a sorrir da mesma forma de antes, e perguntou:

— Quer jantar? Tem miojo eu acho — ele foi em direção à cozinha, Duda o seguiu cautelosamente — Não sou muito bom na cozinha, então a Gisele geralmente faz algo pra gente comer... não hoje, né.

— Você tá legal? — ela perguntou, estranhando o quão preocupada estava.

— Hoje o dia foi tão... Legal, sabia que iria ter um preço. — Apoiou os braços no armário — Eu não sou realmente culpado de nada, então vou arrumar um advogado, sei lá. Eu vou dar um jeito.

Olhou para ela com um olhar reconfortante, e Duda viu que ali não havia mágoas. Estava tudo bem, as coisas iriam melhorar. Duda iria embora amanhã e tudo daria certo no final.

— Vou querer miojo, então!

—----

Duda, de alguma forma, convenceu Carlos a dormir no sofá. Não precisou usar seus poderes, nem nada, mas pediu assertivamente, e ele só acatou. Quando entrou no quarto dele para dormir em sua cama de casal, quase desistiu por conta do ar de nerd que aquele lugar exalava. Mas dormiu logo, pois estava exausta.

No entanto, Carlos não conseguia pregar os olhos. Seu dia começou como qualquer outro; vestiu sua melhor roupa — uma social menos amassada possível, coisa difícil de se encontrar na bagunça da mudança — e foi trabalhar em seu novo emprego como parte da equipe de TI de um banco. Era um ótimo emprego, tão bom, que o arrancou de sua cidadezinha natal e o levou para a grande capital de São Paulo. Ainda está em um período de adaptação, mas ficou contente em ser liberado mais cedo para acompanhar o jogo. Agora... A sua tarde foi algo completamente tirado de um filme. Carlos imaginou se, na verdade, tudo aquilo foi um sonho, e ele só acordou agora; mas sabia que não, aquilo foi real. Aquela sensação, as palmas de suas mãos pegando fogo. Seu rosto estampado num noticiário. Estava desesperado. Nunca foi um garoto ansioso, sempre foi um tanto otimista e tentava ver o lado bom das coisas; ele tinha poderes! Era um Hulk, ou sei lá, um Superman. Era também procurado pela polícia, e estava ignorando todas as mensagens e chamadas que seus pais mandavam. Mas ali, naquela madrugada, percebeu que não deveria responder a ninguém ainda. Ainda. "A coisa certa a se fazer...", pensou ele, não fazendo a mínima ideia sobre qual era a tal coisa certa a se fazer. Ninguém o treinou para isso.

Fechou os olhos, imaginando diversos cenários passo-a-passo.

A luz da sala acendeu. O som do interruptor sendo acionado. Imediatamente, Carlos abriu o olho; de onde deitara tinha visão direta ao interruptor. Nada.

Ele olhou em volta. Ainda nada.

Se levantou devagar, cauteloso. Percebeu uma janela aberta que havia fechado anteriormente.

— Ué... — pensou alto, e foi respondido por um risinho contido.

Girou o corpo em direção ao riso, e viu um homem sentado em sua poltrona.

— Aí! Tentei brincar um pouco, mas no fim foi você que me pegou de surpresa. — sua voz brincalhona, mas arrepiante. O rapaz apenas o observou rindo, enquanto Carlos, num susto, pôs-se de costas para a parede. A adrenalina correndo por seu corpo.

O homem se levantou da poltrona. Trajava um sobretudo preto e um H vermelho bordado no peito; uma camisa social e gravata preta bem arrumada. Seu cabelo cacheado, na altura de suas bochechas, havia recém-saído de um processo de luzes, onde Carlos podia ver um loiro não natural, estilo surfista. Ele era novo, mas seu corpo bem treinado era grande, tanto em altura quanto largura, maiores que Carlos. Ele parecia estar se divertindo, vendo-o com medo.

— Você fez um belo show hoje mais cedo — o garoto o parabenizou — O Hospital pediu logo tua "cabeça" — ele fez o gesto de aspas com as mãos, e Carlos se perguntou o que diabos ele queria dizer com isso — Eles estão bem putos por uma emissora ter te filmado, mas pelo menos fica mais fácil te achar.

— Quem é você? — Carlos perguntou se esforçando muito para não esboçar o medo que estava sentindo.

— Wesley. E você é o Carlos. Eu vou te levar ao Hospital agora. — o corpo de Wesley piscou e reapareceu a poucos centímetros de Carlos, que pulou de susto, reagindo com um soco no rosto do agente. — Eu tava torcendo pra que não fosse fácil — Wesley sorriu, quando seu corpo piscou de novo, se desviando do soco de Carlos e respondendo um um gancho no estômago. — Tenta mais!

Carlos expeliu o ar violentamente, quando o soco de Wesley conectou. Tentou um outro gancho. Um soco. Um chute. Nada; a cada golpe, Wesley desaparecia do alcance certeiro, e reaparecia como se fosse impossível alcançá-lo.

Wesley ria, como se tudo fosse uma grande brincadeira.

— Ué, cadê aquela força toda?

Carlos perdeu o ar novamente ao sofrer mais um gancho em seu estômago. Forte o suficiente para o estontear.

A vida não era um filme. Ele não era forte o suficiente, era só um cara normal que havia caído em um mal-entendido. Sentiu o ânimo o abandonar. Não era um Superman, não era um Hulk; era só um nerd do interior.

Wesley piscou e reapareceu ao redor da sala inteira, deleitando-se em sua superioridade. Numa sequência de teleportes, girou seu corpo e chutou Carlos nas costelas pela direita, imediatamente pela esquerda, e depois, direita de novo. Carlos caiu imediatamente, num grito excruciante de dor. Pôde ouvir seus ossos quebrando quando a bota preta o atingiu. Lágrimas caíram, e segurou sua boca involuntariamente, cobrindo uma tosse que expeliu sangue.

— Sinceramente, esperei mais. — Wesley arrumou seu sobretudo — Vai ver eles se confundiram. Pensa assim! Com sorte, você só vai pra cadeia mesmo. Já que não parece que tu tem nada de especial.

Um som ensurdecedor ecoou no pequeno cômodo daquele sobrado, quando um tiro foi disparado contra Wesley. A bala se alojou no ombro do rapaz, que gritou mais de surpresa do que de dor.

Duda segurava a pistola com as mãos trêmulas. Wesley a viu ali, e Carlos levantou o rosto com muito custo para ver Duda, que chorava enquanto o via estirado no chão. Ele sorriu, sozinho.

— Sua vagabundinha... — Wesley rosnou, desaparecendo e imediatamente aparecendo na frente de Duda. Wesley segurou seu pescoço, antes que a garota pudesse fazer qualquer coisa.

Ele era forte, e mesmo com o braço esquerdo sangrando pelo tiro, seu braço direito foi o suficiente para agarrar no pescoço da garota e a suspender no ar. Duda não conseguiu focar, seus instintos levaram as duas mãos ao pescoço, tentando se livrar das garras daquele homem. Estava chorando muito, se debatendo, perdendo o ar e ficando roxa. Ele não iria capturá-la, não iria prendê-la e usar para o bem próprio — Ele iria matá-la. Simples assim. Iria matá-la.

Duda debateu-se com cada vez mais força, arranhando a mão e o rosto do homem, e o chutando descontroladamente. Não adiantou. Ele era impassível. O rosto de ódio que expressava... A clara intenção que tinha... Aquele era o fim.

Os olhos de Carlos brilhavam em um tom prateado. Se pôs de pé num piscar de olhos, andou a passos largos em direção a Duda e Wesley, que olhou rapidamente para ele e apenas sorriu. Não se deu ao trabalho de desviar, e, por isso, voou longe — batendo na porta do quarto, a derrubando do batente e só parando quando atingira a parede do outro lado do cômodo — quando Carlos o golpeou nas costelas e habilmente segurou Duda em seu colo, a colocando no chão novamente.

— Obrigada... — ela gaguejou, sua voz engasgada pelo corpo que buscava ar e pelo choro.

Carlos sorriu para ela, a levando para o sofá e a deitando lá. Depois, andou a passos largos em direção ao quarto onde Wesley estava aparentemente desmaiado. Com Carlos se aproximando, o corpo de Wesley desaparece, aparecendo novamente atrás de Carlos... Mas este já o esperava, movendo o braço quase que instantaneamente, segurando o gancho que Wesley estava prestes a acertar.

Carlos segurou o braço de Wesley, puxou-o para si e segurou o pescoço dele, como o garoto havia feito com Duda. O ergueu ao ar, impassível. Um monumento segurando uma pequena pedra. Sua expressão era anormalmente neutra, calma. Wesley buscava por ar, acotovelando o braço imóvel de Carlos, tentando qualquer coisa para escapar.

Uma bolha de ar se formou ao redor de ambos, e Carlos entendeu o que se passava. Através da bolha, algo como uma imagem estática do ambiente havia se formado. Pequenos insetos que voavam ao redor, agora estavam imóveis. Mas não só isso; Carlos pôde ver o movimento do ar ao redor, o rastro criado para que pudesse ser possível respirar ali dentro. Em questão de segundos, esta mesma bolha se formou diversas vezes, com diversos tamanhos diferentes. Wesley era sua fonte. Algo lá dentro de Carlos pensou em como isso era incrível de se ver, mas, o resto de seu corpo estava focado em apenas uma coisa agora — Segurar aquele maldito, e...

— Me mata, vai! — Wesley rugiu para Carlos, sério — Acaba com isso!

As bolhas continuavam a se formar. Carlos o olhou com curiosidade: aquele homem estava preparado para morrer. Milhões de pensamentos passaram pela cabeça dele naquele momento...

— Não sou um assassino. — disse Carlos, em um tom bem mais calmo do que ele mesmo esperava.

Jogou Wesley contra a parede novamente, que imediatamente desapareceu dali. Carlos olhou em volta, seus olhos prateados não conseguiram mais rastrear o homem de sobretudo. Voltou à sala, Duda já estava sentada no sofá. Ainda parecia um pouco fraca, ainda se recuperando do que acabou de passar. Ela o olhou, chocada.

— Me desculpa! — ela chorou. — Me desculpa! Me desculpa, desculpa, me desculpa!

Dez milhões de coisas poderiam, ou deveriam, ser ditas ali naquele momento; mas Duda apenas conseguiu pedir desculpas. Se levantou do sofá e abraçou Carlos, que acariciou sua cabeça aceitando o abraço.

Contudo, logo após seus olhos deixarem de brilhar, ele caiu no sofá com todo o peso de seu corpo e desmaiou. 

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