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CAPÍTULO ÚNICO

Ah, o Natal!

Uma época em que as pessoas se tornam mais generosas e seus corações se enchem de compaixão e felicidade, as ruas ficam iluminadas e a alegria parece contagiar a todos que esperam essa data tão festiva cheia de união, gratidão e esperança, onde muitos celebram o amor e a compaixão.

Mas, enquanto para alguns o Natal é sinônimo de felicidade e memórias afetivas, para outros é aquela correria e que pode até trazer sentimentos de solidão e saudade, afinal, nem todos compartilham o mesmo brilho no olhar diante das festas natalinas.

Naquele 23 de dezembro, o aeroporto estava lotado, pessoas ansiosas para rever suas famílias após meses ou anos de distância corriam para pegar o voo rumo ao seu destino. Os rostos, mesmo impacientes, demonstravam felicidade e esperança, mas além dos sorrisos, havia também aqueles apressados em conseguir um voo de última hora.

Jorge andava rápido até a bilheteria enquanto resmungava para si mesmo como havia deixado tudo para última hora, como sempre fazia. Com tanto trabalho no escritório que seu chefe o havia designado, o rapaz acabou se atrasando para pegar o voo e assim embarcar para onde sua família que morava no Brasil.

— Olá, Boa Noite — ele cumprimentou em inglês a atendente que estava do outro lado do balcão. — Eu acabei perdendo o voo para o Brasil que saiu às 18h, você pode me dizer quando será o próximo voo?

— Boa noite, desculpe, mas o próximo voo é daqui a três dias, todos os voos estão lotados.

— Ah, não acredito, não tem nenhuma vaga para as próximas horas?

— Desculpe, não há nenhuma.

Não pode ser... — Jorge murmurou, passando a mão pelo rosto, frustrado. — Não há outra opção? Alguma conexão através de outra cidade?

A atendente o olhou de relance enquanto digitava rapidamente no sistema à procura de alguma vaga.

— Acabei de ver aqui... Há um voo para Argentina e a possibilidade de haver uma conexão lá que vá para o Brasil, mas é só no dia seguinte e o custo é mais elevado.

— O preço não importa. Só preciso chegar lá o mais rápido que puder — ele expressou, seus olhos mostravam urgência.

A atendente pediu os seus documentos e a passagem do voo perdido, e logo confirmou a reserva enquanto explicava os detalhes da viagem. Jorge então entregou o cartão de crédito para ela enquanto pensava no dia perdido que iria ter graças aquele atraso causado pelo seu chefe.

— Maldito Otto — ele praguejou em voz baixa.

Jorge logo viu a atendente lhe passar mais algumas informações enquanto entregava o seu cartão de volta junto com a passagem para o dia seguinte, o rapaz recebeu e olhou no bilhete o horário que o voo sairia.

— 11h — ele murmurou, frustrado. — É, vou acabar perdendo a ceia, mas pelo menos estarei com a minha família.

Para ele, não era apenas uma questão de chegar a tempo, era uma questão de não perder o que realmente importava. Jorge empurrou a sua mala e seguiu para a ala onde havia os taxis para que assim pudesse ir para a sua casa e descansar do dia exaustivo que ele havia tido, e enquanto caminhava calmamente ele se preparou para ligar para a sua mãe e avisar a mudança de planos.

Jorge se sentou em um dos bancos que havia no saguão, ele então guardou a passagem na sua mochila e pegou o seu celular que estava no bolso, mas antes de discar o número da sua mãe, ele passou os olhos pelo local e viu a diversidade ali, crianças corriam e brincavam enquanto os adultos verificavam a todo momento seus relógios. O som das chamadas para embarque ecoava pelo saguão, misturado ao burburinho das conversas e aos abraços emocionados.

Era momentos típicos que ocorriam no fim de ano, onde havia uma mistura de expectativa, saudade e a promessa de reencontros calorosos.

Jorge voltou a sua atenção para o celular e abriu o Whatsapp para que pudesse ligar para a sua mãe, não demorando muito para que ela atendesse a ligação.

— Oi, mãe — ele cumprimentou a mais velha com uma voz triste. — Escuta, não vou conseguir chegar a tempo da ceia, aquele maldito do Otto fez a gente ficar preso no escritório, e eu acabei perdendo o meu voo.

Ah não, meu filho, que pena. Todos aqui estamos tão ansiosos para te ver. Seu pai até comprou aquele pão que você gosta tanto.

— Eu sei, mãe, eu sinto muito mesmo. Eu tentei de tudo, mas não tem mais voos disponíveis hoje.

— E você não consegue chegar amanhã, pelo menos?

— Vou tentar, encontrei um voo, mas vou chegar depois da ceia, vou fazer conexão na Argentina e tentar pegar um voo lá o mais rápido possível, vou até verificar aqui no site.

Eu entendo, filho — ela suspirou do outro lado da linha. — Só não deixa isso estragar o seu Natal, tá? A gente vai te esperar, nem que seja pra comer as sobras.

Ele sorriu, sentindo a culpa e a tristeza apertar o seu peito.

— Obrigado, mãe. Eu prometo que vou fazer o possível pra chegar.

E diga para o Otto que tenho umas palavras pra dizer a ele — ela avisou fazendo ele rir, pela primeira vez naquele dia.

— Vou avisar. Te amo, mãe.

Também te amo, meu filho. Boa sorte.

Jorge encerrou a ligação e encarou o celular como se tudo fosse resolver magicamente. Ele então suspirou de frustração e pensou em tudo o que perderia na noite de Natal, a ceia, as risadas e brincadeiras que ocorria na sua família como se fosse uma promessa de que tudo ficaria melhor no ano que viria.

Antes de ir pedir um táxi, ele verificou o site de passagens e procurou por alguma vaga no voo de Buenos Aires até São Paulo, e encontrou uma opção que parecia ser boa, e para a sua sorte, ainda tinha disponibilidade para o dia seguinte.

Decidindo não esperar mais, ele preencheu os dados e fez a reserva e o pagamento, a saudade da família e a vontade de estar perto daqueles que ele realmente amava era mais importante que qualquer coisa, e agora, com a passagem comprada, ele se sentiu mais aliviado.

Antes de sair dali e ir para a sua casa, o rapaz avistou local mais uma vez, e passou a mão pelo cabelo, estava exausto, ele então pensou que precisava sair dali e arejar a mente um pouco quando uma garota se sentou ao seu lado, ela parecia chateada como se a noite dela também tivesse sido arruinado por um voo perdido.

Jorge a observou de relance, não queria parecer intrometido, mas sabia o que ela estava passando, aquele misto de frustração que ele próprio estava sentindo naquele momento. A garota suspirou fundo e mexeu no celular enquanto comentou baixinho para si mesma.

— Natal e aeroportos, como pode dar certo?

Jorge sorriu, surpreso com a coincidência.

— É, parece que eu não fui o único a ter planos arruinados.

Ela levantou os olhos para ele, confusa, mas logo compreendeu tudo.

— Você também perdeu um voo?

— Para o Brasil — Jorge respondeu com calma. — Minha família me esperava para a ceia, e você?

— Portugal, minha avó mora lá — ela comentou com tristeza. — Era para ser uma surpresa, mas agora a surpresa sou eu aqui, sozinha.

— Que pena, tenho certeza de que ela iria adorar a surpresa da neta.

A garota levantou os olhos para ele mais uma vez e deu um sorriso, eles então trocaram um olhar de cumplicidade com uma conexão silenciosa entre dois estranhos unidos pelo mesmo infortúnio. Por um instante, a frustração pareceu menos pesada.

Talvez aquela noite ainda pudesse reservar algo inesperado.

— Eu preciso ir — a garota comentou enquanto se levantava do banco. — Sinto muito por você ter perdido o seu voo.

— Eu também — Jorge anunciou com frustração, e logo uma possibilidade surgiu na sua mente. — Escuta, pode ser loucura, mas o que você acha de ver as luzes de Natal? Eu já iria sozinho, mesmo, com uma companhia talvez seja mais agradável.

— Mas você nem me conhece, e nem eu conheço você — ela retrucou desconfiada.

— Verdade, mas não seja por isso, eu me chamo Jorge — o rapaz comentou arrancando um sorriso dela e pegou algo dentro do seu bolso. — Aqui está a minha carteira da empresa de engenharia que eu trabalho para você ver que estou falando a verdade.

— Ah, eu tenho um amigo que trabalha nessa empresa — ela falou depois de ver o cartão e logo o devolveu para o rapaz.

— É mesmo? Quem é ele?

— Peter, conhece?

— Ah, Peter Miller? — Jorge perguntou e a viu concordar com a cabeça. — É o arquiteto chefe da empresa, é gente boa. E como você se chama?

— Verônica.

— É um belo nome — Jorge respondeu e perguntou em seguida. — Então, aceita ir ver as luzes de Natal? Sem expectativas, sem pressões. Só dois desconhecidos que sabem apenas o nome um do outro e tem um amigo em comum apreciando algo bonito.

Verônica ficou em silêncio por um instante, olhando para o rapaz à sua frente como se ele fosse um quebra-cabeça com peças faltando. Algo nele a intrigava, talvez fosse a sinceridade no tom, ou a maneira como ele parecia alheio ao quão inusitada era sua sugestão.

— Você é sempre assim? — ela perguntou, arqueando uma sobrancelha. — Cheio de ideias absurdas?

— Só quando acho que vale a pena. — Jorge deu um sorriso safado.

Ela riu espontaneamente, e cruzou os braços, ainda avaliando-o.

— Tá bom, eu aceito ver as luzes de Natal com você, mas com uma condição.

— O que você quiser — Jorge respondeu tentando esconder a surpresa com a aceitação da garota.

— Se for estranho ou desconfortável, cada um vai para o seu lado sem perguntas, combinado?

— Combinado.

— E eu também aceitei pela curiosidade... e porque hoje eu também decidi ser um pouco absurda.

— Essa é a melhor decisão que você poderia tomar — ele respondeu, animado. — Vamos nessa antes que a magia das luzes vire só um monte de lâmpadas piscando.

Verônica riu novamente, dessa vez com mais leveza, e começou a caminhar ao lado dele. Talvez as peças do quebra-cabeça estivessem todas ali, só esperando o momento certo para se encaixar.

Os dois caminharam até o depósito de bagagens que havia no aeroporto para guardarem as suas malas, e depois de receberem as chaves, eles pegaram um táxi e foram até o Times Square.

— E aí, aonde vamos primeiro? — Verônica perguntou depois que eles saíram do táxi.

Jorge olhou ao redor, com o se analisasse as opções enquanto ela puxou o cachecol para mais próximo do rosto.

— Boa pergunta — ele respondeu enquanto caminhava ao lado de Verônica pelas ruas iluminadas de Nova York. — Eu diria para começarmos pelo Rockefeller Center. A árvore de Natal lá é meio clichê, mas é praticamente uma tradição, né?

— É verdade. — Verônica deu um sorriso discreto. — Mas se tiver lotado, vamos para outro lugar, multidão me deixa aflita.

— Ok, anotado — Jorge falou depois de ajeitar o seu casaco. — Alguma outra condição?

— Chocolate quente, afinal, Natal sem chocolate quente não é Natal.

— É verdade — ele sorriu e apontou para um estabelecimento bem iluminado. — Ali tem uma cafeteria muito boa, vamos lá.

Jorge a chamou para atravessarem a rua, e Verônica o acompanhou em passos lentos, ela então apertou o seu cachecol mais uma vez tentando fugir do frio que o vento de Nova York trazia. Os dois adentraram na cafeteria, e logo o calor do local os envolveu junto com o cheiro de café que exalava no ambiente e que parecia como um convite impossível de se recusar.

— Que lugar adorável — Verônica comentou com brilho nos olhos. — Não conhecia.

— Imaginei mesmo que você ia gostar — Jorge falou com um sorriso e os dois foram até o balcão. — Agora é só decidir: chocolate quente, cappuccino ou algo mais ousado?

— Quero chocolate quente, com certeza, ainda mais nessa noite fria. — Ela olhou para o cardápio que estava em cima do balcão. — Mas, se tiver chantilly, vou aceitar.

— É uma ótima opção. Eu também vou de chocolate quente, mas sem chantilly. — Ele virou o rosto para a atendente e fez o pedido, e enquanto esperavam as bebidas serem feitas, Jorge comentou. — Sabe, até que esse passeio inesperado tá sendo muito bom.

— Também acho, quem diria que eu estaria aqui, acompanhada de um completo estranho e planejando ver as luzes de Natal em plena Nova York.

— Não sou mais estranho — ele riu, pegando os copos que o atendente os entregou. — Já nos apresentamos, já evoluímos, agora somos, como posso dizer? Conhecidos.

— Ok, "conhecido". — Verônica riu enquanto pegava o copo das mãos dele, sentindo um calor reconfortante. — Mas ainda é um pouco estranho.

— Estranho é onde a magia acontece. — Jorge levantou os copos como se fosse fazer um brinde. — Aos encontros inesperados e aos desconhecidos corajosos.

Verônica sorriu e levantou o seu copo para acompanhá-lo.

— Às decisões espontâneas.

Os dois saíram da cafeteria para voltarem para a noite fria que fazia do lado de fora, e com os copos nas mãos, eles caminharam calmamente em direção ao Rockfeller Center. As luzes da cidade brilhavam e piscavam ao redor deles, como se acompanhasse o ritmo da conversa dos dois.

— Então, você é de onde lá no Brasil? — Ele perguntou depois de dar um gole na sua bebida.

— Eu sou de Minas, e você?

— Sou de São Paulo. Já fui em Minas, lá é maravilhoso.

— É sim — Verônica concordou com a cabeça. — Tem um tempinho que não vou lá.

— Por quê?

— Porque minha família não mora mais lá, só alguns tios — Verônica explicou com calma. — Minha avó foi morar em Portugal com meu tio e meus pais moram no Canadá.

— Nossa, é uma família mundialmente distribuída — Jorge comentou com um toque de humor.

— Sim, houve oportunidades de empregos e eles não recusaram.

— Certos, do jeito que o Brasil está, o melhor é procurar novos ares. Chegamos.

Verônica levantou o olhar e avistou a enorme árvore de Natal que havia no local, seus olhos brilhavam e ela deu um passo à frente, como se estivesse sendo atraída pela grandiosidade da árvore. O brilho dourado e vermelho das luzes parecia como uma dança aos seus olhos, e ela respirou fundo com aquele clima mágico.

— Fica melhor a cada ano — ela murmurou, sem desviar o olhar. — Parece até um cartão-postal.

— É verdade, esse lugar decorado com as luzes de Natal me faz sentir como se estivesse eu um filme daqueles clichês que passava na Sessão da Tarde.

Verônica sorriu com o comentário e virou o rosto para o rapaz com os olhos brilhando sob o reflexo das luzes.

— Você realmente parece alguém saído de um desses filmes — ela comentou com diversão. — Aparece do nada, muda tudo e deixa a protagonista confusa.

— É mesmo? Espero que isso seja um elogio. — Jorge arqueou uma sobrancelha, fingindo surpresa.

— Talvez seja — ela respondeu e deu mais um gole no seu chocolate quente. — Então, você é um grande fã de Natal ou só está tentando impressionar alguém?

Jorge sorriu e olhou para as luzes da árvore, ficando pensativo por um momento como se procurasse as palavras certas para falar.

— Gosto muito do Natal, mas confesso que a ideia de impressionar sob as luzes da cidade me motiva muito mais do que o brilho que elas trazem.

— Você é uma figura — ela riu, balançando a cabeça, e ele riu depois dela.

— Talvez, mas sou uma figura sensacional, a nossa "missão Natal" não está sendo ótima?

— Está sim — ela respondeu, dando mais uma olhada para a árvore e as pessoas ao redor. — Mas ainda temos mais o que ver, certo?

— Claro que sim. — Jorge apontou para a outra direção onde havia vitrines decoradas e iluminadas com luzes brilhantes. — Vamos dar uma olhada ali? A cada ano que passa as vitrines ficam mais radiantes.

— Você tá mesmo empenhado em fazer essa noite ser especial, hein? — Verônica comentou, com um sorriso divertido.

— Claro, ainda mais com uma companhia tão boa quanto a sua.

Jorge piscou para ela e logo os dois seguiram em direção às luzes. Verônica virou o rosto para o rapaz observando-o com calma, e então pensou naquela noite surreal que ela nunca esperaria que acontecesse. Como poderia imaginar que estaria vendo as luzes da cidade com um completo desconhecido?

As risadas ecoavam distante, o som de uma música alegre vinha de um canto da avenida, e o brilho das luzes ao redor só aumentava a sua sensação de que tudo aquilo era quase irreal, mas de alguma forma, a companhia de Jorge tornava tudo mágico e natural.

— Ficou quieta de repente — ele comentou virando o rosto para ela com um sorriso curioso. — Tá pensando em quê?

Verônica piscou os olhos rapidamente, como se tivesse sido pega em flagrante. Ela tentou disfarçar, e desviou o olhar para a rua iluminada à sua frente, mas não conseguiu esconder o leve rubor que apareceu nas suas bochechas.

— Em nada, estava só pensando nessa noite e em como ela está sendo totalmente diferente de tudo o que eu havia imaginado para ela.

— Ser diferente é bom, pelo menos na maioria das vezes — Jorge respondeu e jogou o copo sujo na lixeira. — Imagina como estaria a sua noite se você tivesse perdido o seu voo e isso aqui não estivesse acontecendo?

— Provavelmente estaria debaixo das minhas cobertas e assistindo a um filme clichê de Natal.

— Mas agora você está vivendo um — ele brincou, desviando o olhar para as luzes.

— É, acho que sim — Verônica assumiu e parou por um instante, olhando para ele, antes de completar. — Obrigada pelo convite, foi meio louco da sua parte, mas no fim eu precisava disso.

— Que bom — Jorge sorriu e olhou para as luzes das vitrines, ficando pensativo, mas logo virou o olhar para a garota falando com uma confissão. — As luzes me lembram muito a minha mãe, acho que é por isso que gosto tanto do Natal, porque é uma data que ela ama muito.

— Ela deve ser uma pessoa maravilhosa — Verônica comentou depois que os dois se sentaram em um banco em frente à vitrine iluminada.

— Ela é sim, é a pessoa mais linda e maravilhosa que existe nesse mundo, ela diz que as luzes de Natal não estão aqui só para enfeitar, mas sim como uma lembrança de que, mesmo nas noites mais escuras, sempre terá algo para iluminar o nosso caminho e de que tem algo brilhando para nos lembrar de que as coisas darão certo.

— É uma mensagem bem bonita, e faz todo sentido. — Verônica percebeu que Jorge havia ficado melancólico e perguntou. — Você sente muita falta dela, não é?

— Muita, ela é a minha vida, e eu faço de tudo por ela — ele respondeu com um sorriso cheio de esperança. — Acho que é por isso que gosto tanto dessa época, é como se as luzes me obrigassem a olhar além do caos e me lembrar que a minha mãe sempre vai estar lá para segurar a minha mão.

Verônica o observou por um instante, sentiu a sinceridade em cada palavra dele, e sorriu achando aquele momento muito bonito e simbólico, não pensou que Jorge seria um rapaz tão ligado com a família e falasse tão bem da sua mãe como se não existisse mais ninguém no mundo.

— Que bonito isso — ela disse em um tom calmo. — É bem raro encontra alguém assim, tão apegado com a família e que fale dela com tanto amor.

Jorge sentiu o seu rosto corar, envergonhado pelo elogio, mas logo encarou a garota ao seu lado com um sorriso no rosto.

— Ela merece todos os elogios do mundo, tudo o que eu sou é graças a ela.

Verônica sentiu o seu coração aquecer, não estava acostumada a ouvir homens falarem de seus sentimentos de forma tão leve e fácil.

— Você tem sorte de ter uma mãe assim. — Ele deu um sorriso e ela continuou a falar. — E ela também tem sorte de ter um filho que a valoriza tanto.

— E você? — ele perguntou, curioso. — O que as luzes te fazem lembrar?

— Ah, muitas coisas — Verônica respondeu nostálgica —, lembro de quando minha família ainda morava no Brasil e nós nos reuníamos na fazenda de vovó para celebrar o Natal, meu avô gostava muito de montar a enorme árvore no quintal no dia da ceia e chamava todos os netos para ajuda-lo, era uma folia, mas depois que ele se foi, a família se dividiu entre os países, e mesmo que sejamos uma família unida, não foi mais a mesma coisa depois que vovô se foi.

Jorge a ouviu atentamente sem tirar os olhos da garota ao seu lado, como se pudesse ver as lembranças que ela descrevia e percebendo um misto de alegria e saudade em sua voz.

— Parecia ser uma época muito especial — ele comentou com um sorriso que mostrava empatia. — Pelo visto seu avô era o coração da família.

— É, acho que sim — Verônica concordou, e seus lábios se curvaram em um sorriso suave. — Era aquela pessoa que unia todo mundo, para ele não tinha tempo ruim e ele sabia tornar qualquer momento, por mais simples que fosse, inesquecível. Por isso queria ir fazer essa surpresa para minha avó, queria estar perto dela, e de alguma forma perto do meu avô, também.

Jorge analisou as palavras dela, ficando em silêncio por um momento. Ele percebeu que aquelas lembranças tinham um peso para Verônica, e mesmo com a distância e o tempo, ainda carregavam algo especial.

— O que realmente importa é o quanto essas memórias significam para você — ele analisou. — Mesmo que não seja mais do jeito que era, vocês ainda estão ali um para o outro e essência do que vocês viveram ainda está ali, também

Verônica refletiu por um instante as palavras do rapaz, seus olhos atentos nas luzes da enorme árvore de Natal que piscavam na noite, ela sabia que ele tinha razão, mas ainda era difícil não sentir saudade do que parecia uma realidade tão distante naquele momento, mas ainda assim, algo reconfortante surgia na sua mente de que a essência de tudo o que ela viveu com a sua família ainda permanecia viva e guardada no seu coração.

— É, você está certo, nunca tinha pensado assim. Sempre me concentrei naquilo que eu perdi, e não no que ficou.

— Isso — Jorge sorriu e se aproximou dela. — Não deixa a saudade consumir você, pensa nos momentos felizes e nas memórias boas que ficou no seu coração.

Verônica sorriu com o conselho, mas logo mudou o assunto perguntando em seguida.

— Para onde vamos, agora?

— Para onde o coração mandar — ele respondeu com um sorriso travesso, mas logo deu uma risada. — Brincadeira, eu tava pensando em mais um chocolate quente, tá começando a esfriar mais.

— Ah, eu quero muito um chocolate quente.

— Ótimo, vamos no Central Park, lá tem uma cafeteria ótima, e aproveitamos para ver as luzes de Natal.

— Ah, lá é maravilhoso — ela exclamou com entusiasmo. — Adoro o Central Park.

— Vai adorar mais ainda quando ver como ele fica mágico no Natal, é como se as luzes contassem uma história diferente a cada esquina.

Verônica sorriu e logo eles caminharam em direção ao parque, o frio da noite os envolvia, mas o pensamento das luzes natalinas e a companhia um do outro mantinha o clima mais acolhedor. Não demorou muito e eles logo chegaram no local, o parque estava brilhando com decorações festivas, árvores decoradas, guirlandas iluminadas e as pequenas barracas de doces deixava tudo parecido como um conto de fadas.

— A cada ano que passa isso aqui fica mais lindo — Verônica disse, parando por um momento para apreciar a vista.

— Concordo — Jorge respondeu com um sorriso. — Agora, chocolate quente.

Verônica assentiu e os dois adentraram na cafeteria bem iluminada e decorada com luzes e adereços natalinos, o aroma rico de café e chocolate os recebeu como um abraço aconchegante. Eles seguiram até o balcão e fizeram seus respectivos pedidos, e depois de pegarem as bebidas, eles foram se sentar em um banco em frente a uma das árvores iluminadas do parque.

— Que horas sai o seu voo? — ele perguntou depois de dar um gole no chocolate quente.

— 9h, e o seu?

— Ah, ainda temos tempo — Jorge brincou, olhando para o relógio com um sorriso descontraído. — O meu voo só sai às 11h.

— Dessa vez vamos chegar com bastante antecedência para não perdemos o voo.

— Ah, com certeza.

— Sou só eu, ou você também está achando que o tempo está passando devagar? — Verônica perguntou com leveza. — Parece que estamos no meio de algo, como se a noite ainda estivesse apenas começando.

— Talvez seja o encanto das luzes de Natal — ele insinuou, com um brilho nos olhos. — Elas têm essa magia, mesmo, nos faz esquecer da correria do dia a dia e aproveitar o momento.

— É, talvez seja — Verônica assentiu. — E a gente deveria aproveitar o tempo e esse momento enquanto não chega a hora de embarcarmos.

Jorge sorriu, e tomou mais um gole do seu chocolate quente sentindo o calor da bebida e da companhia de Verônica, ele ficou em silêncio por um momento enquanto pensava naquela noite que acabou sendo especial para ele de alguma forma, e entre o brilho das luzes e as conversas compartilhadas, ele percebeu que aquela noite de véspera de Natal seria inesquecível.

— Sabe, nunca pensei que fosse passar a véspera de Natal com um desconhecido, e essa noite acabar sendo especial de alguma forma.

— Ei, não somos mais desconhecidos — ela riu com o comentário do rapaz sendo acompanhada por ele. — Mas falando sério, acho que os melhores momentos acontecem de forma inesperada, e a gente só precisa desses momentos simples pra lembrar o que realmente importa.

Verônica sorriu, sentindo algo especial no ar, algo que não conseguia explicar com palavras.

— Com certeza esse vai ser um dos meus Natais mais memoráveis. Obrigada por tornar ele especial.

— Imagina — Jorge sorriu e virou o olhar para a garota. —, e eu espero que não seja a última vez que a gente passe o Natal assim.

Verônica ficou em silêncio por um instante, absorvendo as palavras do rapaz. Algo dentro dela sabia que, apesar do Natal ser um momento de magia, o que realmente importava era a conexão que eles estavam criando ali, naquele exato momento.

— Eu também — ela assentiu, sorrindo suavemente.

— Vamos continuar o passeio? — Jorge a chamou, e lhe estendeu a mão depois de se levantar do banco que estava sentado. — As luzes ainda têm muitas histórias para contar.

Verônica olhou para a mão estendida e com um sorriso, pegou nela. O toque de Jorge era firme e quente, e aquele calor a fez se sentir em casa, de uma forma que ela nunca havia sentido. Ela o acompanhou até o próximo destino, e aquele momento juntos foi como uma promessa de que teriam mais momentos especiais.

Os dois seguiram para outra parte do parque, as luzes dançavam nas árvores e nos postes, e as estrelas decoravam o caminho. Cada passo dado parecia mais envolvente que o anterior, como se o tempo passasse devagar, permitindo que eles se perdessem um pouco naquele momento.

Jorge falava sobre o ambiente, e ouvia as histórias de Verônica sobre a sua infância e os momentos felizes que ela passou com a família, e ali os dois acabaram criando um ambiente mais íntimo, e eles se permitiram mergulhar naquele momento simples e perfeito.

As luzes não iluminavam apenas o parque, mas também algo novo e desconhecido que parecia estar nascendo entre eles, algo que parecia crescer a cada risada e troca de olhares.

Não demorou muito e os dois logo chegaram no Bryant Park, o local, durante outubro e março, se transformava em um centro de patinação de gelo, mas naquela noite de véspera de Natal, o parque estava decorado com luzes cintilantes e algumas árvores de Natal enfeitadas que criavam um ambiente mágico e acolhedor.

A pista de patinação estava iluminada, as pessoas deslizavam suavemente sobre o gelo, criando um cenário encantador sob o céu estrelado.

— Ah, esse lugar é lindo, é um dos meus preferidos na época de Natal — Verônica comentou com um sorriso.

— Você sabe patinar? — Jorge perguntou enquanto eles se aproximavam da pista.

— Já faz tanto tempo que patinei, acho que desaprendi — Verônica respondeu com brincadeira. — E eu também passo mais vezes no chão do que em pé.

Jorge gargalhou alto e arrancou uma risada da garota que o acompanhou com felicidade.

— Ah, é igual a andar de bicicleta, quem aprende não esquece mais.

— E se eu te falar que eu não sei andar de bicicleta? — Verônica anunciou vendo a cara de surpresa do rapaz ao seu lado.

— O quê? — Jorge perguntou, sem acreditar. — Brasileira raiz e não sabe andar de bicicleta?

— Nem tão raiz, eu moro fora do Brasil desde os 16 anos.

— E quantos anos você tem?

— 28 — ela respondeu com um sorriso.

— Olha, tem um tempo que você saiu do Brasil — Jorge comentou cruzando os braços.

— E você mora aqui há quanto tempo? — Verônica perguntou enquanto observava um grupo de crianças rindo na pista de patinação.

— Só 4 anos. Eu precisei ser transferido por causa do trabalho, não era o plano inicial, mas acabei me adaptando.

— É recente, ainda — ela comentou, colocando as mãos nos bolsos do casaco. — E você gostou da transferência?

— Foi difícil no começo — ele sorriu, olhando ao redor. — Nova York é mágica e única, mas ainda sinto falta do Brasil, principalmente da minha família e dos programas que nós fazíamos juntos.

— Eu entendo, é difícil mesmo estar longe de quem é realmente importante para nós.

— Pois é — Jorge concordou com a cabeça e a chamou. — Vamos patinar?

— Vamos, mas se eu cair, a culpa é sua.

— Não se preocupa, se você cair, eu te seguro. — Jorge piscou o olho para Verônica que sentiu o seu rosto corar.

Os dois foram para a fila para que pudessem pegar os patins e não demorou muito para que eles já estivessem na pista de patinação. Jorge estava com um sorriso confiante, e segurou na mão de Verônica para guiá-la pela pista, e logo os dois começam a deslizar pelo gelo.

Verônica tentou se equilibrar, ainda com medo de cair no meio da pista, mas ela logo começou a relaxar, rindo das pequenos deslizes e tropeços.

— Olha, você está indo bem — Jorge comentou, sorrindo. — Daqui a pouco vai estar melhor do que qualquer um aqui.

— Não exagera, mas obrigada pelo incentivo — ela respondeu com alegria.

O frio do ar e o brilho das luzes faziam com que o ambiente ficasse cada vez mais mágico. Eles continuavam patinando junto, e Verônica começou a se soltar mais, soltando até a mão de Jorge que começou a patinar mais rápido como se aquele fosse um esporte que ele praticasse diariamente.

O rapaz se aproximou de Verônica e apareceu atrás dela lhe dando um susto a fazendo pular, ele riu e arrancou uma risada dela, e os dois continuaram se divertindo, deslizando pelo gelo, conversando e rindo igual duas crianças aproveitando o momento.

Depois de patinarem por longos minutos, os dois decidiram parar, eles então devolveram os patins e foram se sentar em um banco próximo à pista, os seus rostos demonstravam felicidade querendo que aquele momento não acabasse tão cedo.

— Gostou de voltar a patinar? — Jorge perguntou com um sorriso.

— Adorei — Verônica respondeu sem esconder a felicidade. — Tinha esquecido de como é divertido.

— Já são dez da noite — ele anunciou depois de olhar para o seu relógio de pulso. — Quer continuar a noite, ou quer descansar para o voo no dia seguinte?

— As malas ficaram no aeroporto, não é!? — Verônica perguntou, e Jorge concordou com a cabeça.

— Sim, nem precisa se preocupar com isso. Só falta você decidir.

Verônica passou os olhos ao redor, as luzes brilhando e o som alegre da música lhe causaram um aconchego, e a noite fria, mas com o calor da companhia de Jorge tornava tudo especial.

— A noite está maravilhosa, e pra falar a verdade, não queria que ela acabasse agora.

— Que bom — Jorge sorriu, satisfeito —, porque eu também não quero que ela acabe agora. Vamos para mais um passeio, conheço um lugar aqui perto que vai ser um final de noite em grande estilo.

— Ah, agora fiquei curiosa. — Verônica se levantou e estendeu a mão para Jorge. — Me surpreenda, então.

— Pode deixar.

Os dois saíram do Bryant Park e caminharam pelas ruas iluminadas de Nova York, como se o tempo tivesse parado apenas para eles. Verônica sentiu que aquela noite traria algo de especial para ela, algo além do frio ou das luzes, e que aquela seria uma memória que ela guardaria com carinho.

— Para onde estamos indo, mesmo? — ela perguntou curiosa.

— Um lugar que tem uma das melhores vistas da cidade, mas só vou te contar quando chegarmos lá — Jorge respondeu, piscando para ela.

— É algum lugar famoso?

— Talvez seja, ou talvez seja só um lugar especial para mim, mas prometo que você vai gostar.

Eles caminharam por alguns minutos enquanto conversavam animadamente e apreciavam as ruas tranquilas e repletas de encantos com as luzes e decorações que pareciam transformar a cidade em uma obra de arte viva, mas não demorou muito para que eles chegassem em um grande prédio residencial.

— Que lugar é esse? — Jorge não respondeu, apenas deu um sorriso e a conduziu até o elevador. — Estamos indo para o topo?

— Isso mesmo.

Quando chegaram ao terraço, Verônica avistou um pequeno banco de madeira, onde nele havia algumas almofadas para que ficasse mais confortável. Ela avistou ao redor e toda aquela vista a deixou sem palavras, era espetacular ver a cidade inteira brilhando sob o céu noturno.

— Meu Deus, que coisa linda — ela sussurrou, olhando em volta.

— Sabia que você ia gostar — ele disse a conduzindo para se sentar no banco. — Sempre venho aqui quando quero pensar ou quando a saudade de casa aperta.

— É lindo, eu adorei.

— E eu também nunca trouxe ninguém aqui antes — ele confessou a deixando surpresa.

— Sério?

— Sim — ele confirmou, com um sorriso tímido. — Achei que essa noite seria perfeita e que eu deveria compartilhar com alguém especial.

Verônica sentiu o seu coração acelerar com aquelas palavras, mas sorriu, tentando manter o clima descontraído.

— Obrigada por me trazer, eu me senti realmente especial.

— Mas você é especial — ele se aproximou dela e passou a mão no seu rosto de forma delicada, como se quisesse eternizar aquele momento. — Nunca esperei que fosse conhecer alguém tão marcante e que tornasse a minha noite inesquecível.

Verônica o olhou nos olhos vendo a sinceridade brilhar neles, a intensidade daquele olhar a tocou de uma forma inesperada, e por um instante, o mundo pareceu desaparecer ao redor deles.

— Jorge... — ela começou, mas não conseguiu terminar o que iria dizer, um misto de surpresa e emoção a invadiu.

— Eu sei que pode ser loucura, mas eu precisava te falar isso — ele continuou, com a voz trêmula. — A gente acabou se encontrando por acaso, mas parece que a noite estava destinada para nós dois, e que era para ser assim.

Verônica sorriu suavemente, tentando organizar os seus pensamentos. Havia algo em Jorge que mexia com ela e que fazia tudo parecer natural e especial ao mesmo tempo.

— Você tem razão — ela disse, finalmente. — Essa noite foi muito especial, graças a você.

Jorge sorriu trazendo a Verônica um calor reconfortante, ele olhou para os lábios dela, hesitando por um momento, e então levou o seu olhar para o dela como se buscasse alguma confirmação no brilho nos seus olhos.

— Deixa eu te beijar? — ele pediu, a voz quase como um sussurro.

Verônica não respondeu com palavras, mas se aproximou dele com um pequeno sorriso no rosto, e aquela reação foi a única resposta que Jorge precisou.

Ele aproximou o seu corpo ao dela e os seus lábios se encontraram em um beijo cheio de significado, a cidade inteira pareceu parar por um instante ao redor deles, e as luzes de Natal pareciam brilhar ainda mais forte.

A neve começou a cair lentamente sobre eles, Jorge apertou delicadamente a cintura de Verônica, enquanto as mãos dela seguravam o rosto dele, como se não deixasse ele se afastar. Era um beijo intenso, apaixonado e cheio de emoção, e apesar do frio que a neve trazia, eles sentiam apenas o calor do toque que vinha um do outro.

Quando o beijo cessou, os seus rostos permaneceram próximos, as respirações pesadas preenchiam o ambiente, e eles se olharam com um sorriso largo no rosto, como se aquele momento tivesse transformado tudo ao redor.

— Isso foi... perfeito — Verônica assumiu em um sussurro, sentindo o seu coração bater rapidamente.

— Foi mesmo — Jorge respondeu e a olhou nos olhos, e se inclinou mais uma vez encurtando a distância entre eles. — Você é tão linda.

Dessa vez, o beijo foi mais calmo e delicado, os seus lábios se tocaram com suavidade, mas com uma intensidade que nenhum dos dois saberia explicar. A neve continuava a cair sobre eles enquanto as luzes ao fundo piscavam como testemunhas daquele momento especial entre os dois.

— Não tenho dúvidas que esse foi o meu Natal favorito — Verônica confessou depois de desgrudar os lábios do de Jorge.

— O meu também.

Os dois deram um sorriso que carregava felicidade e que vinha cheio de promessas, eles então deixaram se levar pela magia daquela noite que, de alguma forma, parecia ser só deles.

Oooi, obrigada por terem chegado até aqui.

Espero que tenham gostado desse conto que eu amei escrever. ✨❤️

Feliz Natal para todos. 🎄❤️

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