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VI - Equilíbrio

     Aquela noite não foi das melhores para Olivia, já que ela viu o dia raiar através das cortinas. Mal aguentava os olhos abertos, mas havia refletido tanto durante as horas que se passaram que não podia deixar para depois. Se levantou, mas não pegou as muletas. Mesmo sentindo dor, foi mancando até o banheiro, escovou os dentes, lavou o rosto e encarou suas olheiras fundas no espelho. Tentou abrir a porta silenciosamente para não acordar Adam.

     Se arrependeu de não pegar suas muletas quando um choque subiu por sua panturrilha ao descer os degraus. Respirou fundo e tentou se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse a dor. Olhou ao redor e todos pareciam dormir – o que era completamente normal, já que mal passava das sete da manhã. Caminhou até o trailer quase em frente ao seu e bateu na porta.

     Olivia se perguntava mentalmente o que estava fazendo, estava cedo demais e pelo horário em que voltaram do circo, ele certamente estava dormindo. Quando virou as costas para ir embora, a porta se abriu e um Oscar com o rosto inchado, olhos quase fechados e cabelos bagunçados apareceu. Sua feição não era das melhores.


– O que você quer? – Oscar apoiou o corpo no batente da porta e coçou a barba.

– Bom dia pra você também.

– Bom dia... O que você quer? – quanto mais tentava abrir os olhos, mais eles queriam se fechar.

– Eu pensei no que você disse ontem... – pigarreou – Talvez você tenha razão.

– Que horas são? – coçou os olhos.

– Sete e quinze – bufou irritada por ele não prestar atenção no que ela queria falar.

– Por que você me acordou esse horário?!

– Porque eu precisava falar com você, mas você não me ouve.

– Cadê suas muletas? – franziu o cenho.

– Eu preciso me desapegar delas. Eu preciso enfrentar a dor pra poder voltar para o meu trapézio.

– Pensei que você tivesse desistido.

– É o que eu estou tentando falar! Eu pensei no que você disse ontem...

– Sobre...? – suspirou, já cansado de ficar ali. Seu corpo estava implorando por sua cama.

– Sobre eu não me apoiar. Você tem razão. Eu não me apoio.

– E você me acordou pra dizer isso? – cruzou os braços.

– Não! Eu vim dizer que vou querer... aliás, eu vou precisar da sua ajuda.


     Por mais que sua única vontade naquele momento fosse de fechar a porta e voltar para a sua cama, os olhos cheios de expectativas de Olivia despertava em Oscar o desejo de ajudá-la. A mulher de pijamas de ursinhos tentava esconder a ansiedade enquanto esperava alguma resposta do rapaz, mas esperava que ele fosse dizer não. Na verdade, já estava arrependida de estar ali. Não era porque recebeu sua ajuda na noite anterior que ele estaria disponível ou até mesmo com vontade de ajudá-la.


– E como eu posso te ajudar? – disse em meio a um bocejo.

– Igual você me ajudou ontem.

– Te segurando quando você cair? – arqueou uma sobrancelha.

– Isso é o principal – sorriu – Eu ainda vou cair muito.

– Tá bom – deu de ombros – Quatro da tarde. Nesse horário o pessoal vai se arrumar e descansar dos treinos e o circo fica vazio. Me encontre lá.

– Você não vai querer descansar também?

– Se você me deixar dormir agora, eu estarei praticamente descansado.

– Certo. Então até mais tarde.


     Com um breve aceno, Oscar se despediu e fechou a porta. Olivia levou um tempo até seu trailer, mesmo sendo um pequeno percurso. Deu uma olhada para trás e viu a cortina do rapaz se fechar rapidamente. Entrou em casa e seu irmão ainda dormia, assim como seu pai. Deitou em sua cama e finalmente sentiu o sono se achegar. Nem mesmo a falação de David e Adam – que milagrosamente acordaram de bom humor – foi capaz de despertá-la.

     Passava do meio-dia quando Olivia acordou com Megan cutucando seu braço. Naquele momento, sentiu a mesma raiva que Oscar ao ser acordado por ela. Sua mente estava descansada, mas seu corpo não. Talvez fossem as dores dos tombos da noite anterior que faziam efeito tardio. Ela via a boca de sua amiga se mover, mas não conseguia entender uma palavra sequer enquanto lutava para manter os olhos abertos.


– Você tá me ouvindo, Liv? – Megan falou próximo ao seu ouvido.

– Mais ou menos – murmurou.

– Que horas você chegou ontem?

– Eu não sei – sua voz ainda estava arrastada e seu rosto enterrado no travesseiro.


     Megan puxou a amiga pela mão, que reclamou sem parar até que estivesse sentada na cama contra a sua vontade.


– Credo, você tá horrível. Não dormiu não?

– Não... – bocejou e tentou se deitar mais uma vez, mas Megan a segurou.

– Eu sei que não, porque você chegou só de madrugada – sorriu ladino – Você vai me contar o que estava fazendo ou eu vou ter que descobrir sozinha?

– Como você sabe?

– O Adam me contou – deu de ombros – A muleta faz barulho no assoalho, Liv, seja mais ligeira. Mas e então, não vai me contar?

– Eu fiquei admirando meu trapézio por um tempo, acabei esquecendo da vida.

– Logo você vai voltar, você vai ver. Mas por enquanto você precisa se recuperar.


     Megan a abraçou e Olivia se sentiu mal por não contar a verdade para a ruiva, mas sabia que sua amiga era super protetora e não gostaria nada de saber que ela caiu três vezes enquanto tentava de toda forma se equilibrar, sendo que seguindo as recomendações gerais, ela deveria esperar por alguns meses até se aventurar pelos ares.

     As duas ficaram conversando pelas horas que se passavam, apenas trocaram o quarto abafado pelas cadeiras do quintal. Pessoas iam e vinham de seus trailers, mas elas continuavam aproveitando aquela tarde. Megan inclusive deveria estar ensaiando, mas ficou com preguiça. Falavam sobre um filme que assistiram naquela semana quando Oscar saiu de sua casa e encarou Olivia antes de seguir a passos lentos em direção ao circo. Ela olhou as horas no celular e se apressou em levantar.


– Meg, eu... eu preciso ir...

– Pra onde, Olivia?! Ainda tá cedo pra se arrumar.

– Eu sei, mas é que eu disse para o Richard que chegaria cedo hoje.

– Liv, ainda faltam duas horas pra apresentação começar.

– Eu sei, eu só... preciso ir.


     "Você tá parecendo doida", ouviu sua amiga gritar enquanto tentava apressar seu passo até o circo, mas era difícil, levando em conta que seu pé ainda doía demais. Quando finalmente pisou no picadeiro, respirou aliviada ao ver que Oscar ainda a esperava. O rapaz estava atirando facas na tábua de madeira vazia, mas ela observou que ele jamais as acertava onde sua vítima ficava amarrada, mesmo quando ninguém estava ali.


– Pensei que você tivesse se esquecido – ele falou ao acertar a madeira com mais uma faca.

– Era mais fácil você se esquecer – respondeu ao se sentar na primeira fileira.

– Não nego – acertou mais uma – Você me acordou, eu mal estava raciocinando.

– E Você conseguiu voltar a dormir?

– Até meio-dia. E você?

– Até meio-dia – sorriu.


     Oscar terminou de jogar todas as suas facas, e quando Olivia pensou que finalmente começariam com o trapézio, ele as retirou da tábua de madeira e começou a lançá-las mais uma vez.


– Você me chamou para te ver lançando facas? – arqueou as sobrancelhas.

– Ainda tem muita gente andando por aí. A menos que você queira ser flagrada por alguém que vá contar para o seu pai ou para o Hector.

– Tem razão.


     Olivia se manteve em silêncio até que ele terminasse de lançar suas facas, agora pela terceira vez. Oscar foi até o lado de fora da tenda e retornou com uma garrafa de água. Molhou o chão com um esguicho em linha reta, simulando uma barra. Ela o encarava com uma interrogação em sua face, não fazia ideia do que ele estava tentando fazer, já que mal tocou no trapézio.


– Tente andar nessa linha sem se desequilibrar.

– O que isso tem a ver com o trapézio?!

– Antes de cair lá de cima, você tem que tentar não cair aqui – Oscar apontou para a linha molhada sobre o chão.

– Isso é ridículo, fácil demais.

– Se é fácil, então ande. Me mostre.


     Olivia bufou e colocou o pé direito sobre a linha de água. Assim que colocou o esquerdo, seu corpo pendeu para o mesmo lado e a dor tomou sua panturrilha. Ela abriu os braços e conseguiu manter o equilíbrio, ignorando totalmente o tremor de sua perna. O segundo passo foi ainda mais difícil do que o primeiro, já que sua mão tocou o chão ao se desequilibrar.


– Se você estivesse lá em cima, teria caído de cara no chão.

– Você teria me segurado – deu de ombros.

– Tem certeza? – arqueou uma sobrancelha.

– Eu tinha, até você me perguntar – sorriu.

– Vamos, não temos muito tempo – conteve um sorriso – Tente se equilibrar na linha.

– Isso é ridículo, Oscar.


     Oscar não respondeu, apenas apontou para o risco feito com água. Demorou algumas boas tentativas para Olivia conseguir ao menos não tocar o chão, e ela odiava ter que admitir – e não faria isso em voz alta jamais – mas ele tinha razão, ela não conseguiria se equilibrar no trapézio se sequer conseguia se equilibrar sobre o tablado. O relógio se aproximava das seis e dentro de meia hora o público começaria a chegar, assim como os artistas apareceriam pelo picadeiro. Era hora daquilo acabar.

     Os dois caminharam até seus trailers em silêncio, já que não tinham muitos assuntos. Olivia precisou correr contra o relógio para se arrumar, já que precisaria chegar com antecedência para abrir a bilheteria. Repetiu a mesma maquiagem e o mesmo figurino da noite anterior, trocando apenas a gravata borboleta preta por uma vermelha. Mesmo querendo se livrar das muletas, precisou delas. Seu pé estava doendo muito por conta do esforço do dia e ela não poderia abusar. Mas cada pontada valia a pena, já que a lembrava de que ela estava tentando, e que quando menos esperasse, estaria de volta aos ares. 

Olá meus amores! Como estão?!

Espero que bem!

Capítulo curtinho e eu sinceramente não gosto desse aqui, então vou postar dois porque consegui produzir um pouquinho mais essa semana e estou feliz por isso (e até mesmo pra compensar esse aqui onde nada acontece).

Beijinhos ♥

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