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🐺 Capítulo 7

Oi, oi, oi, tesudinheeeeeeeees!!

Feliz de estar postando para vocês de novo 🥺 como estão? espero que bem! Fiquei com saudades

Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!

#VampiroTristeComT

»»🐺««

 Eu era burro.

Tive tal iluminação divina na segunda-feira, enquanto chegava à escola com Jungkook ao meu lado, já que tinha parado de fugir dele. E, claro, ele passava o braço em meus ombros e andava grudado em mim.

Tanto eu quanto ele conseguimos ouvir com uma precisão extrema as fofocas sobre sermos namorados assim que pusemos os pés no pátio. Jungkook não pareceu se importar, mas sondou minha reação.

E ela foi péssima.

Porque eu achava ter descoberto um dos problemas: eu realmente queria ser namorado do Jungkook.

Era óbvio. Tava estampado na minha cara e nas minhas atitudes há tempos. Mais uma prova de que eu vim com um acréscimo especial de burrice quando nasci.

Aí vinha outro problema: por que aquilo era um problema?

E tinha o problema mor: tudo se passando na minha cabeça em poucos segundos enquanto Jungkook me observava pra ver se eu tava tranquilo sobre os boatos do nosso suposto namoro. Tentei abrir um sorriso pra acalmá-lo, mas tive a impressão de que saiu medonho.

O cenho de Jungkook franziu... Realmente, devo ter dado um sorriso de merda.

O enlace ao redor dos meus ombros ficou mais firme, como se Jungkook temesse uma fuga (e eu realmente não tinha como me defender de tal acusação), mas logo afrouxou e Jungkook deu um suspiro contido.

Fiz um esforço e não fugi, valia até um prêmio.

Inclusive, levei uma das minhas mãos até suas costas, a apoiando lá e sentindo os músculos fortes. Era um jeito de tentar correspondê-lo, e acho que deu certo, porque Jungkook sorriu. E eu que suspirei daquela vez, aliviado.

— Eu acho que entendi uma coisa, Kook... — sussurrei, e ele levantou as sobrancelhas grossas, atento. — Mas ainda não processei a informação, por isso a cara de cu. Depois eu te chamo pra conversar.

— Tendi... — foi o que disse, mas aproximou o rosto do meu como se tivesse investigando algo. Depois, sorriu e deixou um beijo em minha bochecha antes de se empertigar de novo. — A cara de cu mais linda que já vi.

— Cuzão.

— Cê não viu pra poder falar dele! Tornozelo de donzela vitoriana, né? — Gargalhou e acompanhei, porque não dava pra ficar sério com aquele palhaço, mesmo com a umidade de seu beijo na minha bochecha queimando a pele e com o coração acelerado como o inferno.

— O maior mistério da sociedade sobrenatural! — devolvi, dando de ombros, mas ele parecia pensativo ao meu lado. E eu sabia que nada de bom ia sair daqueles segundos de silêncio.

— Impressionante como tua cara de cu é bonita que nem teu cu... Deve ter alguma relação.

— Kook, por que você tá transformando meu cu em tópico de conversa mesmo? — Meu rosto queimava como uma desgraça. O esforço mental que fiz pra não lembrar daquele dia foi tanto que me senti exausto e já planejava usar todo aquele cansaço como desculpa pra não prestar atenção nas aulas; não era como se eu não fosse gabaritar as provas de qualquer jeito. Ah, mas boa notícia: minha voz até que saiu firme.

— Cê que começou falando da cara de cu, eu não tenho nada a ver com isso! E talvez eu teja meio nervoso com nossa futura conversa... — confessou subitamente e soltou meus ombros pra segurar as mãos atrás do corpo, todo casto e envergonhado, mal parecia Jeon Jungkook. — É que não sei lidar com mistério direito, fico todo agitado, aí achei que uma piadinha ia dar bom. Não que seja mentira que teu cu e tua cara de cu sejam bonitos...

Arregalei os olhos porque uma parte de mim nem acreditava que Jungkook era fisicamente capaz de ficar nervoso. Era meio adorável. Chequei as horas e vi que tínhamos chegado cedo pra aula, então segurei a mão grande e a puxei até a parte de trás do colégio. Não foi difícil ouvir o alvoroço de fofocas dos outros estudantes ao nos assistirem. Cheguei a ficar impressionado com a quantidade de posições diferentes nas quais Jungkook me comeria até me fazer gemer que nem uma putinha.

— Desculpa... — ele pediu. Provavelmente ouviu até mais coisa do que eu. — Eu vou desmentir esse rolê de cê ser meu namorado, tá? Desculpa mesmo.

— Não precisa. — Entrei na pequena floresta que rodeava a escola, com minha palma suando contra a mão de Jungkook. O mato ao redor era alto, mas tanto aluno perambulava por ali que formava pequenas trilhas. — Eu não ligo pro que falam de mim e...

Parei de andar. Não távamos muito embrenhados entre as árvores, mas eu só ouvia animais silvestres, o que queria dizer que a barra tava limpa. Soltei a mão dele e, já arrependido da minha decisão, virei bem devagar em sua direção, tentando adiar o inadiável.

— E? — Ele ergueu as sobrancelhas de um jeitinho característico, mas também carregava na expressão os traços incomuns de nervosismo e mordia a boca que eu tanto queria beijar.

— Kook... Eu... eu ainda tô tentando entender, juro. Mas pra não te deixar ansioso, vou falar o que entendi. Eu tô morto de medo, mas sei que esconder de você só piora as coisas. E... vou confiar em você, porque eu tenho muito medo de...

— O quê? — Jungkook quase cuspiu a palavra. Seu corpo tensionava, como tentasse conter sua agitação. Agitado igual, apoiei a mão no ombro dele. Ele mordeu os lábios mais uma vez. Jungkook tava tão estranho. E eu ficava com mais medo ainda de falar. — Ji! Pelo ódio de Belzebu, cê vai me fazer explodir de aflição com esse mistério!

Enchi os pulmões de ar.

— Acho que fiquei incomodado com os boatos sobre ser seu namorado porque, no fundo, eu quero ser seu namorado. — Expirei, num turbilhão de palavras tão amedrontadas e rápidas que tive medo do Jungkook não ter entendido.

Mas seus olhos redondos pareciam duas bolas de gude de tão arregalados. Sim, ele tinha ouvido.

Comecei a pensar se eu deveria ter mantido o segredo, como todo protagonista que se apaixona pelo melhor amigo, com medo de arruinar a amizade (que eu já tinha feito a proeza de arruinar, e Jungkook já tinha recuperado) quando ele segurou meu rosto com ambas mãos, ferventes. Fez com que nós dois nos encarássemos diretamente. Ele parecia tão sério, chegava a ser estranho. Naquele dia, Jungkook tava todo estranho.

— Cê tá falando na moral, Ji?

— Sim... Desculpa?

— E qual é a parte que cê não entendeu?

— Não consigo entender por que parte de mim acha que é um problema querer ser seu namorado.

— Não foi o medo da gente perder nossa amizade? — conjecturou. Claro, aquela era a possibilidade mais clichê. E também tinha o problema que, sem ele, eu ficava sem sangue. Jungkook tinha percebido esse detalhe também, mas não ousou comentar sobre. Meio utilitarista.

— Acho que não... Se fosse, acho que eu não continuaria com medo depois que te contei. Tipo... a gente é amigo ainda, né?

— Óbvio. Mas a gente podia ser namorado também, né?

— Kook...

— Desculpa, Ji! Nossa! Foi no impulso, mas vamos tentar descobrir esse problema da gente namorar.

— Então você realmente quer namorar comigo?

— Se fosse socialmente aceitável, por mim a gente namorava desde que nasceu. Sério, Ji, sou doido por ti e nem lembro de quando comecei a ser, parece que é desde sempre! Calma... Todas as vezes que eu fiquei me declarando... cê enfiou nesse teu cu bonito, foi?

— Pensei que fosse só tesão...

Jungkook soltou meu rosto e afastou um passo de mim. Esfregou o rosto com a mão, todo dramático, pra então resmungar:

— Ji! Fala sério! Onde que amar tua gargalhada é só tesão? Onde que amar te assistir, todo felizinho, praticando kendo, é tesão? Não vou mentir, usei, sim, a carta do tesão contra ti. Mas é porque cê reage melhor a ela do que às cartas do elogio fofo. Parece que tô elogiando uma parede!

— Por Belzebu...

Minha cara de choque deve ter sido muito escancarada, porque Jungkook levou as mãos aos cabelos longos e deu voltas no mesmo lugar, como um cachorro aflito.

— Ai, Ji, desculpa! Acho que acumulei tanto que meio que saiu tudo do nada! Belzebu! Eu tô tão nervoso, cê não tem noção. Mas tá... vamos descobrir teu problema...

— Ah, não precisa se desculpar. Na verdade, tô achando meio engraçado.

— Cê é muito escroto, credo. Ter prazer com o desespero dos outros é pesado, Ji.

— Desculpa. É que sempre me sinto desesperado assim também. Aí dá um alívio ver que não tô surtando sozinho.

— Vou ignorar essa parte da conversa porque cê tá atiçando minha vontade de ser teu namorado. Então... Problema! Vamos pensar no problema. Acha que nossos pais vão reagir mal?

— Acho que não, eles não ligam pra essas coisas.

— Então...? Medo da gente terminar e depois perder a amizade?

— É uma possibilidade, né?

— Olha, eu acho que a briga não vai durar muito, na minha humilde opinião. Porque é questão de tempo e no nosso caso a gente tem mó tempão mesmo. Dá tempo de brigar, ficar décadas puto um com o outro, cansar de ficar puto, e voltar. Sério mesmo. Minha mãe deve tá chegando aos 200... A gente perdeu a conta, e ela esqueceu se nasceu em 1809 ou 1819, e é claro que ela perdeu os antigos documentos falsificados de humano dela... Ai, calma, me perdi. Tô nervoso. Mas assim, ela ainda fica brava com algumas coisas. Mas meu pai, que tem 400? Inabalável.

— Verdade...

— Ainda sente medo?

— Uhum...

— Quem sabe aquilo que... — A voz de Jungkook abaixou, muito. E sua voz morreu. Pela primeira vez, afastou o olhar.

— O quê?

— Deixa pra lá!

— Não, sério, o que você pensou?

— Ah! — Jungkook pareceu ter sido iluminado, mas logo seu rosto se preencheu de remorso. — Talvez... não querer ter que suportar os boatos por andar comigo? Hoje o pessoal foi bem escroto.

— Não. Você sabe que não ligo pra opinião de ninguém além da sua. E, depois de um tempo, o nosso suposto namoro pararia de ser interessante.

— Talvez... você não se sinta pronto pra um relacionamento? A gente não precisa oficializar. Mas, porra, mó vontade de te dar uns beijos...

— Eu também... — A memória de como seus lábios se moldavam bem aos meus nunca saiu do replay. — Mas... acho que tem algo tipo isso, sabe? Não me sentir pronto pra um relacionamento. Você parece tão pronto.

— Não sei se tô pronto também. — Jungkook deu de ombros, todo displicente. — Mas sei que sou doido, doido por ti, Ji. E aí eu prefiro ir atrás da certeza do que da dúvida.

O sinal tocou, indicando o início das aulas.

— É muito feio da minha parte pedir um beijo teu antes da gente ir pra aula? — Seus olhos eram pidões. — Só um selinho!

Concordei, meio tímido. Eu aguardava aquele momento há tempos, nem poderia mentir. Segurei o rosto de Jungkook de um jeito desengonçado. Ele me olhava com expectativa e paixão, mas felizmente fechou os olhos. Eu tava tão nervoso que todo o meu corpo parecia diferente, como se eu tivesse desacostumado a ele, tipo no início de puberdade.

Mas fui forte e, sentindo que enfim realizava um sonho, dei um selinho leve nos lábios. O estalo pareceu ressoar na floresta. Foi muito bom ele ter pedido um selinho, porque, sem o ímpeto do tesão, acho que eu não teria coragem de arriscar um beijo, inexperiente como era.

Meu coração batia tão rápido, parecia que minhas costelas se partiriam tamanha insistência; e o toque, mesmo leve, de Jungkook na minha boca parecia permanecer lá, como uma memória gostosa. Abrir os olhos foi mais um cutucão dolorido em minhas emoções. O rosto dele... tava tão corado, tão corado quanto o meu.

Eu queria muito ser namorado dele.

— Porra... acho que eu deveria ter ficado sem o selinho — ele choramingou, formando um biquinho nos lábios que me dava ainda mais vontade de beijá-lo. — Agora que não vou parar mesmo de sonhar com tua boca. Que perturbação! Enfim, Ji, boa aula. Se quiser conversar depois dela, sou todo ouvidos. Tenho um interesse especial nisso, posso dizer, né?

— Boa aula...

A aula foi insuportável. Não pelas fofocas fervorosas dos meus colegas de sala — apesar de tarem super em dia, e apesar de eu querer, no fundo, ser o Jimin das fofocas. Jimin das fofocas era namorado do Jungkook. Até a parte de ser comido "que nem uma putinha" por ele não era algo que soava de todo ruim aos ouvidos. O deboche e o despeito eram ruins, mas os pensamentos de ter Jungkook me dando prazer... eram gostosos. Enfim, foi uma tortura por causa das últimas palavras de Jungkook antes do sinal. Fui salvo pelo gongo mesmo.

Eu prefiro ir atrás da certeza do que da dúvida.

Era um pensamento simples e, paradoxalmente, muito forte. Eu e todo meu corpo tínhamos certeza de que tudo que eu mais queria era Jungkook, mas eu duvidava se conseguiria ser um namorado que prestasse, com uma autoestima tão baixa quanto a minha, e tendo fracassado em ser seu amigo por todos aqueles anos. Eu era um amigo de infância que nunca se abriu... que não sabia presentear, que não sabia o rosto nem o nome dos seus amigos.

Sendo sincero, não sabia quando nossa amizade tinha desandado. Eu me lembrava de ter sido tão próximo de Jungkook que a gente parecia compartilhar o total de um neurônio. Talvez na pré-adolescência. Pré-adolescente era foda. Adolescente também. Mas não sabia, de fato, o que tinha me feito esconder dentro da minha própria solidão. Eu não era tão sozinho antes.

E eu não queria continuar sozinho.

E aí, entrei numa espiral doida de medo de querer namorar Jungkook só pra não me sentir sozinho. Se tudo aquilo que borbulhava dentro de mim era canalizado nele por ser o único à disposição.

Resultado? Saí da aula completamente perturbado.

Parabéns, cérebro, por cagar tudo de novo. Órgão problemático do caralho.

Apesar de sentir uma vontade extrema de fugir, esperei Jungkook na parte da frente do colégio, como uma pessoa comportada e normal. Ele disse que não teria treino de vôlei naquele dia por causa de algum tipo de manutenção no ginásio e, de fato, não demorou a chegar.

O sorriso em seu rosto era tão contrastante à minha aflição, parecia que vivíamos realidades diferentes. Obviamente, ele notou. Como sempre. E ficou um pouco mais sério, apesar de me fitar com compreensão.

Como Jungkook era tão compreensivo, se eu tinha certeza de que ele nunca chegou a experimentar nenhum dos pensamentos estranhos que me afogavam? Ele acariciou meus cabelos com leveza antes de buscar, cuidadosamente, minha mão com a sua, sempre testando minhas reações.

Com tranquilidade, ele me conduziu pelas calçadas lotadas de estudantes sob o escrutínio e o julgamento de todos. A cada fofoca imbecil que chegava aos nossos ouvidos, ele acariciava minha mão com o polegar. Logo nos encontrávamos nas ruas residenciais tranquilas de nosso bairro, onde carros mal passavam. Até respirei mais fácil.

Tomei um susto quando ele me levantou e me fez sentar na mureta de cimento que contornava um dos parques florestais do bairro. Encaixou o corpo entre minhas pernas, abraçando minha cintura, e apoiou o queixo em meu peito, olhando diretamente pra mim. Achei que ia explodir.

— O que aconteceu, Ji? — perguntou, direto que só. Jungkook era tão simples. Queria compartilhar daquela simplicidade.

— Não sei... — Engasguei com as próprias palavras. A frustração me engolia.

— Quer falar comigo? Não precisa ser uma conclusão, nem fazer sentido. Nada pode ter acontecido, mas cê pode falar o que não aconteceu também... — ele sugeriu, afastando um pouco do meu corpo pra poder me observar melhor. Levou uma mão ao meu rosto, o encarando com preocupação. Merda, acho que eu tava prestes a chorar de novo.

— Só queria ser que nem você, Kook. Eu complico tanto as coisas... — Queria ter falado firmemente, mas toda a frase pareceu um soluço. — Eu tava quase conseguindo, juro! Você falou sobre preferir ir atrás das certezas do que das dúvidas... e tenho certeza que quero ser seu namorado. Aí a dúvida era se eu não sou lixo demais pra você, porque fiz a proeza de afastar a gente mesmo quando a gente era tão grudado...

— Ji...

— Nem sei como aconteceu, mas sei que depois disso fiquei tão, tão sozinho. — O choro finalmente tomou controle do meu corpo e da minha existência bagunçada. Jungkook limpava tudo com seus dedos, preocupado.

— Ji... Aquilo não foi culpa tua...

— Me afastei de você, que era a única pessoa que eu tinha. E agora fico pensando se a certeza que sinto agora sobre te querer não é uma forma de me sentir menos sozinho e menos vazio. Eu não quero te usar, Kook. Você vale tão mais que isso.

— Ji... isso não é me usar. — A voz era tão delicada que parecia seda. Deveria ser proibido um lobo selvagem daqueles poder ser tão afável. — Isso é compartilhar sua existência comigo. E eu quero. Também não gosto de me sentir sozinho e acho que parte do que eu sinto por ti deve ser vontade de compartilhar minha existência. Se é assim, eu te uso também. Sei que cê tá falando no sentido... será que se cê tivesse mais pessoas, cê se sentiria assim mesmo? Mas não tem como a gente saber. E tudo bem. O que cê sente é real, agora, sem as hipóteses e os motivos, né?

— Uhum...

— Então tá tudo bem. Cê não tá me usando. Obrigado por me falar das tuas dúvidas e medos, eu... eu gostei muito de ouvir. Essa é uma das coisas que eu gosto em ti, sabia? Cê realmente se importa comigo, e isso é bonito.

— Mas eu sou tão egoísta, Kook. Tão fechado em mim...

— Cê é meio fechado em você mesmo, mas isso não te faz egoísta. Eu sei que cê pensou em mim também. Cê sempre foi minha referência de altruísmo.

Funguei, com a cabeça rodando. Jungkook subiu as mãos da minha cintura pro meu rosto, me ajudando a secar as lágrimas.

— Então... isso quer dizer que a gente deveria namorar, apesar de tudo?

— Cê que me diz, Ji! — Ele enfim deu uma risadinha, mas voltou a falar mais sério: — Do meu lado, eu quero muito, e tô ciente de tudo que cê contou. Mas eu entendo se cê não quiser mesmo assim... Porque, tipo... não acho que o nosso namoro vai resolver a tua solidão. Nem nada, na verdade. Resolve só nossa vontade de ficar junto.

— Acho que você filosofou demais, Kook. Não entendi.

— Aff! — Ele mordeu os lábios e os olhos encararam algum ponto aleatório. Jungkook era fofo concentrado, mas tirou meu ar quando voltou a olhar pra mim. De novo, sério; mas de novo, doce. — É que tipo... eu me sinto meio impotente, sabe? Há um tempo. Foi muito ruim te ver se afastando de mim, sem conseguir te manter. Foi ruim te assistir parecendo tão sozinho. Eu sei que cê é sozinho, Ji, e eu odeio, porque cê sempre teve lá por mim. Mas não consigo fazer nada sobre isso. Eu tentei tanto, tanto, me reaproximar de ti, mas minhas palavras, meus sentimentos e minha visão de ti nunca mudaram o jeito que cê se via. E, mesmo que a gente namore, duvido muito que vão conseguir mudar. Fiquei pensando nas aulas o motivo do teu medo, né? E se eu deveria ter medo também. Acho que isso pode ser um; porque nos filmes, o amor cura as coisas, mas não acho que consigo mudar a visão que cê tem de ti.

— Você... realmente pensou muito...

— Pensei, Ji. Cê tá pensando tanto nisso, sabe? Eu deveria pensar também. Cê precisa desse tipo de conversa, né? Não só pra gente namorar, mas até pra ser amigo...

— Sim...

— Então vou tentar ter elas, mesmo que não seja muito o meu estilo e que tenha que me esforçar um pouco pra pensar. Não sei se sou bom nisso, mas quero tentar.

— Droga, Kook... eu... — ...ia dizer que não o merecia. Talvez não merecesse mesmo, mas ele tinha me dado a chance de ter sua presença mesmo assim. — Deixa pra lá. Só... mesmo sabendo que sou desse jeito... você quer me namorar? Você contou que te machuco junto quando me menosprezo. E você tá certo... Isso depende só de mim. Isso não vai te machucar demais?

— Não sei, Ji... Talvez. Mas é aquilo, gosto de ir atrás da certeza do que da dúvida. Se me machucar demais, a gente vê o que acontece, sabe? Uma coisa de cada vez. Eu não gosto do papo de filme de que amor cura tudo. Mas detesto mais ainda esse papo novo de que cê só pode ter um relacionamento se for perfeito e bem resolvido porque, porra, ninguém é perfeito e bem resolvido! — O discurso dele era verdadeiramente apaixonado, tanto que atropelou qualquer possibilidade de eu responder que Jungkook era perfeito e bem resolvido, sim. — A gente vai ter que ficar sozinho pra sempre então? A gente nunca vai poder tentar e aprender? Eu nunca namorei, Ji, não faço a mínima ideia de como vou reagir. Se vai ser diferente, ou se vai continuar do mesmo jeito, só que com beijo livre. Não sei se vou ser um namorado maneiro. Cê tá só pensando em acabar me machucando, mas assim... Eu posso acabar te machucando também, sabe? E a gente pode se machucar ao mesmo tempo. Tanta, tanta coisa pode acontecer.

— Isso é verdade...

— Acho que assim... Querer namorar é meio que aceitar o risco. Fazer qualquer coisa é aceitar o risco, na verdade. Eu aceito o risco de poder ser machucado, de ter que tentar resolver, de ter que sofrer as consequências.

— Por quê?

— Ué, quem não arrisca não petisca, né? Também tô aceitando a possibilidade de me aproximar de ti, de poder matar essa vontade maldita de beijar teu rosto todo quando cê faz a carinha de cu que só cê sabe fazer e que acho linda. De segurar tua mão quando a gente vai pra escola... Não dá pra olhar tudo só pelo lado negativo. Precisa dele e do positivo, até porque é querer demais que tudo dê certo ou tudo dê errado.

— Eu quero. — Suspirei, com o coração na boca. — Ah, Kook, eu quero tanto arriscar...

— Que jeito engraçado de dizer que quer namorar comigo, Ji.

Caímos, os dois, na gargalhada. Por Belzebu, talvez fosse mesmo o pedido de namoro mais aleatório do mundo sobrenatural e até do humano. Jungkook buscou minha mão com a sua e a puxou até sua boca, pra enfim distribuir vários beijos no dorso; doce, leve e delicado. Jungkook era surreal de tão perfeito.

Engoli em seco, notando que se eu pensasse demais na perfeição de Jungkook, acabaria entrando no assunto de todos os meus defeitos. Em um ímpeto de coragem, apoiei a outra mão em seu ombro pra me inclinar pra frente e deixar um beijo longo em sua bochecha. Jungkook suspirou e senti a pele aquecer contra meus lábios.

— Ji... Nem tô creditando, parece sonho — murmurou, extasiado. Puxou minha mão até o peitoral forte, fazendo com que eu percebesse o coração martelando. Suspirou, satisfeito, e tremeu um pouco sob meus dedos. Enfim, me abraçou, enterrando o rosto no meu peito, suspirando e tremendo mais. — Ji, eu juro, cê é minha pessoa favorita desde que eu era filhote, não é exagero.

Ele me abraçou com mais força. Fiquei quieto, perdido, tentando absorver as palavras. O vagar da minha mente já mostrava uma fragilidade bem clara do nosso namoro de dois segundos: eu tinha dificuldade de acreditar que meu namorado gostava de mim. Um amargo tomou o fundo da minha boca.

Jungkook se afastou do abraço pra enxugar o que tinha sobrado de lágrima no meu rosto e me deu um sorriso largo. Percebi seus olhos marejados também. Abri a boca pra perguntar o motivo, confuso, mas fui puxado pra um selinho antes. E era tão gostoso. Eu queria tanto, tanto.

Nas minhas poucas horas de sono vampírico, eu sonhava, sim, em sentir aquele tipo de carinho. Selinhos mansos; sua mão acariciando meu braço de cima pra baixo, sem pressa, cuidadosa. Jungkook era tudo que eu queria e me dava tudo que eu sonhava sem eu nem precisar contar pra ele sobre meu desejo.

Queria saber como correspondê-lo. Ser doce de volta. Fugir do poço de insegurança que, do nada, eu me percebia dentro. Jungkook tinha dito uma grande verdade: me fazer elogios fofos era tipo elogiar uma parede. Uma parede muito introvertida e com baixíssima autoestima.

Revoltado com minhas próprias reações e querendo aproveitar, de verdade, o momento com Jungkook, resolvi usar a carta coringa: a do tesão. Respirei mais fundo e me inclinei em direção a ele, deixando nele um beijo longo no canto da boca. Jungkook titubeou.

Segurei as mãos grandes e as puxei até se acomodarem na minha cintura. Ele entendeu o recado; sua pegada era deliciosa. Eu adorava quando ele me tinha em mãos e deixei a vontade de querer mais afogar os outros sentimentos idiotas. Minhas mãos deslizaram pelos ombros largos e fortes, até se encontrarem na nuca coberta pelo cabelo farto e macio. Jungkook respirou pesado, meio gutural, ao entender o que eu sugeria. Seus olhos tremeluziram âmbar, mas ele piscou algumas vezes, e voltaram a ser castanhos. Já entre minhas pernas, se aproximou mais, pressionando a barriga contra o meu quadril e roçando o nariz pelo meu pescoço.

Puxou meu corpo pra si, me tirando da mureta de pedra. Nem parecia fazer esforço em me carregar. E claro que não fazia... era um lobisomem. No seu colo, nossos quadris se roçavam, e seu rosto tava na altura do meu.

Deslizou então o nariz pela minha mandíbula, por trás da minha orelha, pelos meus cabelos até, enfim, voltar à minha bochecha. Deixou um beijo longo ali e depois outro, no canto da minha boca.

— Ji... Teu cheiro acaba comigo... — sussurrou, ainda perigosamente perto da minha boca, me fazendo arrepiar por inteiro. Segurei sua nuca como se minha vida dependesse disso. — Posso te beijar?

— Hm... Não sei beijar.

Ele conectou seu olhar ao meu. Talvez risse de mim, ou duvidasse de minhas palavras porque já tínhamos nos beijado antes... No impulso, no desespero e no tesão, mas já tínhamos. Ele me deu um sorriso encorajador e calmo, além de outro beijo na bochecha. A melancolia flertava em se acomodar em um espaço não reservado a ela no meu peito.

— Mas posso te beijar, Ji?

— Por favor...

Eu só queria avisá-lo de que eu era um desastre. Porque, porra, como eu o queria.

Fechei meus olhos ao sentir Jungkook aproximar mais o rosto e, enfim, tocar meus lábios nos seus, os encaixando com cuidado. Era mais que um selinho, mas também não tinha o ritmo afoito da primeira vez; meu corpo relaxou.

Era devagar e cuidadoso. Ele capturava um lábio meu entre os seus de cada vez, em um ritmo constante, permitindo que eu o acompanhasse; cada vez com mais confiança, cada vez com mais de mim naquele beijo também. Gemi de chateação quando ele se afastou um pouco.

— Ia perguntar se cê tinha gostado... — sussurrou e, então, deu um sorriso travesso. — Mas acho que esse teu gemido gostoso foi resposta já.

Minhas bochechas e minhas orelhas queimaram ainda mais, e minha respiração desregulada não ajudava a reverter o caso. Deve ter ficado óbvio, porque Jungkook riu e beijou, uma de cada vez, minhas bochechas. Depois, deixou uma mordidinha na minha orelha direita.

— E... e você? — perguntei, todo gaguejante, sob o olhar curioso e satisfeito de Jungkook. — Gostou?

— Uhum, demais. Cê não tem noção do quanto sonhei te beijar assim.

— Mas eu nem sei beijar...

Jungkook fez uma expressão contrariada e uniu nossos lábios de novo. Ainda era um beijo paciente e ritmado, mas daquela vez tinha gosto de revolta, com movimentos mais estalados, com mordidas leves. Afastamos só quando Jungkook decidiu rir de novo.

— Melhor parte de te beijar é agora poder calar tua boca quando cê fala abobrinha. — A risada dele batia em meus lábios úmidos e me provocava ainda mais. Era incrível como aquele (lobis)homem me deixava com ainda mais vontade dele, mesmo tirando sarro de mim. Me ajeitei melhor, sentado em seus braços.

— Eu...

— Cê...?

— Queria tentar um beijo de língua.

— Hm...

Ele olhou ao nosso redor. Um cara com o uniforme da mercearia da esquina passava por nós com uma expressão consternada, mas sem desviar o olhar. Jungkook lançou um olhar de deboche pra ele, com toda confiança e força que só um ser sobrenatural poderia ter, e me jogou em cima de seus ombros. E, lamentavelmente, a única coisa com a qual consegui me preocupar foi se ele daria um tapão na minha bunda, porque eu queria. Como se o cara nos olhando nem existisse. Claro que não teríamos consequências... Ninguém próximo de nós era puritano, nem nada, mas eu jurava que ia me sentir super constrangido de ser pego naquela situação.

Jungkook saltou o muro e avançou umas boas passadas pra dentro da reserva florestal, comigo nos ombros. Enfim, deu um tapa estalado e brincalhão na minha bunda, e resmunguei porque queria que fosse um tapão de verdade... Uma humilhação. Tudo sendo que eu ficava prestes a morrer só em pensar em aceitá-lo como meu namorado.

Já devidamente escondidos pelas árvores e livres das nossas mochilas, Jungkook voltou a me segurar de frente, e enlacei as pernas ao redor de seu quadril. Não, eu não pensei nas minhas ações, só fiz. E amei minha impulsividade, porque ela me permitia sentir muitas coisas gostosas.

Me inclinei pra começar um novo beijo. Daquela vez, era mais rápido e menos constante, mas consegui acompanhar mesmo assim. Senti os lábios de Jungkook curvarem em um sorriso satisfeito embaixo dos meus e, depois, sua língua pedir passagem. Dei toda, talvez até demais, porque ele me ajeitou em um braço e levou a mão livre até meu queixo, fechando um pouco minha boca.

Recuei com a cabeça. Jungkook abriu os olhos e me encarou, curioso.

— Desculpa... Sou ruim nisso — justifiquei.

Ele revirou os olhos e abriu a boca pra falar algo, mas desistiu no meio. Aproximou nossos rostos e, mais uma vez, calou minha boca com a língua quente. Avançou até pressionar minhas costas no tronco de uma árvore e, quando arfei de susto, ele aproveitou pra chupar a minha.

Beijar Jungkook era maravilhoso. Ainda melhor do que reviver aquele replay do nosso beijo nascido do tesão. Nem sabia onde segurar direito, porque queria tocar seu corpo inteiro enquanto ele ditava o ritmo do beijo, me deixava experimentar a sua boca.

Minha língua serpenteou entre seus lábios e deu de cara com caninos afiados. Arregalei os olhos e recuei um pouco, espantado. Jungkook também se afastou e me encarou, suas íris tavam âmbar. Quase engasgando com ar, notei seu pau duro. Ele tava excitado. Completamente excitado.

E o Jungkook com tesão... era uma obra de arte. Logo notei que eu tava duro também, só com beijos. Ele era mesmo poderoso. E, pela primeira vez, bateu a realidade de que, da mesma forma que Jungkook tinha poder sobre meu corpo, eu tinha sobre o dele. Ele tava excitado daquele jeito por minha causa. Aproveitei a posição pra varrê-lo com o olhar. Dos cabelos até o quadril que minhas pernas enlaçavam.

— Gostou do que cê fez comigo? — ele disse; baixo e rouco. Voltei a encarar seu rosto, e ele deu um sorriso ladino, os caninos selvagens emolduravam os dentes da frente fofinhos. Tão paradoxal.

Era como se lesse minha mente. Assenti com a cabeça, devagar, perdido no rosto dele, pra então receber um novo beijo, intenso. A mão livre dele, dessa vez, subiu pela lateral do meu pescoço até chegar na nuca e aproveitei pra agarrar seus cabelos também. Mais um beijo, mais forte, com mais pressão, com mais tesão.

Me surpreendi com o quanto a carta do tesão dava certo. Nem pensava naquele mundo de coisas que me assustava quando tinha a língua de Jungkook, tão gostosa e imprevisível me fazendo testar e sentir novas coisas. Quando tinha meu quadril sendo pressionado cada vez mais contra o seu, quando o coração palpitava e o corpo aquecia. Quando seus dedos serpenteavam entre meu cabelo.

Beijamos mais e mais e mais. A vontade era tanta que mal notei quando fiquei sem fôlego e tive que separar nossas bocas pra respirar. Por Belzebu, Jungkook me tinha na palma da mão mesmo.

Jungkook riu quando nos afastamos, mas não era deboche. Olhei seu rosto, corado; sua boca, vermelha; seus olhos, um de cada cor; e notei que ele ria de satisfação e leveza. Era um riso tão bonito e delicioso, queria prová-lo inteirinho.

— E aí, namorado... — murmurou. Apesar de ensaiar uma frase carinhosa, ela saiu rouca e sensual de seus lábios. Por Belzebu, ele mexia demais comigo, meu peito ia explodir. — O que cê quer que eu faça contigo?

Péssima pergunta, mesmo.

Naquele ponto, eu já tava doido varrido de tesão. Eu queria que ele me jogasse nos ombros, desse um tapão na minha bunda, me comesse em todas as posições possíveis e tantas outras coisas que... Como podia caber tanto libido em um corpinho vampiro como o meu?

Ele mordeu os lábios enquanto observava minha reação. Senti seu peito começar a respirar mais devagar contra o meu, e o olho âmbar quase voltava ao castanho quando ele acrescentou, afoito:

— Não precisa querer!

Todo nervoso, ele me soltou de seu colo, e a força que tive que fazer pra não dar uma reclamadinha manhosa foi surreal.

— Tudo bem, Kook... Eu não tô fazendo nada que não queira.

— Ah...

— Por que você ficou assim do nada?

— Hm, acho que a ficha tá caindo? De que a gente é namorado, porra! Namorado. Achei que seria impossível. E aí, como acho que já consegui muito prum dia só, fico com medo de tá forçando a barra.

— Entendi...

Busquei sua mão. Ao mesmo tempo que achava fofo, me senti meio culpado. No fundo, eu sabia que deixava Jungkook inseguro daquele jeito por mudar de ideia sempre, por não explicar direito o que sentia, por não responder, por não fazer nada.

De novo, a vozinha da minha cabeça começou a reprisar minhas dúvidas como filmes bregas o faziam na sessão da tarde. Dúvidas sobre aquele namoro. Sobre namorar sendo um cara inseguro e deixar meu mais novo namorado inseguro também.

E, puta merda, eu queria que ela calasse a boca! Então, além da carta do tesão, eu ia eu mesmo abrir a boca e falar mais alto que a voz imbecil. Onde já se viu, interromper os outros daquela forma?

Troquei de posição com Jungkook, fazendo com que ele ficasse de costas pra árvore. Aproximei meu corpo do dele até pressioná-lo contra o tronco e tar com vários centímetros de pele colados à dele. Conseguia senti-lo palpitar e perder o ar de espanto. Nossos olhares se encontraram, e o dele refletia uma expectativa curiosa e satisfeita. Ele lambeu os lábios e era uma tortura.

— Quer saber o que eu tava pensando? — sussurrei.

Jungkook concordou com a cabeça, enfático e ansioso, no mesmo instante. Acabamos dando uma risadinha.

Fiquei na ponta dos pés pra lhe alcançar o ouvido. Senti as mãos na minha cintura me ajudarem com o equilíbrio. Jungkook respirou mais pesado só com a aproximação e, mais confiante, murmurei:

— Eu tava pensando em todas as coisas mais sujas possíveis, Kook...

Ele prendeu a respiração. Atento. A pressão de seus dedos na minha cintura ficou maior. Encorajado, continuei:

— Pensei em você e eu em tantas, tantas posições...

— Ji... — resmungou, rouco, mas não conseguiu continuar.

— Pensei na sua mão me agarrando, com força, muita força. — Levei minha mão até a sua, na minha cintura, e a deslizei pra baixo. Jungkook entendeu o recado e espalmou ambas as mãos na minha bunda; puxou meu corpo pra si e as ereções despertas se esfregaram mais. Gememos baixinho um pro outro. — Com muita força, Kook.

— Ah, porra — resmungou ao afundar de vez seus dedos na minha carne. Ele era tão forte, delicioso. — Porra, Ji. Cê vai acabar comigo assim.

— Ah, que coincidência, tava pensando em você acabar comigo... Me foder com tanta força que...

Fui interrompido pela boca de Jungkook. Urgente e bruta, maravilhosa. Era, de fato, muito gostoso testar seus limites, eu me sentia poderoso como nunca, confiante como nunca. Era tão bom ver Jungkook responder tão bem às minhas palavras; incendiava meu âmago e tornava em cinzas todas aquelas vozes insuportáveis da insegurança.

Deixei Jungkook chupar minha língua de um jeito delicioso, com os caninos grandes roçando, antes de afastar nossos rostos. Ele resmungou, quase soando como um ganido, e apertou minha bunda com mais força, mas o acalentei levando as mãos até a frente de sua calça.

Desci o zíper e o cós. Seu olhar era atento, em um tom cada vez mais intenso de âmbar. Ele mordeu os lábios com tanta força que os caninos perfuraram a pele. Minha cabeça começou a latejar, como um aviso do despertar do furor com seu sangue.

Porém, o fato de suas feridas fecharem rápido ajudava meu autocontrole. Me concentrei em descer sua cueca e libertar a ereção que já reluzia com pré-gozo, deliciosamente dura. Queria ocupar minha mão inteira com ela, mas respirei fundo, me segurando, pra primeiro desabotoar minha própria calça. Jungkook soltou minha bunda pra fazer o trabalho por mim.

— Quieto, Kook, eu faço isso — mandei. Quase explodi de tesão ao notar o que tinha falado, e Jungkook abriu um sorriso enorme, ladino e excitado. — Você continua me segurando daquele jeito.

Ele concordou, obediente, mas aproveitou o botão aberto pra adentrar suas mãos na minha calça e cueca, espalmando as mãos contra minha pele daquela vez. Ele era tão quente, eu fervia. Suas mãos, travessas, apertaram a carne com força. Um gemido meu. Depois, elas provocaram, afastando as nádegas e deslizando os dedos entre elas, ameaçando me tocar. Mais gemidos. Mas eram só provocações, o que arrancou um suspiro manhoso da minha garganta.

Arfei quando terminei de me libertar da cueca, duro como só Jungkook me deixava. Meu caralho tava tão perto do dele... Delicioso. Mesmo já muito excitado só em pensar no que queria fazer com ele, nada se comparava a realmente fazer. Levantei meu olhar e, porra, Jungkook sorria de um jeito tão... Eu não aguentava mais de vontade de beijá-lo.

Aproximei nossos corpos e ergui uma perna pra enlaçar seu quadril. Ele entendeu o recado e agarrou mais minha bunda enquanto levantava meu corpo. Eu o prendi entre minhas pernas e passei um dos braços em seus ombros, colando cada centímetro de pele. Em especial, colando nossas ereções.

— Porra, Ji... — grunhiu e buscou minha boca com a sua. Como um digníssimo guerreiro da putaria, escapei de seu beijo.

— Pera, não terminei.

Deslizei a mão livre entre nossos corpos e enfim toquei sua ereção. Eu a enlacei, dura, quente e já lambuzada de pré-gozo. Jungkook estremeceu sob mim, apoiando as costas no tronco da árvore e afundando os dedos na minha bunda.

Subi e desci a mão algumas vezes, devagar; uma provocaçãozinha antes de ir atrás do meu real objetivo: segurei, com certa dificuldade, nossos caralhos. E, por Belzebu, sentir o pau do Jungkook se arrastando no meu era delicioso. Ouvir a voz grossa gemer meu nome, também. Notar o quão difícil era nos segurar, com a grossura de Jungkook me escapando dos dedos, matava minha sanidade.

Comecei a nos masturbar em conjunto, e Jungkook tomou meus lábios com desespero. A ferida havia fechado, mas o resquício do sangue da mordida fez minha cabeça pulsar. Segurei com força os fios de Jungkook, tentando conter o furor.

— Tá com sede de mim, Ji?

Porra, a voz dele mexia demais comigo.

Afastou nossos lábios e tombou a cabeça pro lado. Afundou uma das mãos ainda mais nas minhas calças pra agarrar minha coxa e me sustentar só com um braço. Porém, o movimento baixou de vez minhas roupas, me expondo todo. E, de novo, não consegui sentir um pingo de vergonha, só muito, muito tesão. Queria que Jungkook terminasse de arrancar cada pedaço de roupa restante.

Com a mão livre, ele enlaçou a mão grande ao redor da minha, que nos masturbava, e começou a impor um ritmo mais forte e mais rápido. Minha cabeça nublava. O sangue no fundo da minha língua, o cheiro inebriante de seu pescoço, a punheta deliciosa, os corpos suados deslizando um contra o outro, tudo era demais pra mim. Tentei respirar fundo e me conter, mas ouvi Jungkook rosnar.

— Cê quer, não quer? — acusou. Riu, desafiador, e continuou guiando a masturbação. — Tô cuidando das coisas por aqui, fica à vontade.

— Não para.

— Não vou.

Jungkook terminou de rasgar meu último fio de sanidade. Cravei minhas presas na pele resplandecente como ouro e o gemido dele foi tão...

Puta merda.

Se normalmente eu já não tinha controle nenhum do meu furor de sangue, imagina sentindo meu pau se esfregar no de Jungkook? Meus pensamentos se embaralhavam tamanha excitação, sede e torpor. Lembrava do sangue delicioso banhar meus lábios, lembrava de o sentir aumentar a velocidade da masturbação, lembrava de rebolar e lembrava de sentir as unhas dele afundarem na minha coxa.

E, então, ao recobrar de vez a consciência, dei de cara com a camisa do Jungkook toda cheia de porra. Abaixei o olhar, porque a fraqueza em meu corpo mesmo logo após me alimentar já indicava que eu tinha gozado, mas fiquei ainda mais satisfeito em notar minha camisa suja também. A mão de Jungkook ainda nos envolvia, mas sem mover, enquanto amolecíamos. Suas pernas falhavam e ele se recostava mais na árvore.

Jungkook tinha gozado também.

Junto de mim.

— Porra, Ji... — ofegou, de olhos fechados. Aproveitei pra observá-lo melhor. Os cabelos tavam ensopados de suor, e a boca, surrada e vermelha de beijos e mordidas. — Mó golpe baixo...

— Mas foi bom? — perguntei, soltando as pernas de seu quadril.

Ele entendeu e, com cuidado, nos soltou e me colocou de volta no chão. Logo voltou a se escorar na árvore, parecendo exausto. Nunca tinha visto Jungkook cansado em toda minha vida.

— Porra... O que cê acha?

Fiquei em silêncio, aproveitando pra puxar minha cueca pra cima e abotoar minha calça. Logo depois, fui vestir Jungkook. Tinha sido tão intenso que, mesmo que eu as tivesse abaixado só um pouco, a calça e a cueca tinham escorregado até seus pés. Então, subi tudo e abotoei com certa cerimônia.

— Cê não vai me responder? — perguntou e, enfim, abriu os olhos. Ainda não tavam castanhos, mas também não brilhavam tanto. Eu mordi os lábios e ele levantou a sobrancelha. — Cê quer me ouvir falar?

— Talvez...

— Ji... Foi delicioso... — Ele suspirou pesado, puxando meu rosto pra mais um beijo. Ainda era intenso, mas cuidadoso. — Por Belzebu, isso é golpe baixo, eu não guento teu cheiro, não guento teu jeito... Cê não pode me provocar assim, porque não consigo resistir.

— Mas não é pra você resistir mesmo.

— Ah, verdade. — Suspirou de novo. — Tenho medo de virar um namorado grudento. Que droga, Ji, sempre te quis tanto. E agora que te experimentei, te quero mais ainda. Como que eu faço?

— Pode me experimentar mais...

Ele afastou um pouco o rosto e me encarou, atento. Parecia confuso. Mas deixou um sorriso tomar os lábios quando continuou:

— Então, foi bom pra ti?

— Óbvio... Você sentiu meu cheiro, não sentiu?

— Uhum... Uma delícia. Enquanto cê me bebia então...

— Acho que esse foi o melhor almoço que já tive. — Ri e ele acompanhou.

— Aliás, tô morto de fome. Comeria um cavalo.

Quase fiz uma piada de que ele poderia me comer no lugar, mas deixei pra outra ocasião, já que Jungkook, de olhos castanhos, acariciou minhas bochechas e me puxou prum selinho fofo. Retribuí, com o coração acelerado ainda me dando energia pra atropelar qualquer insegurança.

Jungkook tirou da bolsa esportiva sua camisa de vôlei e tentou limpar, ou ao menos disfarçar, aquele tanto de porra sem-vergonha que a gente literalmente tinha jorrado. Ao menos, távamos até que perto da casa dele.

Enquanto ele fazia isso, minha respiração regulava, e o próprio fato de tarmos os dois gozados já fazia minhas bochechas queimarem que nem o berço do Belzebu. Puta merda, eu era muito sem-vergonha mesmo.

Jungkook se afastou e analisou nossas camisas como um crítico de pintura, antes de, satisfeito o suficiente, enfiar a roupa na bolsa e se aproximar pra arrumar o meu cabelo. Respirei mais fundo e mais tranquilo ao lembrar que, sim, eu era sem-vergonha e tarado, mas Jungkook também. Então, tudo certo.

Levei meus dedos aos seus fios também, rebeldes com o tanto que os agarrei enquanto... Belzebu... a gente se masturbava no meio do mato. Minhas mãos tremeram com o choque de realidade depois do tesão e da adrenalina, mas tentei não surtar. De fato, a carta do tesão era muito poderosa, porque eu não conseguia agir normal sem ela na mesa.

Jungkook desceu a mão pra ajeitar meu uniforme. Arrumei sua camisa e os resquícios borrados de sangue da mordida no pescoço que já tinha cicatrizado. Quando ele parecia decente, me afastei, pronto pra me jogar em mais um poço de insegurança. Ele segurou uma das minhas mãos e beijou o nó dos meus dedos, como um grande cavalheiro. Lupino, claro.

— Tudo bem, Ji? — perguntou, e meu olhar, afastado até então, foi atraído ao dele.

Abri a boca pra dizer que sim, tava tudo ótimo, mas a expressão de Jungkook deixava claro que ele detectaria a mentira. Mordi os lábios com a noção de que, se eu não explicasse minha estranheza, Jungkook ia tecer teorias sozinho, e aquilo não parecia muito promissor. Então, tomei fôlego, afastei o olhar e senti ele pressionar minha mão com mais força, pra ter coragem de responder:

— Eu só... Tô sendo o de sempre, sabe? Inseguro. Você tava certo, aliás, eu reajo bem à carta do tesão. Eu mesmo usei ela agora e foi ótimo, mas agora que passou, tô uma pilha de nervos.

— E o que tá te deixando inseguro dessa vez? — Ele beijou de novo minha mão, todo doce, todo personagem perfeito de ficção. — Nosso namoro?

— Eu... não sei. — Não saber responder à pergunta me deixou ainda mais abalado. Eu tava sendo inseguro por motivo nenhum. Vasculhei todo meu desconforto e não havia nada lá, só o sentimento ruim, flutuando, todo-poderoso só por não precisar de nenhum catalisador. — Eu, real, não sei por que tô me sentindo assim...

— Ji... Eu sei que a gente namora há uma punheta e alguns beijos só, mas se cê quiser terminar, tudo bem, tá? — Jungkook apertou mais minha mão e desviou o olhar. — Eu... tô com medo de ter apressado tudo e ter colocado rótulos quando não devia e... Ai, Ji. Eu não sei o que fazer, desculpa...

Nervoso e cheio de culpa, abracei Jungkook. Como esperado, minha insegurança o deixava inseguro. Respirei fundo algumas vezes e tomei um pouco de coragem quando o senti me enlaçar de volta.

— Sabe o que você deveria fazer, Kook?

— Me conta, Ji... Eu faço qualquer coisa, de verdade.

— Almoçar. Gastou um monte de energia e ainda perdeu sangue... Vamos?

Afastei o abraço, segurei sua mão, peguei nossos pertences e comecei a caminhar de volta. Jungkook passou um tempo parado, mas assim que dei uma puxada mais insistente, ele me seguiu.

— Tem certeza, Ji?

— Sim, Kook. A insegurança tava aqui antes de você. E não consigo entender de onde ela vem, então não é do namoro. Mas... você me perdoa por ser um namorado que só reage direito a situações sexuais?

Ele respirou fundo, ponderando com seriedade a pergunta. Senti minha coluna inteira arrepiar de nervosismo. Porém, quando virei pra olhá-lo, ele tinha um sorrisinho brincalhão nos lábios, e soltou:

— Nada mais sincero que um pau duro, né?

— Totó idiota! — Acabei gargalhando. De alguma forma, a risada e a leveza de Jungkook trouxe um pouco de espaço pra caixinha na qual a insegurança me enclausurava. Foi bom, porque ao mesmo tempo que era horrível reconhecer minha insegurança, os impactos negativos dela, e mesmo assim não saber o que fazer; aqueles pequenos alívios me faziam acreditar que tinha saída. — Vou trabalhar pra ser sincero que nem meu pau.

— Que frase de efeito! Meu "encoxe postes e ilumine vidas" foi totalmente desbancado...

— Que nada, cada frase de efeito tem seu contexto ideal.

— Ji...

— Oi?

— Eu adoro teu senso de humor, sabia?

— Ah... Nem... Quer dizer. Porra. Sou realmente uma parede ouvindo elogio fofo. — Respirei fundo. Então, complementei: — Obrigado. Eu adoro o seu.

Belzebu, Jungkook deu um sorriso tão largo e tão lindo. Eu precisava elogiar aquele (lobis)homem mais vezes. Tudo pra ver o nariz e os olhos franzirem, daquele jeito só dele, enquanto o sorriso tomava o rosto. Já alegre, ele soltou:

— Cê é minha parede favorita! Combina, sabe? Cê é branquelo como uma.

Gargalhei mais. Gargalhei e me senti menos deslocado sendo eu. Talvez eu fosse mesmo uma parede. Esperava que não pra sempre, mas Jungkook foi bem sagaz em me fazer simpatizar em ser uma parede enquanto não conseguia largar mão daquela característica. A ficha de que o Jungkook realmente gostava de mim e ligava muito pros meus sentimentos caiu mais um pouquinho.

— Obrigado, Kook. E, assim... Assim como você me pede pra eu te avisar sobre as coisas, fala comigo quando minha insegurança tiver te fazendo muito mal, tá? Eu não quero isso.

Ele parou de andar e fiz o mesmo. Jungkook se inclinou na minha direção e acariciou minha bochecha com a mão que não continuava entrelaçada à minha. Me deu, então, um selinho. Depois, sorriu muito, divertido e doce, os olhos presos aos meus.

— Tudo bem! Vamos nos falando. A gente pode treinar nosso namoro em contextos não-sexuais! Que tal? Pra marretar a insegurança, se for sobre nosso namoro, né?

— Como assim contextos não-sexuais?

— É meu jeito de te chamar prum encontro oficial, namorado. Aceita sair comigo? Cê negaria um passeio pro teu totózinho? Negaria, uma coçadinha na bunda e declarações melosas a um vira-latinha como eu?

Gargalhei enquanto ele me assistia com um sorriso satisfeito.

— Aceito, Kook.

Nós dois sorrimos muito, talvez por enxergar uma nova carta surgir entre nós: a do humor.

E eu faria o máximo pra abusar dela também.

»»🐺««

DE REPENTE OS JIKOOK NAMORANDO NO SÉTIMO CAPÍTULO 👀 era uma vez o meu slow burn?

Ah, não esquece de deixar seu votinho! 💜

Aliássss, terminei de revisar SUC 💜 como o último capítulo tava grande demais, ficou com 19 capítulos no total hihihi 💜 mas agora estou em #paz

O que você mais gostou no capítulo? Gosto de como o Jungkook pensa que tudo bem gostar os outros e querer tentar algo mesmo não sendo perfeito, porque ninguém nunca é, e faz parte da vida. Sei lá, me deixou reflexivah

Beijinhos de luz, amo vocês, e até dia 01/07 às 19:00!

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