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🧛Capítulo 2

Oi, oi, bebês! Como vocês estão? Eu tô feliz de voltar a postar SUC, irruuuuuuuuuuu!!!!

Mel, não era pro capítulo sair amanhã às 19:00? Sim! Mas vou estar fora de casa, então resolvi adiantar! Vou aproveitar também pra fazer a pergunta:

Vocês preferem postagens às sextas ou aos sábados? Dependendo do que vocês preferirem, eu mudo o dia de postagem.

LEIA OS AVISOS! Eles foram atualizados hoje (07/04/23), caso você já tenha lido antes.

E, por fim, gosto sempre de chamar es leitorinhes das fifics por um apelidinho próprio relacionado à história! Vocês têm alguma sugestão? Vampirinhes? Tesudinhes? Me contem!

Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!

#VampiroTristeComT

»»🐺««

 Távamos no quintal da família Jeon e, para todos que acham que meu pau endurecia sempre que eu tava a menos de três metros de Jungkook, eu tava super tranquilo daquela vez! Era dia de tirar as pulgas.

A gente não sabia explicar muito bem por que apareciam pulgas nele, sério. Ele passava a maior parte do tempo em forma humana e tomava banho direitinho — não dá pra fugir quando se pratica vôlei todo dia. Mesmo assim, pelo menos uma vez por mês, ele começava a sentir uma coceira no corpo e aí me chamava pra tirar pulgas.

Sua forma lupina era linda, obviamente. O enorme lobo preto de olhos âmbar exalava poder e elegância, mesmo carregando a personalidade boba de Jungkook na alma e uma horda de pulgas nos pelos. O ponto principal era: aquela forma representava meu refúgio dos pensamentos impuros. Mergulhei meus dedos entre os pelos grossos com uma tranquilidade surreal. Eu parecia até gente daquele jeito, e não um tarado de merda.

— Onde você fica se enfiando pra ficar assim, pulguento? — perguntei só pelo costume, mas Jungkook ganiu. Ele não fazia nada de errado, então ficava super chateado quando as pulgas surgiam.

Fiz a mistura de sempre em uma bacia exclusiva pro banho do Jungkook: água, xampu para cachorros e vinagre de maçã. Misturei bem e comecei a espalhar no pelo lustroso, esfregando com vontade. Passei em seu corpo todo antes de ir para o rosto, evitando os olhos e o focinho.

Claro que precisei passar um longo tempo dando uma coçadinha na bunda dele, que abanava o rabo todo satisfeito pra mim. Era impressionante ele não se cansar do carinho.

Como era uma área mais delicada, tomei o maior cuidado do mundo pra espalhar o xampu em suas orelhas pontudas, mas Jungkook se aproveitou da concentração pra lamber meu rosto. Resmunguei um pouco enquanto secava a bochecha com dificuldade — minhas mãos tavam cagadas de mistura — antes de ir limpar o focinho dele.

Levei outra lambida. E depois outra. E, logo, a provocação passou dos limites e começamos a brigar, rolando na grama do quintal. Xinguei Jeon Jungkook de todos os nomes que eu conhecia ao não só ser bombardeado por suas lambidas, quanto por ter sido preso debaixo do corpo enorme, só pra que eu ficasse sujo com a espuma do xampu também. E fedido de vinagre, claro!

— Sai de mim, pulguento maldito! — resmunguei, tentando empurrá-lo sem sucesso. Na forma humana — e até de lobisomem se a Lua não estivesse cheia —, Jungkook era mais fraco do que eu; mas na lupina, as forças se equilibravam. O problema principal era que ele tinha conseguido me encurralar em uma posição bem ruim. Levei uma lambida na cara de novo.

— Para, pulguento!

Mais uma lambida.

— Seu pulguento desgraçado! Busão de pulgas!

Duas lambidas e um rosnado.

— Tá achando ruim, pulguento? Ninguém mandou oferecer essa sua bunda peluda de carona pras pulgas!

Mais duas lambidas e um ganido. Saiu de cima de mim e foi se deitar na grama, acomodando a cabeçorra entre as patinhas, chateado. Achando estranho, porque Jungkook era competitivo pra desgraça, engatinhei até ele.

— Você tá chateado? — perguntei, e ele sacudiu a cabeça em concordância. — Por quê?

Jungkook apenas me encarou, porque foi uma pergunta horrível a se fazer pra sua forma lupina. Como tava no meio de seu banho, não podia se fazer humano, ou atrapalharia a ação do vinagre entre os pelos.

— Desculpa. O que você não gostou, a briga? — questionei, e ele meneou o focinho; não era exatamente aquilo. — Foi algo que te chamei?

Ele concordou. Comecei a coçar suas orelhas, observando os olhos amarelos se afilarem de prazer, enquanto pensava no que eu tinha falado.

— Foi eu ter te chamado de pulguento ou peludo?

Ele assentiu, mas de novo eu tinha feito a pergunta errada. Eu tava destreinado, a gente não costumava conversar muito quando ele utilizava a forma de lobo. Ou melhor, a gente não costumava conversar muito. Ponto.

— Pulguento?

Ele assentiu.

— E peludo?

Ele assentiu mais uma vez.

— Isso sempre te incomodou? Por Belzebu, Kook, eu te chamo de pulguento desde sempre, por que nunca me contou antes?

Ele apenas ganiu e enterrou o focinho entre as patas.

Já que já tava completamente sujo de xampu de cachorro e de grama, me aproximei dele e abracei o pescoço largo. Ele apoiou a cabeçorra em meu ombro e ganiu baixinho de novo.

— Desculpa, Kook... Depois do banho você me conta melhor sobre isso, tá?

Ganiu pela última vez e se afastou para lamber meu rosto, com mais cuidado daquela vez.

— Agora, vamos terminar de tirar essas pulgas do totó limpinho, reluzente e cheiroso!

Ele me empurrou com a cabeça, divertido, e eu ri enquanto pegava o pente pra pulgas. Passei um bom tempo retirando com cuidado os restos mortais da maioria delas e matando algumas que ainda resistiam. Depois, eu o enxaguei com a mangueira. Claro que ele não esperou eu me afastar antes de se sacudir todo pra se livrar do excesso de água, me encharcando no processo.

— Vou roubar sua toalha! Olha o que você fez comigo! — ameacei, e disputamos uma corrida até a mesa na qual nossos pertences tavam apoiados.

Quase levei uma mordida do Jungkook, que pegava a toalha com os dentes enquanto eu tentava puxá-la de volta. Fizemos um pequeno cabo de guerra, mas ele venceu ao voltar pra forma humana e me obrigar a fechar meus olhos nada castos.

— Cê vai sujar minha toalha, fedido desse jeito! — ele retrucou enquanto amarrava nosso objeto de disputa ao redor da cintura (provavelmente pra me deixar mais confortável, porque nunca o tinha visto incomodado de ficar tostando o próprio pau no Sol).

— Você que me deixou fedido! Eu só tava te ajudando!

— Deixa eu te ajudar de volta então... — propôs ele com um sorriso cretino e caminhou até a mangueira. Arregalei meus olhos e fui andando pra trás com cautela.

— Você não vai me molhar desse jeito, né? — perguntei, temeroso. Jungkook se virou pra mim e vi o sorriso ladino crescer. Me afastei mais ainda. — Ei, eu não tenho roupa aqui! Não quero voltar molhado pra casa.

— Não sabia que morcegos não gostavam de banho... — provocou e abriu o registro da mangueira, pressionando a saída dela pra dar mais pressão.

Me desviei do jato d'água, mas foi por pouco.

— Eu gosto de banho! Mas desse jeito é ruim!

Me desviei mais uma vez, só pra levar outro na cara em seguida.

Fiquei cego e sem ar por um instante. E Jungkook, maldito, aproveitou da minha brecha pra terminar de me ensopar.

— Ah, pronto! — gritei, puto, ao recuperar a visão. Jungkook gargalhava alto. Cheirei minha blusa e ela continuava com o odor de vinagre e de xampu canino. Ah, e cheia de grama. — Agora, eu tô fedido e molhado.

— Tira a roupa que te dou um banho. Pego até a toalha depois! — Ele riu e me atingiu com mais um jato de água. Tive que agradecer daquela vez, porque só o ódio da mangueirada pra aliviar o tesão que senti com a proposta.

— Não sou peladão sem vergonha que nem você, pulguento! — devolvi, mas tampei minha boca, arrependido, assim que Jungkook parou de jogar água e me olhou meio chateado. — Desculpa...

— Tudo bem. — Deu de ombros. Mesmo assim, não parecia tudo bem. Toda aquela animação natural entre nós tinha morrido e não fazia menção de ressuscitar. Puta merda! Fazia bastante tempo que eu e Jungkook não ficávamos tão próximos assim.

Relutante, tirei minha blusa e minha calça, tão molhadas e pesadas que fizeram um "plop" quando caíram no chão. Agradeci ao Belzebu por não ter vestido uma cueca branca e rezei pra que ele permitisse que eu não ficasse de pau duro, ou daria tudo muito errado. Jungkook olhou pra mim com os olhos arregalados. Quis me esconder.

— Vai rápido, eu só passo protetor solar onde não tem roupa. Desse jeito, vou me queimar — avisei. Queimaduras em vampiros não eram nada legais. Jungkook acenou com a cabeça, meio nervoso ainda, mas se aproximou para enxaguar meu corpo.

— Eu tinha falado de zoeira... — murmurou ao passar os dedos no meu cabelo, tirando os pedaços de grama de lá. E eu? Eu queria cavar um buraco pra me enterrar tão fundo, tão fundo, que alcançaria o núcleo da Terra e me fritaria junto.

Tampei meu rosto com as mãos, envergonhado como nunca. E eu achando que ficar seminu na frente do cara que eu gostava já não era vergonha o suficiente... Puta merda, eu tinha tirado a roupa sem ele pedir de verdade!

— Ei, Ji, relaxa. É até melhor, cê tava fedido mesmo... — Jungkook tentou me consolar depois de ver que eu tava prestes a ter uma síncope. — Tem um sabonete no tanque, vai lá se esfregar enquanto pego uma toalha.

Aproveitei a deixa e corri até a área coberta do quintal, pra me proteger do Sol também. Peguei o sabonete e engoli em seco, ainda mais nervoso com a situação. E eu não podia ficar nervoso daquele jeito; se eu ficasse de pau duro usando só uma cueca molhada, estaria perdido. Ainda bem que Jungkook tinha entrado na casa e me deixado a sós com o grande potencial destrutivo entre minhas pernas.

Encolhido, tentando esconder aquele tanto de pele que eu não tava acostumado a mostrar — bem na pegada de criatura das trevas —, esfreguei o sabonete em meu peito e braços. Tive que ser criterioso, porque realmente tava cheio de terra e grama.

Abaixei para esfregar minhas pernas e tava achando que iria sobreviver ao banho improvisado no qual eu me meti até perceber... que Jungkook já tinha descido e me observava atentamente, com a toalha em mãos. Seus olhos ainda tavam amarelados pela transformação recente em lobo. Pareciam arder.

Tomei um susto e ele percebeu. Apoiou a toalha em uma mesa e foi de volta até a mangueira, abrindo o registro. Caminhei pra lá logo depois, a cabeça baixa de arrependimento e vergonha.

Ele jogou a água em mim, ajudando a me enxaguar quieto, assim como eu. Nem tinha coragem de levantar o olhar. Eu era incapaz de olhar meu amigo de infância gostoso e seminu me dando banho sem imaginar a gente esfregando e tocando partes pouco castas do nosso corpo em seu quintal.

Assim que o último traço de espuma desapareceu do meu corpo, fugi pra área coberta pra pegar a toalha — usando o perigo do Sol como desculpa pra minha pressa — e a enrolar na cintura também. Tinha certeza que meu pau tava doido de vontade de ficar duro e, apesar de não ser exatamente um cinto de castidade, ter algo a mais o cobrindo me deu uma certa segurança.

Jungkook, por outro lado, já tinha fechado o registro da mangueira e ajeitava as espreguiçadeiras de palha dos pais dele — adoravam tomar banho de Sol, e às vezes de Lua também —, uma na sombra e outra no Sol reluzente. Entendendo o que significava, arrisquei me aproximar e deitar na espreguiçadeira sombria.

Encarei Jungkook deitado ao lado, refletindo o quanto Belzebu era cruel. Seus olhos tavam fechados e os braços pra cima. O desenho do corpo dele era tão lindo que eu queria tocá-lo por inteiro. A pele bronzeada e os pelos negros reluziam tanto no contra a luz solar que eu me queimaria só pra chegar mais perto. E seus cabelos úmidos... Droga, eu precisava parar de reparar. Seus olhos fechados me dava uma carta branca muito perigosa.

Pra manter minha sanidade, encarei a grama do quintal enquadrada entre meus pés, refletindo o quanto tudo tava bom e confortável até dar errado. Tinha esquecido o tanto que gostava da presença do Jungkook, apesar dele ser meu amigo, claro.

— Desculpa... Não queria ter te deixado constrangido — sussurrou depois de um tempo. Virei a cabeça para olhá-lo e percebi que ainda mantinha os olhos fechados.

— Eu que comecei... Desculpa te chamar de pulguento, tenho que desacostumar... — respondi, com mais remorso daquela vez. — Desculpa, Kook... eu não sabia que você não gostava.

— Não tinha como cê saber... — respondeu, enfim olhando para cima. O jeito que as íris castanhas refletiam o Sol era muito bonito também. Ele era todo muito bonito. — Eu nunca falei nada porque queria não me importar...

— Ah... Mas eu entenderia, já passei por algo parecido. Lembra de quando você parou de me chamar de sanguessuga porque eu ficava com muito remorso de beber seu sangue? — perguntei, e ele assentiu. — Não é a mesma coisa?

— Acho que em partes, sim... É só que eu realmente não queria ficar incomodado. Por mais que eu fique chateado com pulguento, porque parece nojento e sujo, cê me ajuda a tirar as pulgas há muito tempo e não se importa...

— Ajudo, mas você não precisa deixar de ficar incomodado só por isso. Eu sei que você é limpinho e que as pulgas aparecem do nada, mas deixar de te chamar de pulguento também não me custa nada — devolvi. — Totó te incomoda?

— Não sei, morceguinho te incomoda?

— Bem... Vampiros não têm nada a ver com morcegos, além de tomar sangue que nem alguns deles fazem. Então, se você não se incomodar de ser inconsistente do ponto de vista biológico, por mim tudo bem — falei, cheio de pompa, e me senti aliviado ao ver Jungkook rir um pouquinho.

— Então você vai ser meu morceguinho se eu for teu totó — concluiu, e tentei não pensar demais na frase. Claro, aqueles apelidos seriam exclusividade nossa, mas era apenas porque só nós podíamos saber do lado sobrenatural um do outro. Não tinha nada de especial ou emocional, apenas prático.

Ô, caralho, fiquei meio triste.

— Fechado então! — concordei.

Passamos mais um tempo em silêncio. Voltei a olhar entre meus pés.

— Ji...

— Oi?

— Cê sabe que eu sou limpinho, então pulguento era uma ofensa de brincadeira. E... e meus pelos?

— O que tem eles?

— São nojentos? — perguntou, e me virei para encará-lo de imediato, tentando descobrir se era brincadeira. Daquela vez, seu olhar tava grudado em mim e ele era... inseguro. Não sabia que Jungkook era geneticamente capaz de ficar inseguro. Ainda mais com características do próprio corpo; ele sempre me mostrava tanto.

— Por que eles seriam? — Eu tava confuso de verdade. Meu olhar passeou pelo peitoral e abdômen peludos, e eu não conseguia entender por que seria era nojento. Na verdade, era uma tortura não olhar demais.

— Ah... pelos não são legais, ninguém gosta. Mas não é como se eu conseguisse depilar, eles crescem rápido demais.

— Jungkook, você é o cara mais desejado do colégio. Todas as meninas lá te adoram.

— Mas elas nunca me viram sem camisa. E os caras do time são maneiros, eles nunca falaram nada no vestiário, mas, sei lá... Acho que eu devia achar meus pelos nojentos.

— Então você não acha eles nojentos, né? Só acha que deveria.

— Acho que sim... — ele murmurou. — Eu sou um lobo, todas as minhas formas têm pelos. Sempre que tô como lobo, eles são elogiados... Mas comecei a notar que, na forma humana, não é tão legal assim. Bem, na verdade sempre soube, mas acho que voltei a pensar nisso agora.

— Ai, Kook... — Suspirei e desviei o olhar, antes que eu falasse descaradamente que o achava um gostoso do caralho. — Eu acho que você deveria fugir dessa ideia nojo... O que você vai fazer se ele se tornar real? Passar o dia inteiro se depilando?

— É... Ia dar muito ruim... — ele concordou com um suspiro.

— Te acho muito atraente, de verdade. Inclusive os pelos, sempre achei eles muito bonitos e naturais em você. Também sempre te admirei pela sua confiança. Você sempre pareceu muito confortável com seu corpo. Você nunca escondeu ele de mim... — Arrisquei olhar para Jungkook, e ele assentiu com a cabeça. Afinal, mesmo durante aquela conversa, tirando a toalha na cintura, nada o cobria. Ele mordeu os lábios — Sempre admirei e tentei te seguir como exemplo pra mim também.

— Cê não gosta do teu corpo, Ji? — ele perguntou de volta e perscrutou toda minha pele, arrepiando-me. Eu não tinha estruturas pra receber aquele tipo de olhar.

— Não é que eu não goste... Só acho ele todo muito inconveniente. Tenho que passar muito protetor solar sempre, ficar bebendo seu sangue quase que diariamente e não sou capaz de controlar minha força que nem você, então tive que desistir de tudo que eu queria fazer pra ninguém perceber que sou um vampiro. É, acho que não gosto.

— O que cê queria fazer, Ji? — Ele se virou na espreguiçadeira com olhinhos brilhantes e pidões. Teria sido muito fofinho e perfeito se sua toalha não tivesse escorregado e deixado à vista a Vossa Majestade dele. — Ops, desculpa.

— Não é como se eu nunca tivesse visto... — suspirei, tentando disfarçar, e ele me fitou por bons instantes, mas não consegui interpretar nada daquele olhar, castanho. Era menos intenso do que o âmbar, mas igualmente bonito. — Eu queria tentar fazer kendo... Mas assim... eu acho que quero. Imagina ter toda a trabalheira pra tentar fazer pra, no final, eu não gostar tanto quanto achei que gostaria?

— Mas isso é normal, Ji. Eu passei no time de basquete e de natação antes de gostar do vôlei.

— Eu sei que é. Mas é tudo muito trabalhoso e problemático... não vale a pena o esforço. Imagina, pra eu fazer kendo, teria que ficar assistindo algumas aulas escondido e anotando os treinos já que não dá pra fazer com todo mundo por causa da minha força ridícula. Aí, achar uma das espadas de madeira pra mim, sabe-se lá como, e só aí tentar.Tudo isso pra talvez não gostar. Esporte de time nem pensar! Porque capaz de eu matar meus companheiros de equipe. Também nada que eu tenha que ficar horas na luz do Sol, então natação...

— Nossa... O que cê faz no teu tempo livre, Ji?

— Eu leio. — Dei de ombros. Literatura não era um descanso nem um hobby ruim. — É bem legal, eu que tô sendo dramático com esse negócio de não poder praticar esportes. Acho que só tenho essa vontade toda porque sei que não posso fazer. Se eu tivesse essa possibilidade, não estaria nem aí, Kook, então pode ficar tranquilo.

— Hm... Cê bem que podia me recomendar uns livros depois, Ji.

— Você gosta de ler?

— Não que eu saiba, mas agora eu tô curioso. — Ele arregalou os olhos de uma forma cômica, todo animado. Eu ri. — Quero compartilhar um gosto contigo, porque aí a gente pode conversar sobre ele, Ji. Vai ser legal! Cê deve tá cansado de só ficar me ouvindo falar de vôlei e mais vôlei, né?

— Eu gosto de ouvir você falar, Kook, relaxa — respondi, mas um sorrisinho escapou de meus lábios. Ele queria ter algo pra fazer comigo e isso foi tão acalentador que meus olhos marejaram. — A culpa não é sua que eu não preencho minha vida que nem você pra poder ter algo pra contar de volta...

— Ji... Cê tá triste, né? — Ele me encarou preocupado e devolvi um olhar confuso. Porém, ao mesmo tempo, lágrimas desceram por minhas bochechas e uma onda de compreensão veio.

— Acho que sim, Kook. — Funguei. Droga, eu tava triste, como aquilo tinha acontecido? Do nada, ainda por cima.

Jungkook pulou pra fora da sua espreguiçadeira e veio sentar na minha, puxando meus ombros para o abraço quente dele. Estranhamente acolhido, deixei ele me aninhar naquele aperto, tentando me consolar sobre todas aquelas minhas impossibilidades pessoais que me deixavam tão isolado.

— Espero que cê não se importe de ser abraçado por um homem pelado e peludo... — Ele deu uma risadinha nervosa. Minhas mãos apoiadas em seu peitoral o acariciaram junto aos pelos. Eu adorava o toque.

— Não, não... Tá muito bom... — murmurei. O rosto escondido no peito dele me encorajava, junto ao fato de achar que eu tava triste demais pra ficar de pau duro.

— Ji, obrigado...

— Hm, pelo quê?

— Pela conversa... Sei lá, eu posso tá falando besteira e tudo mais... Mas eu acho que mesmo a gente se conhecendo há tanto tempo, fazia tempo desde a última vez que senti que realmente te conhecia, Ji.

— Acho que é justo, Kook... Eu sou meio fechado mesmo, desculpa.

— Cê não precisa se desculpar, Ji! Credo! Só queria que cê pudesse se abrir mais. Quando quiser, óbvio! Não sei se cê tem outros amigos, mas... espero que tenha. E, além deles, cê tem a mim também, lembra? Nossos pais arranjaram isso porque só a gente pode contar tudo mesmo um pro outro.

— Mas Kook... eu não te incomodo?

— De onde você tirou essa ideia, Ji? — Ele afastou o abraço para me encarar com os olhos arregalados. Seria engraçado se eu não tivesse morto de medo da resposta dele.

— Kook... eu literalmente morro se não ficar pendurado no seu pescoço igual uma sanguessuga. Todo dia você tem que ficar dando seu sangue pra mim, e eu faço o que de volta? Dou um banho anti-pulgas? Você conseguiria fazer isso sozinho.

— Pois eu acho exatamente o contrário! — Encerrou o abraço de vez pra apoiar as mãos no quadril. — Eu só tenho que passar uns cinco minutos do meu dia te alimentando, sendo que esse sangue nem me faz falta; e você tem que passar mais de uma hora me dando banho. Eu sei o quão chato é tirar as pulgas com o pente e nunca sobra nem umazinha! Cê faz com todo o cuidado do mundo! E, de quebra, ainda tem que coçar minha bunda, que é uma coisa que eu só posso te pedir. Na moral, minhas outras duas opções são: pedir pros meus pais, que eu não quero; e tentar esfregar minha bunda nos móveis aqui de casa, que não só é meio triste, como enche tudo de pelo.

— Mas não é questão de vida ou morte...

— Nem pra você, Ji. Se cê precisasse mesmo, poderia invadir um hospital atrás das doações de sangue ou caçar uma pessoa.

— Mas isso seria ainda mais horrível... Kook, aceita que é uma troca injusta.

— Eu não! Cê veio me perguntar se cê me incomoda e ignora minha resposta? Perguntasse pro espelho então, escroto! — Cruzou os braços, revoltado. Tão, tão revoltado, e tão fofo que caí no riso. — Não ri, porra! Agora eu tô puto de verdade! Onde já se viu, pedir minha opinião e enfiar ela no cu?!

— Mas é difícil aceitar que não te incomodo.

— Problema teu, ué — resmungou, mas deu um risinho. — Cê por acaso se incomoda de me dar banho e coçar minha bundinha?

— Não... É bem tranquilo, né?

— Pois bem, aceite que eu enxergo cê me fazer de drink da mesma forma, morceguinho chato!

— Totó implicante!

— Sou! Mas cê já devia estar acostumado. — Ele riu e se levantou da espreguiçadeira.

E o que aconteceu? O óbvio: Belzebu me torturou. A toalha do Jungkook caiu, revelando a bunda peluda e linda na qual eu enfiaria a cara com prazer. E, daquela vez, tava realmente tão próxima do meu rosto que parecia uma piada do destino. Tava indo tudo tão bem! Belzebu era horrível mesmo.

Jungkook se abaixou pra pegar a toalha, empinando a bunda que eu já encarava vergonhosamente, e nem respirei. Sério. Por pouco, eu não vi o cu dele e não sei se meu cérebro teria maturidade o bastante para lidar com aquela cena. Era provável que, toda vez que eu fechasse os olhos, o cu dele faria uma aparição surpresa, em uma eterna perseguição.

Felizmente, a visão foi só da bunda, que já era tentadora pra caralho. Imagina uma mordida...

Amarrou a toalha de volta na cintura com displicência. Jungkook era tão acostumado a ficar pelado que não conseguia entender direito que o objetivo da toalha na cintura era não mostrar coisas demais. Se a toalha caísse, definitivamente a solução não era esfregar o rabo dele na minha cara.

— Cê já secou? — perguntou, virando-se em minha direção e dei um sorriso amarelo de "com certeza eu não tava olhando sua bunda aguardando ansiosamente uma aparição do cu" ou, talvez, "você poderia me dar uma surra de bunda, por obséquio?" acompanhado de um assentir de cabeça. — Bora lá pro meu quarto, eu te empresto um shorts, sei que cê não gosta de sair pelado por aí que nem eu.

— De fato, é um gosto muito peculiar da sua parte — concordei ao levantar, segurando minha toalha com firmeza porque mesmo estando de cueca, não queria arriscar.

— Não sei por quê! — retrucou enquanto subia as escadas na minha frente sem nenhum tipo de discrição. Ela era bem inclinada e, ao olhar pra cima, vi tudo dele balançar. Respirei fundo e olhei pra baixo. Belzebu realmente tinha tirado o dia hoje pra me foder. — A gente nasce pelado, não é esperado que seja confortável?

— Uhum... — respondi genericamente, encarando os calcanhares dele com toda minha força de vontade.

Como se adiantasse ter algum tipo de força de vontade quando o assunto era Jungkook, claro. Depois da minha tarefa hercúlea de não enxergar por baixo de sua toalha enquanto a gente subia as escadas, ele simplesmente se livrou dela ao chegar em seu quarto. Claro que ele tinha esquecido o objetivo inicial daquele pedaço de tecido.

Abriu o armário e felizmente não se abaixou de novo; porque, sim, eu já tava encarando todo ansioso o que pudesse me ser revelado naquele momento e não me orgulhava disso. Puxou uma samba-canção branca da gaveta e teve a audácia de dar uma ajeitada no próprio pau na minha frente antes de vesti-la. Ofereceu pra mim um shorts preto logo depois.

Mais tranquilo porque agora Jungkook tava vestido, apoiei minha toalha rapidinho nos ombros pra enfiar minhas pernas no shorts na velocidade da luz, fingindo algum tipo de naturalidade. Ou tentando. Jungkook me encarou.

— Essa tua cueca não tá molhada? — perguntou. Engoli em seco.

— Sim... Por quê?

— Credo, cê vai ficar usando roupa molhada? Sabia que isso causa infecção urinária? Melhor não abusar demais da saúde do lado sobrenatural, cê até teve que fazer exame de fezes esses dias.

— Ah, acho que vou sobreviver... — insisti, o pobre shorts estacionado nos meus joelhos, tão próximo e tão longe de seu objetivo.

— Tira a cueca aí, eu boto pra secar no Sol procê — falou com o tom de voz leve. Todas suas ações eram tranquilas e naturais. Eu detestava o quanto eu ficava nervoso e o quanto minha mente saía direto de nenhuma intenção para as segundas. Não tinha nada demais na proposta dele.

Eu me tampei com a toalha e entreguei a cueca pro Jungkook, que saiu do quarto pra pendurá-la, assim como tinha dito que iria. Aproveitei a privacidade pra me secar direitinho — tava começando a ficar preocupado com a possibilidade da infecção urinária — e vesti o shorts.

Foi horrível. Ao contrário da cueca, ele era muito solto e tudo balançava pra todos os lados. Sinceramente, se eu acabasse ficando duro, era meu fim e eu ainda precisava tomar meu sangue do dia.

Incomodado com a falta de uma camisa tampando meu corpo — sim, eu era muito trevoso e ficar sem camisa tava bem longe de ser uma zona de conforto pra mim —, me dei o direito de pegar no armário do Jungkook uma. Era engraçado ele ter roupas no armário, a maioria era meramente ilustrativa.

Jungkook voltou alguns minutos depois, com o seu prato de pedreiro e uma colher em mãos. Se sentou no lugar de sempre — no chão, de frente pra TV e com as costas apoiadas na cama — e me sentei ao lado.

Tava passando a reprise de algum filme de comédia romântica qualquer, e Jungkook comeu enquanto eu aguardava quietinho. Tentei ajeitar minhas pernas de várias formas, achando as aberturas do shorts largas e reveladoras demais. Não achei nenhuma realmente boa, mas eu achava que tava tudo bem escondido, apesar dos pesares. A camisa, grande em mim, também ajudava.

— Ji, cê sabe que não precisa esperar eu terminar de comer, né? Pode ficar à vontade — ele disse depois de um tempo. Assenti, ainda não queria incomodar.

— Uhum...

— Pouco convincente esse teu "uhum".

— Não fala de boca cheia, Kook, é falta de educação.

Ele revirou os olhos e apoiou o prato no chão. Enlaçou meu corpo com os braços fortes e me puxou pra perto, tentando me convencer a chupar seu sangue. Teria dado tudo certo se eu não tivesse soltado um gemido.

Sim, um gemido.

Jungkook interrompeu seus movimentos, quieto. Seu olhar pousou na responsável pela minha fraquejada: sua mão enorme e quente segurando o interior da minha coxa, perigosamente perto daquilo que eu mais tentava domar.

E que, naquele instante, tava livre e dando as caras através dos shorts emprestados. Encarei junto, tão incrédulo quanto Jungkook, mas com um adicional de vontade de morrer. Meu rosto queimava tanto que eu queria chamar os bombeiros pra apagarem. Queria que eles apagassem minha existência também.

Escondi meu rosto entre as mãos. O calor de vergonha e de tesão cresceu mais ainda quando notei que Jungkook não tinha tirado sua mão da minha coxa e que eu continuava achando o toque delicioso.

— Ji... Tá tudo bem?

»»🐺««

Sim, Jungkook, o Jimin tá ótimo, com MUITA SAÚDE KKKKKKKKKKKKKKKKK passo males demais porque em geral minhas fanfics são slow burn e taí o Ji pego no flagra de pau duro no segundo capítulo, coitado. Forças, meu guerreiro

Ah, não esquece de deixar seu votinho! 💜 

Qual é seu detalhe favorito do capítulo? Eu gosto tanto da conversa cúmplice dos jikook, uns queridos 🥺 

Ah, gente, eu tenho mania de sempre dedicar os capítulos prus leitorinhes mais ativos e fofos comigo como uma forma de agradecimento 🥺 então se algum de vocês receber uma dedicação, já sabem o motivo!

Espero muito que tenham gostado do capítulo e estejam animados pra volta oficial de SUC! Agora ela terá atualizações quinzenais

Beijinhos de luz, amo vocês, e até dia 22/04 às 19:00!

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