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🧛Capítulo 16

Oi, oi, oi, tesudinheeeeeeeees!!

Estão bem???? Ainda tô na correria, mas faz parteeee! E amei standing next to you, e vocês???

O capítulo de hoje vai fechar as memórias do Ji. E acho que vocês vão querer me matar no final dele 👀 será?

Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!

#VampiroTristeComT

»🐺«

Dentro do tubo de lava dos vulcões tava um caos. Mesmo eu tendo um bom relacionamento com as outras crianças, a cacofonia das vozes finas e de seus ecos me dava dor de cabeça. Esvaziei minha lancheira; no meu raciocínio inocente, ocupar bocas com comida poderia interromper a algazarra.

As professoras fizeram um trabalho razoável em nos alinhar em duas filas indianas, até porque o caminho era estreito demais pra uma criança atentada criar uma terceira. Chungho, na minha frente, insistia em mostrar suas figurinhas metalizadas enquanto andava, sendo que a gente já tinha visto todas as figurinhas um do outro no ônibus. Vai se entender.

Jungkook caminhava ao meu lado, tão encolhido contra mim que parecíamos uma fila só. Alguns adultos tentaram tirar seu chapéu durante o caminho por causa da escuridão dos túneis e, apesar de ter conseguido o manter na cabeça, tava especialmente estressado. Acariciei seu rosto; fervia ao toque, mas acreditei ser a diferença natural entre lobisomens e vampiros.

Caminhamos por uns vinte minutos antes de chegar em uma galeria espaçosa conectando o tubo pelo qual chegávamos a outros dois. Foi o lugar escolhido pra fazer uma pausa e garantir que todas as crianças pudessem descansar e acompanhar o ritmo.

Antes que Jungkook pudesse se esconder em um canto, o mesmo capeta de antes aproveitou que eu tava distraído (tentando explicar pro Chungho que não queria mais saber das figurinhas) pra surgir de lugar nenhum e surrupiar o chapéu dele. Gritei pela professora e soltei Jungkook pra puxar o chapéu de volta da mão da criança de sorriso triunfante e maldoso.

Mas, então, o sorriso dela morreu. E os olhos arregalaram. Confuso, olhei pra trás.

A forma humana de Jungkook se contorcia enquanto pelos e mais pelos cresciam pelo corpo. Gelei, por não saber o que fazer pra evitar a transformação.

Monstro! — Chungho foi o primeiro a gritar.

Péssima escolha, porque atraiu a atenção daquele que não mais respondia como Jungkook. Escolha pior ainda, porque Chungho tava muito perto dele.

O desespero foi suficiente pra me mover. As outras crianças não tinham chances contra um lobisomem, mas eu, sim. Corri e segurei Jungkook pela cintura. Ao meu redor, todas as crianças gritavam "monstro!", corriam e se atropelavam. O eco me desnorteava.

Apesar de não saber o que aconteceria a seguir, como resolveria toda aquela bagunça, respirei aliviado ao ver que Jungkook não conseguia fugir dos meus braços; eu tinha dúvidas se teria força o suficiente contra um lobisomem.

Mas Chungho, lerdo e assustado, não correu.

E Jungkook, se debatendo como um diabo-da-tasmânia, conseguiu alcançá-lo com as garras.

Não foi um corte nem longo, nem fundo. Era bobo, mas mesmo assim formou um filete de sangue. Um filete que passaria despercebido por qualquer um. Que não fosse vampiro, ao menos.

Tentei me afastar, mas Jungkook se debatia na direção das outras crianças com força demais. Eu o impedia de ir adiante, e ele me impedia de recuar.

Lembrava com clareza de como as lágrimas pareciam queimar minhas bochechas quando percebi meus caninos crescerem. Cresceram tanto que mal cabiam na boca.

Monstro!!

Minha mente e minha consciência nublavam mais e mais e, mesmo lutando contra, eu sabia que minha derrota era questão de tempo. Aflito, tentei puxar Jungkook com mais força.

E, então, não lembrava mais.

Rezava a lenda que os pais de Jungkook nos tiraram da caverna. E rezava a realidade que eu quase tinha matado o Chungho. Naquele mesmo dia, depois de recobrar a consciência e afastado do local da excursão, eu ouvi as ambulâncias, os choros e as conversas confusas e preocupadas dos paramédicos. Eu me senti como um impostor desmascarado. Me senti nojento. Me senti, de fato, um monstro. O pior era que, fisicamente, eu me sentia ótimo, porque tinha bebido sangue como nunca; tar tão bem me fazia ficar muito mal.

Desci as escadas de casa, tentando encarar o presente em vez de me deixar ser bombardeado por todas as recordações que tanto doíam. Apesar de detestar admitir, eu tava indo atrás do Wooshik. Ele tinha voltado pra "fazer uma visita" no dia anterior, e eu tinha aproveitado a piscina de merda na qual me afogava depois da conversa com o Jungkook pra me trancar no meu quarto e agir como um humaninho mimado.

Ele bebericava, como sempre, uma xícara com sangue. Queria que todos os sangues fossem como aqueles — inertes, oxidados. Queria que o furor de sangue fosse uma lenda.

— Olha só quem veio me ver! — disse em um tom afetado.

Bufei contrariado, mas ele tava certo. Engoli minha imaturidade e caminhei até a mesa, sentando ao lado dele.

Wooshik deveria ter respostas, não? Falava tanto sobre eu ser disfuncional... Talvez soubesse como me fazer funcional de novo. Fiquei um bom tempo em silêncio, olhando pra cara dele porque não queria ter que (e não sabia como) começar a conversa. Ele me olhava de volta de um jeito de quem não só já esperava, mas de quem já sabia qual era o assunto e qual era minha forma tosca de lidar com ele. Cedendo, perguntou:

— E aí? Como anda seu lobinho?

Por Belzebu, ele sabia mesmo qual era o assunto, mais do que eu. Eu tava pensando em perguntar por que meus pais tinham se dado tanto ao trabalho de reconstituir uma vida humana mesmo depois de todo aquele trabalhão pós incidente.

— Meio mal, acho. — Suspirei. O silêncio de palavras, mas o tumulto de choro no qual tinha deixado Jungkook na noite anterior me assombrava. Eu tava cada vez mais certo de que o Jimin que ele amava era aquele do passado. O Jimin do passado não o teria feito chorar. — A gente voltou a ficar sem falar.

— Onde ele estava, aliás?

A pergunta me desnorteou; tanta coisa tinha acontecido desde a última vinda de Wooshik. Achar Jungkook, tê-lo me ignorando por longos dias, as lembranças, a conversa horrorosa.

— Jeju.

— Curioso. Você sabe por quê?

— Sim... Eu lembrei.

Minha respiração prolongou até demais. Wooshik pareceu notar e se entreteve com mais goles de sangue. Esperei que ele puxasse assunto, mas, depois de longos e constrangedores minutos de silêncio, entendi que era eu quem deveria dar o próximo passo.

— Wooshik, por que nossos pais deram pra gente uma vida tão disfuncional, como você mesmo fala?

Ele se inclinou pra trás na cadeira e deu de ombros, com uma expressão pensativa.

— As melhores pessoas para se perguntar são seus pais, eles devem voltar da sede da Cúpula daqui uns dias. Mas é uma tendência no mundo sobrenatural. Os progenitores fazem isso para oferecer uma opção além do estilo de vida dos seres sobrenaturais. Ainda somos muitos, mas somos cada vez menos.

"Recentemente, há muitas criaturas em crise, principalmente as mais jovens. Criaturas que queriam ser humanas porque o mundo, atualmente, é todo humano; o mundo sobrenatural acaba parecendo limitado demais para elas, mas não sabem como se inserir na sociedade.

"Eu, pessoalmente, acho que isso só ocorre porque a grama do vizinho sempre parece mais verde. Acho que a piora nos últimos anos se deve à escalada dos meios de comunicação. Os humanos ficaram em evidência enquanto nós continuamos nos escondendo. Apesar de não exibirmos o glamour para os outros, considero uma vida sobrenatural bem mais funcional e adequada para nós. Veja você: a vida de humano não parece estar funcionando."

— Já funcionou uma época, quando eu era criança.

Seria tudo tão, tão mais fácil se eu simplesmente fosse aquele Jimin de antes. Confiante, quase extrovertido, um apoio pro Jungkook. O Jimin do passado nunca tava esquisito com o Jungkook. Nunca teria desenvolvido um relacionamento tão esquisito. Se aquele Jimin tivesse crescido, seria capaz de chamar pro cinema, fazer declarações bonitas, explicar as próprias emoções... Em suma, lidar com um namoro saudável.

— Mas de que isso vale? Está funcionando agora?

— Não, mas... — Minha voz começava a falhar. Enfim eu entendia a sinceridade dos meus desejos. — Eu quero que funcione de novo.

Wooshik soltou um longo suspiro e se reclinou em cima da mesa, me olhando de bem perto. Encolhi na cadeira.

— Perceba, Jimin: nós, seres sobrenaturais, podemos fazer muitas coisas. E temos muito controle do nosso futuro, porque temos muito, muito tempo de vida, isso você sabe.

— Sei...

— Mas o passado está em um lugar que não podemos alcançar, nem reviver. Nesse sentido, somos como qualquer criatura neste planeta. Tudo no presente é diferente. Meu conselho é: pare de se prender ao passado se o presente já não é a mesma coisa. Você até pode trabalhar seu psicológico para reaprender a lidar com a sociedade humana, mas você nunca vai voltar a ser o Jimin criança, e as coisas que te aconteceram, nunca vão deixar de ter acontecido, por mais que você tenha aprendido a encará-las, entende? Apesar de quanto mais tempo passa desde um acontecimento, menos nós o lembremos, também tem o fator da própria maturação do cérebro. Nesse sentido, vampiros lembram muito os humanos; as coisas que acontecem na infância são muito marcantes.

— Que discurso chique. — Soltei uma risada nervosa. — Agora você realmente pareceu um estudioso.

— E depois, quando exalto o quão esquivo é, você se ofende comigo. — Wooshik revirou os olhos e ajeitou os óculos. — Mais uma vez, darei minha opinião sincera: acho um desperdício você querer voltar ao que era no passado sem nem ter experimentado um futuro diferente.

— Você tá dizendo que meu relacionamento com o Jungkook é um desperdício?

— Quando isso saiu dos meus lábios? Típico de humano criar coisas que não foram ditas. O que você tinha me apresentado foi: querer voltar a se adequar aos humanos e viver como eles, porque era capaz de fazê-lo quando criança. Se o seu propósito para isso é continuar ao lado do seu lobinho, é outra história.

Era verdade. Tudo. Sobre eu me esquivar. Sobre eu sempre evitar o ponto que realmente me tirava o sono.

Minha personalidade não era de ter certezas, nunca tinha sido, mas eu escondia uma bem no fundo do meu peito: eu não queria me adequar aos humanos. Não de novo. Eu sempre seria um impostor. Sempre poderia, em um piscar de olhos, virar um monstro.

Eu tava pouco me fodendo pra possibilidade de entrar na Universidade de Seoul — o que seria o sonho de qualquer humano. Não queria ter que interagir com os humanos da faculdade pra, então, sair de lá e ter de interagir com humanos de escritório. Era bom quando eu era criança e ninguém notava que eu era um ser sobrenatural? Sim, só porque eu me encaixava. Mas eu lembrava do quão cansativo era fingir ser algo que não era, do alívio que era tar só com o Jungkook ou meus pais. De resto, era tudo triste, solitário e vazio. E, se eu seguisse o caminho de um ser humano normal, tava fadado àquilo: constantemente fingir não ser o que era.

Eu só queria ser humano pra conseguir consertar tudo com Jungkook, magicamente. Pra viver ao lado dele, que via sentido na vida como humano. Pra parecer o antigo Jimin o suficiente pra ignorar que tinha um trauma ali no meio da nossa história. Ser como era antes, pra sempre.

— Eu tenho alguma outra alternativa? — supliquei pela resposta, angustiado.

— Você precisa ser mais específico. Sobre seu modo de vida? Sobre o lobinho?

— Queria que fosse os dois...

— Bem, sobre o modo de vida, há todo um mundo sobrenatural para você explorar. Pode conversar comigo ou com seus pais, a gente estuda o melhor lugar com você. Eu sugiro um complexo escolar para seres sobrenaturais, é um ótimo lugar para conhecer diferentes não-humanos. Sobre o lobinho... eu não saberia dizer. Não sou ele, nem o conheço direito.

— Você acha que tenho que conversar com ele?

— Eu não acho nada. E nem você precisa fazer nada, se não quiser. O maior problema é você entender o que quer. Se você quiser buscar alternativas com o lobinho, parece produtivo envolvê-lo. Mas você pode simplesmente inventar algo sozinho na própria cabeça, como imagino que tenha feito até então.

Por mais que me embrulhasse o estômago admitir, murmurei:

— É verdade.

-🧛-

Foi difícil conversar com Jungkook. Não gostava nem de lembrar. Nós pisávamos em ovos, e não havia mais nada que salvasse nossas interações: nem humor, nem tesão, nem carinho, nem história juntos. E eu tava mais que ciente da minha grande contribuição naquela barreira imensa.

Eu realmente não gostava de lembrar daquela conversa.

E, por Belzebu, não sabia nem como chegamos a uma conclusão.

Conclusão que me fazia tar ali, na frente de um boliche, me escondendo do Sol e de humanos. Boliche decidiria se eu tinha algum futuro com Jungkook. Soava tão ridículo. Claro que soava, fazia tempo que tudo soava ridículo entre nós. E enfim eu sabia por quê.

Precisei erguer minha cabeça sempre baixa; apesar de ter reconhecido sua voz e seus passos de pronto, apenas reagi quando Jungkook pousou a mão grande e pesada nos meus ombros. Não curti muito, já sentia aquela parte do corpo pesar demais.

Forcei um sorriso pra ele e pros dois humanos o acompanhando: Hoseok e Namjoon. Os amigos que tiveram os sorrisos (e nada mais) apresentados, porque me doía ouvir qualquer coisa sobre a vida de humano do Jungkook. Enfim eu percebia quanta dor me gerava fingir que, no fundo, eu não sabia que não queria mais viver como um humano... Que não conseguiria continuar ao lado do Jungkook.

A resposta já tava lá. Por que eu fazia aquilo comigo mesmo?

— Não acredito que finalmente estou falando com o famoso Ji — Namjoon exclamou, e Hoseok concordou com a cabeça.

Forcei outro sorriso péssimo.

Conhecer, teoricamente a gente se conhecia. Mesma escola e tudo o mais. Talvez eu fosse o único que se esforçasse tanto pra não saber nada de ninguém. E não deixar que ninguém soubesse nada de mim.

— Kookie fala muito mesmo de você! — Hoseok completou e puxou meus ombros pra um meio abraço.

Comecei a ser guiado pra dentro do boliche por ele. Tentei relaxar meu corpo, retesado pelo toque. Quatro pra inspirar, quatro pra expirar. Pras frases direcionadas a mim, eu apenas conseguia soltar resmungos de concordância; a melhor resposta que eu era capaz de dar sendo não só um puta e estranho introvertido, mas também um vampiro consciente de sua vida cada vez mais disfuncional.

Todo o caminho até os sofás de uma das pistas de boliche foi daquele jeito: quatro, quatro, quatro, quatro, tentando absorver alguma palavra do que diziam pra tentar dar uma resposta como um humano normal.

Cê conseguia interagir com humanos antes, Ji! Não quer tentar conhecer meus amigos? Eles são daora, boas pessoas mesmo! Acho que vai ser uma situação mais confortável. Vamos tentar...

O olhar de Jungkook sobre mim tinha o mesmo tom daquela frase de dias atrás: súplica. Apesar de tentar ser humorado, apesar de tentar ser normal, nós dois sabíamos bem demais o que tava em jogo; algo que távamos tentando fazer dar certo há muito, muito tempo...

Talvez realmente não tivesse nenhuma outra alternativa. Talvez elas realmente tivessem esgotado há tempos e aquele dia no boliche era apenas uma luta prestes a ser emoldurada na minha coleção de fracassos pessoais. Enfim, ao menos eu sabia por que os fracassos eram tantos, por mais doloroso que fosse encarar a raiz da questão. Quatro pra inspirar. Quatro pra expirar.

Hoseok saltou do assento assim que a pista foi liberada. Apesar de sua complexa preparação pra jogar a bola, com várias caretas e poses, ela foi parar na canaleta quase no mesmo instante em que foi jogada.

Ele suspirou de um jeito dramático e pegou outra bola de boliche, apenas pra estendê-la pra mim. Forcei mais um sorriso. Não era nada demais trocar objetos com humanos, não tinha como eu machucá-los daquela forma. Eu trocava várias figurinhas com Chungho. Estendi minhas mãos pra pegá-la.

Monstro!

Não, Chungho não era uma boa memória pra se usar, apesar de ter sido a mais próxima. Quatro pra inspirar, quatro pra expirar. Mesmo com as mãos bambas, peguei a bola e tentei oferecer outro sorriso. O olhar de Jungkook, transbordando de vontade que desse certo, pesava na minha nuca. Ele queria ser libertado da culpa. E eu não sabia se era capaz de dar aquela liberdade.

Caminhei até tar em frente à pista lisa e brilhosa, toda em tons tranquilos de bege claro. Balancei meu braço e, quando senti que usava o mínimo de força possível, soltei a bola.

Ela cobriu a trajetória como um raio, e os pinos todos voaram longe com um barulho alto demais. Todas as pessoas de todas as outras pistas olharam em nossa direção. Quatro. Quatro. Quatro. Quatro. Quatro. Quatro. Voltei a sentar, como se nada tivesse acontecido.

— Nossa, Ji, você é tão forte! — Hoseok quase gritou, espantado. Veio apertar meus braços. — E tão magrinho! Juro, nem parece.

Afundei mais no sofá. Tentei dar um sorriso, mas, pelo visto, não deu certo; Hoseok afastou as mãos e me lançou um olhar preocupado. Jungkook e Namjoon também ficaram em um silêncio brutal até Jungkook chamar atenção, dizendo que era a vez dele, o melhor de boliche entre os três.

Jungkook fez strike, mas foi suave, na medida. Controlado como sempre. Ou, pelo menos, desde que tinha aprendido a lidar com os dias de Lua Cheia. Enquanto isso, Namjoon pegou o menu pra avaliar as comidas, e Hoseok tentou me incluir. Batatas fritas, era o que ele achava universal o suficiente pra todos dividirem. Concordei com a cabeça quando deram a sugestão.

A gente não é tão diferente assim deles, Ji. A gente tem sentimentos complexos... A gente quer ter um lugar no mundo. Cê vai ver, a gente se parece muito.

Quando a comida chegou, Hoseok empurrou a grande vasilha com batatas fritas em minha direção, acolhedor e educado. Precisei justificar que não tava com fome por ter almoçado em casa antes de vir. Não dava pra dizer que eu apenas me alimentava do pescoço do melhor amigo deles. Hoseok murchou e foi Namjoon quem desconversou pra manter o clima daquela vez.

Sim, talvez tivéssemos os mesmos sentimentos complexos. Mas não éramos tão parecidos assim.

Ji, eu te amo. Eu te amava quando a gente era filhote e te amo agora que somos adultos também. Eu... eu não posso falar, na moral, que não me sinto culpado pelas coisas. Mas eu juro que não é a culpa que me faz te amar, eu te amo desde antes dela existir. Quero muito que a gente dê certo... Por favor, vamos tentar fazer dar certo.

Fui ao banheiro pra me recompor, pra tentar fazer aquele dia dar certo. Suspirei de alívio quando o vi vazio e me tranquei em uma das cabines por alguns minutos. Quatro pra inspirar, quatro pra expirar.

Ao voltar pra pista, me permiti ficar apenas de ouvinte na conversa do grupo de três amigos. Namjoon tava inseguro por ter gravado uma mixtape e a enviado pruma gravadora, Hoseok o tranquilizou e o convidou pra ir na sua casa jogar videogame pra relaxar, incluindo Jungkook e eu no convite. Em poucos minutos, eles mostravam ter muito mais nuances e interesses do que eu jamais tive. Eles eram cheios de sonhos, vontades e necessidade de botar sentido na vida. Tudo do qual eu fugi. Eles tinham tudo. Eu entendia por que Jungkook gostava tanto deles; eu também gostaria, se percebê-los tão mais cheios do que eu não me machucasse tanto.

Eu tô sendo egoísta demais, Ji? Eu não queria pedir pra tu insistir numa vida que não funciona pra ti. Mas acho que já tô pedindo, né? Desculpa... Acho que só faço mal pra ti.

Jungkook não era quem me fazia mal; e, pra tentar provar aquilo, aguentei todas as horas que o grupo de amigos quiseram gastar no boliche. Mas eu mesmo me fazia tão mal que me nauseava. Toda minha inadequação, a tudo, me envenenava. Tentei focar mais no torpor do que na dor. Tentei focar e sonhar com aquela vida funcionando pra mim. Seria tão perfeito. Resolveria tudo.

Obrigado, Ji, por aceitar tentar. E me desculpa. É a última vez que peço algo pra ti, eu juro.

Quando Namjoon e Hoseok se despediram de mim com um abraço e um acenar de mãos, prendi a respiração. Fiquei com os pulmões acorrentados até eles virarem a esquina.

Caí no choro. Por me sentir tão deslocado, tão mal. Por não me ver vivendo uma vida milenar daquela forma, por não ver sentido em nada além da minha vontade de ainda ser próximo de Jungkook.

Jungkook, que tagarelava mansamente sobre ter sido um ótimo dia, sobre o quão incríveis os amigos eram, foi consumido por um silêncio absoluto.

Não conseguimos nos encarar.

Não conseguimos nos tocar.

Não conseguimos nos falar.

Eu percebi, pela visão periférica, Jungkook travado, olhando pra frente. Chorei ainda mais, mesmo com muito medo do choro me impedir de controlar a respiração. Apesar do medo de entrar em pânico me consumir, a tristeza era pior.

Porque nossa tentativa, mesmo fadada a ser inútil, tinha se provado, pela última vez, ser apenas nossas esperanças e nossos anseios falando mais alto que a realidade. A respiração de Jungkook se alongou e ele fungou. Experimentamos mais alguns segundos de melancolia silenciosa antes da sua voz cortar o ar subitamente frio naquele dia quente:

— Isso é um adeus?

»🐺«

E vocês acharam mesmo que o capítulo anterior era o triste???? KKKKKKK ops!!!!

Ah, não esquece de deixar seu votinho! 💜

Qual foi a parte mais marcante do capítulo para vocês? Acho que essa é fácil: quando os jikooks percebem que não dá mais. Eu me derreti todinha de tistreza escrevendo.

MAS NÃO DESISTAM AINDA. Acho que vocês vão se divertir no próximo capítulo 💜 é um dos que eu mais amei escrever, pelo menos!

Ahhhh! Lembrando que a rede social na qual sou mais ativa é o instagram (sou a callmeikus lá também) e, além do dia a dia escrevendo fanfics, estou pensando em projetinhos pessoais (ou melhor, dando mais atenção a eles, porque ter eu tenho há anos), caso queiram me acompanhar por lá!

Beijinhos de luz, amo vocês, e até dia 25/11 às 19:00!


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