🧛Capítulo 10
Oi, oi, oi, tesudinheeeeeeeees!!
VOLTEIIIIIIIIIIIIIIIII!!! Que saudades! 🥺 Como estão? Ansioses por layover???
Prontos pra ver o desenrolar da bomba do capítulo passado??? (desculpa a mini demora, minha notificação pra arrumar a postagem desconfigurou e não vi o dia passar!)
Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!
#VampiroTristeComT
»»🐺««
A noite daquele dia foi esquisita. No momento em que coloquei os pés no meu quarto, já tava arrependido. Mas deixei o orgulho enterrar a certeza de que eu era um vampiro idiota que, de fato, agia como um humano mimadinho.
O problema era que o orgulho, sozinho, se mostrou incapaz de enterrar todo meu medo avassalador sobre o que minha vida se tornaria.
Como sempre.
Toda vez que eu tava com o Jungkook, queria fugir. Toda vez que eu não tava com ele, queria tar. O silêncio deixava a confusão ainda mais gritante.
Minha estante de livros não parecia tão interessante sem um comentário aleatório e engraçado dele sobre algum personagem secundário tão aleatório que eu mal lembrava. Minha cama parecia fria. Minha janela não emolduraria Jungkook em seu quintal também, porque a fechei.
Idiota de merda.
Mas eu não precisava ter ficado tão preocupado e amedrontado. A promessa feita por Jungkook era muito sincera, muito mais do que eu poderia esperar. E a promessa consistia dele ao meu lado.
Muito ao meu lado.
Jungkook; aquele carinhoso e afável Jungkook; aquele gentil ex-namorado Jungkook tava mesmo dedicado à tarefa de fazer eu me arrepender de ter terminado com ele. E fazia da forma mais baixa possível, usando das minhas fraquezas conhecidas: o humor e o tesão.
Tava tranquilo quando a questão era o humor. Quando ele se aproximava de mim com piadinhas e dava um jeito de enfiar uma reclamação sobre o término de forma leve, eu ria. E não era um problema tão grave, porque apesar de ser uma prova do quanto eu era rendido por qualquer bobagem que ele falasse, eu poderia dar a desculpa de rir por educação, de rir porque ele tava rindo.
Mas o tesão... Não, não tinha muita coisa que justificasse meu pau endurecer por qualquer coisinha que Jungkook fizesse além da minha profunda atração por ele. E o fato de eu ter terminado logo com um lobisomem muito gostoso que cheirava todos meus feromônios chorando por uma sentada no seu pau decerto não me ajudava.
E, mesmo naquele momento, observando meu amigo de infância sentado no banco de reserva em uma partida de vôlei — tanto pra deixar os novatos aprenderem, quanto porque ele tava batendo na bola com uma força descomunal e perigosa —, muito distante de mim, eu não conseguia organizar o tanto de coisa que eu sentia. Queria sentar no colo dele. Mas também queria ser abraçado e beijado daquela forma tão carinhosa que tive como experimentar durante nossas duas semanas de namoro. E queria me afastar, porque eu tinha tanto medo. Tanto, tanto. Por Belzebu, que medo do caralho.
Meu celular vibrou no bolso. Pela notificação da tela de bloqueio, vi que era Jungkook me chamando pra fazer companhia enquanto tomava banho. Suspirei, sabendo que era uma armadilha. Guardei o aparelho e voltei a assistir o jogo que se desenrolava na quadra. Ou tentei. Meus olhos foram atraídos aos de Jungkook. Como uma força magnética, sobrenatural — ou apenas fosse uma desculpa de peidorreiro pra evitar ter que confessar, com todas as palavras, que sou um gado do Jungkook.
Estabelecido aquele contato visual torturante, Jungkook sorriu, ladino, como se já soubesse que eu iria ao vestiário fazer companhia de qualquer jeito — e errado ele não tava. Suspirei e desviei o olhar. Tentei usar minha audição aguçada de vampiro pra pescar alguma fofoca que me distraísse de Jungkook, mas não consegui. Então, me levantei pra ir ao banheiro mijar.
Pra minha sorte, quando voltei do banheiro, Jungkook tinha entrado na quadra, o que pelo menos me poupava de ver a cara de satisfação dele em atestar que eu ainda sentia muitas e muitas coisas por ele. Mas não me poupava de ficar lá, babando por cada movimento seu, por cada arquear de sobrancelha resultante de sua concentração no jogo.
O jogo terminou. A arquibancada esvaziou. A quadra fechou. Meu celular vibrou.
Tô sozinho já ;), dizia a mensagem.
Imoral.
Filho da puta.
Escroto.
Conformado — e com um tesão curioso —, me encaminhei pro vestiário com a solenidade derrotada de um Lulu da Pomerânia prestes a ser completamente tosado em um petshop de mau gosto. Ao abrir a porta do vestiário, ouvi o som característico da água do chuveiro batendo no azulejo e me sentei no costumeiro banco de alumínio pra encarar minha amiga Capitã Mijete.
— Ei, Ji. — A voz de Jungkook soou atrás de mim. Não era simpática, nem alegre. Era baixa e rouca.
Puta merda, que tesão.
— Ei, Kook. — A minha voz não foi simpática, nem alegre. Nem baixa, nem rouca; na verdade. Só vacilante e patética.
— Cê gostou do jogo? — Junto de sua pergunta, veio um pequeno arfar.
— Uhum, mais uma vitória. — Meus ouvidos tavam bem atentos à quantidade estranha de ar saindo da boca dele. — Fico pensando no que vai ser do time sem você.
— Ah... — Soou como um gemido. Pensei ter começado a alucinar de tanto reprimir meu tesão. — Vai dar certo. Hoje, só dei uma ajudinha. Todo mundo precisa de uma ajudinha.
— Você não precisa. — Soltei, como se fosse uma frase que eu tava destinado a dizer. Por Belzebu, nem era insegurança assumindo o controle, foi o ar pedindo pra que aquilo fosse jogado nele. Minha concentração na Capitã Mijete enfraquecia.
— Ué, logo agora que tô precisando muito de uma ajudinha... — Jungkook devolveu, a voz carregava diversão.
Claro que não me aguentei de curiosidade. Os sons, o tom da voz de Jungkook, cada uma de suas palavras me obrigaram a olhar em sua direção.
O encontrei sorrindo, como o filho da puta gostoso que era. Olhos amarelos, cabelos molhados grudados no rosto de uma forma absurdamente sensual. Cada filete de água do chuveiro capenga fazia um caminho pelo corpo definido e coberto de pelos até... chegar no pênis grosso e ereto, acomodado em uma de suas mãos. Prendi a respiração.
— Hm... Qual ajuda? — Tossi, depois de alguns momentos o contemplando. Jungkook pareceu muito satisfeito em me ver em tal situação precária. Gostoso de merda.
— Esqueci o sabonete na bolsa de novo... E gosto de lavar direitinho.
Enquanto soltava a frase pecaminosa, subiu e desceu a mão, como se tentasse provar um ponto. E talvez tivesse provado mesmo, porque me vi buscando a bolsa imediatamente. E, nem com a tarefa, deixei de ficar olhando Jungkook se masturbar de esguelha. O vai-e-vem era tão lento que até eu ficava impaciente.
Peguei o clássico sabonete de limão siciliano e fui entregar a ele. Jungkook soltou sua ereção pra pegá-lo, e esfregou na mão até fazer bastante espuma. E, claro, claro, claro, pela perversão de Belzebu, que ele passou no pau (aliás, higiene íntima sempre me foi algo muito sexy).
— Hm... Não tenho lugar pra apoiar o sabonete — comentou, como quem não quer nada, mas que na verdade queria, sim. — Pode me dar outra ajudinha?
Estendi a mão pra pegar o sabonete de volta, e ele riu. Depois, olhou pra baixo, sugestivo.
— Quer? — perguntou, como nunca deixava de perguntar.
E eu detestava a pergunta, porque eu sempre queria e porque sempre desarmava meu teatro de bom moço. Em um piscar de olhos, minhas mãos já buscavam seu pênis. A espuma do sabonete deixava tudo melhor ainda, porque deslizar era tão fácil. Assim que meus dedos o enlaçaram, um gemido gostoso e meio rosnado saiu de seus lábios.
Como eu tava o ajudando a se limpar, usei uma mão pra puxar a pele pra baixo enquanto a outra subia pra cabecinha descoberta; a esfreguei com cuidado, sabendo o quão sensível era. Sorri com um novo gemido de Jungkook, com seu olhar âmbar perdido nos meus toques.
— Hm... Acho que pedi a ajuda certa... Cê é o melhor, Ji — murmurou antes de levar a mão que não segurava o sabonete até os botões de minha blusa. — Posso tirar? Tô com medo de molhar tuas roupas...
Que conversinha.
— E qual seria a explicação pra me encontrarem pelado no vestiário sem nem fazer parte do time de vôlei?
— Ué, o banho é livre. — Desabotoou o primeiro dos meus botões, atento a como eu ia reagir. Mudei de estratégia: enquanto uma mão se mantinha masturbando sua ereção gostosa, deixei a outra deslizar em direção aos testículos. Jungkook afastou um pouco mais as pernas e arfou, satisfeito, antes de continuar: — Tantos motivos justificam um banho... Qual é a explicação pra te acharem com as roupas todas molhadas no vestiário sem nem ter tomado banho?
Fiquei quieto, o que foi o suficiente pra Jungkook terminar de desabotoar minha camisa, além de fazer o mesmo com minha calça e deslizar o zíper. Me afastei dele e daquilo pra largar as peças de roupa em cima do banco.
— Vai ficar de cueca? — Jungkook perguntou enquanto esfregava o sabonete no peitoral largo, deslizando a mão pelos mamilos de uma forma nada casta.
— Sim.
— E vai voltar de cueca molhada? Vai marcar tua calça...
— Volto sem cueca, só de calça.
— Porra, Ji. Nunca sei se cê é muito inocente ou muito safado.
Nada respondi, porque também não sabia. Naquele momento, eu era muito, muito safado, porque me aproximei de volta, espalmando uma mão em seu peitoral e descendo a outra de volta à sua ereção. Comecei uma masturbação terrivelmente lenta. Jungkook cambaleou alguns passos pra trás, entrando de vez no chuveiro e me fazendo entrar um pouco também.
— Enxaguou a espuma do sabonete... — comentei, baixando o olhar. Era sempre pecaminoso ver minha mão o envolver. Tão grosso, tão quente e tão delicioso. Minha cueca apertava cada vez mais. — Passa mais...
Jungkook obedeceu, deslizando a mão na minha, encaixando os dedos entre os meus e acompanhando o ritmo que eu dava à masturbação, enfim com sabonete de novo. Curvou as costas pra apoiar a cabeça no meu ombro, e senti seu cabelo servir de ponte pros fios de água fria deslizarem pelas minhas costas. Seu corpo tava tão quente, era um contraste tão bom.
— Cê faz tão gostoso, Ji... — sussurrou, ao lado do meu ouvido. — Vou gozar rapidinho desse jeito... Quando eu gozar, cê vai me deixar fazer gostoso desse jeito em ti?
Sirenes se esgoelaram na minha cabeça, do nada. Sem pedir permissão. Irritado, fechei os olhos e comecei a masturbar Jungkook mais rápido e com mais força. Senti seu corpo tensionar, sua mão apertar sobre a minha, seu hálito no meu ombro variar: sumido por alguns segundos, e forte, ao vir junto de um gemido. Senti sua porra quente pintar meu peito.
E, então, senti terror por saber que Jungkook ia retribuir. Era uma lógica meio escrota — quase a lógica do suposto homem hétero que gostava de chupar os amigos do futebol e que permanecia hétero desde que fosse no sigilo —, mas eu sentia que se eu fizesse algo e ele retribuísse; ou vice-versa, seria tão recíproco que jogaria na minha cara, de novo, a idiotice daquele meu pretexto do incesto.
Eu sabia que era idiota, claro. E óbvio que Jungkook também sabia que era idiota e que eu também achava idiota. Aquele era o motivo de ele tar investindo tanto: porque sabia que usei de uma mentira pra acabar com nosso namoro. E queria me fazer encarar a mentira de frente.
Mas encarar a mentira de frente significava ter de encarar também a verdade que me fez afastar dele. E eu não queria, de jeito nenhum. Não era algo racional; não queria porque sempre que eu me aproximava da verdade, meu corpo reagia com medo, e eu não queria senti-lo.
Enfim, eu faria de tudo pra não consumar minha idiotice. Então, apesar do meu corpo inteiro implorar por Jungkook, recuei até chegar no banco de alumínio. Usei a toalha dele pra limpar o gozo do meu peito — ele teria que me perdoar — antes de vestir minhas roupas por cima da cueca molhada mesmo e sair apressado do vestiário.
E, enquanto eu escolhia as ruas mais vazias pra caminhar enquanto meu pau amolecia, eu ponderava se daquela vez eu o tinha tirado do sério o suficiente pra ele não querer mais nada comigo. Porque, se ele continuasse com todo aquele ímpeto de me fazer me arrepender, eu taria em apuros; porque, de tantas camadas, eu já parecia mais um bolo de arrependimento.
-🧛-
Não. Eu não tinha tirado Jungkook do sério. Na verdade, ele parecia se divertir muito.
Consegui me manter afastado alguns dias, mas foi só porque Jungkook tinha me dado uma trégua. Se ele viesse se insinuar pra mim, eu teria correspondido. Ou talvez ele tivesse testando minha resistência em ficar sem ele, será? Porque era realmente bem pouca.
Depois de uns três dias sem nenhuma interação além de piscadinhas de olho safadas entre aulas e durante jogos, eu já quase escalava as paredes de tanta vontade de conversar com ele. Ou masturbá-lo. Coisas assim.
Cheguei mais cedo do que Jungkook em casa. Decidi não assistir ao seu treino pra não ter que voltar pra casa com ele, porque tava certo de que naquele dia, em específico, eu pularia em seu colo. E porque logo eu precisaria tomar sangue. E ele sabia.
Os dias de trégua tavam acabados. Fui guerreiro.
Mas, lá em casa, havia quatro vampiros que eu nunca tinha visto na vida ao redor da mesa de jantar (meramente ilustrativa). Torci o nariz, porque sabia exatamente o que eram: parceiros de sexo em grupo dos meus pais (e talvez dos pais de Jungkook também).
Desde que tudo havia sido revelado, meus pais me avisaram que não dariam mais a desculpa de que "iam caçar", nem viveriam aquele teatro de família de humanos normais. Me irritava e me incomodava? Sim. Mas, no fundo, sabia que era irracionalidade minha. De fato, eu não tinha nada a ver com aquilo.
— Oi, Jimin! — cumprimentou um vampiro de cabelos ruivos e roupa esquisita. Ele se vestia como um homem da Era Vitoriana. Talvez fosse mesmo, mas era esquisito porque, exceto os cabelos cor de fogo e os olhos de um azul acinzentado, os traços do rosto eram coreanos. Deve ter feito plástica. — Finalmente!
— Você me conhece?
— É claro! Todos nós já tínhamos ouvido falar de você. — Sorriu, simpático, e passeou o olhar pela mesa; os outros três vampiros concordaram. — O famoso filho moralista dos Park! É um prazer te conhecer!
— Não sei se posso dizer o mesmo.
— Meu nome é Wooshik. — Ele riu pra mim. Depois, olhou pros seus amigos vampiros. — Ai, ai, os vinte anos! Vocês se lembram quando eram assim?
— Eu não era assim — retrucou uma das vampiras, vestida em roupas faraônicas. Ela realmente parecia ter vindo do Reino Cuxe. Alta, pele retinta apesar do subtom acinzentado típico de vampiro, artefatos de ouro e jeito de realeza e de poder. Queria só entender como ela andava pelas ruas da Coreia do século XXI. — Mas o primeiro século é inesquecível, não é?
— Acho que isso é coisa dos vampiros mais novos — comentou uma outra, que pelo menos se vestia e falava como alguém daquele século. Cara de europeia, talvez; a ocidentalização em massa tornava aquele tipo de análise difícil. — Isso que dá botar vampiro pra viver como humano, falei que era uma ideia de merda.
— É quase um experimento social — disse a terceira e última presença na mesa. Provavelmente sem gênero. Vestia-se como uma mulher da Dinastia Joseon, com um belo e chamativo hanbok. — Não que nós não tenhamos vivido com humanos. Mas não como humanos.
— Não acho que eu vivo como um humano — resmunguei. A última coisa que eu era, era humano. Cada interação com aquela outra espécie era uma bosta gigantesca demais pra eu ser um humano.
— Como assim? — Wooshik questionou, ajeitando os óculos pequenos de aros muito redondos e bregas pra cima do nariz adunco. Fugi do reflexo interessado das íris azuis.
— Vocês não deveriam tá mais interessados em foder com meus pais do que em falar comigo? — Cruzei os braços.
Os vampiros riram, parecendo até mesmo ter dó. E, de fato, eu mal era uma criança na cabeça deles, de tão longe de completar meu primeiro século.
— Vai ser mais de noite. Chamamos uns lobisomens também, só que eles são mais atrasados. Por enquanto, é só uma visita mesmo, criança — explicou a faraônica.
— Eu não quero saber! — gritei.
Eles riram.
Então, com o máximo de dignidade que tinha sobrado em mim, marchei pro quintal. Treinar um pouco de kendo parecia uma boa pedida pro estresse. A parte boa era que, por serem tão velhos, os vampiros logo esqueceriam; aquele vexame era pouquíssimo relevante pra quem, sei lá, viveu a invasão do Japão à Coreia.
O Sol não tava tão forte, o que me daria alguns minutos a mais pra eu treinar bem longe de todas as visitas na minha casa; a área coberta era perto demais da sala de estar. Peguei a espada e andei até o fundo do quintal. Naquele momento, agradeci à riqueza quase compulsória dos vampiros — quanto mais tempo de vida, mais chances de trabalhar e mais tempo pra deixar o dinheiro render por um tempo cavalar — que me cedeu um quintal tão grande.
Isolado de um jeito que quase não dava pra ouvir os burburinhos dentro da minha casa — ainda sobre mim. Ou melhor, sobre vampiros vivendo como humanos, porque eu não era importante assim —, comecei a treinar a sequência que já tava acostumado. Mesmo que eu nunca fosse capaz de participar de uma competição pelas minhas grandes chances de matar alguém, os exercícios eram relaxantes; quase uma meditação.
Quase no fim da série de zenshin kotai shomen uchi — que parecia nome de um golpe muito chique de algum personagem de anime, mas era só balançar a espada enquanto andava pra frente e pra trás —, alguma coisa começou a me incomodar. Olhei direto pra minha casa, achando que seriam as visitas.
Nada.
Mas a resposta tava em outro lugar. No muro que separava meu quintal do de Jungkook. E quem tava lá?
Jungkook, óbvio.
— Não queria que cê parasse o treino — contou, todo manhoso, junto a um biquinho. Antes, a cabeça repousava nos braços, apoiados no muro. Mas resolveu se sentar displicentemente nele. — Desculpa atrapalhar.
— Tá de boa.
Contido, voltei à série de exercícios. Mas o estado meditativo tava longe daquela vez porque... Bem, porque Jungkook. Jungkook era uma enorme distração.
— Dá pra melhorar tua postura — comentou, ainda sentado no muro. O sorriso no rosto deixava claro que ele só queria me provocar.
— Ah, é? Que pena.
Continuei a série, aproveitando o pouco de controle que eu tinha enquanto ele durava. 100% de certeza que em breve eu cederia.
Com o canto dos olhos, vi Jungkook permanecer quieto, mas sorridente. Quando achei que seria um exemplo de castidade e autocontrole, porque tava prestes a terminar todas as séries de kendo que fazia, o vi tirar a camisa.
— Tá quente — justificou ele sem eu nem perguntar ou olhar diretamente. Ou seja, só pra chamar minha atenção. — Aliás, já comeu algo?
Como se calor e fome fossem coisas super a ver.
— Tô treinando kendo, Kook. Não atrapalha — resmunguei e golpeei o ar com ainda mais força, como se fosse ajudar a extravasar toda minha vontade de lobisomem.
Ele pulou do muro pro meu quintal. Não pude evitar meus olhos de acompanharem o movimento. E pousarem em seu peitoral forte, dourado, cheiroso e peludo. Assim que consegui, desviei o olhar. Demorou um pouco (não era motivo de orgulho).
Voltei a balançar a espada. Daquela vez, de uma forma bem errática e patética, o que deu brecha pro Jungkook se aproximar de mim e murmurar no meu ouvido:
— Deixa eu te ajudar.
E o que eu respondi?
Sim, um gemido.
Por Belzebu.
Ainda que fosse humilhante perceber que tanto eu quanto Jungkook agíamos como atores canastrões de um filme pornô, daqueles com o roteiro sem nexo algum e recheado de diálogos ridículos e reações artificiais, só... não dava. Quando eu percebia, já tava fazendo parte daquela patacoada.
Jungkook riu (filho da puta). Colou o peito nas minhas costas e abraçou meus braços com os seus, no auge do clichê.
Eu já sabia o que ele queria. E já tava dando o que ele queria.
— Você tem que ajeitar essa coluna — ele contou, no pé do meu ouvido, e estufou aquele peitão dele pra alinhar minha postura. Um peitão quiroprata. Consegui rir. Belzebu, por favor, permita que o humor me salve do tesão. — E a espada tá torta.
— Que nem meu pau? — Ri.
— Cê não quer me mostrar pra eu ter certeza?
Enfim, era óbvio que aquele negócio de tentar aliviar o tesão com humor ia dar errado uma hora. Só não esperava que fosse tão cedo.
— Hm, tô de boa. — E golpeei de novo, dando um passo pra frente, fraco de vergonha e de tesão.
Quando voltei à posição inicial, senti a ereção de Jungkook contra minha bunda. E soltei mais um gemido, demonstrando toda minha descomunal castidade e pureza.
— Quer que eu pare de te ajudar? — perguntou, manso, contra minha nuca. Afundou o nariz nela. Com certeza, cheirando a bomba de feromônios e tesão chamada "eu". Minha cueca apertava.
— Ah... Parece que tá funcionando.
— Então é pra continuar?
— É.
Terminei de jogar a merda no ventilador? Sim. Mas eu sabia que iria acontecer cedo ou tarde.
Dado esse fato, quando Jungkook abraçou meu corpo pra "ajeitar minha postura" de novo, eu me esfreguei no pau dele com o maior prazer, mesmo que me fingisse de sonso. Ele riu gostoso e sensual contra o meu pescoço.
A mão dele encontrou a minha no cabo espada. Depois, resolveu subir e descer pela base da madeira. Devagar. E habilidoso.
— Que bom, cê tá cuidando direitinho da espada — comentou, sonso. Mas não poderia criticar porque seria o sujo falando do mal lavado. Eu era mil vezes mais sonso. — Quer que eu cuide direitinho de ti, Ji? Tá com fome?
— Hm... Deixa eu só terminar a série de kendo.
— Claro, Ji. Faço tudo que cê quiser.
Belzebu. O que não faltava na minha cabeça eram coisas que eu queria que ele fizesse comigo. Mas voltei à série. Sempre com Jungkook atrás de mim. E sempre o encontrando duro quando voltava à posição inicial. E não dava. Eu rebolava contra ele toda vez, sem um pingo de dignidade.
Percebi o quanto nos torturava quando terminei os exercícios. Meu pau tava tão duro que chegava a doer aprisionado. Jungkook tava com uma das mãos em punho pra segurar o tesão, com tanta força que sangrava.
Me virei pra ele e os olhos âmbar resplandeceram. Encararam a mão e acompanhei o trajeto com o olhar. Ele abriu os dedos e poucos filetes de sangue escorreram da ferida já curada. Minha cabeça queria nublar, por mais que eu tentasse me controlar.
Ele me ofereceu a mão. Eu a segurei. Respirei fundo, juro que respirei. Mas assim que voltei a ter um rastro de consciência, eu já havia lambido todo o sangue.
E, no próximo fio de consciência, tava no colo de Jungkook, sentados na grama. Com meu rosto encaixado em seu pescoço, enquanto meus caninos já pontiagudos encontravam a mordida perfeita.
Só voltei aos meus sentidos quando já tava tudo acabado. E, com tudo acabado, era tudo acabado mesmo. Sentia minha boca úmida e suja de sangue, porque bebi como um animal. Jungkook sorria ao ver meu rosto. E respirava entrecortado.
Abaixei meu olhar. Tanto a minha bermuda quanto a dele tavam com uma mancha escura na frente.
Puta merda. Eu tinha cedido até demais.
De novo.
Porra, daquela vez eu também tinha gozado, o que era pior ainda na minha lógica de centavos.
Provavelmente transpareci todo meu pânico, porque Jungkook suspirou e me encarou com um olhar resignado. Me soltou do seu abraço, como se já soubesse que eu iria fugir.
E ele tava certo. Fugi mesmo, como o grande tarado-porém-bunda-mole que era. Corri pra dentro da minha casa e quis morrer quando lembrei da porra. Das. Visitas. Caralho. Como eu conseguia ser tão burro?
Uma dupla de moças lobisomens (lobismoças?) havia chegado, e todos me olhavam com profundo interesse. E talvez um pouco de humor.
— Meninas — Wooshik chamou as lobisomens, a voz escorria uma satisfação estranha. Empurrou os óculos pra cima do nariz, interessado. E, ao contrário do tom cordial de mais cedo, usou um tom debochado pra dizer: — Esse aqui é o Jimin. O tal filho muito moralista dos Park. Um exemplo de castidade na espécie vampira.
Não esperei o pessoal me cumprimentar. Talvez eu tenha dito um "oi". Só sei que corri o mais rápido possível pro meu quarto e bati a porta atrás de mim. O coração parecia prestes a sair do meu peito.
Olhei pra fora da janela. Jungkook já tinha voltado pro próprio quintal, mas retribuiu o olhar de longe. Eu não sabia interpretar o que ele significava. E tava em pânico. Fechei minhas cortinas desesperado.
Talvez ali, trancado no meu quarto, eu não colecionasse tantas provas da minha irracionalidade.
Talvez ali, trancado no meu quarto, eu conseguisse fugir melhor da verdade. Apesar de não saber que verdade era aquela da qual eu tava fugindo.
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KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK VAI, FILHO MORALISTA DOS PARK!!! Eu amo o Wooshik, juro!!! O que vocês acharam dos outros vampiros??
Ah, não esquece de deixar seu votinho! 💜
O que você mais gostou no capítulo? No meu caso são os outros vampiros mesmo, engraçados demais kkkkkkk
Beijinhos de luz, amo vocês, e até dia 02/09 às 19:00!
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