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❁ Capítulo 3 - vamos conversar ?


Mark não parava de rir, o que estava a irritar bastante o Derek.

— Pegaste a Yang? Não posso negar que estou surpreendido. - Ele continuava a rir.

— Eu vou embora!

—Não vás, eu vou parar! Podes desabafar, mas só tenho café mesmo. - Mark morde os lábios para não voltar a rir. - Pronto, podes falar.

— Não há muito para dizer além de ter dormido com ela, eu sou um cavalheiro. - dá um gole no café. - Só que agora como vou contar à Meredith e ela ao Owen?

— Yang quer contar ao Owen? E porquê, ela quer contar? Será que se apaixonou? Que grande problema.

— Ela não fala em contar, aliás, ela disse que nada aconteceu... Dá para entender? - Derek tira a bata branca para se sentir mais confortável. — Eu é que acho mais sensato contar, é preferível que a Meredith e o Owen saibam por nós do que por terceiros, não concordas?

Mark afasta-se um pouco do sofá e olha diretamente para Derek. Apesar de ser sensato o que ele dizia, há alturas na vida em que a sensatez não ajuda.

— Estás ainda sob o efeito do álcool, certo? Nem deves ter dormido direito... Onde foi que vocês...? - Mark nem sabia que expressão usar para questionar. - Sabes o que estou a dizer...

— Foi na casa que eu e a Meredith estamos a construir, em cima do sofá, porquê?

— Dispensa pormenores... Quer dizer, ela é intensa como o Owen fala? - Mark dá um gole no café e amarrota o copo. - Sempre tive vontade de ficar com aquela Chinesinha, mas ela é tão sisuda... Mas voltando a ti! Estava alguém em casa?

—Sou um cavalheiro...! - Derek levanta-se. - Claro que não estava ninguém em casa.

Mark chega perto e segura nos braços do amigo.

— Então, campeão, esquece isso. A Yang não parece ser do tipo que se preocupa com esse tipo de coisas, e tem muitas coisas em jogo na vida dela. Faz o que ela disse, esquece o que aconteceu.

— Mas sinto-me culpado. Depois cheguei a casa e descubro que a Meredith estava grávida e perdeu o bebé no atentado... Tenho medo que a Cristina confunda as coisas...

Mark interrompe logo ele.

—Estás mais confuso do que a Yang, que a esta hora deve estar a dar uns amassos no Owen no sobreaviso, vai para casa e mima a tua mulher... o Nilton toma conta do serviço. – A cara do Derek contorce-se quando Mark diz isso; ele não queria acreditar que a Cristina não tivesse nada com ele.

— Nilton? Ou Nelson? Nunca me lembro do nome desse colega. Ok, obrigado, amigo. - Eles dão um abraço. - Vou para casa, talvez façamos um filho esta noite.

— Isso aí, animal! - Derek sai. - Adoro ajudar as pessoas.

Com toda aquela conversa, Mark já se sentia melhor após a discussão com o Owen e foi à procura de companhia nos braços de alguma enfermeira.

Derek seguiu o conselho do Mark e foi para casa ter com Meredith.

—Já em casa? - Perguntava ela vendo o Derek a entrar no quarto. Ele tira o casaco, atirando-o para cima do divã que estava junto ao roupeiro.

—Xiu, não digas nada! Fui muito injusto contigo. Devia ter percebido que algo se passava. - Ele tira a blusa e deita-se em cima dela, beijando o pescoço. —Podemos tentar ter esse filho. Tu precisavas mais de mim do que a Yang, que é casada.

— Estás mesmo a provocar-me e a falar da Cristina ao mesmo tempo? - Meredith tentava ser compreensiva com ele. - Já passou, ela salvou a vida como salvaria qualquer outra pessoa. Então, vamos fazer esse bebé? Ou melhor, treinar, porque ainda estou a tomar contraceptivos.


Após uns trinta minutos em preliminares, ele tenta, mas não consegue fazer com que a "cabeça de baixo" funcione porque a de cima estava uma confusão.

"Droga, o que se passa comigo? Funcionou tão bem ontem. Relaxa, Derek, por favor!"

A ereção dele começa a aparecer após ele fechar os olhos e começar a lembrar da noite passada, mas Meredith começa a falar e ele não consegue manter.

—Assim não dá, nem meio filho fazemos, isso é tão desmoralizante! - humilhada pela falha dele, outra vez. - Você não me deseja? Ou está com algum problema?

—Não, claro que desejo. Deve ser cansaço. Amanhã prometo que vou pedir conselhos a um urologista... - Dizia ele, saindo de cima dela e deitando-se de costas.

Meredith vendo que aquilo estava a mexer com o psicológico dele resolve animar, porque para um homem falhar pode desmotivar.

—Nesses últimos tempos foi muita coisa que aconteceu. Foi só duas vezes, então acho que não é necessário preocupação. Amanhã voltamos a tentar e caso não resulte, vamos os dois ao médico, nós somos uma família!

Após ver que Derek adormeceu, ela pega no telemóvel para enviar mensagem a Cristina, mesmo arriscando a ser motivo de chacota, mas era a única pessoa que confiava para falar desse problema.

=> O Owen alguma vez negou fogo? Estou preocupada com o Derek, ele hoje por duas vezes que tentou e não conseguiu, sinto-me péssima! Quando chegares em casa avisa para nós bebermos alguma coisa."

—Quem é? - perguntava o Owen acordando.

—Meredith! Mas não é nada. Vou ver os doentes. Fica aí a dormir. - Ele agarra ela pela cintura.

- Essa sua amizade... Ninguém bipou, e eu sou o chefe da urgência então... E o seu mentor deve estar com alguma enfermeira, e nós podemos aproveitar.

—Eu já não aguento mais sexo, Owen! Desde ontem de manhã que não fazemos outra coisa.

Ele coloca ela de barriga para cima e deita-se com o seu corpo grande em cima dela.

—Não é bom? Diz que não é bom?

— É bom sim, mas, eu já estou com um andar novo, e já não temos mais preservativos, por isso, sai fora e segura os cavalos, cavaleiro! - Ela empurra e veste-se rapidamente, deixando ele a rir.

░▒▓█ três dias depois █▓▒░

Depois de alguns dias sem trabalhar juntas, Cristina e Meredith finalmente têm um turno em que podem pôr a conversa em dia.

— Já voltou às cirurgias? - perguntava Meredith enquanto a Cristina comia o seu iogurte no bar.

—Não, tenho estado sempre na plástica com o Sloan, não sei qual é a ideia?! - Suspira. - Cansada dessas granfinas a quererem aumentar o peito. - Faz sinal que vai vomitar, Meredith ri-se. - E você resolveu o seu assunto?

—Nem quero falar disso, nem tento fazer nada. Já viu a vergonha?

— Isso é preconceito. Muitos homens sofrem desse mal!

—O Owen sofre?

—Sei lá, comigo nunca sofreu! - Ela dá um sorriso maroto. - Eu sou a Cristina, né? Até agora nunca ninguém baixou a bandeira! Também se baixar será a última vez que me vê.

—Mesmo que seja o Owen? Relembro que são casados, mais dia menos dia, ele envelhece...

—Verdade, tem esse contratempo! Mas o Derek é da idade do Owen, e o meu marido nunca baixou a arma.

-—Depravada, o sexo não é tudo. Ainda não entendi porque se casou! - afirma Meredith.

— Mas não sou eu a preocupada com o meu marido, olha, nem eu sei porque me casei! Deve ter sido trauma, eu amo ele, a sério que amo, mas às vezes, é chato acordar sempre com o mesmo homem ao lado...

—Nem sei o que dizer... Eu gosto de acordar com Derek ao lado, mas isso mexeu comigo... Mas estamos a tentar engravidar, eu já parei o anticoncepcional!

—Se não praticarem, não há bebé para ninguém... Sempre podem recorrer à inseminação artificial caso... - ela faz um gesto com o dedo. - A coisa não levante.

—Ele vai levantar, ele não tem problema algum, e ele é muito 'quente' sabia?

— Não faço ideia, essa questão em concreto... - Cristina fica sem continuar a resposta.

∬ "Segura o cabelo, enquanto os beijos no pescoço intensificam, a cada penetração mais profunda, mais o corpo sentado em cima dele sofre pequenas ondas de prazer. - Isso deve ser a maior loucura que fiz na minha vida! - Dizia o Derek quando trava a jovem residente dos movimentos ritmados. - Vamos prolongar isso! - Dr. Shepherd, vamos sim, isso está perfeito, está de parabéns. - dizia ela a cada orgasmo que ele provocava. - Você é perfeita..." ∯

— Cristina, Cristina, acorda mulher! - abana o braço para despertar a amiga que está em transe. - Nessa questão você não pode?

—Nessa questão não posso falar porque nunca dormi com ele... - ela levanta-se para ir embora. - Estão à minha espera na plástica, fique bem.

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A entrar na sala de staff para falar de umas análises de um doente, Mark começa a mandar sorrisinhos estranhos e constrangedores.

— Prestou atenção naquilo que disse? - perguntava ela já com a sua raiva característica.

—Prestei sim, tem alterações. Repetimos amanhã as análises outra vez. Não se preocupe, eu trato disso! Yang está a sentir-se bem? —Ela franze a sobrancelha com a pergunta dele.

—Estou sim, senhor! Porque pergunta?

— Perfeito!

Ele sai e começa a rir lá fora, deixando-a confusa, mas resolve não pensar mais nisso, Mark era um palhaço por natureza. Entretanto, à medida que a hora dela se aproximava, ela foi para casa.

— Ainda não me sinto a 100%, mas já me sinto muito melhor. Só falta voltar à cardio, não aguento mais uma semana na plástica. Decidi que amanhã irei falar com o Webber acerca disso.

A casa estava silenciosa, Owen tinha saído por algum motivo que ela nem perguntou. Nunca gostou de ser controlada, então também não controlava o marido.
Toma um banho demorado, pega na sua caixa de cereais e vai comer para o sofá enquanto assiste a um programa medíocre na televisão. Quando batem à porta.

— Já vou! "Desde que moro acompanhada, que a minha casa tem sempre visitas!" Vai descalça abrir a porta e vê o Derek à sua frente.

— O Owen foi ver a mãe, liguei para ele! - Ele entra sem pedir licença. - Agora vamos falar, Dra. Yang!

— Pode entrar! Eu só acho que não temos nada para falar. Você meteu na cabeça que tudo se resolve com conversa, às vezes o silêncio é o melhor conselheiro! Você consegue ser tão chato!

Derek olha para baixo e sorri com a forma espontânea que ela fala.

— Sinto que você faz o papel de mulher. A mulher é que quer sempre falar. - Ela continua. - Invertemos os papéis!

—Não invertemos nada, só que convivemos muito, pode tornar a situação chata se não falarmos!

Cristina não deixa ele se expor, era mais fácil ser ela a começar.

—Você se sente culpado e por ordem natural das coisas e por ser mulher, eu devia fazer você sentir-se mais culpado ainda, mas eu acho que não há só um culpado, porque erros acontecem e não é necessário sentir-se assim. Quem nunca cometeu um erro, meu caro? Que atire a primeira pedra!

—Não esse erro, esse erro acabará com uma amizade e dois casamentos se chegar aos ouvidos de alguém...

— Só chegará se o menino Derek começar a agir feito idiota ou se começar a contar a todo o mundo! - Ela pega numa cerveja, abre e dá um gole. Ela não queria transparecer, mas ficou nervosa com ele ali. - Está servido? Voltando ao assunto, da minha boca nunca saberão. Aliás, Derek, nós dormimos juntos? Nem me lembro!

—Você consegue viver e esconder isso? Eu nem consigo olhar direito para a cara da Meredith!

"Coitado! Ele tem que relaxar!"

— Estávamos bêbados! Meredith, se ela tivesse bêbada, talvez deitasse-se com o Owen, quiçá com o Burke também!

— Não fale assim dela! - Diz ele com um tom mais alto. - Eu proíbo!

—Você aqui não proíbe nada! Calhou ainda não trair, mas pode acontecer... Mas a mim, isso não interessa para nada! Que canseira dessa conversa! - Ela sorri e olha para ele. - Nosso pequeno segredo?

Estica a mão para firmar um acordo, e ele olha fixamente para ela sem pestanejar.

—Eu não consigo olhar para a minha mulher, você entende isso?

Ele aperta a mão dela.

— Pelo que ouvi dizer, não era só isso que não conseguiu.

—O que ouviu dizer? Eu não acredito que ela contou isso a si! - Ele cora de vergonha enquanto continuam de mãos dadas.

— Ela conta-me tudo...

— E você o que disse?

— Que com o tempo é normal o homem falhar. - Ela tenta soltar a mão dele, mas ele aperta com mais força. - Isso quando você melhorar do sentimento de culpa, vai passar! A porta abre-se, e Owen entra e vê-os a dar o aperto de mão.

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