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❁ Capítulo 1 - Os erros da vida !

— Derek, temos de ir, já está tarde! — Dizia o Mark, olhando para o relógio.

— Eu não posso, o Hunt ainda não chegou. - Cristina dançava para um grupo de homens da despedida de solteiro que tinha chegado ao Joe. — Só saio daqui depois do marido chegar.

Mark e Callie vão para casa, Derek acompanha-os à saída, e, por sua vez, Cristina dá tchauzinho a eles.

— Estás muito louca! — Mark sorria descaradamente, Derek fica sentado no balcão a falar com Joe, o frio naquela noite era tanto que ele pede um uísque para se reconfortar.

— Não a podes despedir?

— Já fiz isso há três horas atrás. — Dizia o Joe servindo mais bebida a ele. — Não consegues falar com o marido?

Derek não responde e vai tirar Cristina do colo de um dos homens. Um loiro alto e encorpado, as mãos dele passeavam pelas costas dela, o que causava impressão, apesar das diferenças, o Hunt era amigo dele.

Coloca o casaco nas costas dela, mesmo ela negando.

— Acabou a festa?! Devias estar em casa com a Meredith, ela deve estar preocupada.

— Ela está no turno da noite, vou levar-te a casa e entregar-te ao teu marido.

Ela assentiu que sim, mas ao chegar à casa deles, um quartel de bombeiros que Cristina comprou para o Owen, ele não estava.

— Na volta também está a trabalhar. - Ela vai meio a cambalear tentar abrir a porta.

— Cristina, vamos, eu não te vou deixar sozinha, estás um pouco alcoolizada. — Ela começa a rir na cara dele.

— Um pouco é simpatia tua, aquele "início de Alzheimer" estava fantástico e forte, não concordas? - Sorria para Derek. - Mas eu não quero ir para a tua casa, vou ficar aqui mesmo, Meredith vive com muita gente, e hoje não me sinto capaz para conviver.

— Cristina, não sei se reparaste, mas essa não é a chave, só se quiseres ficar ao relento. Eu estou a ficar com frio por não ter casaco, entendo que não queiras ir para a casa dela, mas não temos outra solução a não ser...

Derek fica pensativo, lembrando que podem ir para a casa que está a construir.

— Não tem quartos montados, mas tem a casa de banho já pronta, pode ter alguma toalha lá e tomar um banho até o teu marido vir e um sofá para dormir, se assim quiseres?! — Ele volta para o carro.

— Bem, Derek, agradeço, mas acho que não há necessidade.

Derek estava com peso na consciência porque desde o atentado, ele se culpa pelo estado deplorável em que Cristina vivia, o não fazer cirurgia era a gota de água final. Meredith já achava demais, sentia que o namorado não prestava atenção nela e que, consequentemente, lhe roubava a amiga.

— Há sim, enquanto isso, vou tentar ligar para o Owen! — A viagem foi curta. Ao chegar lá, Cristina dá conta que existe um pequeno frigorífico cheio de garrafas de cerveja, ela abre duas garrafas e passa uma a Derek.

— Tchin-tchin? — Dizia sorrindo para ele, deixando-o envergonhado.

— Tchin-tchin! — Após brindar com a garrafa de cerveja e um gole prolongado na bebida, sentam-se no sofá. Cristina tira os sapatos e coloca as pernas à chinesa. Derek senta-se mais afastado que pode dela.

— A obra está a avançar bem, isso é pressa de sair da casa da Meredith? Compreendo, eu também não gosto de viver em casa alheia.


— É horrível, sempre fui um homem independente, não saber quem vai sair do WC, é terrível! - Ele aproxima-se mais. - Não consigo entender por que ela tem necessidade de viver com tanta gente?

— A Meredith é uma carente, se não tiver amigos à volta, é como se não vivesse, mas aproveitem o casamento, não é nada daquelas coisas que o pessoal fala.

— Acho que casou rápido demais, quando demos conta, já estava casado, e sinto-me culpado, como se eu fosse o responsável! — Ela dá um gole, acabando com a cerveja. — Queres outra?

— Sim, aceito! Não te sintas assim, faria o mesmo por qualquer pessoa, gosto de operar, e temos um juramento, não é?

Derek sorri e concorda que possivelmente faria o mesmo. Eles continuam a beber por mais tempo, entre queixas sobre namoradas e maridos. Cristina admite, entre gargalhadas, que o casamento foi a maior loucura da sua vida.

Ele levanta-se para ir buscar mais bebida, mas o álcool já falava mais alto, e desequilibra-se, caindo no sofá.

— Daqui a nada vais de gatas até ao frigorífico... — Ela levanta-se e vai buscar. — São as últimas.

Apesar de ser uma mulher pequenina, Cristina tinha uma tolerância ao álcool maior que Derek, que já começava a dar sinais, a língua enrolada, risadas descontroladas, e, para piorar, vê Cristina baixando-se para ir buscar as bebidas, a tesão de meses sem sexo começava a aparecer, ao ponto de ele ter que ajeitar as calças para não notar.

Era um compilar de situações. Meredith tinha começado a negar sexo por causa do aborto espontâneo que teve e que Derek não sabia.

Só que Cristina havia notado, aliás, só um cego não notaria o volume das calças, e se havia coisa que não lhe escapava era isso.

Só a ideia do perigo mexia com ela.

Ela volta a sentar-se, abrindo para ele a última cerveja. No chão, espalhavam-se as tampas das garrafas que saltavam e em fila estavam as garrafas, sem gotas para contar histórias.

— Não és mulher para casar. - ele olha nos olhos. — És livre, livre de imposições da sociedade, livre de normas... és perfeita na tua liberdade!

— Derek, acho que não estás muito bem para falar assim, muito menos a esta hora...

Cristina fica atrapalhada com o umedecer dos lábios de Derek, ela evita olhar, mas é interrompida da sua fuga de não se fazer notar, e a vontade de ir mais além com a ajuda do álcool está muito presente, apesar de ser tão visível. Ela foca-se noutros pontos para que as ideias voltem ao lugar, mas claro que isso não acontece.

Derek segura o rosto dela, e o beijo acontece lento e profundo, as misturas de sabores aumentam o ritmo, obrigando-os a parar para repor o oxigénio. Cristina senta ao colo de Derek e só interrompe para o ar entrar e os pequenos gemidos saírem.

A blusa dela vai subindo enquanto a mão dele percorre as costas dela. Ele tira de uma vez porque já o incomodava e joga-a no chão, enquanto ela se diverte a abrir os botões da camisa branca dele.

— És muito complicado até na roupa, homem. — diz ela enquanto ele a pega ao colo, mudando a posição.

— E tu não prestas! — Ele abre o botão das calças dela.

— Não fiz nada, foste tu que começaste, por isso, shhh! — Ele dá um sorriso provocador, enquanto tira as suas próprias calças, ficando ambos despidos de preconceitos. A conversa cessa em movimentos mais intensos, mas tudo acalma quando ele sente o cheiro dos cabelos dela, o gosto da sua boca, a maciez da pele que o faz penetrar nesse mundo pecaminoso, e ela vê-se envolvida como se fosse uma necessidade física, algo que não apenas queria, mas sentia o direito de ter. Não valia a pena voltar atrás nem estavam em condições de parar com o prazer que se aproximava, com o corpo molhado de suor.

Naquela hora, estavam fora da realidade, e o tempo pareceu parar. Ela deita-o de barriga para cima e encaixa o seu corpo no dele, em movimentos ritmados, apenas interrompidos para prolongar aquele momento.

Deixando-o vulnerável à vontade daquela singela mulher, Derek vira-a de costas, ficando ele de pé, acabam por se unir em entrega mútua e dormem sobre o sofá, ainda tapados por um lençol devido às obras.

Quando o sol começa a aparecer e a luz entra pela janela, o telemóvel de Derek toca. Era o Owen. Derek acorda assustado, olhando para o lado e vendo Cristina com a sua camisa e ele nu. Num estado de ansiedade, ele procura o seu boxer, enquanto o telemóvel toca sem parar.

— Droga! Cristina, acorda! — Ela acorda com o seu mau feitio matinal e com dor de cabeça, e, quando olha para baixo, vê-se despida. Tenta tapar-se com a camisa de Derek, enquanto entra numa procura desenfreada pela roupa. — Temos que falar, Cristina, queria pedir desculpas! Devia ter controlado...

— Cala-te, Derek, vamos esquecer o que aconteceu, eu só quero ir para casa! — Procura o sutiã, que estava a ser pisado por Derek. — Estás a pisar o meu sutiã.

Derek atira o sutiã para cima do sofá, virando-se para a parede em sinal de respeito pelas partes expostas dela.

— Temos que falar, somos adultos! — Dizia, elevando o tom de voz.— O teu marido está a chegar, temos que pensar como lhe dizer...

Cristina para e encara o homem nervoso à frente dela.

— Por que chamaste o Owen? - interroga ela. — Não há nada para falar e baixa o tom de voz, não estás a falar com a Meredith. Além disso, nada aconteceu, e ainda vais agradecer-me.

— Aconteceu, e temos que resolver isto.

Cristina ignora-o mais uma vez enquanto batem à porta, vendo Owen a chegar e a abraçar Derek. Foi o momento em que a culpa veio, mas ela, decidida a esquecer, vai ao encontro de Owen e dá-lhe um selinho.

— Acho que bebi demais! — Faz um beicinho. — Obrigada, Derek, como disse, não precisas de te sentir culpado, faria isso por qualquer pessoa. Dá um abraço a Derek e em sussurro diz-lhe: - Aprende a disfarçar!

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