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♡ Capítulo 04 ♡

— Milena… Milena…

Eu não sei como, mas estava correndo com todas as forças, dentro de uma floresta sombria e que se fechava à cada passo que eu dava. Os meus pés estavam doendo, já fazia horas que eu corria, mas graças a Deus que as forças não acabavam.

— Me deixe em paz! — bradei. Tropecei nos próprios pés e caí no desfiladeiro, parando próxima ao rio. Meu corpo estava todo dolorido e me custeou forças para levantar.

— Você será minha. — rosnados ecoam no silêncio, silhuetas se aproximam, saindo da escuridão noturna e, vejo lobos raivosos, de olhos vermelhos, vir até mim.

Um deles - feroz, corre na minha direção e quando está bem próximo, eu grito: - Satanás, eu lhe repreendo em nome de Jesus!

Tudo se desfaz. De repente, a escuridão da lugar a luz e a floresta sombria, se torna um lindo campo de lírios brancos. Não estou mais no chão, mas em pé, de braços abertos e a paz reinando em meu coração.

— Filha? — abro os olhos, mas não vejo ninguém.

— Eis-me aqui Senhor! Fala que tua serva escuta.

— Sou Teu Deus, Teu Esconderijo e Tua Força, Sou Teu Pai. Não temas a provação que a ti virá, pois Eu estou contigo.

— Mais doce que o mel e mais forte que o trovão. O Meu Amado é o mais belo de Todos e Maranata, ora vem Senhor Jesus! A Tua Noiva o espera. Amém! — me ajoelhei no chão, encostando a cabeça na terra. — Que seja feita a Tua Vontade, Senhor!

Sinto uma aproximação e levanto a minha cabeça, um leão majestoso vem na minha direção e quando está centímetros próximo, ele ruge e eu desperto…

Meu coração salta pela boca, Suas Palavras ecoam em minha memória e ainda sinto um arrepio percorrer meu corpo. A manhã da alvorada já se fazia presente e pequenos feixes de luz solar iluminavam o ambiente.

— Meu Deus! Que sonho. — saltei da cama, meio zonza. Esse sonho foi muito forte, tal real que minhas pernas estão trêmulas!

— Mia! Mia! — Jane bate na porta desesperada.

— Já vou! — coloco um roupão por cima do pijama e vou até à porta, abro e Jane pula em cima de mim, me abraçando.

— Menina! O que te aconteceu!?

Arregalei os olhos, assustada. Não sabia o que responder, mas notei que aquelas ruguinhas na testa dela eram de preocupação.

— Não entendi…

— Milena! Você gritou a noite toda, a casa inteira ouviu, mas Gabriel pediu para ninguém te acordar, sabemos que você tem pesadelos, mas fiquei preocupada.

Meu coração batia rápido, estava ficando nervosa, ansiosa e podia ter há qualquer momento um colapso nervoso. Minha respiração está ficando ofegante.

*Se acalma, Mia… se acalma…*

— Mia? — desperto de meus devaneios e Jane está com as mãos em meus ombros, chacoalhando meu corpo.

— Eu estou bem! — grito, fazendo que ela recue e fecho meus olhos, me acalmando. — Me desculpa, não foi a intenção. — cabisbaixa, abaixo o rosto.

— Está tudo bem, minha menina.

Jane me abraça e lembro da minha mãe, tão pouco tempo separadas, mas já sinto falta dela. De seu perfume floral e suas atrapalhadas na cozinha, além da sua preocupação excessiva comigo e meu irmão.

Isso me faz… *chorar*.

— Obrigada. — ela me observa com olhar solidário. Eu me limito a ficar em silêncio, apenas processando a cena de agora.

É o meu primeiro dia aqui e já estou dando ataque, deixando todo mundo preocupado. Eles sabiam da minha situação e aceitaram de bom grado me ajudar, se oferecendo em custear todas as minhas despesas e me dando a oportunidade de *vida nova*, mas aqui estou eu, estragando tudo.

— Desça para tomar café. Rodrigo irá contigo para a universidade. — ela dá um risinho travesso e antes que eu proteste, ela saí do meu quarto à pressas.

— Jesus! — lanço as mãos para o alto, não acreditando nisso! — O que eu fiz de errado? — corro para o banheiro e tomo um banho rápido, já que não quero ninguém reclamando que eu me atrasei.

Visto um vestido florido, com um casaco amarelo e sapatilhas nude. O dia estava ensolarado, então queria aproveitar o fato de que hoje posso sair com roupas mais leves, antes que o “Jon Snow de Game Of Thrones”me diga que o “Inverno Está Chegando” e eu me arrependa de não ter ido à praia de Itanhaém mais vezes.

Saio do quarto, observando a movimentação dos empregados que andam em silêncio e caminho até o final do corredor, descendo as escadas e indo para a sala de jantar.

— Bom dia! — entro animada, querendo amenizar a noite passada, mas todos parecem me encarar com certo… receio. Menos Rodrigo que parecia concentrado no livro em suas mãos.

— Bom dia. — Tio Gabriel é o primeiro a se pronunciar. Ele se levanta da cadeira e vem na minha direção, me dando um abraço apertado.

— Me… — ele faz sinal de silêncio nos lábios e fico calada.

— Não precisa explicar nada, Mia. — em sussurro, pisca pra mim e caminho até uma cadeira vaga ao lado da Demetria.

— Oi. — a cumprimento.

— Oi, Mia. Tudo bem?  — ela estava concentrada no celular, mas por um instante, colocou-o na mesa e virou seu olhar para mim.

— Estou sim.

— Você dormiu bem?  — indagou, espontaneamente.

— Demetria! — Jane a repreende. Eu sabia que alguém iria perguntar algo, mas não estava preparada para responder.

— Eu… é... — gaguejei, nervosa. Os olhares estavam sobre mim, o que me colocava contra à parede.

— Vamos embora. — Rodrigo recebe a atenção de todos.

— Mas ela nem tomou café! — Jane se exalta. — Você vai ficar sentado aí e espera-la.

— Eu não sou babá de ninguém. — o olhar de Rodrigo era frio e dava pra ver o clima obscuro sobre ele e Jane. Os dois se encaram mortalmente e eu… era causa daquilo.

— Eu… — me levanto da cadeira, pronta para falar algo, quando tio Gabriel é mais rápido.

— CHEGA! — ele esbraveja.  — Rodrigo, sente-se agora.

Rodrigo encara o pai, friamente e se senta à mesa, emburrado. Jane se encolhe no lugar, parecendo uma tartaruga assustada se escondendo dentro do casco. Demetria, Samuel e eu, continuamos calados.

— Eu não quero ouvir mais nada em relação a Mia, entenderam? — a expressão deverá de Gabriel me assustava, acho que nunca o vi tão bravo assim e nem quero ver novamente. Rodrigo… — os dois se olham. — Você nunca faltou com suas obrigações. Milena não conhece o Canadá para simplesmente sair por aí à toa.

— E porque tem que ser eu a leva-lá para o curso? Já sabe o quanto estou cansado por várias coisas e agora… — Rodrigo me lança um olhar mortal. — tenho que ser babá.

Abaixo a cabeça, me sentindo culpada e minhas mãos começam a suar. Novamente, o coração acelera, mas o peito dói, e a visão está prestes a escurecer. Vou desmaiar.

— Mia? — uma mão me socorre e vejo ao meu lado, Samuel.

— Sam? — ele pega na minha mão direita repousada em meu colo e me puxa com leveza.

— O que está fazendo, filho? — inquiriu Jane.

— Tirando uma inocente dessa briga. — ele me conduz para fora do ambiente, mas todos os olhares está sobre nós.

Samuel estava calmo, mas seu semblante me deixou inquieta. Ele parecia oprimido e ao mesmo tempo, estava tentando me ajudar. Mas será ele que precisa de ajuda?

Caminhamos para fora da Mansão, no pátio está estacionado um carro preto, de duas portas e que lembra aquele do Mr. Bean. Era pequeno e aconchegante. Samuel abriu a porta para eu entrar, depois atravessou na frente do veículo e sentou ao meu lado, no banco do motorista.

— Aonde vamos? — ele não respondeu.

O clima entre nós estava normal, aos poucos eu o vi relaxando os músculos, tranquilizando o olhar e quase vi um sorriso de canto.

— Mia, me desculpa pelo meu irmão. Ele anda estressado com o Campeonato de Hóquei e se torna insuportável nessa época.

— Está tudo bem. Eu só não quero ser um peso para todos. — sinceramente, eu não sabia o que fazer.

— Você não é um peso pra ninguém. — replicou. — Mas meu irmão não tem um gênio fácil e por isso, tem que ter paciência com ele.

Me lembrei do sonho, quando Deus diz que eu serei provada e que não era para desanimar. Não sei se Rodrigo é a provação em si, mas tinha quase certeza disso.

Talvez Deus queira que eu o mostre o caminho da cruz, mas pelo jeito que Rodrigo é, não será fácil.

— Deus nos dará uma direção. — convicta, abri um sorriso e Samuel entrou em um estacionamento aberto, parando o carro em uma das vagas com placa, escrita: “Somente Professores”.

— Bem-Vinda à Universidade Federal de Toronto. Minha aluna, Milena. — saímos do carro e ele anunciou bem alto para eu ouvir. Deu uma gargalhada gostosa, daquelas que nos encanta e eu caí na risada.

— Você será meu professor!? — exclamei supresa, mas sem esconder a alegria em meus olhos.

— Sim. Achou que eu não estaria aqui para ajuda-la? Pois eu sou um enorme cavalheiro. — deu uma reverência e eu quase caio para trás de tanto rir.

— Obrigado. Você é igualzinho o meu irmão mais velho.

Ele franziu o cenho, me encarando com sorriso brincalhão nos lábios.

— Pois bem, aqui eu serei seu irmão mais velho. Combinado? — apertamos as mãos, selando um acordo.

— Que seja feita à vontade de Deus.

Ps: MENINAS! Oque vocês esta o achando? Hein!???? Rodrigo e Samuel???? Meu Deus... será que existe uma rivalidade entre os dois? Estranho o Samuel ser assim tão fofo com a Mia, não acham? Pois bem... Comentem MUITO que Sharita aqui ficará feliz em responde-las... POSSO ATÉ ESQUECER... SORRY, mas sempre respondo, blz?

E o Samuel? Gato, né? Pois é.
.. to na dúvida kkkk🌚🌚🌚🌚🌚🌚🌚

Bjs... até a próxima... hahahah

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