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Capítulo 58

POV Ludmilla

Completamente desnorteada, era assim que Ludmilla estava... Mesmo com o copo de água com açúcar servido por Silvana, a negra permanecia inquieta e quase não conseguia segurar o choro.

Silvana: - Brunna já deve estar a sua espera, melhor você subir pra conversar com ela.

Ludmilla: - Eu não sei o que dizer... - Limpou o rosto pela milésima vez. - Como vou passar calma pra ela se estou morrendo por dentro?

Silvana: - Quer que eu vá? - Tentou passar força, porém também estava despedaçada.

Ludmilla: - Não... - Respirou fundo. - Eu tenho que fazer isso. - Levantou-se. - Já volto!

Enquanto subia as escadas, Ludmilla sentia seu estômago embrulhar... A negra estava tão nervosa que as pernas chegavam a falhar!

Ludmilla: - Amor?

Ao entrar no quarto, Brunna de cara notou que havia algo de errado com sua esposa... A loira estava sentada na cama, terminando de arrumar o cabelo, porém assim que avistou Ludmilla, caminhou em sua direção.

Brunna: - Eii, o que foi vida? - Franziu o cenho.

Ludmilla: - Sente um pouco... - Puxou a loira para a cama e respirou fundo. - Bru, precisamos conversar, mais quero que me prometa que tentará ficar calma ok?

Brunna: - Não estou gostando disso...

Ludmilla: - Por favor, temos duas riquezas aqui dentro. - Passou a mão na barriga da amada. - Que sentem as suas emoções e precisam que a mamãe deles seja muito forte!

Percebendo que a negra estava angustiada, mesmo sem saber do que se tratava, Brunna começou a chorar.

Brunna: - Fala logo Ludmilla. - Pegou no queixo da esposa e o ergueu para que seus olhos pudessem se encontrar. - É alguma coisa com a nossa pequena né?

Assim que terminou de falar, a reação de Ludmilla entregou tudo... A negra fechou os olhos para não encarar Brunna e se permitiu derramar algumas lágrimas.

Brunna: - Pelo amor de Deus, o que aconteceu com a Jas? - Tons de desespero em sua voz já eram perceptíveis. - Falaaaaaaaaaa! - Agitou-se.

Ludmilla: - Ela foi sequestrada. - Disse de uma só vez. - Sumiram com a nossa pequena! 

Brunna: - Não não não!!!!!! - Levantou-se e passou a andar de um lado para o outro. - Por favor amor, isso não pode ser verdade!

Assim que terminou de falar, Brunna sentiu uma tontura e antes que seu corpo se chocasse no chão, Ludmilla correu para abraça-la.

Ludmilla: - Meu amor... - Colocou-a em seu colo e caminhou até a cama. - Fala comigo princesa. - Deu leves chacoalhões na amada. - Oh mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! - Gritou pela matriarca que rapidamente foi ao encontro do casal.

Silvana: - Filha, o que aconteceu?

Ludmilla: - Ela apagou, pelo amor de Deus me ajuda!

Silvana se aproximou da loira, que parecia imóvel na cama e mediu sua temperatura.

Silvana: - Calma, ela está bem. - Olhou em volta do quarto. - Pegue um perfume pra mim. - A negra prontamente a atendeu e entregou em suas mãos um frasco cor rose.

Silvana passou um pouco de perfume em sua mão e de forma delicada levou-a até o nariz da loira.

Brunna: - Nãooooooooooooo! - Brunna despertou assustada e começou a chorar sem cessar. - Minha Jas, nãooooo, porque meu Deus, porqueeeeee!

Silvana: - Se precisar me chame, vou deixa-las a sós. - Assentiu.

Ludmilla puxou a esposa para um abraço que pareceu durar uma eternidade, elas choravam e não tinham coragem de falar sequer uma palavra...

Um tempo depois, Brunna se desvencilhou do contato e encarou a negra, demonstrando estar um pouco mais calma.

Ludmilla: - Amor...

Brunna: - Por favor, só me conta direito o que aconteceu. - Respirou fundo. - Vou ficar bem!

A negra contou tudo o que sabia e as expressões que Brunna fazia lhe causavam certa preocupação, fazendo-a interromper o assunto por diversas vezes para lembrar a loira sobre sua condição.

Ludmilla: - Vamos voltar pra capital e buscar a nossa filha! - Tentou passar confiança.

Brunna: - É culpa minha Lud, ele quer se vingar de mim e usou a Jas. - Chorava de forma compulsiva. - Eu nunca vou me perdoar se algo acontecer com ela.

Ludmilla: - Você não pode se culpar por uma atitude errada de outra pessoa, esse cara não presta e isso não tem nada a ver contigo! - Falou firme. - Quero que tenha ciência de que é a melhor mãe pra nossa princesinha e jamais a deixaria passar por isso se pudesse ter impedido.

Brunna: - Não mesmo! - Abaixou a cabeça. - E se....

Ludmilla: - Ei, nem pense em completar essa frase. - Sentiu um aperto no coração. - Nós vamos resolver isso, confie em Deus, ele não vai desamparar a Jas.

Brunna: - Ela não pode passar nervoso, tem que se alimentar bem e se hidratar também, meu medo é o mal que ele vai causar com tudo isso, pois a saúde da Jas depende que tudo seja muito bem controlado.

Ludmilla: - Acha que ele quer dinheiro?

Brunna: - Se for isso tá ótimo! - Engoliu seco. - Pago o que for necessário pra tê-la em meus braços novamente.

Ludmilla: - Eu também meu amor, faço o que for preciso!

Mais alguns minutos e Ludmilla e Brunna desceram as escadas com duas mochilas nas mãos.

Silvana: - Prontas?

Brunna: - Sim... - Correu e abraçou a sogra. 

Silvana: - Minha Bru...

Enquanto se abraçavam, Ludmilla mandava algumas mensagens e parecia estar inquieta.

Ludmilla: - Podemos ir?

Brunna: - Sim...

---

Pouco mais de 1 hora, e o helicóptero alugado por Silvana já pousava na capital... Assim que chegaram na mansão dos Gonçalves, o trio se deparou com a casa cheia e um clima de total tensão.

Jorge: - Filha! - Correu e abraçou a loira que se permitiu chorar. - Vai dar tudo certo!

Mia: - Ludmilla. - Abriu os braços para receber a nora. - Eu sinto muito.

Ludmilla: - Nós vamos sair dessa sogrinha, sua netinha vai voltar, eu prometo!

Enquanto o casal era recepcionado pela família e alguns amigos presentes, no canto da sala estava Brunno, totalmente desconfortável...

Brunno: - Bru, me perdoa por favor. - Se ajoelhou no chão. - Tudo isso é culpa minha. - Voltou a chorar de forma desesperada. 

Brunna: - Eu nem sei o que dizer. - Puxou o irmão, fazendo-o ficar de pé e deu-lhe um forte abraço. - Sei que jamais faria algo para prejudica-la.

Brunno: - Eu falhei como tio, eu falhei! - Encarou a negra que estava estática assistindo aquela cena. - Ludmilla, eu imagino que essa é uma ótima hora pra descontar todos os socos que eu te dei nos últimos anos.

Ludmilla: - Te bater não vai trazer a minha Jas de volta, pelo contrário, preciso que se lembre de tudo que aconteceu, para que possamos ter qualquer pista. 

Brunno: - Certo...

Ludmilla: - Espero que a sua irresponsabilidade não custe a saúde da minha filha.

Brunna: - Amor... - Fez sinal para a negra não se exaltar.

Ludmilla: - Ela é uma criança e confiou em ti para protege-la e sim, tu falhou, e nada que diga vai minimizar o seu erro... - Respirou fundo. - Mesmo não tendo noção do que aconteceria, vacilou feio ao deixa-la sozinha com um cara duvidoso, que foi largado e tratava a minha pequena com certa rigidez. 

Brunno: - Eles pareciam ter feito as pazes...

Ludmilla: - Sua ingenuidade me espanta! - Balançou a cabeça negativamente. - Em todo o caso, não vamos gastar energia brigando, queremos o mesmo e precisamos nos unir pra isso. - Assentiu. - Podem me explicar que medidas já tomaram?

Jorge foi quem tomou a frente e explicou para o casal tudo que já haviam feito... A casa estava sendo monitorada por drones, as linhas grampeadas e policiais a paisana estavam vasculhando a cidade... Fora a mídia que havia acabado de ser notificada e em poucas horas esse com certeza seria o assunto do momento.

Renato: - Olá! - Entrou na sala.

Ludmilla: - Papai! - Correu para abraçar o mais velho. - Isso parece um pesadelo!

Renato: - Sim... - Lamentou. - Preciso contar mais uma coisa pra vocês!

Juliana: - Ai meu Deus! - Juliana estava abraçada com Brunna, tentando dar apoio à amiga.

Renato: - Não sei se tem alguma ligação, mais a Isabelly está foragida.

Ludmilla: - O que? 

Renato: - Parece que ela estava sendo transferida para outro presídio e o veículo saiu da pista e caiu em um barranco, porém não encontraram-na ao fazerem o resgate.

Brunna: - Isso não parece ser coincidência.

Renato: - O delegado perguntou da ligação entre Caio e Isabelly, porém eu não soube responder.

Ludmilla: - Acho que só tem uma pessoa que sabe essa resposta.

Mia: - Quem?

Ludmilla: - Thaissa!

Renato: - Vou ligar pra ele de novo. - Assentiram.

Enquanto Renato fazia a ligação, Brunno era interrogado por Ludmilla sobre tudo que fizeram na sua ausência.

Brunna: - Então, ele apareceu do nada?

Brunno: - Sim, como um encontro ao acaso, disse que veio apresentar a nova namorada para a família.

Jorge: - Mais já descobrimos que isso é mentira, a mãe dele sequer sabia que Caio estava na cidade.

Ludmilla: - Então ele veio com esse propósito!

Mário Jorge: - Vagabundo!

Renato: - Daqui a 30 min eu retorno a ligação para saber se teremos alguma novidade. - Entrou na sala. - Se Isabelly e Caio estão juntos, vamos descobrir!

A espera era angustiante... As vezes o silêncio dominava a casa, parecia que uma enorme lacuna nunca seria preenchida... Nenhum telefonema, nenhum sinal, Caio havia sumido com Jasmine e a falta de notícias era desesperadora. 

Renato: - Bom, não sei se isso irá ajudar em alguma coisa, mais Thaissa contou ao delegado que Caio era um contato de Isabelly e provavelmente foi ele quem fez a edição do vídeo dela com você filha.

Ludmilla: - Então...

Renato: - Caio é a peça que faltava para fechar o quebra-cabeça... Ele participou da armação que fizeram para separar vocês duas.

Brunna: - Não acredito! - Arregalou os olhos. 

Renato: - Acho que podemos concluir que essa fuga da Isabelly não é um acaso, ela provavelmente está junto dele nesse sequestro.

Embora estivessem chocados com essa informação, nada mais poderia surpreender nosso casal.

Brunna: - Meu telefone tá tocando. - Pegou o celular que mostrava a chamada de um número desconhecido. 

Ludmilla: - Atende amor!

Ligação on 📱

Brunna: - Alô?

Caio: - Brunninha que saudades!

Brunna: - Caio seu miserável, devolve a minha ou eu...

Caio: - Ou você o que? Acha mesmo que está em posição de me ameaçar, logo eu que estou aqui com o seu bem mais precioso.

Ao fundo era possível ouvir a voz de Jasmine pedindo socorro e gritando pelas mães.

Caio: - Acho que não resta nenhuma dúvida que a pequena está em total desespero. - Gargalhou. - Sabe que isso até me satisfaz um pouco?

Brunna: - Eu juro que te matooooooo!

Caio: - Canalize suas energias em outras coisas, como por exemplo, uma bela quantia para que eu devolva sua filha.

Brunna: - Diga o que quer?

Caio: - Fique atenta no telefone, volto a ligar com maiores informações.

Brunna: - Tá... - Engoliu seco. - Me deixa falar com ela, pelo amor de Deus.

Caio: - Tá doida?

Brunna: - Caio ela não pode se estressar desse jeito.

Caio: - Não estou preocupado com isso, digamos que é uma pequena vingança por todas as vezes que você me deixou de lado porcausa dessa pirralha.

Brunna: - Olha como fala delaaaaaaaaa! - Se exaltou.

Caio: - Vou desligar, antes que vocês me rastreiem. - Fez barulho de beijos. - Receba meu carinho Brunninha, saudades de te comer!

Brunna: - Eu tenho nojoooo de você Caio, nojoooo!

Caio: - Tô nem aí! - Sorriu. - Até logo Brunninha, e nem preciso dizer que se envolver a polícia nisso, serei obrigado a antecipar o fim da sua filha.

Brunna: - Você não seria capaz...

Caio: - Apenas me teste pra ver!

Ligação off 📱

Caio desligou a ligação de uma hora pra outra, deixando a sensação de vazio ainda maior no peito da loira.

Ludmilla: - Amor, fala comigo!

Brunna estava pálida e com tremores pelo corpo... A loira não aguentou a pressão e antes mesmo de conseguir responder a esposa, sentiu seu corpo perder as forças.

Ludmilla: - Peguei! - Conseguiu pegar Brunna em seu colo.

Mia: - Ela está muito pálida, vamos leva-la para o hospital!

Ludmilla: - Sim, já é o segundo desmaio hoje.

Ludmilla, Silvana, Mia e Jorge seguiram para o hospital com Brunna, que dessa vez não despertou como havia acontecido mais cedo! Caio conseguiu mexer com o emocional da loira e agora não só Jasmine corria perigo.

***

Oi meu povoooooo... Tive uma pequena melhora e corri aqui pra escrever pra vocês!

Capítulo super tensooooooo, mais prometo que nossa angústia vai durar pouco ok?

Leiam, comentem e avisem dos erros.

Beijosssss

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