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Capítulo 19

POV Brunna

Naquela manhã, Brunna acordou um pouco mais cedo que o necessário... Ela estava ansiosa para saber o resultado dos testes e andava de um lado para o outro no quarto, em busca de acelerar seu relógio mental.

Ligação on 📱

Brunna: - Oi Jú!

Juliana: - O que foi?

Brunna: - É assim que você fala com a sua melhor amiga?

Juliana: - Brunna, são 07h da manhã! - Bufou. 

Brunna: - De uma quarta-feira de trabalho, correto?

Juliana: - Eu só acordo as 09h! 

Brunna: - Ahhhh...- Sorriu. - Desculpe, mais eu precisava falar com alguém!

Juliana: - Tá bom... - Respirou fundo. - O que foi?

Brunna: - Estou nervosa, quase não dormi direito... - Suspirou. - Jajá a Ludmilla vem me buscar para irmos ao consultório saber o resultado dos exames de compatibilidade.

Juliana: - Ludmilla?

Brunna: - Sim...

Juliana: - Vocês...?

Brunna: - NÃO! - Se exaltou. - Ela apenas não quer ir sozinha e pediu para que fossemos juntas.

Juliana: - Ah, entendi... - Sorriu. - Não tenho tido muito tempo nos últimos dias, mais quero passar ai pra conversar contigo e dar um beijo na Jas.

Brunna: - Venha, senti mesmo sua falta no final de semana...

Juliana: - Organizei a minha vida para não ter respiro, justamente por você ter ido embora... Agora que voltou, vou mudar tudo de novo, pois minha amiga e minha afilhada merecem minha total atenção.

Brunna: - Te amo sabia?

Juliana: - Também te amo Bru... Assim que sair da clínica, por favor, me ligue ou mande mensagem avisando dos resultados.

Brunna: - Está bem...

Juliana: - E tente não ficar tão na pilha, o que tiver que ser vai ser e é importante saber que ainda teremos outras opções caso essa não dê certo!

Brunna: - É... - Demonstrou nervosismo na voz.

Juliana: - Você não falou pra ela né?

Brunna: - Ai amiga, como falar uma coisa dessas? Ludmilla mal consegue lidar com a questão da Jasmine já ter 5 anos e ela ter perdido todo esse tempo de sua vida, quem dirá sugerir sobre ter outro filho...

Juliana: - Você tem noção do quanto é absurdo tudo que está me dizendo?

Brunna: - Jú...

Juliana: - Estou muito sonolenta pra te dar bronca, porém mais tarde você não me escapa!

Brunna: - Por favor...

Juliana: - Sem por favor Brunna, seja responsável com as escolhas que a sua filha terá para viver, ela depende de ti, então não titubeie!

Brunna: - Certo!

Juliana: - Te amo, vou desligar e te deixar pensando, mais tarde nos falamos! - Fez barulho com os lábios. - Beijos e fique firme!

Brunna: - Beijos, obrigada por tudo! Te amo.

Ligação off 📱

Aquela breve conversa com a amiga, só serviu para deixar Brunna mais ansiosa... Era verdade que ela tinha omitido de Ludmilla uma das possibilidade citadas por Edimar referente ao tratamento de Jasmine, porém em seu íntimo, a loira preferia não contar com isso e acreditava que teriam outra solução.

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As 08h30 em ponto, Ludmilla buzinava na entrada da casa dos Gonçalves... Era incrível e invejável a sua pontualidade.

Brunna: - Bom dia!

Jasmine: - Oi mamãe Luddd! - Agarrou a negra.

Ludmilla: - Bom dia meus amores. - Falou sem perceber. - Como é que está a garotinha mais linda desse mundo? - Encheu a menor de beijos.

Jasmine: - Muito bemmmm!

Ludmilla: - Ah que bom meu amor. - Ergueu-se e acenou para Brunna. - Vamos?

Brunna: - Claro...

Ludmilla colocou Jasmine na cadeirinha e viu Brunna passar por si para entrar no banco do passageiro... A negra tentava se concentrar no que estava fazendo, mais aquele perfume da loira a tirou do eixo!

Ludmilla: - Ainda usa 212...

Brunna: - Sim... - Corou. - Já se tornou o meu cheiro.

Ludmilla: - Fica perfeito... - Encarou a loira. - Quer dizer... É um ótimo perfume!

Brunna: - É... - Sorriu e olhou pra rua, tentando fugir daquela imensidão cor de mel que eram os marcantes olhos de Ludmilla.

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Ao chegarem na clínica, Brunna tirou Jasmine da cadeirinha e junto de Ludmilla, adentraram no consultório, dando de cara com Edimar.

Edimar: - Olha só quem chegouuu! - Se abaixou e abriu os braços para receber um caloroso abraço de Jasmine.

Jasmine: - Titioooooo! - Com o tratamento de pelo menos 2 anos, Jasmine e Edimar tinham um ótimo relacionamento, a menor o tratava com tanto carinho, que parecia ser da família.

Edimar: - Oi minha princesa, como está se sentindo?

Jasmine: - Bem! - Sorriu. - Trouxe meus doces?

Edimar: - Será que está merecendo? - Fez cara de pensativo. - Brincadeirinha! - Entregou um pirulito para a menor.

Brunna: - Como vai Doutor. - Estendeu-lhe a mão. - Deixe-me te apresentar a Ludmilla. - Apontou para a negra. - Ela é a outra mãe da Jasmine.

Edimar: - Olha só. - Sorriu largo. - Muito prazer Ludmilla. - Encarou a negra e depois a menor. - Nossa, como se parecem!

Ludmilla: - O prazer é meu Doutor. - Sorriu. 

Edimar: - Me acompanham? - Assentiram.

Ludmilla, Brunna e Jasmine seguiram Edimar até o consultório! Ao entrarem no amplo espaço, era possível ver uma área de desenho, totalmente destinada para as crianças que o médico atendia. Edimar era oncologista pediátrico, então sempre tinha doces, flores e muitas cores em suas salas.

Edimar: - Jassss... - Atraiu a atenção da menor. - Deixei alguns desenhos pra você.

Jasmine: - Ebaaaa! - Correu até a mesinha.

Brunna: - Ela sempre fica muito feliz quando te vê! - Se emocionou com a desenvoltura da filha.

Edimar: - Eu queria encontra-las em outro local que não tivéssemos que falar sobre saúde... - Suspirou. - Acredito que ainda viveremos momentos como esse.

Brunna: - Amém! - Estendeu as mãos para o céu. 

Edimar: - E você Ludmilla, está aí calada...

Ludmilla: - Confesso que estou nervosa, é a primeira vez que venho falar abertamente desta questão que tomei conhecimento a tão pouco tempo...

Edimar: - Estou aqui para esclarecer as dúvidas de vocês, não hesite em perguntar!

Ludmilla: - Obrigada... - Respirou fundo. - Por agora, eu realmente quero saber sobre os resultados... - Olhou para a loira que tinha a mesma expressão preocupada que a negra.

Brunna: - Eu sei que você gosta de conversar sobre a Jas, mais também estou agoniada... - Mordeu os lábios. - Temos alguma novidade?

Edimar: - Bom... - Olhou para ambas. - Foram um total de 37 exames... - Suspirou. - Acho que não me recordo de um número tão grande de testes realizados em um único dia, em prol de uma só criança...

Ludmilla: - Mobilizei a família inteira, fora alguns amigos e funcionários da empresa...

Edimar: - Agradeça-os, é um gesto nobre e admirável! - Assentiu. - Porém, infelizmente as notícias não são as melhores!

Brunna: - Não acredito... - Sentiu os olhos marejarem.

Edimar: - De todos os resultados, a compatibilidade maior foi a de Ludmilla, naturalmente por ser a outra mãe, porém os totais dela são exatamente os mesmos que o seu Brunna.

 Brunna: - 40%...

Edimar: - Exatamente! - Olhou para a negra. - Esse índice é muito baixo para tentarmos um transplante de medula, preciso de pelo menos 70% para arriscar a realização da cirurgia!

Ludmilla: - E agora? - Sentiu um nó se formar em sua garganta... Aquela era a primeira vez que a negra se deparava com um medo jamais conhecido antes. - O que vai acontecer com a Jasmine? - Olhou para a filha com ternura e sentiu uma lágrima preencher seu rosto.

Edimar: - Calma... - Notou o desespero das mamães. - Assim como eu expliquei para Brunna, vamos continuar com o tratamento protocolar, meu receio é apenas que em algum momento o organismo da Jasmine se acostume e comece a rejeitar os métodos adotados.

Ludmilla: - Isso é possível?

Edimar: - Sim... Exatamente por isso que nunca realizo o mesmo procedimento de forma consecutiva, para que o corpo dela não crie uma memória capaz de rejeitar os medicamentos... - Pegou alguns papéis. - É como acontece conosco, a medida que tomamos o mesmo remédio por um longo período de tempo, hora menos hora ele acaba deixando de fazer o devido efeito.

Brunna: - Verdade...

Edimar: - Espero que não aconteça com a Jasmine, mais podemos tentar desta forma até aparecer um doador compatível.

Ludmilla: - Entendi... E como são os tratamentos?

Edimar: - Imunoterapia, coquetéis combinados e a mais complicada, porém necessária, quimioterapia. 

Brunna: - Meu Deus! - Colocou a mão sobre o rosto e tentou conter o choro, pois mesmo distraída, Jasmine ainda estava no mesmo ambiente que elas.

Ludmilla: - Quimio? - Arregalou os olhos e olhou para a filha, que tinha os cabelos bem encaracolados, porém em um tamanho menor do que as crianças de sua idade... A negra sempre pensou ser escolha dela, porém só naquele momento caiu em si. - Ela já fez... - Engoliu seco.

Brunna: - Sim, foi a pior fase dessa doença maldita! - Limpou o rosto. - Nossa filha perdeu todo o cabelo e não queria sair de casa pra nada... - Lamentou. - Foi neste momento que eu percebi não ser suficiente pra ela.

Ludmilla: - Ei... - Pegou na mão da loira. - Não fala isso! - Se aproximou com a cadeira. - Tenho certeza que é a melhor mãe que a nossa pequena pôde ter, e mesmo não sendo capaz de cura-la, seu amor ameniza a dor e certamente dá a ela vontade de não desistir! - Se emocionou. - Estou chegando agora na vida da Jasmine, mais quero aprender com vocês sobre esse sentimento de mãe e filha, que é tão forte e tão seguro...

Edimar: - Uall! - Bateu palmas.

Jasmine: - O que está acontecendo?

Edimar: - Nada princesa, assunto de adultos. - Piscou. 

Brunna: - Obrigada Ludmilla. - Assentiu.

Ludmilla: - Doutor, se a quimio é indispensável, então esse será o próximo passo?

Edimar: - Não é o que pretendo agora... - Encarou Brunna tentando procurar respostas, mais a loira não fazia nenhum sinal. - Se me permitem questionar, e o Caio?

Neste instante, Ludmilla largou a mão de Brunna e voltou a afastar a cadeira... Ainda que aquela ação tivesse quebrado o momento fofo entre elas, ouvir o nome de Caio lhe despertou uma certa fúria interna. 

Brunna: - Não estamos mais juntos... - Tentou não olhar para a negra. 

Edimar: - Ah... - Ficou sem graça. - Que pena!

Ludmilla: - Eu não acho! - Falou de uma só vez.

Brunna: - O que? - Franziu o cenho.

Ludmilla: - É que Jasmine me contou que ele era rude com ela, então não é uma pena que ele esteja longe, de certa forma eu até prefiro!

Brunna: - A Jas te falou isso? - Arregalou os olhos.

Ludmilla: - Você não sabia?

Brunna: - Claro que não! - Encarou a filha. - Jasmineeeee!

Jasmine: - Oi mamãe. - Correu até a loira. 

Brunna: - Você falou pra Ludmilla que o Caio te tratava mal?

Jasmine: - Sim... - Abaixou a cabeça.

Brunna: - E por que é que nunca me contou isso?

Jasmine: - Tinha medo mamãe... - Gaguejou. - Uma vez ele falou que se vocês brigassem por minha causa, eu ia me arrepender!

Ludmilla: - Ah mais eu mato esse cara. - Levantou-se eufórica.

Edimar: - Se acalme... - Fez sinal com as mãos. 

Ludmilla: - Desculpe... - Voltou a se sentar.

Brunna: - Quando chegarmos em casa quero saber detalhe por detalhe dessa história ok? - Assentiu. - Agora volte a pintar. 

Ludmilla: - Inacreditável Brunna, que belo namoradinho... - Debochou.

Brunna: - Não vamos começar algo que certamente teremos vergonha de continuar. - Olhou firme em seus olhos. - Por favor, conversamos sobre isso depois ok?

Ludmilla: - Ok... - Bufou!

Edimar: - Então deixe-me reformular minha frase... Que pena que não terminaram antes... - Sorriu. - Desculpe o transtorno.

Brunna: - Imagina Edimar, não se preocupe... - Encarou Ludmilla que permanecia séria. - Onde paramos?

Edimar: - Perguntei sobre o Caio, pois lembro que da última vez que abordei esse tema, ela se exaltou e acabou saindo da sala. 

Ludmilla: - Ah é? - Sorriu de forma sarcástica.

Edimar: - De certa forma a Brunna estar solteira facilita as coisas... - Olhou para a loira como se pedisse permissão para continuar. - Temos mais uma opção, que embora não nos garanta 100% de eficácia, é sem dúvidas o método mais viável pra tentar achar um doador neste momento, visto que já estamos a 2 anos na fila e ainda não conseguimos encontrar alguém compatível.

Ludmilla: - Mais um método? E qual seria?

Brunna: - Jasmine teria que ter um irmão... 

Ludmilla: - Pelo que percebi, você não teve outros filhos e eu também não Brunna...

Edimar: - Pois é, ai está o motivo que fez o ex namorado dela se revoltar! - Olhou sugestivamente.

Ludmilla: - Não entendi...

Edimar: - Jasmine precisa de um irmão que tenha sido gerado pelas mesmas pessoas que a gerou...

Ludmilla: - Então... - Demonstrou surpresa.

Edimar: - A chance da princesinha está em vocês. - Levantou-se e colocou as mãos sobre a mesa. - Tenham mais um filho, deem para ela um irmão!

***

Feliz dia das mãessss!! Que tenha sido um dia incrível para todos vocês!

Obrigada a todos pelos votos de saúde para a minha mãe, com fé em Deus logo ela estará melhor...

Sobre o capítulo... E ai? Quero saber de vocês, como acham que a Ludmilla vai reagir?

Votem, avisem dos erros e comentem aos montessss!

Veio aí hennn!

E o beijo?? Kd?? ahahahahah Ta chegando.... Como acham que vai acontecer?

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