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Capítulo 14

POV Ludmilla

O almoço entre amigos estava muito interessante, pelo menos para Daiane e Marcos que ouviram detalhadamente tudo sobre a conversa que Ludmilla teve com Brunna.

Daiane: - Caraca, que bafão!

Marcos: - E agora, como vocês vão ficar?

Ludmilla: - Oxi, da mesma forma que estamos... - Estendeu os braços tentando entender o questionamento. - O que quis dizer?

Marcos: - Vocês brigaram, se ofenderam e sabem que precisam se acertar, né? - Assentiu. 

Daiane: - Quero muito saber como está esse coração, vai dizer que deixou de ama-la?

Ludmilla: - Marcos tem razão, precisamos nos acertar e farei isso sim, não hoje, mais pretendo conversar pacificamente com ela, pra alinharmos a convivência...

Daiane: - Hummm. - Erguer a sobrancelha.

Ludmilla: - Estou chateada, mais minha filha não pode pagar por isso, nós já fomos prejudicadas demais com essa distância, então farei o possível para não continuar brigando com a Brunna.

Daiane: - E... - Incentivou a negra.

Ludmilla: - Não deixei de ama-la Daiane... - Bufou. - Mais coloquei uma pedra no lugar do coração, pois o que a Brunna fez, não tem perdão.

Marcos: - Lud... 

Daiane: - Não faz sentido esperar tanto tempo por alguém e simplesmente renegar o que sente, logo agora que enfim se encontraram.

Ludmilla: - É como me sinto mediante a tudo que aconteceu... - Suspirou. - Estou de mãos atadas para viver esse amor, algo aqui dentro. - Apontou o coração. - Está ferido demais...

Marcos: - Espero que essa cura seja rápida, pois seria trágico perde-la 2 vezes...

Daiane: - Nem conte com meu ombro para chorar!

Ludmilla: - Vocês falam como se ela estivesse super disposta a voltar pra mim né? - Encarou os amigos. - Eu não briguei sozinha e assim como estou chateada, ela também permanece convicta de que eu a traí!

Marcos: - Cara isso que é complicado, tu tinha que tentar se lembrar de algo... 

Daiane: - Já mandamos o vídeo pra perícia e deu em nada!

Ludmilla: - O que eu mais queria era saber o que aconteceu aquela noite. - Lamentou. 

Daiane: - Eu ainda acho que essa história tem solução, basta que deixem de ser cabeça dura.

Ludmilla: - É melhor cada uma seguir sua vida, ela com as certezas que têm e eu tentando lidar com esse baita tombo... - Respirou fundo. - Nos desencontramos, pois eu não consigo sentir outra coisa senão raiva neste momento!

Marcos: - Isso vai passar!

Daiane: - Com certeza...

Ludmilla preferiu encerrar o assunto e começou a falar sobre alguns projetos da empresa... Marcos e a negra estavam empolgados com a possibilidade de entraram no ramo da Formula 1, já Daiane preferia não ser tão otimista.

Ludmilla: - Dai, você deveria se permitir sonhar!

Daiane: - Eu não, depois o queda vem seca...

Marcos: - Medrosaaaa! - Mostrou a língua. 

Ludmilla: - Mais e aí, alguma novidade?

Marcos: - Nos pediram mais 3 dias!

Ludmilla: - Opaaaaaaaaaaaaaaa! - Bateu palmas. - Isso significa que as propostas dos concorrentes não são melhores que a nossa.

Daiane: - Será?

Ludmilla: - Seja positiva Dai, estamos a caminho de uma expansão internacional!!

Daiane: - Tomara! - Ergueu as mãos para o céu.

Ligação on 📱

Silvana: - Oi Lud!

Ludmilla: - Oi Mãe, tudo bem?

Silvana: - Sim... Mais preciso de você, está ocupada?

Ludmilla: - Terminando um almoço com a Dai e o Markito, aconteceu alguma coisa?

Silvana: - Prefiro falar pessoalmente...

Ludmilla: - Mãe, é algo com a Jasmine ou com alguém da família? - Levantou-se de supetão.

Silvana: - Não!  - Alterou a voz. 

Ludmilla: - Ufa...

Silvana: - Consegue me encontrar agora?

Ludmilla: - Claro, onde está?

Silvana: - Vou mandar a minha localização no whats, estou ficando sem bateria mais te espero na entrada, pode ser?

Ludmilla: - Pode sim mãe!

Silvana: - Beijos filha, até jajá!

Ludmilla: - Te amo!

Silvana: - Te amo...

Ligação off 📱

Ludmilla estranhou o comportamento da mãe e rapidamente se despediu dos amigos, deixando uma boa quantia na mesa para que pagassem a conta como ela havia prometido.

Ludmilla: - Me desculpem mesmo, mais prefiro não demorar a encontra-la.

Daiane: - Tudo bem, qualquer coisa nos mande notícias! - Assentiu e saiu da mesa.

---

A negra dirigia sem prestar muita atenção aonde aquele trajeto a estava levando, tudo isso porque a mãe não tinha mais sinal no celular e não havia lhe adiantado nada sobre o assunto!

Mais alguns minutos e Ludmilla enfim chegou ao destino final, só ai se deu conta de que estava em frente ao Condomínio Alphaville e só não deu ré, pois precisava se certificar do paradeiro da matriarca.

Silvana: - Oi filha, demorou!

Ludmilla: - Mãe, o que estamos fazendo aqui? - Franziu o cenho. 

Silvana: - Preciso te mostrar uma coisa. - Entrou no carro e apontou que entrasse na portaria. - Por ali.

Ludmilla: - O que está aprontando hen?

Silvana: - Não questione, apenas dirija! 

Assim como a 1 hora atrás, Ludmilla fazia o mesmo caminho que Brunna, parando exatamente na frente da casa que compraram juntas.

Ludmilla: - Isso é uma espécie de brincadeira?

Silvana: - Não... - Sorriu. - Venha, eu te explico lá dentro. - Saiu do carro e viu que a negra a acompanhou, mesmo contrariada, Ludmilla era extremamente obediente.

Ao entrarem na mansão, diferente da loira, Ludmilla não se dispôs a observar absolutamente nada... A negra tinha boas lembranças daquele lugar, porém o trauma de perder tudo faltando tão pouco, mudou totalmente o sentido da palavra lar... Agora aquela casa havia virado seu pesadelo diário e era lembrada como a vida que ela nunca mais teria...

Ludmilla: - Sou toda ouvidos! - Foi direta e percebeu a alegria de sua mãe mudar de tom.

Silvana: - Filha por favor, não se zangue...

Ludmilla: - É... - Bufou. - Eu me sinto sufocada aqui!

Silvana: - Mais isso precisará acabar!

Ludmilla: - Por que?

Silvana: - Nós e a família Gonçalves terminamos de pagar a casa, portanto, ela não foi a leilão como imaginou.

Ludmilla: - Não acredito! - Arregalou os olhos!

Silvana: - Foi a nossa maneira de manter o sonho de vocês... - Se aproximou. - Sei que essa mansão é importante tanto pra ti, como pra Brunna.

Ludmilla: - Eu estava satisfeita em saber que ela não existia mais! - Falou séria. - Não era para terem mantido a nossa compra, esse sonho morreu a 6 anos!

Silvana: - Vai me dizer que desistiu da Brunna?

Ludmilla: - Engraçado que a alguns meses essa conversa sequer aconteceria. - Cruzou os braços. - O que deu em vocês? Agora de uma hora pra outra todo mundo acha que estamos namorando de novo?

Silvana: - Eu acompanhei o seu sofrimento filha...

Ludmilla: - E sempre me aconselhou a seguir em frente!

Silvana: - É porque não queria te ver sofrendo...

Ludmilla: - E o que mudou?

Silvana: - Não gostou da surpresa né?

Ludmilla: - Desculpe se estou sendo muito rude, sei que fizeram de bom coração, mais estar aqui dói mais do que eu consigo descrever. - Fechou os olhos e sentiu as lágrimas caírem. - Eu e Brunna permanecemos brigadas e separadas, não fantasiem...

Silvana: - Sinto que ainda existe amor, quem sabe este não é um ponto de partida?

Ludmilla: - Ninguém está indo a lugar algum Dona Silvana. - Abraçou a mais velha. - Agradeço por terem valorizado o nosso dinheiro, mais sinto dizer, que não vejo esse lugar com o mesmo brilho que antes, pelo contrário...

Silvana: - Nossa, não esperava essa reação. - Pegou a chave e colocou no bolso da filha. - Em todo o caso, a casa é de vocês, terão que resolver o que fazer! - Saiu pela porta, visivelmente chateada.

Ludmilla: - Mãe...

Silvana: - Não precisa ficar com essa cara, já entendi que a filha amorosa de semanas atrás deu lugar para uma amargurada, que nega o que sente e enterra sonhos antigos. - Suspirou. - Se eu defendia a sua felicidade, a única coisa que mudou agora, é que eu admito que o seu lugar é ao lado da família que já constituiu. - Se referia a Brunna e Jasmine. - E você? O que mudou? A Ludmilla que queria uma chance, está onde?

A negra ficou em silêncio, sem saber o que dizer e como reagir a tudo aquilo... Quando chegou na porta, viu a mãe arrancar com o carro, deixando-a sozinha com seus próprios sentimentos!

Ludmilla: - Eu teria sido muito feliz aqui... - Deu uma volta e se permitiu olhar como tudo parecia estar intacto. - Nossos filhos correndo no jardim, brincando na piscina ou até mesmo nos fazendo raiva por bagunçarem dentro de casa. - Uma lágrima escapou. - Quanta história estamos abandonando Brunna? - Mirou o teto. - Por que você jogou fora o meu amor?

Do andar de cima, Brunna, acompanhada de sua mãe, assistia a cena de camarote...  O sofrimento de Ludmilla era como o filme mais doloroso já visto... Ali havia negação e aceitação ao mesmo tempo, do lado da loira era exatamente o inverso, a aceitação estava passos a frente, porém bem acompanhada da resistência... 

Mia: - Não quer descer? - Cochichou...

Brunna: - Eu cansei de brigar Mia e com certeza é isso que vai acontecer. - Caminhou a passos lentos para um dos cômodos e em poucos minutos escutou a porta se fechar, indicando que a negra havia ido embora.

POV Brunna

Ao invés de voltar pra casa, Brunna resolveu andar pela extensão da mansão... Enquanto vasculhava todos os cômodos, Mia foi até o carro e o estacionou um pouco mais distante do local, pois a mais velha sabia que Silvana traria Ludmilla em instantes e achou interessante um provável encontro do casal.

Mia: - Elas já foram, você deveria ter descido e aproveitado o momento para conversarem.

Brunna: - Acho que viu que ela não estava tão satisfeita em ter que ficar com a casa né?

Mia: - Isso tudo é marra, tenho certeza que essa opinião muda!

Brunna: - Não sei... - Olhou para o celular. - Vamos embora, Jasmine deve ter voltado do passeio com o papai. - Assentiu.

A volta foi em total silêncio, Brunna que antes estava emocionada com as lembranças, agora tinha um semblante sério e preocupado, pois teria mais um assunto para resolver com Ludmilla.

Mia: - Se acalma minha filha, tudo vai dar certo!

Brunna: - Estou bem Mia, só ansiosa pela consulta na próxima semana.

Mia: - Ok, não vou insistir!

Assim que chegaram em casa, Mia notou um carro diferente em seu vasto quintal... Ela sabia que Silvana havia trocado de veículo a pouco tempo e podia apostar todas as suas fichas que teriam uma bela surpresa ao atravessarem a porta.

Brunna: - De quem é esse carro?

Mia: - Não faço ideia. - Mentiu. - Você está esperando alguém? - Balançou a cabeça em negação. - Nem eu!

Brunna e a mais velha entraram na sala e assim como a mãe da loira suspeitou, Silvana e Ludmilla estavam lá, brincando com Jasmine e sendo recepcionadas por Jorge que parecia levemente tenso.

Mia: - Boa noite, que surpresa encontra-las por aqui.

Silvana: - Oi Mia, Ludmilla me deixou em casa depois da visita no Alphaville e eu a convidei para vir aqui te mostrar meu carro novo, lembra que combinamos de eu aparecer qualquer dia?

Mia: - Ahhh clarooo! - Notou que Brunna a encarava, mais tentou não se intimidar.

Silvana: - A Lud também queria ver a filha e aproveitar para combinar algumas coisas com a Brunna. - Olhou para a loira e se aproximou. - Aquele dia nem nos falamos. - Beijou seu rosto. - Seja bem vinda de volta!

Brunna: - Obrigada Tia Sil. - Sentiu a tensão na fala da ex sogra, mais preferiu manter a intimidade que sempre tiveram e isso desmontou a marra da mais velha.

Silvana: - Não estou 100% satisfeita em só conhecer a minha neta agora, mais não vou te questionar. - A abraçou de lado. - Apenas quero agradecer por ter cuidado tão bem dessa pequena... Ela é adorável!

Brunna: - Certamente puxou a avó!

Mia: - Eu né?

Silvana: - Claro que não, ela está falando pra mim, portanto a avó sou eu!

Brunna: - Desculpe, me expressei mal... - Sorriu. - Puxou as avós! Está melhor assim? - Assentiram.

Enquanto Brunna, Silvana e Mia conversavam, Jasmine esperou pacientemente para então correr até a loira e abraça-la... Embora fosse criança, ela sabia que não podia se meter nos assuntos dos adultos!

Jasmine: - Mamãeeeee!!!

Brunna: - Oi meu amor, como foi o passeio hoje? - Pegou Jasmine no colo.

Jasmine: - Muito legal, compramos tudo para a pesca!

Brunna: - E que dia pretendem ir? - Olhou para o pai que sorria na direção da menor. 

Jorge: - Eu ia sugerir amanhã, mais acho que não vai dar...

Brunna: - Por que?

Ludmilla: - Porque eu vim solicitar a permissão para passar o final de semana com ela. - Olhou para Brunna com seriedade. - Quero compartilhar a guarda contigo Brunna.

Brunna: - Compartilhar? - Arregalou os olhos.

Ludmilla: - Sim... Stella me orientou a conversar contigo antes, acho que podemos chegar a um acordo que seja viável pra Jasmine!

Brunna: - Ok... - Deixou a filha no chão e cruzou os braços. - Temos outros assuntos pra tratar também!

Ludmilla: - Está com tempo?

Brunna: - Se for pra brigar não! - Olhou para a filha, dando a entender que ali não era o lugar para iniciarem um novo embate.

Ludmilla: - Vim em paz! - Assentiu.

Brunna deu um beijo em Jasmine e foi para o escritório, sendo seguida pela negra que mesmo tentando manter a seriedade, se permitiu avaliar o corpo da loira e constatar que se passasse mais de um minuto olhando aquele monumento, sua pose seria desmontada instantaneamente!

Ludmilla: - Foque nos olhos Ludmilla.

Brunna: - O que disse?

Ludmilla: - Nada... - Sorriu. 

As duas entraram no escritório, fecharam a porta e deixaram na sala 4 pessoas totalmente ansiosas pelo desfecho desse encontro.

***

Boa semana pessoal!

E ai, vocês teriam confrontado a Ludmilla na casa?

Quanto tempo essa marra vai durar?

Votem, avisem dos erros e comentem muitooooooo!

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